Mostrar mensagens com a etiqueta Banco Princesa Alice. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Banco Princesa Alice. Mostrar todas as mensagens

sábado, fevereiro 10, 2024

A princesa Alice do Mónaco nasceu há 166 anos

 

  
Maria Alice Heine (Nova Orleães, 10 de fevereiro de 1858Paris, 22 de dezembro de 1925), por vezes referida simplesmente como Alice Heine, foi a segunda esposa de Alberto I, Príncipe de Mónaco, o trisavô do atual Príncipe de Mónaco, Alberto II.
Tendo usado os títulos de Princesa de Mónaco e de Duquesa de Richelieu, foi um influente membro da alta sociedade no final do século XIX e no início do século XX. Marcel Proust usou-a como inspiração para a figura da princesa de Luxemburgo na sua obra Em Busca do Tempo Perdido.
 
Biografia
Maria Alice Heine nasceu no nº 900 da Rue Royale, no Bairro Francês (French Quarter em inglês, Vieux Carré em francês) de Nova Orleães, Louisiana, nos Estados Unidos. Era filha de pais judeus, de origem alemã. O pai, Michael Heine, era o líder de uma proeminente família de banqueiros de Berlim e Paris, e sobrinho do poeta Heinrich Heine. Tinha emigrado da Alemanha para Paris em 1840, e partido para Nova Orleães em 1843, onde tinha casado e instalado como banqueiro e construtor civil de sucesso. A sua mãe, Amelie Miltenberger, era filha de um arquiteto cuja família tinha construído três grandes mansões interligadas na Rue Royale.
Devido à Guerra Civil Americana, a família Heine resolveu regressar a França, onde a beleza e riqueza da jovem herdeira a transformaram num dos pontos de interesse da alta sociedade parisiense. A&M Heine, a firma da sua família, ajudou a financiar o imperador Napoleão III no esforço de guerra contra a Prússia, na Guerra Franco-Prussiana de 1870-1871.
Depois de se converter ao catolicismo, Alice casou-se, a 27 de fevereiro de 1875, com Jean-Marie Odet Armand Chapelle, marquês de Jumilhac e 7º duque de Richelieu. Este casamento gerou um filho, Armand Chapelle, que, com a morte do seu pai (a 28 de junho de 1880), foi o 8º e último duque de Richelieu. Com apenas vinte e um anos, Alice passou a ser a duquesa viúva de Richelieu.
A 30 de outubro de 1889, Alice Heine casou-se com Alberto I, Príncipe do Mónaco, que teve o seu primeiro casamento, com Maria Vitória Hamilton, anulado alguns anos antes, em 1880. O casamento foi, a princípio, aparentemente feliz, com Alice, devido à sua experiência e aptidão natural para os negócios, assumindo um importante papel na gestão do Principado. O seu papel foi determinante para transformar o Mónaco num dos grandes centros culturais da época e para aumentar substancialmente a afluência de turistas.
O príncipe batizou dois dos seus navios de investigação em honra da princesa (o Princesse Alice e o Princesse Alice II). Descoberto durante uma das expedições de Albert I aos Açores, a bordo do Princesse Alice II, o grande banco existente ao sul da ilha do Pico foi batizado de Banco Princesa Alice.
Albert I era um devotado oceanógrafo, passando grande parte do seu tempo no mar. Durante as ausências do marido, Alice mostrou grande interesse pela cultura, em especial pela ópera. Conheceu e acabou por se enamorar por Isidore de Lara, um compositor e galã de origem britânica, então muito em voga na ópera monegasca. Em 1902 o romance foi descoberto pelo príncipe, que, à vista do público e em plena Salle Garnier, esbofeteou a princesa quando, na noite de 18 de fevereiro, se dirigiam para o camarote real, para assistir à estreia de Le Jongleur de Notre-Dame.
Albert I e a Pricesa Alice separaram-se, judicialmente, a 30 de maio de 1902, no Mónaco, e a 3 de junho de 1902, na França, mas nunca se divorciaram formalmente. Após o falecimento do príncipe, vinte anos mais tarde, Alice passou a usar o título de princesa viúva de Mónaco. Nunca mais voltou a casar.
  
    

(imagem daqui)

segunda-feira, junho 26, 2023

Alberto I, príncipe do Mónaco e oceanógrafo, morreu há cento e um anos...

   
Alberto I (Albert Honoré Charles Grimaldi) (Paris, 13 de novembro de 1848Paris, 26 de junho de 1922), também conhecido por Albert do Mónaco, foi príncipe reinante do Mónaco de 10 de setembro de 1889 a 26 de junho de 1922). Alberto I, notabilizou-se pelas pesquisas oceanográficas que empreendeu no Mediterrâneo, no Atlântico e no Ártico, tendo fundado o Museu Oceanográfico do Mónaco, uma instituição de referência em oceanografia, e diversas instituições ligadas à exploração dos oceanos. Foi um pioneiro na investigação científica do oceano profundo, de cujo labor resultaram diversos trabalhos de grande valor científico sobre a biologia e sistemática da fauna das zonas abissais. Realizou diversas campanhas nos Açores, a ele se devendo a descoberta do grande Banco Princesa Alice, a sul da ilha do Pico e da Fossa do Hirondelle, ambos nos Açores.
   
(...)
   
No decurso das suas expedições oceanográficas, Alberto I tornou-se um visitante assíduo dos Açores, estabelecendo relações estreitas com as comunidades piscatórias das ilhas. Desta relação resultou que o príncipe Alberto tivesse sido padrinho de batismo de várias crianças nas ilhas.
Algumas das mais antigas fotografias conhecidas da ilha do Corvo e dos seus habitantes foram feitas pelo príncipe e por membros das suas expedições. O mesmo acontece em relação à baleação açoriana, estudada e descrita pela primeira vez pelo príncipe.
Quando, no decurso de uma das suas expedições, o príncipe descobriu um grande banco a sul da ilha do Pico, que ele denominou Banco Princesa Alice, o nome do navio de investigação (e da esposa), Alberto I mandou publicar o facto nos jornais açorianos, ajudando depois na organização de expedições de reconhecimento por parte dos pescadores açorianos.
Em sinal de reconhecimento, quase todas as cidades e vilas piscatórias açorianas dedicaram uma rua ao príncipe monegasco. Em Ponta Delgada a grande alameda que liga o aeroporto à cidade denomina-se Avenida Príncipe do Mónaco e existe um busto do príncipe na Avenida Infante D. Henrique (marginal); em Angra do Heroísmo, uma das ruas do litoral citadino é a Rua Príncipe do Mónaco; na Horta, o importante observatório meteorológico, construído a instâncias de Aberto I, denomina-se Observatório Príncipe do Mónaco.
Na obra auto-biográfica de Alberto I, La Carrière d'un Navigateur, são múltiplas as referências aos Açores.
Esta relação com os Açores também se traduziu numa íntima amizade com El-Rei D. Carlos I de Portugal, o monarca português de então, o qual também visitou os Açores em 1901. Ambos partilhavam a paixão pelo mar e pela oceanografia.
      
      

sexta-feira, fevereiro 10, 2023

A princesa Alice do Mónaco nasceu há 165 anos

  
Maria Alice Heine (Nova Orleães, 10 de fevereiro de 1858Paris, 22 de dezembro de 1925), por vezes referida simplesmente como Alice Heine, foi a segunda esposa de Alberto I, Príncipe de Mónaco, o trisavô do atual Príncipe de Mónaco, Alberto II.
Tendo usado os títulos de Princesa de Mónaco e de Duquesa de Richelieu, foi um influente membro da alta sociedade no final do século XIX e no início do século XX. Marcel Proust usou-a como inspiração para a figura da princesa de Luxemburgo na sua obra Em Busca do Tempo Perdido.
 
Biografia
Maria Alice Heine nasceu no nº 900 da Rue Royale, no Bairro Francês (French Quarter em inglês, Vieux Carré em francês) de Nova Orleães, Louisiana, nos Estados Unidos. Era filha de pais judeus, de origem alemã. O pai, Michael Heine, era o líder de uma proeminente família de banqueiros de Berlim e Paris, e sobrinho do poeta Heinrich Heine. Tinha emigrado da Alemanha para Paris em 1840, e partido para Nova Orleães em 1843, onde tinha casado e instalado como banqueiro e construtor civil de sucesso. A sua mãe, Amelie Miltenberger, era filha de um arquiteto cuja família tinha construído três grandes mansões interligadas na Rue Royale.
Devido à Guerra Civil Americana, a família Heine resolveu regressar a França, onde a beleza e riqueza da jovem herdeira a transformaram num dos pontos de interesse da alta sociedade parisiense. A&M Heine, a firma da sua família, ajudou a financiar o imperador Napoleão III no esforço de guerra contra a Prússia, na Guerra Franco-Prussiana de 1870-1871.
Depois de se converter ao catolicismo, Alice casou-se, a 27 de fevereiro de 1875, com Jean-Marie Odet Armand Chapelle, marquês de Jumilhac e 7º duque de Richelieu. Este casamento gerou um filho, Armand Chapelle, que, com a morte do seu pai (a 28 de junho de 1880), foi o 8º e último duque de Richelieu. Com apenas vinte e um anos, Alice passou a ser a duquesa viúva de Richelieu.
A 30 de outubro de 1889, Alice Heine casou-se com Alberto I, Príncipe do Mónaco, que teve o seu primeiro casamento, com Maria Vitória Hamilton, anulado alguns anos antes, em 1880. O casamento foi, a princípio, aparentemente feliz, com Alice, devido à sua experiência e aptidão natural para os negócios, assumindo um importante papel na gestão do Principado. O seu papel foi determinante para transformar o Mónaco num dos grandes centros culturais da época e para aumentar substancialmente a afluência de turistas.
O príncipe batizou dois dos seus navios de investigação em honra da princesa (o Princesse Alice e o Princesse Alice II). Descoberto durante uma das expedições de Albert I aos Açores, a bordo do Princesse Alice II, o grande banco existente ao sul da ilha do Pico foi batizado de Banco Princesa Alice.
Albert I era um devotado oceanógrafo, passando grande parte do seu tempo no mar. Durante as ausências do marido, Alice mostrou grande interesse pela cultura, em especial pela ópera. Conheceu e acabou por se enamorar por Isidore de Lara, um compositor e galã de origem britânica, então muito em voga na ópera monegasca. Em 1902 o romance foi descoberto pelo príncipe, que, à vista do público e em plena Salle Garnier, esbofeteou a princesa quando, na noite de 18 de fevereiro, se dirigiam para o camarote real, para assistir à estreia de Le Jongleur de Notre-Dame.
Albert I e a Pricesa Alice separaram-se, judicialmente, a 30 de maio de 1902, no Mónaco, e a 3 de junho de 1902, na França, mas nunca se divorciaram formalmente. Após o falecimento do príncipe, vinte anos mais tarde, Alice passou a usar o título de princesa viúva de Mónaco. Nunca mais voltou a casar.
  
    

(imagem daqui)

domingo, junho 26, 2022

O Príncipe do Mónaco oceanógrafo, Alberto I, morreu há um século...

   
Alberto I (Albert Honoré Charles Grimaldi) (Paris, 13 de novembro de 1848Paris, 26 de junho de 1922), também conhecido por Albert do Mónaco, foi príncipe reinante do Mónaco de 10 de setembro de 1889 a 26 de junho de 1922). Alberto I, notabilizou-se pelas pesquisas oceanográficas que empreendeu no Mediterrâneo, no Atlântico e no Ártico, tendo fundado o Museu Oceanográfico do Mónaco, uma instituição de referência em oceanografia, e diversas instituições ligadas à exploração dos oceanos. Foi um pioneiro na investigação científica do oceano profundo, de cujo labor resultaram diversos trabalhos de grande valor científico sobre a biologia e sistemática da fauna das zonas abissais. Realizou diversas campanhas nos Açores, a ele se devendo a descoberta do grande Banco Princesa Alice, a sul da ilha do Pico e da Fossa do Hirondelle, ambos nos Açores.
   
(...)
   
No decurso das suas expedições oceanográficas, Alberto I tornou-se um visitante assíduo dos Açores, estabelecendo relações estreitas com as comunidades piscatórias das ilhas. Desta relação resultou que o príncipe Alberto tivesse sido padrinho de batismo de várias crianças nas ilhas.
Algumas das mais antigas fotografias conhecidas da ilha do Corvo e dos seus habitantes foram feitas pelo príncipe e por membros das suas expedições. O mesmo acontece em relação à baleação açoriana, estudada e descrita pela primeira vez pelo príncipe.
Quando, no decurso de uma das suas expedições, o príncipe descobriu um grande banco a sul da ilha do Pico, que ele denominou Banco Princesa Alice, o nome do navio de investigação (e da esposa), Alberto I mandou publicar o facto nos jornais açorianos, ajudando depois na organização de expedições de reconhecimento por parte dos pescadores açorianos.
Em sinal de reconhecimento, quase todas as cidades e vilas piscatórias açorianas dedicaram uma rua ao príncipe monegasco. Em Ponta Delgada a grande alameda que liga o aeroporto à cidade denomina-se Avenida Príncipe do Mónaco e existe um busto do príncipe na Avenida Infante D. Henrique (marginal); em Angra do Heroísmo, uma das ruas do litoral citadino é a Rua Príncipe do Mónaco; na Horta, o importante observatório meteorológico, construído a instâncias de Aberto I, denomina-se Observatório Príncipe do Mónaco.
Na obra auto-biográfica de Alberto I, La Carrière d'un Navigateur, são múltiplas as referências aos Açores.
Esta relação com os Açores também se traduziu numa íntima amizade com D. Carlos I de Portugal, o monarca português de então, o qual também visitou os Açores em 1901. Ambos partilhavam a paixão pelo mar e pela oceanografia.
      
      

quinta-feira, fevereiro 10, 2022

Alice do Mónaco nasceu há 164 anos

  
Maria Alice Heine (Nova Orleães, 10 de fevereiro de 1858Paris, 22 de dezembro de 1925), por vezes referida simplesmente como Alice Heine, foi a segunda esposa de Alberto I, Príncipe de Mónaco, o trisavô do atual Príncipe de Mónaco, Alberto II.
Tendo usado os títulos de Princesa de Mónaco e de Duquesa de Richelieu, foi um influente membro da alta sociedade no final do século XIX e no início do século XX. Marcel Proust usou-a como inspiração para a figura da princesa de Luxemburgo na sua obra Em Busca do Tempo Perdido.
 
Biografia
Maria Alice Heine nasceu no nº 900 da Rue Royale, no Bairro Francês (French Quarter em inglês, Vieux Carré em francês) de Nova Orleães, Louisiana, nos Estados Unidos. Era filha de pais judeus, de origem alemã. O pai, Michael Heine, era o líder de uma proeminente família de banqueiros de Berlim e Paris, e sobrinho do poeta Heinrich Heine. Tinha emigrado da Alemanha para Paris em 1840, e partido para Nova Orleães em 1843, onde tinha casado e instalado como banqueiro e construtor civil de sucesso. A sua mãe, Amelie Miltenberger, era filha de um arquiteto cuja família tinha construído três grandes mansões interligadas na Rue Royale.
Devido à Guerra Civil Americana, a família Heine resolveu regressar a França, onde a beleza e riqueza da jovem herdeira a transformaram num dos pontos de interesse da alta sociedade parisiense. A&M Heine, a firma da sua família, ajudou a financiar o imperador Napoleão III no esforço de guerra contra a Prússia, na Guerra Franco-Prussiana de 1870-1871.
Depois de se converter ao catolicismo, Alice casou-se, a 27 de fevereiro de 1875, com Jean-Marie Odet Armand Chapelle, marquês de Jumilhac e 7º duque de Richelieu. Este casamento gerou um filho, Armand Chapelle, que, com a morte do seu pai (a 28 de junho de 1880), foi o 8º e último duque de Richelieu. Com apenas vinte e um anos, Alice passou a ser a duquesa viúva de Richelieu.
A 30 de outubro de 1889, Alice Heine casou-se com Alberto I, Príncipe do Mónaco, que teve o seu primeiro casamento, com Maria Vitória Hamilton, anulado alguns anos antes, em 1880. O casamento foi, a princípio, aparentemente feliz, com Alice, devido à sua experiência e aptidão natural para os negócios, assumindo um importante papel na gestão do Principado. O seu papel foi determinante para transformar o Mónaco num dos grandes centros culturais da época e para aumentar substancialmente a afluência de turistas.
O príncipe batizou dois dos seus navios de investigação em honra da princesa (o Princesse Alice e o Princesse Alice II). Descoberto durante uma das expedições de Albert I aos Açores, a bordo do Princesse Alice II, o grande banco existente ao sul da ilha do Pico foi batizado de Banco Princesa Alice.
Albert I era um devotado oceanógrafo, passando grande parte do seu tempo no mar. Durante as ausências do marido, Alice mostrou grande interesse pela cultura, em especial pela ópera. Conheceu e acabou por se enamorar por Isidore de Lara, um compositor e galã de origem britânica, então muito em voga na ópera monegasca. Em 1902 o romance foi descoberto pelo príncipe, que, à vista do público e em plena Salle Garnier, esbofeteou a princesa quando, na noite de 18 de fevereiro, se dirigiam para o camarote real, para assistir à estreia de Le Jongleur de Notre-Dame.
Albert I e a Pricesa Alice separaram-se, judicialmente, a 30 de maio de 1902, no Mónaco, e a 3 de junho de 1902, na França, mas nunca se divorciaram formalmente. Após o falecimento do príncipe, vinte anos mais tarde, Alice passou a usar o título de princesa viúva de Mónaco. Nunca mais voltou a casar.
  
    

(imagem daqui)

sábado, junho 26, 2021

Alberto I, o Príncipe do Mónaco oceanógrafo, morreu há 99 anos

   
Alberto I (Albert Honoré Charles Grimaldi) (Paris, 13 de novembro de 1848Paris, 26 de junho de 1922), também conhecido por Albert do Mónaco, foi príncipe reinante do Mónaco de 10 de setembro de 1889 a 26 de junho de 1922). Alberto I, notabilizou-se pelas pesquisas oceanográficas que empreendeu no Mediterrâneo, no Atlântico e no Árctico, tendo fundado o Museu Oceanográfico do Mónaco, uma instituição de referência em oceanografia, e diversas instituições ligadas à exploração dos oceanos. Foi um pioneiro na investigação científica do oceano profundo, de cujo labor resultaram diversos trabalhos de grande valor científico sobre a biologia e sistemática da fauna das zonas abissais. Realizou diversas campanhas nos Açores, a ele se devendo a descoberta do grande Banco Princesa Alice, a sul da ilha do Pico e da Fossa do Hirondelle, ambos nos Açores.
   
(...)
   
No decurso das suas expedições oceanográficas, Alberto I tornou-se um visitante assíduo dos Açores, estabelecendo relações estreitas com as comunidades piscatórias das ilhas. Desta relação resultou que o príncipe Alberto tivesse sido padrinho de baptismo de várias crianças nas ilhas.
Algumas das mais antigas fotografias conhecidas da ilha do Corvo e dos seus habitantes foram feitas pelo príncipe e por membros das suas expedições. O mesmo acontece em relação à baleação açoriana, estudada e descrita pela primeira vez pelo príncipe.
Quando, no decurso de uma das suas expedições, o príncipe descobriu um grande banco a sul da ilha do Pico, que ele denominou Banco Princesse Alice, o nome do navio de investigação (e da esposa), Alberto I mandou publicar o facto nos jornais açorianos, ajudando depois na organização de expedições de reconhecimento por parte dos pescadores açorianos.
Em sinal de reconhecimento, quase todas as cidades e vilas piscatórias açorianas dedicaram uma rua ao príncipe monegasco. Em Ponta Delgada a grande alameda que liga o aeroporto à cidade denomina-se Avenida Príncipe do Mónaco e existe um busto do príncipe na Avenida Infante D. Henrique (marginal); em Angra do Heroísmo, uma das ruas do litoral citadino é a Rua Príncipe do Mónaco; na Horta, o importante observatório meteorológico, construído a instâncias de Aberto I, denomina-se Observatório Príncipe do Mónaco.
Na obra auto-biográfica de Alberto I, La Carrière d'un Navigateur, são múltiplas as referências aos Açores.
Esta relação com os Açores também se traduziu numa íntima amizade com D. Carlos I de Portugal, o monarca português de então, o qual também visitou os Açores em 1901. Ambos partilhavam a paixão pelo mar e pela oceanografia.
    
      

quarta-feira, fevereiro 10, 2021

Alice do Mónaco nasceu há 163 anos

  
Maria Alice Heine (Nova Orleães, 10 de fevereiro de 1858Paris, 22 de dezembro de 1925), por vezes referida simplesmente como Alice Heine, foi a segunda esposa de Alberto I, Príncipe de Mónaco, o trisavô do atual Príncipe de Mónaco, Alberto II.
Tendo usado os títulos de Princesa de Mónaco e de Duquesa de Richelieu, foi um influente membro da alta sociedade no final do século XIX e no início do século XX. Marcel Proust usou-a como inspiração para a figura da princesa de Luxemburgo na sua obra Em Busca do Tempo Perdido.
 
Biografia
Maria Alice Heine nasceu no nº 900 da Rue Royale, no Bairro Francês (French Quarter em inglês, Vieux Carré em francês) de Nova Orleães, Louisiana, nos Estados Unidos. Era filha de pais judeus, de origem alemã. O pai, Michael Heine, era o líder de uma proeminente família de banqueiros de Berlim e Paris, e sobrinho do poeta Heinrich Heine. Tinha emigrado da Alemanha para Paris em 1840, e partido para Nova Orleães em 1843, onde tinha casado e instalado como banqueiro e construtor civil de sucesso. A sua mãe, Amelie Miltenberger, era filha de um arquiteto cuja família tinha construído três grandes mansões interligadas na Rue Royale.
Devido à Guerra Civil Americana, a família Heine resolveu regressar a França, onde a beleza e riqueza da jovem herdeira a transformaram num dos pontos de interesse da alta sociedade parisiense. A&M Heine, a firma da sua família, ajudou a financiar o imperador Napoleão III no esforço de guerra contra a Prússia, na Guerra Franco-Prussiana de 1870-1871.
Depois de se converter ao catolicismo, Alice casou-se, a 27 de fevereiro de 1875, com Jean-Marie Odet Armand Chapelle, marquês de Jumilhac e 7º duque de Richelieu. Este casamento gerou um filho, Armand Chapelle, que, com a morte do seu pai (a 28 de junho de 1880), foi o 8º e último duque de Richelieu. Com apenas vinte e um anos, Alice passou a ser a duquesa viúva de Richelieu.
A 30 de outubro de 1889, Alice Heine casou-se com Alberto I, Príncipe do Mónaco, que teve o seu primeiro casamento, com Maria Vitória Hamilton, anulado alguns anos antes, em 1880. O casamento foi, a princípio, aparentemente feliz, com Alice, devido à sua experiência e aptidão natural para os negócios, assumindo um importante papel na gestão do Principado. O seu papel foi determinante para transformar o Mónaco num dos grandes centros culturais da época e para aumentar substancialmente a afluência de turistas.
O príncipe batizou dois dos seus navios de investigação em honra da princesa (o Princesse Alice e o Princesse Alice II). Descoberto durante uma das expedições de Albert I aos Açores, a bordo do Princesse Alice II, o grande banco existente ao sul da ilha do Pico foi batizado de Banco Princesa Alice.
Albert I era um devotado oceanógrafo, passando grande parte do seu tempo no mar. Durante as ausências do marido, Alice mostrou grande interesse pela cultura, em especial pela ópera. Conheceu e acabou por se enamorar por Isidore de Lara, um compositor e galã de origem britânica então muito em voga na ópera monegasca. Em 1902 o romance foi descoberto pelo príncipe, que, à vista do público e em plena Salle Garnier, esbofeteou a princesa quando, na noite de 18 de fevereiro, se dirigiam para o camarote real, para assistir à estreia de Le Jongleur de Notre-Dame.
Albert I e a Pricesa Alice separaram-se judicialmente a 30 de maio de 1902, no Mónaco, e a 3 de junho de 1902, na França, mas nunca se divorciaram formalmente. Após o falecimento do príncipe, vinte anos mais tarde, Alice passou a usar o título de princesa viúva de Mónaco. Nunca mais voltou a casar.
  
    

(imagem daqui)

sexta-feira, junho 26, 2020

Alberto I, oceanógrafo e Príncipe do Mónaco, morreu há 98 anos

   
Alberto I (Albert Honoré Charles Grimaldi) (Paris, 13 de novembro de 1848Paris, 26 de junho de 1922), também conhecido por Albert do Mónaco, foi príncipe reinante do Mónaco de 10 de setembro de 1889 a 26 de junho de 1922). Alberto I, notabilizou-se pelas pesquisas oceanográficas que empreendeu no Mediterrâneo, no Atlântico e no Árctico, tendo fundado o Museu Oceanográfico do Mónaco, uma instituição de referência em oceanografia, e diversas instituições ligadas à exploração dos oceanos. Foi um pioneiro na investigação científica do oceano profundo, de cujo labor resultaram diversos trabalhos de grande valor científico sobre a biologia e sistemática da fauna das zonas abissais. Realizou diversas campanhas nos Açores, a ele se devendo a descoberta do grande Banco Princesa Alice, a sul da ilha do Pico e da Fossa do Hirondelle, ambos nos Açores.
   
(...)
   
No decurso das suas expedições oceanográficas, Alberto I tornou-se um visitante assíduo dos Açores, estabelecendo relações estreitas com as comunidades piscatórias das ilhas. Desta relação resultou que o príncipe Alberto tivesse sido padrinho de baptismo de várias crianças nas ilhas.
Algumas das mais antigas fotografias conhecidas da ilha do Corvo e dos seus habitantes foram feitas pelo príncipe e por membros das suas expedições. O mesmo acontece em relação à baleação açoriana, estudada e descrita pela primeira vez pelo príncipe.
Quando, no decurso de uma das suas expedições, o príncipe descobriu um grande banco a sul da ilha do Pico, que ele denominou Banco Princesse Alice, o nome do navio de investigação (e da esposa), Alberto I mandou publicar o facto nos jornais açorianos, ajudando depois na organização de expedições de reconhecimento por parte dos pescadores açorianos.
Em sinal de reconhecimento, quase todas as cidades e vilas piscatórias açorianas dedicaram uma rua ao príncipe monegasco. Em Ponta Delgada a grande alameda que liga o aeroporto à cidade denomina-se Avenida Príncipe do Mónaco e existe um busto do príncipe na Avenida Infante D. Henrique (marginal); em Angra do Heroísmo, uma das ruas do litoral citadino é a Rua Príncipe do Mónaco; na Horta, o importante observatório meteorológico, construído a instâncias de Aberto I, denomina-se Observatório Príncipe do Mónaco.
Na obra auto-biográfica de Alberto I, La Carrière d'un Navigateur, são múltiplas as referências aos Açores.
Esta relação com os Açores também se traduziu numa íntima amizade com D. Carlos I de Portugal, o monarca português de então, o qual também visitou os Açores em 1901. Ambos partilhavam a paixão pelo mar e pela oceanografia.
   
      

quarta-feira, junho 26, 2019

O oceanógrafo e Príncipe do Mónaco, Alberto I, morreu há 97 anos

Alberto I (Albert Honoré Charles Grimaldi) (Paris, 13 de novembro de 1848Paris, 26 de junho de 1922), também conhecido por Albert do Mónaco, foi príncipe reinante do Mónaco de 10 de setembro de 1889 a 26 de junho de 1922). Alberto I, notabilizou-se pelas pesquisas oceanográficas que empreendeu no Mediterrâneo, no Atlântico e no Árctico, tendo fundado o Museu Oceanográfico do Mónaco, uma instituição de referência em oceanografia, e diversas instituições ligadas à exploração dos oceanos. Foi um pioneiro na investigação científica do oceano profundo, de cujo labor resultaram diversos trabalhos de grande valor científico sobre a biologia e sistemática da fauna das zonas abissais. Realizou diversas campanhas nos Açores, a ele se devendo a descoberta do grande Banco Princesa Alice, a sul da ilha do Pico e da Fossa do Hirondelle, ambos nos Açores.
(...)
No decurso das suas expedições oceanográficas, Alberto I tornou-se um visitante assíduo dos Açores, estabelecendo relações estreitas com as comunidades piscatórias das ilhas. Desta relação resultou que o príncipe Alberto tivesse sido padrinho de baptismo de várias crianças nas ilhas.
Algumas das mais antigas fotografias conhecidas da ilha do Corvo e dos seus habitantes foram feitas pelo príncipe e por membros das suas expedições. O mesmo acontece em relação à baleação açoriana, estudada e descrita pela primeira vez pelo príncipe.
Quando, no decurso de uma das suas expedições, o príncipe descobriu um grande banco a sul da ilha do Pico, que ele denominou Banco Princesse Alice, o nome do navio de investigação (e da esposa), Alberto I mandou publicar o facto nos jornais açorianos, ajudando depois na organização de expedições de reconhecimento por parte dos pescadores açorianos.
Em sinal de reconhecimento, quase todas as cidades e vilas piscatórias açorianas dedicaram uma rua ao príncipe monegasco. Em Ponta Delgada a grande alameda que liga o aeroporto à cidade denomina-se Avenida Príncipe do Mónaco e existe um busto do príncipe na Avenida Infante D. Henrique (marginal); em Angra do Heroísmo, uma das ruas do litoral citadino é a Rua Príncipe do Mónaco; na Horta, o importante observatório meteorológico, construído a instâncias de Aberto I, denomina-se Observatório Príncipe do Mónaco.
Na obra auto-biográfica de Alberto I, La Carrière d'un Navigateur, são múltiplas as referências aos Açores.
Esta relação com os Açores também se traduziu numa íntima amizade com D. Carlos I de Portugal, o monarca português de então, o qual também visitou os Açores em 1901. Ambos partilhavam a paixão pelo mar e pela oceanografia.

sábado, fevereiro 10, 2018

A princesa Alice do Mónaco nasceu há 160 anos

Maria Alice Heine (Nova Orleães, 10 de fevereiro de 1858Paris, 22 de dezembro de 1925), por vezes referida simplesmente como Alice Heine, foi a segunda esposa de Alberto I, Príncipe de Mónaco, o trisavô do atual Príncipe de Mónaco, Alberto II.
Tendo usado os títulos de Princesa de Mónaco e de Duquesa de Richelieu, foi um influente membro da alta sociedade no final do século XIX e no início do século XX. Marcel Proust usou-a como inspiração para a figura da princesa de Luxemburgo na sua obra Em Busca do Tempo Perdido.
 
Biografia
Maria Alice Heine nasceu no nº 900 da Rue Royale, no Bairro Francês (French Quarter em inglês, Vieux Carré em francês) de Nova Orleães, Louisiana, nos Estados Unidos. Era filha de pais judeus, de origem alemã. O pai, Michael Heine, era o líder de uma proeminente família de banqueiros de Berlim e Paris, e sobrinho do poeta Heinrich Heine. Tinha emigrado da Alemanha para Paris em 1840, e partido para Nova Orleães em 1843, onde tinha casado e instalado como banqueiro e construtor civil de sucesso. A sua mãe, Amelie Miltenberger, era filha de um arquiteto cuja família tinha construído três grandes mansões interligadas na Rue Royale.
Devido à Guerra Civil Americana, a família Heine resolveu regressar a França, onde a beleza e riqueza da jovem herdeira a transformaram num dos pontos de interesse da alta sociedade parisiense. A&M Heine, a firma da sua família, ajudou a financiar o imperador Napoleão III no esforço de guerra contra a Prússia, na Guerra Franco-Prussiana de 1870-1871.
Depois de se converter ao catolicismo, Alice casou-se, a 27 de fevereiro de 1875, com Jean-Marie Odet Armand Chapelle, marquês de Jumilhac e 7º duque de Richelieu. Este casamento gerou um filho, Armand Chapelle, que, com a morte do seu pai (a 28 de junho de 1880), foi o 8º e último duque de Richelieu. Com apenas vinte e um anos, Alice passou a ser a duquesa viúva de Richelieu.
A 30 de outubro de 1889, Alice Heine casou-se com Alberto I, Príncipe do Mónaco, que teve o seu primeiro casamento, com Maria Vitória Hamilton, anulado alguns anos antes, em 1880. O casamento foi, a princípio, aparentemente feliz, com Alice, devido à sua experiência e aptidão natural para os negócios, assumindo um importante papel na gestão do Principado. O seu papel foi determinante para transformar o Mónaco num dos grandes centros culturais da época e para aumentar substancialmente a afluência de turistas.
O príncipe batizou dois dos seus navios de investigação em honra da princesa (o Princesse Alice e o Princesse Alice II). Descoberto durante uma das expedições de Albert I aos Açores, a bordo do Princesse Alice II, o grande banco existente ao sul da ilha do Pico foi batizado de Banco Princesa Alice.
Albert I era um devotado oceanógrafo, passando grande parte do seu tempo no mar. Durante as ausências do marido, Alice mostrou grande interesse pela cultura, em especial pela ópera. Conheceu e acabou por se enamorar por Isidore de Lara, um compositor e galã de origem britânica então muito em voga na ópera monegasca. Em 1902 o romance foi descoberto pelo príncipe, que, à vista do público e em plena Salle Garnier, esbofeteou a princesa quando, na noite de 18 de fevereiro, se dirigiam para o camarote real, para assistir à estreia de Le Jongleur de Notre-Dame.
Albert I e a Pricesa Alice separaram-se judicialmente a 30 de maio de 1902, no Mónaco, e a 3 de junho de 1902, na França, mas nunca se divorciaram formalmente. Após o falecimento do príncipe, vinte anos mais tarde, Alice passou a usar o título de princesa viúva de Mónaco. Nunca mais voltou a casar.
  
  

(imagem daqui)

segunda-feira, junho 26, 2017

Alberto I, Príncipe de Mónaco, morreu há 95 anos

Alberto I (Paris, 13 de novembro de 1848 – Paris, 26 de junho de 1922) foi o Príncipe do Mónaco de 1889 até à sua morte. Era filho do príncipe Carlos III e da sua esposa Antonieta de Mérode.
Alberto notabilizou-se pelas pesquisas oceanográficas que empreendeu no Mediterrâneo, no Atlântico e no Árctico, tendo fundado o Museu Oceanográfico do Mónaco, uma instituição de referência em oceanografia, e diversas instituições ligadas à exploração dos oceanos. Foi um pioneiro na investigação científica do oceano profundo, de cujo labor resultaram diversos trabalhos de grande valor científico sobre a biologia e sistemática da fauna das zonas abissais. Realizou diversas campanhas nos Açores, a ele se devendo a descoberta do grande Banco Princesa Alice, a sul da ilha do Pico.
 
(imagem daqui)
 
(...)
 
Alberto I, Príncipe do Mónaco, observa a desmancha de uma baleia-piloto ao largo do Pico, Açores (1897)
 
No decurso das suas expedições oceanográficas, Alberto I tornou-se um visitante assíduo dos Açores, estabelecendo relações estreitas com as comunidades piscatórias das ilhas. Desta relação resultou que o príncipe Alberto tivesse sido padrinho de baptismo de várias crianças nas ilhas.
Algumas das mais antigas fotografias conhecidas da ilha do Corvo e dos seus habitantes foram feitas pelo príncipe e por membros das suas expedições. O mesmo acontece em relação à baleação açoriana, estudada e descrita pela primeira vez pelo príncipe.
Quando, no decurso de uma das suas expedições, o príncipe descobriu um grande banco a sul da ilha do Pico, que ele denominou Banco Princesse Alice, o nome do navio de investigação (e da esposa), Alberto I mandou publicar o facto nos jornais açorianos, ajudando depois na organização de expedições de reconhecimento por parte dos pescadores açorianos.
Em sinal de reconhecimento, quase todas as cidades e vilas piscatórias açorianas dedicaram uma rua ao príncipe monegasco. Em Ponta Delgada a grande alameda que liga o aeroporto à cidade denomina-se Avenida Príncipe do Mónaco e existe um busto do príncipe na Avenida Infante D. Henrique (marginal); em Angra do Heroísmo, uma das ruas do litoral citadino é a Rua Príncipe do Mónaco; na Horta, o importante observatório meteorológico, construído a instâncias de Aberto I, denomina-se Observatório Príncipe do Mónaco.
Na obra autobiográfica de Alberto I, La Carrière d'un Navigateur, são múltiplas as referências aos Açores.
Esta relação com os Açores também se traduziu numa íntima amizade com D. Carlos I de Portugal, o monarca português de então, o qual também visitou os Açores em 1901. Ambos partilhavam a paixão pelo mar e pela oceanografia.


quinta-feira, junho 26, 2014

O oceanógrafo e Príncipe do Mónaco, Alberto I, morreu há 92 anos

Alberto I (Albert Honoré Charles Grimaldi) (Paris, 13 de novembro de 1848Paris, 26 de junho de 1922), também conhecido por Albert do Mónaco, foi príncipe reinante do Mónaco de 10 de setembro de 1889 a 26 de junho de 1922). Alberto I, notabilizou-se pelas pesquisas oceanográficas que empreendeu no Mediterrâneo, no Atlântico e no Árctico, tendo fundado o Museu Oceanográfico do Mónaco, uma instituição de referência em oceanografia, e diversas instituições ligadas à exploração dos oceanos. Foi um pioneiro na investigação científica do oceano profundo, de cujo labor resultaram diversos trabalhos de grande valor científico sobre a biologia e sistemática da fauna das zonas abissais. Realizou diversas campanhas nos Açores, a ele se devendo a descoberta do grande Banco Princesa Alice, a sul da ilha do Pico e da Fossa do Hirondelle, ambos nos Açores.

(...)

No decurso das suas expedições oceanográficas, Alberto I tornou-se um visitante assíduo dos Açores, estabelecendo relações estreitas com as comunidades piscatórias das ilhas. Desta relação resultou que o príncipe Alberto tivesse sido padrinho de baptismo de várias crianças nas ilhas.
Algumas das mais antigas fotografias conhecidas da ilha do Corvo e dos seus habitantes foram feitas pelo príncipe e por membros das suas expedições. O mesmo acontece em relação à baleação açoriana, estudada e descrita pela primeira vez pelo príncipe.
Quando, no decurso de uma das suas expedições, o príncipe descobriu um grande banco a sul da ilha do Pico, que ele denominou Banco Princesse Alice, o nome do navio de investigação (e da esposa), Alberto I mandou publicar o facto nos jornais açorianos, ajudando depois na organização de expedições de reconhecimento por parte dos pescadores açorianos.
Em sinal de reconhecimento, quase todas as cidades e vilas piscatórias açorianas dedicaram uma rua ao príncipe monegasco. Em Ponta Delgada a grande alameda que liga o aeroporto à cidade denomina-se Avenida Príncipe do Mónaco e existe um busto do príncipe na Avenida Infante D. Henrique (marginal); em Angra do Heroísmo, uma das ruas do litoral citadino é a Rua Príncipe do Mónaco; na Horta, o importante observatório meteorológico, construído a instâncias de Aberto I, denomina-se Observatório Príncipe do Mónaco.
Na obra auto-biográfica de Alberto I, La Carrière d'un Navigateur, são múltiplas as referências aos Açores.
Esta relação com os Açores também se traduziu numa íntima amizade com D. Carlos I de Portugal, o monarca português de então, o qual também visitou os Açores em 1901. Ambos partilhavam a paixão pelo mar e pela oceanografia.