quarta-feira, dezembro 03, 2008

GREVE - apelo

Amanhã é um dia único e irrepetível - um pouco parecido com um que Sophia de Mello Breyner Andresen celebrou em poema:
Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
Amanhã é o dia de os docentes portugueses mostrarem o que lhes vai na alma. Não vamos pedir aumentos (há oito anos que não sabemos o que é isso...). Não vamos pedir mundos e fundos - apenas queremos que nos respeitem...

Há alguns que pensam apenas no depois de amanhã e que irão trabalhar. A esses quero dizer que 30 moedas é muito pouco para pôr em causa tanta coisa - há que pensar para lá do fim do mês, no empréstimo do banco ou do Inglês ou Ballet da filha.

Por quanto nos iremos vender agora? E quem nos respeitará se não nos respeitarmos a nós próprios?

Tudo tem um limite - amanhã, muitos de nós iremos mostrar, à porta das nossas Escolas, que já não há mais caminho trilhar, porque o abismo está mesmo à nossa frente. Iremos enfrentar as vozes iradas de alguns pais (que só querem saber da Escola tal como o patrão do pastor, que quer saber se o redil tem redes altas e bem aramadas).

Iremos ser poucos à entrada de cada uma das nossas Escolas, mas, mesmo poucos, saberemos honrá-las e mostrar que ainda se pode defender as Escolas Públicas portuguesas...

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