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domingo, abril 10, 2011

A ética republicana e socialista - versão casinha de Armando Vara

Os gloriosos heróis do socialismo democrático



Continuando a saga para elencar heróis deste PS " de esquerda" e onde todos os militantes se revêem em congresso, apresenta-se agora outro notável.

Começou pobre atrás de um balcão de banco e ascendeu em alguns anos de poder do partido que o suporta, ao meritocrático cargo de administrador. Bancário. Quando saiu, em perda por motivos obscuros mas sob os holofotes dos media, ganhou quase um milhão de euros. Deu-lhos o BCP, uma instituição de esquerda onde o notável defendeu os pergaminhos ideológicos. E no banco anterior, onde também administrara os seus naturais recursos próprios de esquerda, tinha sido promovido depois de lá sair...

Foi apanhado em escutas com o Inenarrável que nos governa e de quem foi sócio em empresa capitalista, na área sensível dos combustíveis, de esquerda certamente, a combinar crimes plausíveis para diversos magistrados e irrelevantes para quem neles superintende, mas não se descoseu e as escutas foram proibidas porque a esquerda democrática é assim mesmo: solidária.

É por isso mesmo, um dos grandes empreendedores da esquerda democrática deste PS. Senão, veja-se o magnífico currículo que o Público, pela pena de um nefando direitista ultra-liberal em tempos deu à estampa:

"Armando Vara, quando era secretário de Estado adjunto do ministro da Administração Interna, recorreu ao director-geral do GEPI (Gabinete de Estudos e Planeamento de Instalações do MAI) e a engenheiros que dele dependiam para projectar a moradia que construiu perto de Montemor-o-Novo.
Para fazer as obras serviu-se de uma empresa e de um grupo ao qual o GEPI adjudicava muitos dos seus concursos públicos.
Com 3500 contos (17.500 euros) o actual administrador da Caixa Geral de Depósitos e licenciado pela Universidade Independente tornou-se dono, em 1998, de 13.700 m2 situados junto a Fazendas de Cortiços, a três quilómetros de Montemor-o-Novo. Em Março de 1999 requereu à câmara o licenciamento da ampliação e alteração da velha casa ali existente.
Onde a história perde a banalidade é quando se vê quem projectou e construiu a moradia. O projecto de arquitectura tem o nome de Ana Morais.
O alvará da empresa que fez a casa diz que a mesma dá pelo nome de Constrope. A arquitecta Ana Morais era à época casada com António José Morais, o então director do GEPI, que fora assessor de Armando Vara entre Novembro de 1995 e Março de 1996.
Nessa altura, recorde-se, foi nomeado director do GEPI por Armando Vara - cargo em que se manteve até Junho de 2002 - e era professor de quatro das cinco disciplinas que deram a José Sócrates o título de licenciado em Engenharia pela UnI.
A Constrope era uma firma de construção civil sediada em Belmonte, que também trabalhava para o GEPI e tinha entre os seus responsáveis um empresário da Covilhã, Carlos Manuel Santos Silva, então administrador da Conegil - uma empresa do grupo HLC que veio a falir e à qual o GEPI adjudicou dezenas de obras no tempo de Morais."
in portadaloja - post de José

sábado, março 26, 2011

Sugestão de leitura


No sempre interessante blog portadaloja, mais um post do José que merece uma atenta leitura:

segunda-feira, março 14, 2011

Face oculta - os boys vão ter de explicar tudo aos Meretíssimos

Face Oculta: todos os arguidos vão a julgamento


O juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal Carlos Alexandre decidiu hoje que todos os 36 arguidos do processo Face Oculta vão a julgamento.

No âmbito deste processo foram acusadas 34 pessoas e duas empresas num caso que está relacionado com alegados casos de corrupção e outros crimes económicos de um grupo empresarial de Ovar que integra a O2-Tratamento e Limpezas Ambientais, a que está ligado Manuel Godinho, o único arguido que esteve em prisão preventiva.

Entre os arguidos estão ainda Armando Vara, ex-administrador do banco Millenium BCP acusado de três crimes de tráfico de influências, e José Penedos, ex-presidente da REN (Redes Energéticas Nacionais), acusado de dois crimes de corrupção e dois de participação económica em negócio e o seu filho Paulo Penedos.

O sucateiro Manuel Godinho foi libertado no dia 28 de Fevereiro, altura em que expirou o prazo de um ano e quatro meses da sua prisão preventiva.

O juiz Carlos Alexandre decidiu confirmar todos os actos praticados pelo juiz de instrução de Aveiro, depois de parte dos arguidos terem alegado que a Comarca do Baixo Vouga, onde correu o processo até à fase de acusação, era incompetente para investigar o caso.

“Não existem assim, quaisquer actos a anular, entre os actos que foram praticados pelo juiz de instrução crimninal de Aveiro, pois todos teriam igualmente sido praticados por mim, neste TCIC, na mesma forma e com os mesmos fundamentos”, escreveu Carlos Alexandre, dando assim parcialmente razão ao procurador que acompanhou o processo na fase de instrução, que correu já no TCIC, em Lisboa. Na altura das alegações finais, o procurador João Melo defendeu que não havia incompetência da Comarca do Baixo Vouga, mas sustentou que admitindo que ela existia o juiz Carlos Alexandre poderia confirmar os actos praticados pelo tribunal em Aveiro.

domingo, fevereiro 27, 2011

O Triunfo dos Porcos e da sua Vara

(imagem daqui)

Outro dia foi um tal de Armando Vara que teve direito de passar à frente de todos num Centro de Saúde - ontem foi um tal de Alberto Martins (dizem que é ministro...) que fez isto:

Esta gente tem andado a ler O Triunfo dos Porcos (todos os animais são iguais mas uns são mais do que outros) e, a partir de hoje, quem pertencer à vara (de porcos...) correcta pode fazer o que lhe apetecer - o resto dos comuns viventes passam a ser conhecidos como mexilhão...

E há ainda que referir que a famosa árvore das patacas, ao contrário da mirrada economia autóctone, revela-se ainda pujante para os eleitos da vara socrática.

sábado, fevereiro 19, 2011

O mundo ao contrário (e Portugal por baixo...)

(imagem daqui)
 
Tudo normal na frente ocidental

Um primeiro-ministro a fazer oposição à oposição…
…que é um mimo de boa educação…
…e tem amigos que são uma doçura.
Um Governo caloteiro…
…e especialista em trapalhadas.
Uma administração pública eficiente.
E até um palerma que anda ao colo do Estado mas é mal agradecido
Não há pois motivo para nos preocuparmos com “os mercados”. Eles são mesmo o menor dos nossos problemas. O que nos salva é que ainda há milagres.
É pena é serem na China.

in Blasfémias - post de jmf

sábado, janeiro 15, 2011

Um jornalista apresenta contas

Um artigo nada suave de Mário Crespo, que recebi por mail:

José Sócrates em 2001 prometeu que não ia aumentar os impostos. E aumentou. Deve-me dinheiro.
António Mexia da EDP comprou uma sinecura para Manuel Pinho em Nova Iorque. Deve-me o dinheiro da sinecura de Pinho. E dos três milhões de bónus que recebeu. E da taxa da RTP na conta da luz. Deve-me a mim e a Francisco C. que perdeu este mês um dos quatro empregos de uma loja de ferragens na Ajuda onde eu ia e que fechou. E perderam-se quatro empregos. Por causa dos bónus de Mexia. E da sinecura de Pinho. E das taxas da RTP.
Aníbal Cavaco Silva e a família devem-me dinheiro. Pelas acções da SLN que tiveram um lucro pago pelo BPN de 147,5 %. Num ano.
Manuel Dias Loureiro deve-me dinheiro. Porque comprou por milhões coisas que desapareceram na SLN e o BPN pagou depois. E eu pago pelo BPN agora. Logo, eu pago as compras de Dias Loureiro. E pago pelos 147,5 das acções dos Silva.

Cavaco Silva deve-me muito dinheiro. Por ter acabado com a minha frota pesqueira em Peniche e Sesimbra e Lagos e Tavira e Viana do Castelo. Antes, à noite, viam-se milhares de luzes de traineiras. Agora, no escuro, eu como a Pescanova que chega de Vigo. Por isso Cavaco deve-me mais robalos do que Godinho alguma vez deu a Vara. Deve-me por ter vendido a ponte que Salazar me deixou e que eu agora pago à Mota Engil.

António Guterres deve-me dinheiro porque vendeu a EDP. E agora a EDP compra cursos em Nova Iorque para Manuel Pinho. E cobra a electricidade mais cara da Europa. Porque inclui a taxa da RTP para os ordenados e bónus da RTP. E para o bónus de Mexia. A PT deve-me dinheiro. Porque não paga impostos sobre tudo o que ganha. E eu pago. Eu e a D. Isabel que vive na Cova da Moura e limpa três escritórios pelo mínimo dos ordenados. E paga Impostos sobre tudo o que ganha. E ficou sem abonos de família. E a PT não paga os impostos que deve e tenta comprar a estação de TV que diz mal do Primeiro-ministro.

Rui Pedro Soares da PT deve-me o dinheiro que usou para pagar a Figo o ménage com Sócrates nas eleições. E o que gastou a comprar a TVI.
Mário Lino deve-me pelos lixos e robalos de Godinho. E pelo que pagou pelos estudos de aeroportos onde não se vai voar. E de comboios em que não se vai andar. E pelas pontes que projectou e que nunca ligarão nada.
Teixeira dos Santos deve-me dinheiro porque em 2008 me disse que as contas do Estado estavam sãs. E estavam doentes. Muito. E não há cura para as contas deste Estado. Os jornalistas que têm casas da Câmara devem-me o dinheiro das rendas. E os arquitectos também. E os médicos e todos aqueles que deviam pagar rendas e prestações e vivem em casas da Câmara, devem-me dinheiro.
Os que construíram dez estádios de futebol devem-me o custo de dez estádios de futebol. Os que não trabalham porque não querem e recebem subsídios porque querem, devem-me dinheiro. Devem-me tanto como os que não pagam renda de casa e deviam pagar.
Jornalistas, médicos, economistas, advogados e arquitectos deviam ter vergonha na cara e pagar rendas de casa. Porque o resto do país paga. E eles não pagam. E não têm vergonha de me dever dinheiro. Nem eles nem Pedro Silva Pereira que deve dinheiro à natureza pela alteração da Zona de Protecção Especial de Alcochete. Porque o Freeport foi feito à custa de robalos e matou flamingos. E agora para pagar o que devem aos flamingos e ao país vão vendendo Portugal aos chineses. Mas eles não nos dão robalos suficientes apesar de nos termos esquecido de Tien Amen e da Birmânia e do Prémio Nobel e do Google censurado. Apesar de censurarmos, também, a manifestação da Amnistia, não nos dão robalos. Ensinam-nos a pescar dando-nos dinheiro a conta gotas para ir a uma loja chinesa comprar canas de pesca e isco de plástico e tentar a sorte com tainhas. À borda do Tejo. Mas pesca-se pouca tainha porque o Tejo vem sujo. De Alcochete. Por isso devem-me dinheiro. A mim e aos 600 mil que ficaram desempregados e aos 600 mil que ainda vão ficar sem trabalho. E à D. Isabel que vai a esta hora da noite ou do dia na limpeza de mais um escritório. Normalmente limpa três. E duas vezes por semana vai ao Banco Alimentar. E se está perto vai a um refeitório das Misericórdias. À Sexta come muito. Porque Sábado e Domingo estão fechados. E quando está doente vai para o centro de saúde às 4 da manhã. E limpa menos um escritório. E nessa altura ganha menos que o ordenado mínimo. Por isso devem-nos muito dinheiro. E não adianta contratar o Cobrador do Fraque. Eles não têm vergonha nenhuma. Vai ser preciso mais para pagarem.. Muito mais. Já.

Penthouse, Novembro de 2010 Mário Crespo (in portadaloja)

quinta-feira, outubro 28, 2010

A ética republicana e socialista - versão peixe podre do PS

Polícia
Armando Vara acusado de três crimes de tráfico de influências

Armando Vara foi acusado de três crimes de tráfico de influência no âmbito do caso "Face oculta". Penedos, pai e filho, também acusados de crimes neste processo.


O ex-administrador do BCP é acusado de beneficiar o empresário Manuel Godinho. Segundo a acusação revelada hoje, quinta-feira, pelo Departamento de Investigação e Acção penal de Aveiro, "Armando Vara teria recebido 25 mil euros em 20 de Junho de 2009, das mãos de Manuel Godinho, na casa deste sucateiro, no Furadouro, em Ovar", diz o Expresso.

José Penedos, então presidente da Rede Eléctrica Nacional (REN), está acusado de dois crimes de corrupção passiva e dois delitos de participação económica em negócio.

Paulo Penedos, advogado e filho do ex-presidente da REN, foi acusado de um crime de tráfico de influência, confirmou o advogado do arguido.

Ricardo Sá Fernandes adiantou à agência Lusa que o seu constituinte lhe comunicou ter sido notificado pela Comarca do Baixo Vouga, em Aveiro, daquela acusação.

Duas empresas visadas e 34 arguidos

O processo ficou anteontem concluído e na acusação do Ministério Público da Comarca do Baixo-Vouga foram incluídos 34 arguidos e ainda duas empresas. Vão responder por crimes de associação criminosa, corrupção activa e passiva, tráfico de influências, burla agravada, furto qualificado, participação económica em negócio, corrupção activa e passiva no sector privado, falsificação de notação técnica e perturbação de arrematações.

Também no rol dos acusados estão vários administradores de empresas de capital público que efectuaram negócios com Godinho, em que o erário público terá ficado a perder. Fonte ligada ao processo explicou ao JN que o julgamento pode realizar-se em Lisboa, local da sede de empresas públicas lesadas.

in JN - ler notícia

sábado, setembro 18, 2010

Esta é a ditosa minha pátria amada


À semelhança do Grande Líder, o país vai crescendo em oportunismo e minguando em saber - até quando?

Expresso, 18 de Setembro de 2010, 1ª página (via A Educação do meu Umbigo)

sábado, março 27, 2010

Sta 'nfronte a te!


O Sol, de hoje, 26-3-2010, traz várias reportagens muito interessantes:

  1. «Conversas em código: O Sol revela uma das 12 conversas entre José Sócrates e Armando Vara, interceptadas no caso Face Oculta. Data de 6 de Agosto passado: falam de forma cifrada, de algo que já devia ter sido feito por Rui Pedro Soares» - Ana Paula Azevedo e Felícia Cabrita

  2. «O que disseram Sócrates e Vara» em 6 de Agosto de 2009 - Ana Paula Azevedo e Felícia Cabrita

  3. «Temos dois anos para fazer dinheiro: Procurador de Aveiro confrontou o arguido Paiva Nunes, gestor da EDP, com telefonemas que referem um plano de obtenção rápida de negócios, tendo em conta que o novo Governo PS já não tem maioria absoluta» - Felícia Cabrita

  4. «O empresário que abre portas: Lopes Barreira, arguido no processo Face Oculta, move-se na área do PS. Foi um dos poucos protagonistas do 'caso JAE', nos anos 90 - José Manuel Moroso

  5. «PGR muda argumentos» - Luís Rosa
1. «Conversas em código» (link parcial do Sol
O Sol descreve o contexto deste alegado telefonema em código, a sua irrelevância determinada pelo procurador-geral da República e pelo presidente do Supremo Tribunal de Justiça que ainda terá dito que a gravação e indicação de passagens no relatório afecta nomeadamente «o direito fundamental à palavra e à audeterminação informacional». «Autodeterminação informacional» é realmente a chave deste caso do «plano governamental para o controlo dos meios de comunicação social».

2. «O que disseram Sócrates e Vara» em 6 de Agosto de 2009
Relativamente à alegada conversa de 6 de Agosto de 2010 entre Armando Vara e José Sócrates (alegadamente de férias em Menorca, nas Ilhas Baleares), com destaque para: «aqueles-exames-médicos que-eram-para-ser-feitos-no-dia-1, não-se-fizeram», «a clínica», «se-ele-percebeu-aquilo-que-ele-quis-dizer», «Tagus» e «o-que-é-que-aquilo-tem-a-ver-com-o-nome-que-ele-disse» e «foi-aquilo-que-se-pode-arranjar».

3. «Temos dois anos para fazer dinheiro»
Fica em evidência maior a frase: «Deixem-se de tretas porque a gente não tem muito tempo para ganhar dinheiro». Parece que eram dois anos...

4. «O empresário que abre portas»
Uma notável reportagem de José Manuel Moroso sobre o «grupo transmontano», a qual fica para a história, como aquela do independente sobre o «grupo da sueca». Não sei se este é o da bisca. Mas ao contrário do outro, os laços indicados são mais de local de nascimento e familiares: Sócrates, Vara, Barreira, Paiva Nunes (marido de uma prima de Sócrates) José Penedos, Mota Andrade, João Cordeiro (da ANF), além do esporádico Jorge Coelho. O jornalista indica ainda que o Dr. Antero Luís, director do SIS, é alegadamente «da mesma aldeia de Vara» e «seu primo». É assim que se percebe que Paiva Nunes é marido de uma prima de Sócrates. Note-se que laços de parentesco, de origem ou de convívio nada significam, por si, de suspeito.

5. «PGR muda argumentos»
Para negar a entrega dos seus despachos ao Parlamento, o procurador-geral já não fala na existência de escutas nos seus despachos, mas no argumento de que os seus despachos estão «interconectados» e ainda «interligados »com o processo face Oculta.

in Blog Do Portugal Profundo - post de António Balbino Caldeira

Opera bufa

Isto já atingiu as raias da comédia de maus costumes. Uma ópera bufa em que os actores mais notáveis têm sido aplaudidos pelos espectadores das primeiras filas e pelos encenadores mais empenhados.

Esta autêntica pouca-vergonha em que se transformou o Governo do país, e o seu primeiro-ministro, revela-se nesta linguagem tragicómica porque reveladora dos bastidores da comédia de enganos.

Ninguém parece interessado em lhe pôr cobro, enquanto dura o intermezzo.

Sol:

Numa conversa telefónica interceptada pelos investigadores do processo Face Oculta, a 6 de Agosto de 2009, já depois de Armando Vara saber que estaria sob escuta, José Sócrates e Vara falam numa estranha linguagem cifrada. O SOL reproduz a conversa.

6 de Agosto de 2009: o primeiro-ministro estava de férias em Espanha, na ilha Menorca. Às 11h46, Armando Vara recebe um telefonema de um indivíduo com sotaque brasileiro, que se identifica como ‘Carlos’ e lhe diz que tem ali «uma pessoa que lhe quer falar».

Vara não quer conversas por aquele número e pergunta-lhe se não tem outro telefone, ao que Carlos responde que sim, mas que «está no quarto».

Dois minutos depois, é Vara quem liga. Carlos atende e passa o telefone ao primeiro-ministro. Sócrates diz a Armando Vara que «aqueles exames médicos, que eram para ser feitos no dia 1, não se fizeram», ele que veja «com a clínica».

Armando Vara mostra-se aborrecido e diz que lhe tinham confirmado tudo. Sócrates comenta que «aquela gente é assim» e Vara aponta o responsável: «É o Rui… e agora teve bebé…» [referência a Rui Pedro Soares, administrador executivo da PT e vogal da Tagusparque].

O vice-presidente do BCP promete que vai ligar a Rui Pedro Soares e que já lhe diz «alguma coisa». Sócrates pergunta «se ele percebeu aquilo que ele quis dizer» e Vara confirma que já entendeu: «não aconteceu nada» do que estava previsto. Sócrates insiste: «não aconteceu nada» e Vara «tinha dito que os exames…». Este reafirma «que lhe disseram que sim, que estivesse descansado»

O primeiro-ministro pergunta então, referindo-se aos «exames», «o que é que aquilo tem a ver com o nome que ele disse». Vara responde que «é Tagus» – ao que Sócrates comenta que «não sabe se isso é bom». «Foi aquilo que conseguiu arranjar», diz Vara.

«O gajo fala muito, fala muito» – comenta Sócrates. Armando Vara diz que «não lhe deu nenhuma indicação de coisa nenhuma». Sócrates diz que «o outro fala muito e fala pouco» – Armando Vara que veja isso.

in Blog portadaloja - post de José

domingo, dezembro 06, 2009

Curiosamente, também

NO DIA 25 de Junho - curiosamente um dia depois de Sócrates ter dito no Parlamento desconhecer o negócio PT/TVI - vários suspeitos do processo «Face Oculta» trocaram de telemóveis. E fizeram-no porque foram avisados de que estavam a ser escutados.

(...)

José Sócrates também trocou de telemóvel no mesmo dia em que Armando Vara e outros arguidos do processo ‘Face Oculta’ mudaram de aparelho. Entretanto, confirmando a notícia da última edição do SOL, o DIAP de Coimbra abriu inquérito a esta estranha coincidência de trocas de telemóvel.



in Sol

Música a propósito do post anterior


Um elucidativo texto de MST

Sócrates interceptado nas escutas


As más companhias
Miguel Sousa Tavares

Pode ser que me engane, mas o potencial de danos que Armando Vara pode vir a causar a José Sócrates é bem maior do que todos os outros casos ou pretensos casos que tanto desgastaram a imagem do primeiro-ministro e tão decisivamente contribuíram para a perda da maioria absoluta do PS. Armando Vara (e não a 'Face Oculta') tem a capacidade de, por si só, arrastar Sócrates para a queda num poço de que se desconhece a profundidade. Há amizades que matam, quando se misturam com outras coisas que não são misturáveis. Foi José Sócrates quem, em nome da amizade (porque competência ou qualificação para o cargo ninguém a conhecia, nem ele), fez de Armando Vara administrador do banco do Estado, três dias depois de este ter adquirido uma espécie de licenciatura naquela espécie de Universidade entretanto extinta - e porque uma licenciatura era recomendável para o cargo. E foi José Sócrates quem, indisfarçadamente, promoveu a transferência de Santos Ferreira e Vara da Caixa para o BCP, numa curiosíssima operação de partidarização do maior banco privado português, sobre as ruínas fumegantes do escândalo em que tinha acabado o case study da sua gestão 'civil'.

Manda a verdade que se diga, porém, que estes dois golpes de audácia de José Sócrates em abono de um amigo e compagnon de route político foram devidamente medidos: aparentemente, Sócrates contava com o silêncio e aceitação cúmplice com que toda a classe empresarial e financeira recebeu a meteórica ascensão de Armando Vara aos céus da banca e o take-over do PS sobre o BCP, como se de coisa naturalíssima se tratasse. O escândalo não ultrapassou as fronteiras da opinião pública, de modo a perturbar o núcleo duro do regime. E isso foi um primeiro sinal do nível de promiscuidade aceite entre o político e o económico a que estamos agora a assistir. E, em silêncio sempre, toda a classe empresarial clientelar foi assistindo a uma série de notícias perturbadoras sobre operações bancárias a favor de algumas empresas ou investidores que, por acaso certamente, pertencem ao tal núcleo duro do regime, que goza do favor político da actual maioria. Sempre escrevi aqui que, em minha opinião, o problema do PS não é o que ele deixa de fazer em benefício dos pobres, mas o que faz e consente em benefício dos potentados. O fascínio com o grande capital e os grandes negócios (inspirados, promovidos ou pagos pelo Estado) é a perdição do PS. Aos poucos, este PS tem vindo a copiar o modelo de gestão introduzido por Alberto João Jardim na Madeira: negócios privados com oportunidades e dinheiros públicos, em troca da solidariedade política para com o Governo. Um capitalismo batoteiro, com chancela 'social' e disfarce de 'interesse público'.

Neste clima de facilitismo instalado, já ninguém se espanta com as sucessivas e tremendas notícias sobre o estado de gestão do 'interesse público'. Já não espanta descobrir que nenhuma das contrapartidas da ruinosa e inútil aquisição dos submarinos tenha sido executada e que a sua execução nem sequer esteja devidamente salvaguardada no contrato assinado pelo Estado português. Não espanta que a Grão-Pará (uma empresa que não existiria sem os sucessivos favores do Estado, incluindo do ex-ministro e ex-socialista Pina Moura), possa, finalmente e com o beneplácito do Supremo Tribunal Administrativo, construir, e em grande, na zona de construção proibida do Parque Natural Sintra-Cascais. Não espanta que, antes mesmo de lançadas ou terminadas as obras, as últimas seis concessões de auto-estradas já tenham ultrapassado em 40% o valor das estimativas do Governo - num impressionante 'deslize' de 1110 milhões de euros. Não espanta que o Tribunal de Contas chumbe duas das adjudicações porque as condições em que elas foram outorgadas não são as mesmas do concurso público, mas substancialmente mais gravosas para o Estado. E não espanta que o presidente das Estradas de Portugal venha afirmar que se trata apenas de "interpretações jurídicas" diversas e que a suspensão das empreitadas irá pôr em causa postos de trabalho (um 'argumento' mágico que vale para justificar todas as tropelias cometidas nos últimos anos, em matéria de urbanismo e obras públicas). E não espantará ninguém que, como aqui escrevi a semana passada, em breve se descubra que, antes mesmo de iniciadas as obras, já o TGV e o aeroporto de Alcochete 'derraparam' 20 ou 30% sobre o seu custo anunciado. E, se se conseguir penetrar a meticulosa teia de 'pareceres' técnicos, estudos, cláusulas ocultas dos contratos, arbitragens sempre desfavoráveis ao Estado, se formos tentar descobrir como, porquê e a favor de quem é que não há uma obra pública que cumpra o orçamento, encontraremos sempre mais do mesmo - os mesmos processos, os mesmos truques, as mesmas empresas, os mesmos 'facilitadores' de negócios no papel de go between entre o 'interesse público' e os negócios privados. Isto, num país onde o défice das contas do Estado chegou aos 8% e a dívida pública aos 80% do PIB e o extermínio fiscal sobre os que pagam impostos se tornou insustentável. O ar está a ficar irrespirável.

Como se tudo isto não fosse já alarmante, eis que a justiça implodiu de vez e à vista de todos, em sucessivas cenas lamentáveis na praça pública. A coisa ficou tão anárquica que já se tornou normal ver os jornalistas irem pedir opiniões sobre os casos mediáticos pendentes aos sindicatos dos juízes e do Ministério Público! Não fosse a PJ (única entidade da justiça que ainda merece algum crédito) e um seu investigador de Aveiro, e a 'Face Oculta' nunca teria conhecido a luz do dia ou teria logo patinado. Mas, como os maus hábitos nunca se perdem, eis que tudo já entrou na normalidade, com as escandalosamente normais fugas do segredo de justiça a invadirem a imprensa, tratando de sabotar alegremente uma investigação até aqui conduzida num exemplar silêncio e profissionalismo. E já só pode dar vontade de rir (ou de chorar!) assistir ao espectáculo único de ver os dois mais altos magistrados do país - o presidente do Supremo e o PGR - trocando galhardetes de antiga amizade fundada em rivalidades sindicais, empurrando um para o outro as malditas escutas entre Armando Vara e José Sócrates. Seja qual for o conteúdo de tão sensível material, e mesmo que jamais o venhamos a saber, eles conseguiram já o pior de todos os resultados: instalar uma suspeita mortal sobre o primeiro-ministro e o funcionamento da própria justiça, que não tem reparação possível. É, de facto, notável que o único cidadão deste país que não entende que há coisas que não podem esperar dois meses ou até oito dias para serem reveladas, seja o cidadão que ocupa o lugar de procurador-geral da República! Realmente, o lugar parece estar amaldiçoado e desde há muito.

Junte-se então um governo cujo primeiro-ministro é dado a companhias comprometedoras, um sistema em que se fundem e confundem o político e o económico, o público e o privado, uma justiça que verdadeiramente se tornou cega e surda, mas não muda, um Presidente da República que se desautorizou a si próprio no pior momento, e um país onde as noções de interesse público e serviço público já quase se perderam por completo sem vergonha alguma, e tudo isto começa já a cheirar indisfarçadamente mal. Cheira a fim de regime e só os loucos ou os extremistas é que podem achar isso uma boa perspectiva para o futuro.

Texto publicado na edição do Expresso de 14 de Novembro de 2009

sábado, novembro 14, 2009

Fartar vilanagem...


(imagem daqui)

Recebido por correio electrónico:

Um grande empresário português marca uma audiência com José Sócrates, na Residência Oficial do Primeiro-Ministro.
Enquanto aguarda, encontra Armando Vara que o recebe com muitos abraços.
Quando é recebido pelo Primeiro-Ministro, sente falta da carteira e resolve abordar o assunto com o PM:
- Não sei como lhe hei-de dizer, Senhor Primeiro-Ministro, mas a minha carteira acabou de desaparecer!

E continuou:
- Tenho a certeza de que estava com ela ao entrar na sala de espera.
Tive o cuidado de a guardar bem, após apresentar o BI ao segurança.
Não quero fazer nenhuma insinuação, mas a única pessoa com quem estive depois disso foi o Dr. Armando Vara, que está aqui na sala de espera ao lado.

O Primeiro-Ministro retira-se do gabinete. Pouco tempo depois, regressa com a carteira na mão.
Reconhecendo a sua carteira, o empresário comenta:
- Espero não ter causado nenhum problema pessoal entre o Senhor Primeiro-Ministro e o Dr. Armando Vara.
Ao que José Sócrates responde:
- Não se preocupe! Ele nem percebeu!...

Nisto, nas anedotas instantâneas e oportunas, não há quem nos bata. Mas não tiramos as devidas ilações que as mesmas comportam...

in Blog portadaloja - post de José

terça-feira, novembro 10, 2009

Português Técnico

No Blog De Rerum Natura li um delicioso texto (de um engenheiro verdadeiro, de seu nome Norberto Pires) de que gostaria de partilhar com os nossos amigos e leitores um excerto:

Parece que a "Face Oculta" está para durar. Mas não era sobre isso que queria falar. Queria só que jogassem comigo ao "descubra os erros".

Armando Vara enviou um carta ao conselho superior de supervisão do BCP pedindo "suspenção"/suspensão dos seus mandatos no banco. Mas teve o cuidado de dizer: é uma "suspenção"/suspensão e não uma "renuncia"/renúncia, pois isso poderia ser interpretado como "assumpção"/assunção* de culpa.

Veja a carta aqui e descubra os erros de ortografia do administrador do BCP que pelos vistos também suspendeu o Português.

:-(

É a vida.


*assumpção é uma variante de assunção

(clicar para aumentar)

Assim sendo, continuo a não perceber porque fecharam a Universidade Independente - uma prestigiada instituição que diplomou Armando Vara (licenciatura no Curso de Relações Internacionais) ou José Sócrates (licenciatura em Engenharia Civil) e que tão bom ensino de línguas fazia (basta ver o Inglês Técnico do nosso PM e o português escorreito de Vara...) merecia melhor sorte...



PS - li, há pouco, que o ilustre Presidente do Supremo Tribunal de Justiça do nosso país irá declarar nulas as escutas às conversas (de amigo...) entre Armando Vara e José Sócrates - tudo está bem quando tudo acaba bem...

ADENDA - Para perceberem a que ponto isto chegou, eis um naco saboroso do que o blogger José, Procurador do Ministério Público, colocou no seu Blog portadaloja:
O nível de garantias e de imunidades práticas que esta cambada política arranjou para si mesma, atinge as raias do escândalo, mas um dia destes as pessoas em geral e que votaram em maioria, irão aperceber-se do logro e darão pela aldrabice.

Nem em Itália, Berlusconi, arranjou tantas garantias de impunidade. Nem em Itália!

domingo, novembro 08, 2009

Música para Vara, Sócrates & Associados

Uma canção dos Xutos & Pontapés, aqui na versão dos Clã, para dedicar às mãos limpas e face oculta de alguns políticos:




Conta-me Histórias

Agora, que pousas a cabeça
na almofada e respiras satisfeito
quero o teu amor
sem sentido nem proveito

Agora que repousas
lentamente sigo a curva do teu peito
procuro o segredo, do teu cheiro
... do teu cheiro

Juntos fomos, correndo lado a lado
Juntos fomos, sofrendo ter amado
Amas a vida
e eu amo-te a ti

Conta-me histórias daquilo que eu não vi...
Conta-me histórias...
que eu não vi...

Logo juntas, a tua roupa
e dizes, que a vida está la fora
passou a minha hora...
passou a minha hora...
passou a minha hora...

Juntos fomos, correndo lado a lado
Juntos fomos, sofrendo ter amado...
Amas a vida
e eu amo-te a ti...

Conta-me histórias daquilo que eu não vi...
Conta-me histórias...
que eu não vi...
que eu não vi...
que eu não vi...
que eu não vi...

Uma democracia condicionada

socrates-e-vara-bonnie-and-clyde

Depois da destruição de documentos do processo dos Aterros Sanitários da Cova da Beira, depois de parada a investigação aos projectos arquitectónicos guardenses de um ilustre "engenheiro" (que, curiosamente, nunca fez um projecto assinado por amigos no concelho onde residia), depois de eliminada a Universidade Independente e os seus perturbadores papéis, depois de silenciadas as cabeças pensantes da TVI e do Público, depois de manietadas várias instituições (uma inglesa, a Serious Fraud Office, na dependência política do amigo Prime Minister Brown, outra portuguesa, com uma Procuradora sempre muito simpática e que tudo faz para nada fazer e ainda uma europeia, com o juiz amigo Lopes da Mota, escolhido a dedo para chefiar o Eurojust) que poderiam cooperar para deslindar o caso Freeport, agora vem nova mão amiga a preparar para limpar mais branco as conversas (quase cantares de amigo...) escutados por causa dos negócios do ex-sócio Armando Vara:


PS - será que em Portugal não temos direito a votar com base no conhecimento de todos os dados de carácter dos nossos políticos? Porque motivo votamos primeiro e só depois vêm os despedimentos, a crise, o deficit ou as trapalhadas de um político que, governando-nos, se vai governando e governando os seus amigos?