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quinta-feira, março 21, 2024

A derradeira tentativa alemã de ganhar a I Grande Guerra começou há 106 anos

  
A Ofensiva da Primavera de 1918 ou Kaiserschlacht (A Batalha do Kaiser em alemão), também conhecida como a Ofensiva Ludendorff, foi um conjunto de ataques alemães aos Aliados, ao longo da Frente Ocidental, durante a Primeira Guerra Mundial, iniciados a 21 de março de 1918, que marcaram os avanços mais significativos, para ambos os lados, desde o início do conflito em 1914. As forças alemãs tomaram consciência de que a única, e última, hipótese de vitória era derrotar os Aliados antes da entrada das forças norte-americanas, superiores em termos de recursos humanos e materiais. Nesta altura, os alemães tinham uma vantagem temporária em termos de número de homens, com cerca de 50 divisões disponíveis depois da rendição dos russos, após o Tratado de Brest-Litovski.
Foram quatro os ataques alemães com o nome de código Michael, Georgette, Gneisenau e Blücher-Yorck. Michael, o primeiro, constituiu o principal ataque, cujo objetivo era penetrar nas linhas Aliadas, cercar as forças britânicas que defendiam a frente a partir do rio Somme até ao Canal da Mancha e derrotar o Exército Britânico. Quando este objetivo fosse cumprido, esperava-se que os franceses assinassem um armistício. As outras ofensivas dependiam da Michael e e serviam para desviar as atenções dos Aliados da principal ofensiva no Somme.
No entanto, os objetivos estratégicos da operação não existiam. Não foi estabelecido qualquer objetivo claro antes do começo das ofensivas e, já durante as operações, os alvos dos ataques mudavam constantemente de acordo com a situação tática do campo de batalha. Por seu lado, os Aliados concentraram as suas forças principais em zonas essenciais (a aproximação aos portos do Canal e a estação de caminhos-de-ferro de Amiens), deixando o terreno estrategicamente sem valor, destruído por anos de combates, com apenas algumas defesas.
Os alemães também se mostraram incapazes de reforçar as operações com mantimentos e reforços de forma rápida e eficiente de forma a manter a sua vantagem. As forças de ataque rápido alemãs, que lideravam os ataques, não podiam levar comida e munições suficientes para manterem a sua autonomia, e todas as ofensivas alemãs falharam, em parte devido à falta de suprimentos.
No final de abril de 1918, o perigo de uma vitória alemã tinha passado. O Exército Alemão tinha sofrido pesadas baixas e ocupava agora terreno de pouco valor estratégico que se mostrou impossível de manter com os poucos recursos humanos agora disponíveis. Em agosto de 1918, ao Aliados deram início a uma contra-ofensiva utilizando novas técnicas de artilharia e métodos operacionais. A Ofensiva dos Cem Dias resultou na retirada dos alemães ou na expulsão destes de todos os terrenos ganhos na Ofensiva da Primavera, na queda da Linha Hindenburg e na capitulação do Império Alemão, em novembro.
  
Tanque alemão A7V em Roye a 21 de março de 1918
  

quarta-feira, março 20, 2024

O Marechal Foch morreu há 95 anos...

    
Ferdinand Foch (Tarbes, 2 de outubro de 1851Paris, 20 de março de 1929) foi um militar francês. Comandou as forças da Tríplice Entente ou dos Aliados em 1914 de uma forma decisiva, levando à vitória do Marne. Dirigiu com êxito operações na Flandres; como adjunto de Joseph Joffre, coordenou as operações dos exércitos franceses, belgas e britânicos. Em 1917 assumiu o cargo de chefe de Estado-Maior do Exército Francês e em 1918 somou mais uma vitória, ao conseguir ganhar a Segunda Batalha do Marne. Um grande admirador seu foi Winston Churchill, que se referia a ele com grande respeito, levando em consideração a sua perspicácia em relação ao Tratado de Versalhes, dizendo que a paz duraria somente 20 anos.
     

sexta-feira, março 15, 2024

Nicolau II, o último Czar da Rússia, abdicou há 107 anos...

 
Nicolau II foi o último Imperador da Rússia, Rei da Polónia e Grão-Duque da Finlândia. Nasceu no Palácio de Catarina, em Tsarskoye Selo, próximo de São Petersburgo, em 18 de maio (6 de maio no calendário juliano) de 1868. É também conhecido como São Nicolau o Portador da Paixão pela Igreja Ortodoxa Russa. Oficialmente, era chamado Nicolau II, Imperador e Autocrata de Todas as Rússias.
Filho de Alexandre III, governou desde a morte do pai, em 1 de novembro de 1894, até à sua abdicação, em 15 de março de 1917, quando renunciou. em seu nome e em nome do seu herdeiro.

(...)

O seu reinado terminou com a Revolução Russa de 1917, quando, tentando retornar do quartel-general para a capital, o seu comboio foi detido em Pskov e ele foi obrigado a abdicar. A partir daí, o czar e a a sua família foram aprisionados, primeiro no Palácio de Alexandre em Tsarskoye Selo, depois na Casa do Governador em Tobolsk e finalmente na Casa Ipatiev em Ecaterimburgo. Nicolau II, a sua mulher, o seu filho, as suas quatro filhas, o médico da família imperial, um servo pessoal, a camareira da imperatriz e o cozinheiro da família foram executados na cave da casa pelos bolcheviques, na madrugada de 16 para 17 de julho de 1918. É reconhecido que o massacre foi ordenado a partir de Moscovo por Lenine e pelo também líder bolchevique Yakov Sverdlov. Mais tarde Nicolau II, a sua mulher e os seus filhos foram canonizados como neomártires por grupos ligados à Igreja Ortodoxa Russa no exílio. 
    
     

domingo, março 03, 2024

O Tratado de Brest-Litovski foi assinado há 106 anos

As primeiras páginas do Tratado de Brest-Litovsk, escrito em alemão, húngaro, búlgaro, turco otomano e russo

O Tratado de Brest-Litovski (ou de Brest-Litovsk) foi um tratado de paz assinado entre o governo bolchevique russo e as Potências Centrais (Império Alemão, Império Austro-Húngaro, Bulgária e Império Otomano) em 3 de março de 1918, em Brest (antigamente Brest-Litovski), na atual Bielorrússia, pelo qual era reconhecida a saída do Império Russo da Primeira Guerra Mundial.
A retirada da Rússia da guerra foi um dos principais objetivos da Revolução Russa de 1917 e uma das prioridades do recém-criado governo bolchevique. A guerra tornara-se impopular entre o povo russo, devido às imensas perdas humanas (cerca de quatro milhões de mortos). Leon Trotsky, no exercício das relações exteriores do governo bolchevique, pressionou França e Reino Unido para que iniciassem em conjunto o processo de paz, encerrando a Primeira Guerra Mundial. Porém, sem obter resposta, ameaçou iniciar esse processo de forma solitária, o que de facto ocorreu.
Os termos do Tratado de Brest-Litovski eram humilhantes, mesmo Lenine, defendendo a paz, chamou-a de "paz vergonhosa". Através deste, a Rússia desistia do controle da Finlândia, Países Bálticos (Estónia, Letónia e Lituânia), Polónia, Bielorrússia e Ucrânia, bem como dos distritos turcos de Ardaham e Kars, e do distrito georgiano de Batumi, antes sob o seu domínio. Estes territórios continham um terço da população da Rússia, 50% da sua indústria e 90% das suas minas de carvão.
A maior parte desses territórios tornar-se-iam, na prática, partes do Império Alemão, sob a tutela de reis e duques. Entretanto, a derrota da Alemanha na guerra, marcada pelo armistício com os países aliados em 11 de novembro, em Compiègne, permitiu que a Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia e Polónia se tornassem estados verdadeiramente independentes e os monarcas indicados tiveram que renunciar aos seus tronos. Por outro lado, a Bielorrússia e a Ucrânia envolveram-se na Guerra Civil Russa, e acabaram por ser novamente anexadas, agora sob o nome de União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
As negociações de paz tinham sido iniciadas em 22 de dezembro de 1917, uma semana após o armistício entre a Rússia e as Potências Centrais, em Brest-Litovsk.
   
Delegação bolchevique em Brest-Litovsk. Sentados, desde a esquerda: Lev V. Kamenev, Adolff A. Ioffe e Anastasia A. Bitzenko. De pé: V. V. Lipskiy, P. Stučka, Lev D. Trotsky e Lev M. Karakhan
  
in Wikipédia

sábado, janeiro 27, 2024

Guilherme II, o último Kaiser do II Reich, nasceu há 165 anos


Guilherme II, de nome completo Frederico Guilherme Vítor Alberto, (Berlim, 27 de janeiro de 1859 - Doorn, Países Baixos, 4 de junho de 1941) foi o último imperador da Alemanha (Kaiser) e rei da Prússia, tendo governado o Império da Alemanha e o Reino da Prússia entre 15 de junho de 1888 e 9 de novembro de 1918. Era neto da rainha Vitória do Reino Unido e parente de muitos monarcas e príncipes de toda a Europa, sendo os mais importantes o seu primo, o rei Jorge V do Reino Unido, fundador da Casa de Windsor, e o czar Nicolau II, da Casa Romanov, o último monarca do Império Russo antes da Revolução Russa de 1917. Coroado em 1888, dispensou o chanceler Otto von Bismarck em 1890 e liderou a Alemanha para uma política bélica chamada "novo rumo" nos círculos de política internacional que culminou no seu apoio ao Império Austro-Húngaro durante a crise política de julho de 1914, o que levou à Primeira Guerra Mundial. Bombástico e impetuoso, por vezes Guilherme pronunciava-se de forma pouco cuidadosa sobre assuntos de grande sensibilidade, sem consultar os seus ministros, uma atitude que acabaria por culminar numa entrevista desastrosa ao Daily Telegraph que lhe custou grande parte do seu poder em 1908. Os seus militares de topo, Paul von Hindenburg e Erich Ludendorff, foram os responsáveis políticos do país durante a Primeira Guerra Mundial e deram muito pouca importância ao governo civil. Guilherme era um líder muito pouco eficiente, algo que lhe custou o apoio do exército e levou à sua abdicação, em novembro de 1918. Passou os seus restantes anos de vida no exílio, nos Países Baixos.
  
    

segunda-feira, janeiro 08, 2024

O discurso dos Catorze Pontos foi proferido por Woodrow Wilson há 106 anos

  
Os Catorze Pontos constituíam um plano para a paz mundial a ser tido em conta nas negociações da paz após a Primeira Guerra Mundial, elucidados pelo Presidente dos Estados Unidos da América Woodrow Wilson num discurso, a 8 de janeiro de 1918. A Europa em geral recebeu calorosamente os Catorze Pontos de Wilson, mas os seus principais colegas líderes aliados (Georges Clemenceau da França, David Lloyd George do Reino Unido, e Vittorio Emanuele Orlando da Itália) eram céticos quanto à aplicabilidade do idealismo wilsoniano.
Os Estados Unidos haviam-se juntado aos Poderes Aliados na guerra contra as Potências Centrais a 6 de abril de 1917. A sua entrada na guerra devia-se em parte aos ataques submarinos, por parte da Alemanha, a navios mercantes destinados à França e à Grã-Bretanha. Todavia, Wilson pretendia evitar o envolvimento dos Estados Unidos nas tensões que arrastavam entre as grandes potências europeias; se a América entrasse na guerra, tentaria livrar o conflito de disputas e ambições nacionalistas. A necessidade de se estabelecerem objetivos morais tornar-se-ia mais importante quando, após a queda do regime russo, os bolcheviques divulgaram tratados secretos entre os Aliados. O discurso de Wilson também deu resposta ao Decreto da Paz de Lenine (novembro de 1917, imediatamente após a Revolução de outubro), que propunha a retirada imediata da RSFS da Rússia da guerra, advogando uma paz justa e democrática que não se compadecia com anexações territoriais, e que levou ao Tratado de Brest-Litovsk, a 3 de março de 1918.
O discurso feito por Wilson, a 8 de janeiro de 1918, expunha uma política de livre-cambismo, divulgação de tratados, democracia e autodeterminação dos povos. O discurso dos Catorze Pontos foi a única declaração explícita dos objetivos de guerra feita por qualquer uma das nações beligerantes da Primeira Guerra Mundial (alguns Estados deram indicações gerais dos seus objetivos; a maioria manteve em segredo os seus objectivos pós-guerra). Os Catorze Pontos do discurso basearam-se nas determinações d'O Inquérito (The Inquiry), uma equipa de 150 conselheiros em política externa liderada por Edward M. House, na sua preparação dos assuntos antecipados para a Conferência de Paz em Versalhes.

Os Catorze Pontos
A fama de Wilson como internacionalista liberal baseava-se na grande visão que possuía do estabelecimento da paz na Europa no período pós-guerra, assim como a sua participação fundamental na Sociedade das Nações, cujos objetivo eram promover a segurança coletiva e evitar uma outra guerra.
Esta visão estava expressa nos seus Catorze Pontos; a saber:
1.º Pactos abertos (acordos) de paz a serem alcançados abertamente, sem acordos secretos;
2.º Livre navegação absoluta, além das águas territoriais, tanto na guerra como na paz, exceto quanto a liberdade de navegação fosse cessada, em parte ou no seu todo, por execução de pactos internacionais;
3.º Remoção de todas as barreiras económicas e estabelecimento de igualdade de condições de comércio entre todas as nações consentâneas à paz e à sua manutenção;
4.º Redução das armas nacionais ao mínimo necessário à segurança interna;
5.º Ajustes livres imparciais e abertos às reivindicações das colónias;
6.º Evacuação das tropas alemãs da Rússia e respeito pela independência da Rússia;
7.º Evacuação das tropas alemãs da Bélgica;
8.º Evacuação das tropas alemãs da França, inclusive da contestada região da Alsácia-Lorena;
9.º Reajuste das fronteiras italianas dentro de linhas nacionais claramente reconhecíveis;
10.º Autogoverno limitado para o povo austro-húngaro;
11.º Evacuação das tropas alemãs dos Balcãs e independência para os povos balcânicos;
12.º Independência para a Turquia e autogoverno limitado para as outras nacionalidades até então vivendo sob o Império Otomano;
13.º Independência para a Polónia;
14.º Formação de uma associação geral de nações, sob pactos específicos com o propósito de fornecer garantias mútuas de independência política e integridade territorial, tanto para os Estados grandes como para os pequenos.
   

quarta-feira, novembro 22, 2023

Charles de Gaulle nasceu há 133 anos

           
Charles André Joseph Marie de Gaulle (Lille, 22 de novembro de 1890Colombey-les-Deux-Églises, 9 de novembro de 1970) foi um general , político e estadista francês que liderou as Forças Francesas Livres durante a Segunda Guerra Mundial. Mais tarde fundou a Quinta República Francesa em 1958 e foi seu primeiro Presidente, de 1959 a 1969
  

sábado, novembro 11, 2023

Hoje foi dia de recordar as papoilas dos campos da Flandres...

Porque hoje é o Dia da Papoila...

(imagem daqui
   
Recordemos que se celebram hoje os cento e cinco anos do final da I Grande Guerra e que  há uma tradição anglo-saxónica (no Reino Unido, Austrália e no Canadá, entre outros, onde este é um dia muito especial, conhecido como o Remembrance Day) de celebrar-se tal facto recorrendo a papoilas de papel (que são vendidas para apoiar os antigos combatentes - desta e de outras guerras) como as que a saudosa Rainha do Reino Unido usa no foto em cima.

Isto deve-se a um poema do ex-combatente canadiano John McCrae (1872-1918), médico e tenente-coronel que, depois de enterrar um amigo, em 1915, escreveu o seguinte texto:
  
 
In Flanders’ Fields


In Flanders’ Fields the poppies blow
Between the crosses, row on row,
That mark our place; and in the sky
The larks, still bravely singing, fly
Scarce heard amid the guns below.

We are the dead. Short days ago
We lived, felt dawn, saw sunset glow,
Loved, and were loved, and now we lie
In Flanders’ Fields.

Take up our quarrel with the foe:
To you from failing hands we throw
The torch; be yours to hold it high.
If ye break faith with us who die
We shall not sleep, though poppies grow
In Flanders’ Fields.




NOS CAMPOS DE FLANDRES - Tradução livre

Nos campos de Flandres crescem as papoilas
E florescem entre as cruzes que, fila a fila,
Marcam o nosso lugar; e, no céu,
Voam as cotovias, que continuam corajosamente a cantar,
Embora mal se ouça seu canto, por causa dos canhões.

Estamos mortos... Ainda há poucos dias, vivos,
sim, nós amávamos, nós éramos amados;
sentíamos a aurora e víamos o poente
a rebrilhar, e agora eis-nos, todos deitados
nos campos de Flandres.

Continuai a nossa luta contra o inimigo;
A nossa mão vacilante atira-vos o facho:
mantende-o bem alto. Que, se a nossa vontade trairdes,
nós, que morremos, não poderemos dormir,
ainda mesmo que floresçam as papoilas
nos campos de Flandres.

 

Tradução/adaptação de Pedro Luna

A I Grande Guerra terminou há 105 anos...

Foto após a assinatura do armistício: em primeiro plano, o marechal Foch, ladeado pelos almirantes britânicos Hope e Rosslyn Wemyss
   
O Armistício de Compiègne foi um tratado assinado a 11 de novembro de 1918 entre os Aliados e a Alemanha, dentro de um vagão-restaurante, na floresta de Compiègne, com o objetivo de encerrar as hostilidades na frente ocidental da Primeira Guerra Mundial. Os principais signatários foram o Marechal Ferdinand Foch, comandante-em-chefe das forças da Tríplice Entente, e Matthias Erzberger, representante alemão.
Seguiu-se ao armistício o tratado de paz de Versalhes, celebrado em 1919, segundo o qual, a Alemanha, derrotada, era obrigada a:
  • reduzir as suas tropas a metade;
  • pagar pesadas indemnizações aos países vencedores;
  • ceder todas as suas colónias;
  • restituir a Alsácia-Lorena à França.
  

quinta-feira, outubro 26, 2023

O Brasil entrou na I Guerra Mundial há 106 anos

O presidente da República Venceslau Brás declara guerra contra o Império Alemão e seus aliados

O Brasil na Primeira Guerra Mundial (1914-1918) tinha uma posição respaldada pela Convenção de Haia, mantendo-se inicialmente neutro, buscando não restringir os seus produtos exportados na época, principalmente o café. O Brasil foi o único país latino-americano que participou efetivamente na Primeira Guerra Mundial (sem contar com declarações de guerra sem efeitos práticos).
 
(...)
  
Consequências diplomáticas
No dia 11 de abril de 1917 o Brasil rompeu relações diplomáticas com o bloco germânico, e, em 20 de maio, o navio Tijuca foi torpedeado perto da costa francesa por submarino alemão. Nos meses seguintes, o governo brasileiro confiscou 42 navios alemães que estavam em portos brasileiros, como uma indemnização de guerra, essa quantidade considerável de navios passou a corresponder a um quarto da frota brasileira.
No dia 26 de maio de 1917, o vapor brasileiro Lapa foi atingido por três tiros do canhão de um submarino alemão.
Em 18 de outubro de 1917, um outro navio mercante, Macau, foi torpedeado por submarino alemão U-93.
No dia 23 de outubro de 1917 o cargueiro nacional Macau, um dos navios arrestados, foi torpedeado por um submarino alemão U-93, perto da costa da Espanha, e seu comandante feito prisioneiro.
Com a pressão popular contra a Alemanha, no dia 26 de outubro de 1917, o país declarou guerra à aliança germânica.
Nos dias 1 e 3 de novembro de 1917 os navios Acari e Guaíba, respetivamente, foram torpedeados, próximo do cabo de São Vicente, em Portugal, por um submarino alemão U-151.

segunda-feira, agosto 07, 2023

Mata Hari nasceu há 147 anos...

      
Margaretha Gertruida Zelle (Leeuwarden, 7 de agosto de 1876 - Vincennes, 15 de outubro de 1917), conhecida mundialmente como Mata Hari, foi uma dançarina exótica dos Países Baixos acusada de espionagem e que foi condenada à morte, por fuzilamento, durante a Primeira Guerra Mundial. Em diferentes ocasiões sua vida foi alvo da curiosidade de biógrafos, romancistas e cineastas. Ao longo do tempo, Mata Hari transformou-se em uma espécie de símbolo da ousadia feminina.
    

sexta-feira, julho 28, 2023

A I Grande Guerra começou há 109 anos...


De cima para baixo, da esquerda para a direita: Trincheiras na Frente Ocidental; o avião bi-planador Albatros D.III; um tanque britânico Mark I cruzando uma trincheira; uma metralhadora automática usada por um soldado com uma máscara de gás; o afundamento do navio de guerra Real HMS Irresistible após embater numa mina
      
A Primeira Guerra Mundial foi uma guerra global centrada na Europa, que começou a 28 de julho de 1914 e durou até 11 de novembro de 1918. O conflito envolveu as grandes potências de todo o mundo, que organizaram-se em duas alianças opostas: os Aliados (com base na Tríplice Entente entre Reino Unido, França e Império Russo) e os Impérios Centrais (originalmente Tríplice Aliança entre Império Alemão, Áustria-Hungria e Itália; mas como a Áustria-Hungria tinha tomado a ofensiva contra o acordo, a Itália não entrou em guerra). Estas alianças reorganizaram-se (a Itália lutou pelos Aliados) e expandiram-se em mais nações que entraram na guerra. Em última análise, mais de 70 milhões de militares, incluindo 60 milhões de europeus, foram mobilizados em uma das maiores guerras da história. Mais de 9 milhões de combatentes foram mortos, em grande parte por causa de avanços tecnológicos que determinaram um crescimento enorme na letalidade de armas, mas sem melhorias correspondentes em proteção ou mobilidade. Foi o sexto conflito mais mortal na história da humanidade e que posteriormente abriu caminho para várias mudanças políticas, como revoluções em muitas das nações envolvidas.
Entre as causas da guerra inclui-se as políticas imperialistas estrangeiras das grandes potências da Europa, como o Império Alemão, o Império Austro-Húngaro, o Império Otomano, o Império Russo, o Império Britânico, a Terceira República Francesa e a Itália. Em 28 de junho de 1914, o assassinato do arquiduque Francisco Fernando da Áustria, o herdeiro do trono da Áustria-Hungria, pelo nacionalista sérvio Gavrilo Princip, em Sarajevo, na Bósnia, foi o gatilho imediato da guerra, o que resultou em um ultimato dos Habsburgos contra o Reino da Sérvia. Diversas alianças formadas ao longo das décadas anteriores foram invocadas, assim, dentro de algumas semanas, as grandes potências estavam em guerra; através de suas colónias, o conflito logo se espalhou ao redor do planeta.
Em 28 de julho, o conflito iniciou-se com a invasão Austro-Húngara da Sérvia, seguida pela invasão alemã da Bélgica, Luxemburgo e França e um ataque russo contra a Alemanha. Depois da marcha alemã em Paris ter levado a um impasse, a Frente Ocidental estabeleceu-se em uma batalha de atrito estático com uma linha de trincheiras que pouco mudou até 1917. Na Frente Oriental, o exército russo lutou com sucesso contra as forças austro-húngaras, mas foi forçado a recuar da Prússia Oriental e da Polónia pelo exército alemão. Frentes de batalha adicionais abriram-se depois que o Império Otomano entrou na guerra em 1914, Itália e Bulgária em 1915 e a Roménia em 1916. O Império Russo entrou em colapso em março de 1917 e a Rússia deixou a guerra após a Revolução de Outubro, mais tarde naquele ano. Depois de uma ofensiva alemã em 1918 ao longo da Frente Ocidental, os Aliados forçaram o recuo dos exércitos alemães em uma série de ofensivas de sucesso e as forças dos Estados Unidos começaram a entrar nas trincheiras. A Alemanha, que teve o seu próprio problema com os revolucionários, neste ponto, concordou com um cessar-fogo em 11 de novembro de 1918, episódio mais tarde conhecido como Dia do Armistício. A guerra terminou com a vitória dos Aliados.
Eventos nos conflitos locais eram tão tumultuosos quanto nas grandes frentes de batalha, e os participantes tentaram mobilizar a sua mão de obra e recursos económicos para lutar uma guerra total. Até o final da guerra, quatro grandes potências imperiais - os impérios Alemão, Russo, Austro-Húngaro e Otomano - deixaram de existir. Os Estados sucessores dos dois primeiros perderam uma grande quantidade de seu território, enquanto os dois últimos foram completamente desmontados. O mapa da Europa Central foi totalmente redesenhado em vários países menores. A Liga das Nações (organização precursora das Nações Unidas) foi formada, na esperança de evitar outro conflito dessa magnitude. Há hoje o consenso de que o nacionalismo europeu provocado pela guerra, a separação dos impérios, as repercussões da derrota da Alemanha e os problemas com o Tratado de Versalhes foram fatores que contribuíram para o início da Segunda Guerra Mundial.
   

Participantes da Primeira Guerra Mundial
 
  Tríplice Entente e os Aliados (alguns entraram na guerra e abandonaram-na mais tarde)

  Colónias, domínios ou territórios ocupados pelos Aliados


  Colónias ou territórios ocupados pelos Impérios Centrais

  Países neutros
     

quarta-feira, junho 28, 2023

Franz Ferdinand foi assassinado há 109 anos...

Francisco Fernando e Sofia, momentos antes do atentado que os matou
    
Francisco Fernando Carlos Luís José Maria de Áustria-Este, em alemão: Franz Ferdinand Karl Ludwig Joseph Maria von Österreich-Este; em húngaro: Habsburg–Lotaringiai Ferenc Ferdinánd Károly Lajos József Mária; em italiano: Francesco Ferdinando Carlo Luigi Giuseppe Maria d'Austria-Este (Graz, 18 de dezembro de 1863 - Sarajevo, 28 de junho de 1914) foi um arquiduque da Áustria, chefe do ramo cadete de Áustria-Este e herdeiro presuntivo do trono do Império Austro-Húngaro.
Filho mais velho do arquiduque Carlos Luís (irmão dos imperadores Francisco José I da Áustria e Maximiliano do México) e da princesa Maria Anunciata de Bourbon-Duas Sicílias, ele herdou do seu primo, o duque Francisco V de Módena, a chefia da Casa de Áustria-Este, tornando-se pretendente ao trono do extinto ducado, quando tinha apenas 12 anos de idade. Em 1889, com a morte do arquiduque Rodolfo, único filho varão de Francisco José I, no incidente de Mayerling, o seu pai tornou-se o primeiro na linha de sucessão ao trono austro-húngaro, mas renunciou aos seus direitos em seu favor.
A sua morte, num atentado em Sarajevo, em 28 de junho de 1914, foi um dos fatores desencadeadores da Primeira Guerra Mundial.
   
Assassinato
Em 28 de junho de 1914, um domingo, por volta de 10.45 horas, Francisco Fernando e a sua esposa foram mortos em Sarajevo, capital da província austro-húngara da Bósnia e Herzegovina, por Gavrilo Princip, na época com apenas 19 anos, membro da Jovem Bósnia e do grupo terrorista Mão Negra. O evento foi um dos fatores que desencadearam a Primeira Guerra Mundial.
O casal já havia sido atacado um pouco antes, quando uma granada foi atirada em direção ao seu carro. Fernando desviou-se do artefacto e a granada explodiu atrás deles. Encolerizado, ele teria gritado às autoridades locais: "Então vocês recebem os convidados com bombas?" Fernando e Sofia insistiram em visitar o hospital onde os feridos no atentado estavam sendo atendidos. Ao saírem de lá, o seu motorista perdeu-se no caminho para o palácio onde estavam hospedados e, ao entrar numa rua secundária, os ocupantes foram avistados por Princip. Quando o motorista fazia uma manobra, o jovem aproximou-se e disparou contra o casal, atingindo Sofia no abdómen e Francisco Fernando na jugular. O arquiduque ainda estava vivo quando testemunhas chegaram para socorrê-lo, mas expirou pouco depois, dirigindo as suas últimas palavras à esposa: "Não morra, querida, viva para nossos filhos." Assessores ainda tentaram abrir a sua farda, mas perceberam que teriam que cortá-la com uma tesoura. Sofia morreu a caminho do hospital. Princip usou uma 7.65 x 17 mm Browning, de potência relativamente baixa, e  uma pistola FN Model 1910 para cometer os assassinatos.
Um relato detalhado do atentado foi descrito por Joachim Remak, no livro Sarajevo:
Uma bala perfurou o pescoço de Francisco Fernando, enquanto a outra perfurou o abdómen de Sofia (...) Como o carro estava manobrando (para retornar à residência do governador), um filete de sangue escorreu da boca do arquiduque sobre a face direita do Conde Harrach (que estava no estribo do carro). Harrach usou um lenço para tentar conter o sangue. Vendo isso, a duquesa exclamou: "Pelo amor de Deus, o que lhe aconteceu?" e afundou-se no assento, caindo com o rosto entre os joelhos de seu marido.
Harrach e Potoriek (...) acharam que ela havia desmaiado (...) só o marido parecia ter uma ideia do que estava acontecendo. Virando-se para a esposa, apesar da bala no seu pescoço, Francisco Fernando implorou: "Sopherl! Sopherl! Sterbe nicht! Bleibe am Leben für unsere Kinder!" ("Querida Sofia! Não morra! Fique viva para os nossos filhos!!!"). Dito isto, ele curvou-se para a frente. O seu chapéu de plumas (...) caiu e muitas de suas penas verdes foram encontradas em todo o chão do carro. O conde Harrach puxou o colarinho do uniforme do arquiduque para segurá-lo. Ele perguntou: "Leiden Eure Kaiserliche Hoheit sehr?" ("Vossa Alteza Imperial está sentindo muita dor?") "Es ist nichts..." ("Não é nada..."), disse o arquiduque com voz fraca, mas audível. Ele parecia estar a perder a consciência durante seus últimos minutos mas, com voz crescente embora fraca, repetiu esta frase, talvez, seis ou sete vezes mais.
Um ronco começou a brotar de sua garganta, diminuindo quando o carro parou em frente ao Konak Bersibin (Câmara Municipal). Apesar dos esforços médicos, o arquiduque morreu pouco depois de ser levado para dentro do prédio, enquanto a sua amada esposa morreu, de hemorragia interna, antes da comitiva chegar ao Konak.
Os assassinatos, juntamente com a corrida armamentista, o imperialismo, o nacionalismo, o militarismo e o sistema de alianças contribuíram para a eclosão da Primeira Guerra Mundial, que começou menos de dois meses após a morte de Francisco Fernando, com a declaração de guerra da Áustria-Hungria à Sérvia. O assassinato do arquiduque é considerado a causa mais imediata da Primeira Guerra Mundial.
    
      

A Alemanha foi forçada a assinar o Tratado de Versalhes há 105 anos


O Tratado de Versalhes (1919) foi um tratado de paz assinado pelas potências europeias que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial. Após seis meses de negociações, em Paris, o tratado foi assinado como uma continuação do armistício de novembro de 1918, em Compiègne, que tinha posto um fim aos confrontos. O principal ponto do tratado determinava que a Alemanha aceitasse todas as responsabilidades por causar a guerra e que, sob os termos dos artigos 231-247, fizesse reparações a um certo número de nações da Tríplice Entente.
Os termos impostos à Alemanha incluíam a perda de uma parte de seu território para um número de nações fronteiriças, de todas as colónias na Oceânia e no continente africano, uma restrição ao tamanho do exército e uma indemnização pelos prejuízos causados durante a guerra. A República de Weimar também aceitou reconhecer a independência da Áustria. O ministro alemão do exterior, Hermann Müller, assinou o tratado em 28 de junho de 1919. O tratado foi ratificado pela Liga das Nações em 10 de janeiro de 1920. Na Alemanha o tratado causou choque e humilhação na população, o que contribuiu para a queda da República de Weimar em 1933 e a ascensão dos nazis.
No tratado foi criada uma comissão para determinar a dimensão precisa das reparações que a Alemanha tinha de pagar. Em 1921, este valor foi oficialmente fixado em 33 milhões de dólares. Os encargos a comportar com este pagamento são frequentemente citados como a principal causa do fim da República de Weimar e a subida ao poder de Adolf Hitler, o que inevitavelmente levou à eclosão da Segunda Guerra Mundial apenas 20 anos depois da assinatura do Tratado de Versalhes.
O tratado tinha criado a Liga das Nações, um dos objetivos maiores do presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson. A Liga das Nações pretendia arbitrar disputas internacionais para evitar futuras guerras. Só quatro dos chamados Quatorze Pontos de Wilson foram concretizados, já que Wilson era obrigado a negociar com Clemenceau, Lloyd George e Orlando alguns pontos para conseguir a aprovação para criação da Liga das Nações. A visão mais comum era que a França de Clemenceau era a mais vigorosa na luta por uma represália contra a Alemanha, já que grande parte da guerra tinha sido no solo francês.
Outras cláusulas incluíam a perda das colónias alemãs e dos territórios que o país tinha anexado ou invadido num passado recente:
O artigo 156 do tratado transferiu as concessões de Shandong, da China para o Japão ao invés de retornar a região à soberania chinesa. O país considerou tal decisão ultrajante, o que levou a movimentos como o Movimento de Quatro de Maio, que influenciou a decisão final chinesa de não aderir ao Tratado de Versalhes. A República da China declarou o fim da guerra contra a Alemanha em setembro de 1919 e assinou um tratado em separado com a mesma, em 1921.
O artigo 231 do Tratado (a cláusula da 'culpa de guerra') responsabilizou unicamente a Alemanha por todas as 'perdas e danos' sofridas pela Tríplice Entente durante a guerra obrigando-a a pagar uma reparação por tais atos. O montante total foi decidido entre a Tríplice Entente na Comissão de Reparação. Em janeiro de 1921 esse número foi oficializado em 269 mil milhões de marcos, dos quais 226 mil milhões como principal, e mais 12% do valor das exportações anuais alemãs - um valor que muitos economistas consideraram ser excessivo. Mais tarde, naquele ano, a dívida foi reduzida para 132 mil milhões, o que ainda era considerado uma soma astronómica para os observadores germânicos.
Os problemas económicos que tal pagamento trouxe, e a indignação alemã pela sua imposição são normalmente citados como um dos mais significantes fatores que levaram ao fim da República de Weimar e ao início da ditadura de Adolf Hitler, que levou à II Guerra Mundial. Alguns historiadores, como Margaret Olwen MacMillan discordam desta afirmação, popularizada por John Maynard Keynes.
  

domingo, junho 04, 2023

O último Kaiser do II Reich morreu há 82 anos


Guilherme II da Prússia, nascido Frederico Guilherme Victor Alberto de Hohenzollern, em alemão Friedrich Wilhelm Viktor Albrecht von Hohenzollern (Berlim, 27 de janeiro de 1859 - Huis Doorn, Doorn, Utrecht, Países Baixos, 4 de junho de 1941), foi o último imperador alemão (Kaiser) e o último Rei da Prússia, detendo os títulos entre 1888 e 1918.
Guilherme era filho do Príncipe-Herdeiro Frederico da Prússia, depois Frederico III, e de sua esposa, a Princesa Real da Grã-Bretanha, Vitória (filha da Rainha Vitória de Inglaterra). A sua mãe era tia da Imperatriz Alexandra (a mulher do Czar Nicolau II da Rússia) e irmã do Rei Eduardo VII de Inglaterra. A Rainha Vitória de Inglaterra era a sua avó materna.