domingo, maio 29, 2011

O Coro dos Escravos, na Ópera Nabuco, como forma de protesto de um Maestro e de um Público

Na Ópera de Roma, no dia 12 de Março deste ano, o Maestro Riccardo Muti, durante a condução da Orquestra no Nabuco de Verdi, depois de um Viva Itália! vindo do público, virou-se inesperadamente para a assistência e disse isto:
Sim, estou de acordo sobre o Viva Itália! Eu já não tenho trinta anos e portanto, já vivi a minha vida. Mas estou, como italiano que viaja pelo mundo, muito triste com o que está sucedendo. Assim irei fazer, a vosso pedido, o bis de "Va pensiero", não o faço tanto, pelo menos somente, por razões patrióticas. Mas, esta noite, enquanto o coro cantava "Oh minha pátria, tão bela e perdida", pensei que se matamos a cultura sobre a qual está fundada a História de Itália, a nossa pátria ficará, verdadeiramente, bela e perdida. E como estamos num clima muito italiano, e amiúde Muti fala para os surdos... Quisera... Façamos uma excepção. Estamos em nossa casa, não? No teatro da capital. O coro cantou magnificamente, a orquestra acompanhou-os muito bem... Se quereis unir-vos também, cantemos o "Va pensiero". Mas todos ao mesmo tempo!

Eis o filme do evento, incluindo a parte em que os cantores profissionais, a orquestra e o público, juntos, cantaram e choraram pelo seu país:


NOTA: em Itália há um palhaço que teima em agarrar-se ao poder e destruir o seu país com a sua teimosia. E há um coro de escravos que insiste em não aprender nada com o passado. Aprendamos, em Portugal, as lições de Itália...

1 comentário:

José Gonçalo Areia disse...

A pensar naqueles que se comoveram ao ouvir este trecho de Nabuco, aqui deixo uma interpetação arrepiante.