quinta-feira, outubro 14, 2010

A ética republicana e socialista - versão braço direito do PM

Braço direito de Sócrates acusado de tráfico de influências

Deputado do PS diz que André Figueiredo, chefe de gabinete no Largo do Rato, o aliciou com promessa de cargo numa empresa pública a troco da sua não recandidatura ao PS de Coimbra.


Vítor Baptista, deputado e recandidato derrotado à liderança da federação distrital do PS de Coimbra, promete vender cara a derrota. Ontem escreveu uma carta aos seus camaradas na bancada parlamentar, intitulada "Na calada da noite", onde volta a lançar graves acusações sobre o chefe de gabinete de José Sócrates no PS, André Figueiredo (também secretário nacional adjunto).

Segundo escreveu, Figueiredo tentou aliciá-lo a não se recandidatar oferecendo-lhe em troca "um qualquer lugar de gestor público, desde o Metro em Lisboa, à CP ou Refer, até acenavam com uma cenoura de 15 mil euros mensais".

André Figueiredo é acusado de, em conjunto com elementos da candidatura dada como oficialmente vencedora (liderada por Mário Ruivo, dirigente em Coimbra da Segurança Social), ter providenciado pelo "pagamento colectivo" de centenas de quotas de militantes, algo que o seu regulamento "não prevê". Ouvido pelo DN, André Figueiredo prometeu que agirá "criminalmente perante todas as difamações e infâmias de que for alvo". "Devemos estar à altura das funções que ocupamos. Eu estou. Já outros tenho a impressão que nunca estarão", acrescentou.

Vítor Baptista, oficialmente derrotado por 46 votos, também ataca na carta um seu camarada de bancada, Renato Sampaio (reeleito líder do PS-Porto), por este ter saído em defesa de André Figueiredo. "Agora, fazendo parte desta encenação, aparece um tal Renato Sampaio [...] a dizer que tenho mau perder. Perder até sei e já o demonstrei em outros momentos, mas passivamente ser roubado não". Dirigindo-se também ao presidente da distrital de Vila Real, que igualmente se solidarizou com Figueiredo, pergunta: "Será que ambos não o sabem distinguir? Estão ao serviço de quem?"

Dois juristas contactados pelo DN, a quem foi lido o teor da carta do deputado, consideraram que se pode estar perante um crime de tráfico de influência. Uma vez que, explicaram, "se está perante uma situação em que alguém promete usar da sua influência a troco de uma contrapartida". Ou seja: a colocação de Vítor Baptista numa empresa pública a troco da não recandidatura à Federação do PS/Coimbra.

O crime de tráfico de influências é de natureza pública, obrigando a actuação do Ministério Público. 

in DN - ler notícia

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