domingo, setembro 17, 2006

O Sal de Leiria II

Como nos foram postas algumas questões sobre este post - O Sal de Leiria - passamos à explicação... Sugerimos ainda que vão clicando nas figuras, para as verem em tamanho decente.

O aparecimento do Oceano Atlântico

1. Há muito tempo atrás, no Triásico, quando havia um só continente (esse mesmo, a Pangeia...) e se podia ir a pé de Leiria para os actuais bancos (pesqueiros - ou mais exactamente bacalhoeiros...) da Terra Nova, no Canadá, esse mesmo continente começou a estalar (a partir, por falhas, e a abater) e a criar uma depressão que rapidamente (geologicamente falando - não esquecer que, na Geologia, a unidade tempo usual é o milhão de anos...) se encheu de água salgada.

Zona de Porto Moniz - Carta Geológica de Leiria

2. Este episódio é ponto de partida da abertura do nosso Oceano Atlântico. Mas, nesta fase, a intensa evaporação dos lagos temporários conduz à formação de rochas sedimentares muito especiais, ditas evaporitos, que consoante o que ia sobrando da salmoura inicial, davam origem a sedimentos ricos nos elementos químicos da água salgada. É assim natural que, aqui em Leiria, se encontrem esses sais, em particular a halite (NaCl), equivalente mineralógico do vulgar sal de cozinha das salinas/marinhas normais (em que se pega em água do mar e, ao evaporar o H2O, fica precipitado o sal). Mas não foi só este mineral, da classe dos Halogenetos, que precipitou: o valioso gesso - CaSO4.2(H2O) - é também extraído no concelho de Leiria, na gesseira de Souto da Carpalhosa.

Gesseira de Souto da Carpalhosa - Leiria

Zona de Souto da Carpalhosa - Carta Geológica de Leiria

3. A história continua, mas tarde precipitaram calcários sobre os evaporitos, houve subida de magmas e fracturação - não necessariamente por uma ordem muito simples - e estes materiais subiram até à superfície, mas, por hoje fica por aqui...

História geológica (sua evolução) da zona costeira de Leiria

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