sábado, outubro 07, 2017

Vladimir Putin - 65 anos

Vladimir Putin a bordo de seu iate privado na baía de Sydney

Vladimir Vladimirovitch Putin (Leningrado, atualmente São Petersburgo, 7 de outubro de 1952), é o atual presidente da Rússia, além de ex-agente do KGB, no departamento do exterior, e chefe dos serviços secretos soviético e russo, KGB e FSB, respectivamente. Putin exerceu a presidência entre 2000 e 2008, além de ter sido primeiro-ministro por duas ocasiões, a primeira entre 1999 e 2000, e a segunda entre 2008 e 2012.
Putin tem governado a Rússia desde a renúncia de Boris Iéltsin, em 1999. O seu primeiro governo foi marcado por profundas reformas políticas e económicas, pelo estadismo, por novas tensões com os Estados Unidos e Europa Ocidental, pela rigidez no combate aos rebeldes chechenos e pelo resgate do nacionalismo russo, atitudes que lembram em parte o regime soviético e o czarismo. Entre os eventos mais notáveis de seu governo, estão o decreto que permite a indicação dos governadores dos distritos russos pelo próprio presidente, a restauração do controle russo sobre a república separatista da Chechénia, os assassinatos não esclarecidos dos seus opositores políticos Anna Politkovskaia e Alexander Litvinenko, o fim do colapso económico russo, a estatização de setores estratégicos que até então estavam nas mãos dos oligarcas russos e as consequentes prisões de muitos deles e vários desacordos diplomáticos com a NATO, sendo os mais memoráveis a discussão quanto ao estabelecimento de mísseis no Leste Europeu, que levou Putin a criticar publicamente a política internacional norte-americana, e o apoio russo aos separatistas na Ucrânia, após este país ter se alinhado à Aliança Atlântica.
Durante dezasseis anos, Putin foi oficial do KGB, o serviço secreto da União Soviética, chegando à patente de tenente-coronel. Ele saiu das atividades militares para ingressar na política, na sua cidade, São Petersburgo, em 1991. Mudou-se para Moscovo em 1996, para fazer parte da administração do então presidente Boris Iéltsin, na qual chegou ao topo rapidamente, tornando-se presidente interino em 31 de dezembro de 1999, quando o presidente Iéltsin renunciou ao cargo inesperadamente. Putin venceria a eleição do ano seguinte, tornando-se de facto Presidente da Rússia, sendo reeleito em 2004. Putin foi impedido de concorrer a um terceiro mandato em 2008, já que, na época, a Constituição russa só permitia dois mandatos consecutivos. Assim sendo, o seu aliado Dmitri Medvedev seria o seu sucessor, o que levaria à escolha de Putin como primeiro-ministro do país, cargo que manteve até o final da presidência de Medvedev. Em setembro de 2011, Putin anunciou que concorreria a um terceiro mandato nas eleições do ano seguinte, gerando diversos protestos nas principais cidades do país. Como esperado, Putin foi reeleito por mais seis anos, no seu terceiro mandato, que tem fim previsto para 2018.
Putin tem sido amplamente responsabilizado pelo retorno da estabilidade política e do progresso económico da Rússia, pondo fim à crise dos anos 90. Durante a primeira gestão de Putin (1999-2008), o lucro real aumentou cerca de 2.5 vezes e os salários mais que triplicaram. O desemprego e a pobreza caíram para mais da metade, e a satisfação de vida da população russa aumentou significativamente. O primeiro governo de Putin foi marcado pelo grande crescimento económico: a economia russa cresceu diretamente em oito anos, observando um aumento de 72% no PIB. Essas conquistas foram atribuídas pelos analistas à boa gestão macroeconómica, a importantes reformas fiscais, ao aumento do fluxo de capitais, ao acesso a empréstimos externos de baixo custo e a um aumento de cinco vezes no preço do petróleo e gás, que constituem os principais produtos de exportação da Rússia.
Como presidente da Rússia, Putin transformou em lei um aumento de 13% na taxa proporcional da receita, uma taxa reduzida de impostos sobre a receita, e novos códigos legais territoriais. Como primeiro-ministro, Putin foi responsável por reformas militar e policial de larga escala. A sua política energética afirmou a posição da Rússia como superpotência na área da energia. Putin apoiou indústrias de alta-tecnologia como as nucleares e da defesa. Um aumento no investimento de capital estrangeiro contribuiu pela explosão em certos setores, como na indústria automóvel. O desenvolvimento sob Putin incluiu a construção de oleodutos e gasodutos, a restauração do sistema de navegação por satélite GLONASS e a construção de infraestruturas para eventos internacionais.
Na Rússia, a liderança de Putin goza de considerável popularidade, com altas taxas de aprovação geral. Por outro lado, várias das suas ações têm sido caracterizadas pela oposição como antidemocráticas. Observadores ocidentais e organizações também juntaram vozes para criticar o governo de Putin. A classificação de 2011 do Índice de Democracia apontou que a Rússia está em "um longo processo de regressão graças à mudança de um governo híbrido para um regime autoritário" sob Putin. As mensagens diplomáticas que saíram no WikiLeaks alegam que a Rússia se tornou um "estado mafioso virtual", devido à corrupção sistemática no governo de Putin. Alguns críticos descrevem-no como ditador, alegações que o próprio Putin nega incondicionalmente. Sob o comando de Putin, a Rússia modificou as suas relações com os Estados Unidos e Reino Unido, já que adotou uma postura mais independente, caracterizada pela política de não-intervenção, contrária à dos norte-americanos e britânicos. Putin projeta uma imagem pública de aventureiro, homem viril, sempre empenhado em atividades perigosas e pouco comuns. Algumas destas jogadas publicitárias são criticadas ocasionalmente. Assíduo praticante de artes marciais, Putin teve ampla participação no desenvolvimento do desporto russo, sendo o exemplo mais notável a colaboração para fazer da cidade de Sochi a sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014.

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