terça-feira, setembro 24, 2013

Porque os Poetas nunca morrem...


Morreu ontem António Ramos Rosa. Morreu o Homem, não o Poeta - esse só morre quando for esquecido (e há tanto para recordar...). Recordemo-lo e celebremo-lo, através da sua poesia e de um Requiem de um músico português (Duarte Lobo) que morreu nesta data, há 367 anos...

(imagem daqui)

Para um amigo tenho sempre

Para um amigo tenho sempre um relógio
esquecido em qualquer fundo de algibeira.
Mas esse relógio não marca o tempo inútil.
São restos de tabaco e de ternura rápida.
É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.
É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.



in Viagem Através de uma Nebulosa (1960) - António Ramos Rosa

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