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sábado, abril 13, 2024

A missão Apollo XIII teve um problema há cinquenta e quatro anos...

Apollo XIII
Insígnia da missão
                                 Estatísticas da missão                             
Módulo de comando Odissey
Módulo lunar Aquarius
Número de tripulantes 3
Lançamento 11 de abril de 1970
Cabo Kennedy
Alunagem cancelada
Aterragem 17 de abril de 1970
Duração 5 d 22 h 54 m 41 s
Imagem da tripulação
Esq. p/ dir: Lovell, Swigert, Haise
Da esquerda para a direita: Lovell, Swigert e Haise


A Apollo XIII foi a terceira missão tripulada do Projeto Apollo com destino à Lua, mas não cumpriu a missão devido a um acidente durante a viagem de ida, causado por uma explosão no módulo de serviço, que impediu a descida no satélite natural da Terra. A nave e os seus tripulantes, entretanto, conseguiram retornar à Terra, após seis dias no espaço.


“Houston, temos um problema”
A Apollo XIII foi lançada cerca de cinco meses após a Apollo XII ter retornado da Lua. Durante os primeiros dois dias da missão a viagem estava tranquila, desafiando os presságios dos supersticiosos com relação ao número 13. Às nove horas da noite, hora de Houston, centro do controle da missão e da nave espacial, do dia 13 de abril, a tripulação tinha acabado de fazer uma rotineira transmissão de TV. O comandante James Lovell e o piloto do módulo lunar 'Aquarius' Fred Haise, completavam um check in do módulo e o piloto do módulo de comando Odissey 'Jack' Swigert estava-se a preparar para ver algumas estrelas através do sextante. Com 55 horas e 55 minutos de missão, todos os três astronautas ouviram e sentiram um grande barulho nas entranhas da nave. Durante os próximos minutos, a medida que eles e os controladores de terra faziam uma avaliação dos prováveis danos elétricos causados na nave espacial, ficou aparente que os tripulantes estavam em sérias dificuldades. Se eles quisessem sobreviver precisariam de força, oxigénio e água suficientes para uma viagem de quatro dias em volta da Lua e de volta a Terra, mas sem um módulo de comando saudável esses três itens de sobrevivência não conseguiriam durar até o fim da jornada. Além de pouca reserva destas necessidades básicas, sem força no MC eles teriam que contar com o Sistema de Controle Ambiental do Módulo Lunar para remover o excesso de dióxido de carbono da cabine. O módulo Aquarius carregava filtros de reserva, mas a maioria deles estavam guardados no ALSEP (o pequeno conjunto de experimentos científicos para uso na Lua, carregado pelo ML, apenas acessíveis pelo lado de fora), completamente fora de alcance. Simplesmente eles não tinham filtros de hidróxido de lítio suficientes para controlar a quantidade de dióxido de carbono expelida pelos três astronautas. E para tornar tudo mais dramático, a tripulação estava voando numa trajetória em direção da Lua que não os permitiria voltar a Terra sem uma boa ignição dos motores. O motor principal, claro, era instalado na traseira do Odissey e, sem o suprimento de força, dava no mesmo se a tripulação o tivesse deixado em Cabo Canaveral.
A equipe do Programa Apollo tinha grande orgulho de sua capacidade e se houvesse um jeito de improvisar e trazer a tripulação a salvo para casa, eles encontrariam um. A medida que eles analisavam a situação – tanto a tripulação quanto o pessoal de terra – concluíram que haviam tido muita sorte. Mesmo sendo uma situação desesperada, o acidente ocorreu cedo na missão, ainda na viagem de ida. Eles ainda tinham um módulo lunar saudável e totalmente equipado. A margem de segurança podia ser pequena, mas o módulo tinha um motor capaz de colocá-los no caminho de volta e carregava suficiente – desde que racionados – água, oxigénio e eletricidade para os quatro dias. Também havia abundância de filtros de metal de hidróxido de lítio no avariado Módulo de Comando e apesar deles não encaixarem diretamente dentro do Sistema de Controle de Ambiente do Módulo Lunar Aquarius – sendo de tamanho e formatos diferentes – certamente seria encontrado um jeito de colocá-los em uso. O 'Aquarius' havia se tornado o barco salva-vidas da tripulação.
Uma hora após o acidente, os engenheiros de voo em Centro Espacial Lyndon Johnson em Houston, estavam ocupados calculando freneticamente trajetórias e durações de funcionamento dos motores, imaginando novos procedimentos de navegação e sistemas de voo, aperfeiçoando estimativas de quanto tempo aguentaria o equipamento em estado crítico. Oxigénio era uma das menores preocupações da Apollo XIII. O Aquarius carregava generosos stocks, incluindo as mochilas de sobrevivência que Lovell e Haise deveriam usar na sua primeira AEV - atividade extra-veicular - em Fra Mauro. Para conservar seus próprios recursos físicos – e para minimizar o dióxido de carbono expelido – a tripulação teria que fazer o melhor possível para despender o mínimo de esforço. Todavia, era tranquilizador saber que eles só precisariam usar metade do seu stock de oxigénio na volta para casa. Os suprimentos de água e força eram muito mais críticos. Uma fração importante da energia elétrica guardada nas baterias do Módulo Lunar teria que ser usada durante a ignição do motor e, se os astronautas quisessem sobreviver na viagem de volta, teriam que poupar cuidadosamente o restante. Toda a eletrónica não-essencial deveria ser desligada e aquilo prometia tornar a viagem de volta fria e húmida.
A grande apreensão de todos era que não parecia possível manter as baterias do Odissey carregadas até que elas fossem necessárias para a reentrada. Sob circunstâncias normais, as células de energia do Módulo de Serviço eram usadas para manter carregadas as baterias do MC e, apenas nas últimas horas da missão, quando o MS houvesse feito seu trabalho e tivesse sido ejetado no vácuo, antes da reentrada terrestre, elas entrariam em funcionamento. Infelizmente, o acidente havia destruído as células de energia e a menos que fosse descoberto um meio de usar as baterias do Aquarius para manter a carga do Odissey, a tripulação não teria meios de controlar sua reentrada na Terra e iria morrer da mesma maneira como se tivesse se espatifado na Lua.
Desligando toda a eletrónica que podiam, a tripulação poupou força para os motores mas também cortou o consumo de água. Mesmo com a ração normal de um litro por dia, a tripulação teria bebido menos de 10% dos 150 litros de água a bordo do Módulo Lunar. Porém, com a força desligada, praticamente todos os 150 litros eram necessários para os purificadores manterem o equipamento vital refrigerado; então os astronautas cortaram sua ração para 1/5 de litro, um copo de água por dia. Eles estariam sedentos quando chegassem em casa, mas ao menos tinham uma possibilidade se salvamento.

Sobrevivência
Em grande parte, a tripulação da Apollo XIII sobreviveu à sua provação pela simples razão de terem estoques sobressalentes de artigos vitais: força extra, água, oxigénio e até um motor extra. É claro que se o acidente tivesse acontecido quando Lovell e Haise estivessem na superfície lunar ou após terem retornado à órbita com rochas, então o retorno à Terra teria sido tragicamente diferente. Mas isso era da natureza da aventura. Aceitar o desafio do Presidente John Kennedy de pousar na Lua significava a aceitação de riscos calculados.
A questão toda da sobrevivência imediata estava agora ligada a um pequeno detalhe prosaico: como ligar os filtros de limpeza do dióxido de carbono exalado pelos astronautas dentro do Módulo Lunar, já que o bocal destes filtros era redondo – pois o encaixe do Módulo de Comando era assim – e o encaixe no Aquarius era quadrado. Evidentemente, esse modo seria uma improvisação e um quebra-cabeça para os cientistas no controle da missão e ela foi feita através de uma engenhosa combinação de tubos, papelão, sacos plásticos de carga e filtros de metal do Módulo de Comando, todos presos juntos por uma boa quantidade de fita isolante cinza. Como era usual sempre que a equipe da Apollo tinha que improvisar, engenheiros e outros astronautas no solo se ocuparam inventando soluções para o problema e testando os resultados. Um dia e meio após o acidente, as equipes do solo haviam desenhado e construído um dispositivo de filtragem que funcionou e eles passaram as instruções por rádio para a tripulação, cuidadosamente guiando seus passos durante cerca de uma hora.

Regresso
Com o problema do dióxido de carbono resolvido, a tripulação tinha agora uma boa chance de voltar para casa. Com os três astronautas viajando no espaço dentro do Módulo Lunar, com a energia racionada – a temperatura ambiente nele era de 5°C - e com toda a força do Módulo de Comando – ao qual ele era acoplado - desligada para poupar energia, a questão era se o motor funcionaria no momento que fosse necessário, para tirá-los da órbita da Lua e colocá-los no caminho de volta. Para voltar para casa, os astronautas deveriam fazer duas ignições no motor. A primeira veio cinco horas depois do acidente e foi planeada para colocá-los numa trajetória livre de retorno, uma trajetória que os traria para casa mesmo sem uma segunda ignição. Eles ainda estavam indo em direção da Lua e não a atingiriam por quase mais um dia, mas com a primeira queima de motor completada com sucesso, quando eles girassem em volta da face escura, a gravidade lunar os colocaria no caminho de casa em vez de mandá-los para as profundezas do espaço. A segunda ignição era necessária para trazê-los de volta antes que os suprimentos da nave acabassem. Sem ela, havia uma grande possibilidade de que chegassem mortos. A chave da sobrevivência era esperar que a órbita lunar os pusesse apontando para a Terra e então o motor fosse ligado, lhes dando o impulso que os trouxesse direto de volta, em tempo de chegarem antes de acabarem o oxigénio e a água a bordo. A questão era se o motor do 'Aquarius' funcionaria.
Quando chegou o momento da ignição, e quando o mundo inteiro aguardava com a respiração suspensa, o motor ligou perfeitamente e os colocou no caminho de volta. Quando a odisseia terminou, eles tinham feito um trabalho soberbo, voltando para a Terra com 20% da força do ML e 10% de água restantes. Lovell perdeu cinco quilos de peso e estavam todos cansados, famintos, molhados, desidratados e com frio quando aterraram. Por causa da desidratação e outros fatores, Fred Haise desenvolveu uma infeção de próstata, uma febre de 40 graus e esteve seriamente doente por duas ou três semanas após o retorno, mas tudo isso foi de importância secundária, porque eles tinham voltado vivos.
   

quinta-feira, abril 11, 2024

Notícia sobre a evolução da geologia da Lua...

 A Lua virou do avesso quando ainda era jovem

 

 

Cúmulos de ilmenite em ilmenite e o padrão gravitacional produzido na superfície lunar

 

Um novo estudo do mapa gravitacional da Lua mostra evidências de que há 4,2 mil milhões de anos, o manto do nosso satélite sofreu, literalmente, uma reviravolta.

Um estudo inédito, conduzido pelos cientistas planetários Weigang Liang e Adrien Broquet, da Universidade do Arizona, e publicado esta segunda-feira na Nature Geoscience, pode ter desvendado um dos mistérios mais antigos da Lua.

A sua investigação, centrada nas anomalias gravitacionais da Lua e apoiada por simulações, sugere um acontecimento monumental na história lunar: o manto do satélite da Terra sofreu uma reviravolta dramática há milhares de milhões de anos.

A teoria da reviravolta do manto postula que o manto da Lua se inverteu completamente, trazendo para a superfície o que antes estava enterrado e vice-versa.

Esta hipótese há muito que intriga os cientistas lunares, mas só agora surgiram provas tangíveis que a apoiam, aponta o Science Alert.

As descobertas da equipa, que se alinham com o mapa gravitacional da Lua, apontam para a presença de minerais e rochas densas no lado próximo da Lua, remanescentes dos primeiros tempos do nosso satélite.

Estes materiais densos, especificamente cúmulos de ilmenite ricos em titânio e ferro, fazem parte do “geoquimicamente estranho” Terreno KREEP da Lua. Esta região, que também se sobrepõe aos mares lunares vulcânicos, tem intrigado os cientistas devido à sua composição inesperada de potássio, elementos de terras raras e fósforo.

A compreensão tradicional da densidade sugeriria que estes materiais densos deveriam afundar-se, mas permanecem perto da superfície, um fenómeno explicado pelo revolvimento do manto.

O estudo sugere que, pouco depois de a Lua se ter formado a partir dos destroços de uma colisão colossal entre a Terra e outro corpo celeste, o seu exterior ainda em fusão começou a arrefecer.

 

 

Durante este processo de arrefecimento, seria de esperar que a ilmenite mais pesada se afundasse em direção ao núcleo. No entanto, o modelo proposto no estudo indica que estes materiais contribuíram para uma enorme agitação, trazendo-os para a superfície e explicando o Terreno KREEP e as planícies basálticas ricas em ilmenite.

Uma prova crucial que apoia esta teoria foi fornecida da missão GRAIL da NASA, que fez o mapa da gravidade da Lua com um pormenor sem precedentes.

Os dados da missão revelaram anomalias gravitacionais distintas que correspondem aos padrões previstos pelos modelos dos investigadores de revolvimento do manto, confirmando a ocorrência deste evento - há cerca de 4,22 mil milhões de anos.

 

in ZAP

terça-feira, fevereiro 27, 2024

Mais uma sonda norte-americana (desta vez privada...) na Lua...

Os EUA chegaram à Lua, mas caíram de lado

 

 

O módulo de aterragem lunar Odysseus chegou à Lua, mas já está, muito provavelmente, caído de lado, com a sua parte superior apoiada numa rocha do satélite natural.

A nave espacial dos EUA, que fez história esta quinta-feira ao tornar-se o primeiro robô construído e operado de forma privada a completar uma aterragem lunar, encontra-se, no entanto, em boas condições.

O seu proprietário, a empresa texana Intuitive Machines, afirma que o Odysseus está carregado com bastante energia e está a comunicar com a Terra. Os controladores estão a tentar recuperar fotografias tiradas pelo robô.

Steve Altemus, CEO e um dos fundadores da Intuitive Machines, disse que ainda não sabe exatamente o que aconteceu, mas os dados sugerem que o robô ficou com um dos seus pés preso na superfície e virou porque ainda estava em movimento lateral no momento da aterragem.

Outra possibilidade é que o Odysseus tenha partido um dos seus pés ao cair. Os sensores de medição inercial indicam que o veículo está numa posição horizontal.

Seja qual for a razão para a posição inesperada da aterragem, as antenas de rádio ainda estão apontadas para a Terra e os painéis solares continuam a carregar o sistema de baterias.

Felizmente, todos os instrumentos científicos para fazer observações na Lua estão virados para cima, o que deverá permitir algum trabalho científico. A única carga útil no “lado errado” da sonda, a apontar para a superfície lunar, é um projeto de arte estático.

Esperamos obter fotografias e fazer uma avaliação da estrutura e de todo o equipamento externo“, disse Altemus aos jornalistas.

“Até agora, temos bastante capacidade operacional, embora estejamos caídos de lado. Isso é muito emocionante para nós, e estamos a continuar a missão de operações de superfície como resultado disso.”

 


 

O robô foi direcionado para um terreno cheio de crateras perto do polo sul da Lua, e a equipa da empresa acredita que chegou muito perto do local pretendido - talvez a dois ou três quilómetros de distância.

O satélite da agência espacial dos EUA Lunar Reconnaissance Orbiter vai procurar o Odysseus ainda este fim de semana para confirmar o seu paradeiro.

Joel Kearns, da direção de missões científicas da NASA, descreveu a aterragem do Odysseus como uma “proeza gigantesca” e uma afirmação da política do CLPS.

Independentemente da sua funcionalidade atual, é improvável que o Odysseus funcione muito para além do início de março, quando o local de aterragem ficar sob escuridão.

“Assim que o Sol se puser, as baterias tentarão manter o veículo aquecido e vivo, mas eventualmente ele cairá num frio intenso e os componentes eletrónicos que produzimos simplesmente não sobreviverão ao frio intenso da noite lunar. Assim, na melhor das hipóteses, esperamos mais nove a dez dias (de operações)”, disse Tim Crain, outro fundador da empresa.

 

Mais duas missões em 2024

A missão da Intuitive Machines faz parte do programa Commercial Lunar Payload Services (CLPS) da NASA, no qual a agência está a pagar a várias empresas privadas americanas por serviços de carga para a Lua — no caso do Odysseus, 118 milhões de dólares. Todas as empresas são responsáveis pelo financiamento, construção, lançamento e operação das suas naves.

Seis missões CLPS estão planeadas para este ano. A primeira, da empresa Astrobotic, sediada em Pittsburgh, fracassou. O seu módulo de aterragem Peregrino teve problemas técnicos a caminho da Lua e desistiu da alunagem. O robô voltou para arder na atmosfera da Terra.

A Intuitive Machines tem mais duas missões em 2024. A próxima vai pôr um robô a perfurar a superfície. Outra empresa texana, a Firefly Aerospace, também deverá lançar uma missão para a Lua nos próximos meses.

 

in ZAP

quarta-feira, fevereiro 21, 2024

A sonda Luna 20 chegou à Lua há 52 anos

     
Luna 20 foi a designação da segunda missão robótica bem sucedida, conduzida pela União Soviética, com o objetivo de pousar na Lua e regressar com uma amostra do solo lunar para a Terra. O foguetão usado nessa missão era do tipo E-8-5.
O foguetão consistia de duas partes interligadas: um de descida e um de subida montada sobre o primeira. Aparte de descida era um cilindro montado sobre um conjunto de tanques esféricos com quatro "pernas", um motor principal e jatos auxiliares para atuar durante a descida diminuindo a velocidade. O estágio de subida, era um cilindro menor com o topo arredondado. Ele carregava um recipiente hermeticamente fechado para a amostra de solo dentro de uma cápsula de reentrada esférica.

Local de chegada da Luna 20, fotografado pelo LRO
    
Lançamento
O lançamento da Luna 20, ocorreu a 14 de fevereiro de 1972 as 03:27:59 UTC, através de um foguete Proton-K, a partir da plataforma 81/24 do Cosmódromo de Baikonur que a levou a uma órbita de espera intermediária e em seguida impulsionada em direção à Lua.

Percurso e órbita
Depois de quatro dias e meio de voo em direção à Lua, que incluíram uma única manobra de correção de curso, realizada em 15 de fevereiro, a Luna 20 entrou em órbita circular a 100 km da superfície da Lua com 65° de inclinação, em 18 de fevereiro de 1972. Nessa órbita foram efetuados estudos sobre a gravidade lunar.

Pouso 
Três dias depois de entrar em órbita, em 21 de fevereiro, às 19:13:00 UTC a sonda disparou o seu foguete principal 267 segundos, para iniciar a descida para a superfície lunar. Um segundo disparo diminuiu a velocidade antes que a Luna 20 pousasse com sucesso na Lua, às 19:19:00 UTC de 21 de fevereiro de 1972, a 3°32' de latitude Norte e 56°33' de longitude Leste, numa região montanhosa conhecida como Terra Apollonius (ou serra Apollonius) próxima do Mare Fecunditatis (Mar da Fertilidade), a apenas 1,8 km do local de queda da Luna 18.
   
Recolha
Alguns minutos depois do pouso a sonda começou a transmitir imagens da superfície lunar. Uma broca automatizada perfurou alguns centímetros do solo lunar recolhendo amostras no seu interior. Em seguida suspendeu o recipiente com as amostras, depositando-o no interior da cápsula de reentrada esférica localizada no módulo de subida, no topo da sonda.
  
Regresso
Finalmente, depois de pouco menos de 28 horas na superfície lunar, o módulo de subida foi acionado partindo da Lua em direção à Terra, às 22:58:00 UTC de 22 de fevereiro de 1972. Três dias depois, sem necessidade de correção de voo, numa trajetória direta, a cápsula, com 55 gramas de amostra de solo lunar, reentrou na atmosfera terrestre. O paraquedas foi acionado e a cápsula aterrou a 40 km a norte da cidade de Dzhezkazgan, no Kazaquistão, às 19:19 UTC de 25 de fevereiro de 1972.
   

segunda-feira, fevereiro 05, 2024

A Apollo XIV alunou há 53 anos...

Shepard poses next to the American flag on the Moon during Apollo XIV
   
Apollo 14 was the eighth manned mission in the United States Apollo program, and the third to land on the Moon. It was the last of the "H missions," targeted landings with two-day stays on the Moon with two lunar EVAs, or moonwalks.
Commander Alan Shepard, Command Module Pilot Stuart Roosa, and Lunar Module Pilot Edgar Mitchell launched on their nine-day mission on January 31, 1971 at 4:04:02 p.m. local time after a 40-minute, 2 second delay due to launch site weather restrictions, the first such delay in the Apollo program. Shepard and Mitchell made their lunar landing on February 5, 1971 in the Fra Mauro formation - originally the target of the aborted Apollo XIII mission. During the two lunar EVAs, 42.80 kilograms of Moon rocks were collected, and several scientific experiments were performed. Shepard hit two golf balls on the lunar surface with a makeshift club he had brought from Earth. Shepard and Mitchell spent 33½ hours on the Moon, with almost 9½ hours of EVA.
In the aftermath of Apollo 13, several modifications were made to the Service Module electrical power system to prevent a repeat of that accident, including redesign of the oxygen tanks and addition of a third tank.
While Shepard and Mitchell were on the surface, Roosa remained in lunar orbit aboard the Command/Service Module Kitty Hawk, performing scientific experiments and photographing the Moon, including the landing site of the future Apollo XVI mission. He took several hundred seeds on the mission, many of which were germinated on return, resulting in the so-called Moon trees. Shepard, Roosa, and Mitchell landed in the Pacific Ocean on February 9.
       
 

sábado, fevereiro 03, 2024

A sonda Luna 9 alunou há 58 anos

Réplica da Luna 9 em exibição no Museu do Ar e do Espaço de Paris, Le Bourget
     
A Luna 9, também conhecida como Luna E-6M No.1, foi a designação de uma sonda soviética do Programa Luna usando a plataforma E-6M, com o objetivo de efetuar uma alunagem suave na Lua.
Depois de um lançamento bem sucedido, em 31 de janeiro de 1966, ela efetuou as correções de voo necessárias, acionou os retrofoguetes conforme o planeado e tornou-se a primeira nave espacial a efetuar uma alunagem suave na superfície da Lua, a 3 de fevereiro de 1966.
   
A sonda
A nave espacial era baseada na plataforma E-6M, uma versão melhorada e reforçada (desenvolvida pelo escritório Lavochkin), em relação à anterior. Pesando 1.583 kg no total, o módulo de aterragem possuía uma esfera de aço no topo, pesando 99 kg. Essa esfera era recoberta por bolsas infláveis pouco antes do pouso e libertada a cerca de cinco metros de altura, momentos antes de o módulo de aterragem/alunagem tocar o solo. Essa esfera, hermeticamente fechada, possuía no seu interior equipamento de rádio comunicação, dispositivos temporizadores, sistema de controle de temperatura, instrumentos científicos e um sistema de transmissão de imagens de televisão. 
 
Lançamento e percurso
A Luna 9 foi lançada por um foguete Molniya-M (8K78M) as 11:45:00 UTC de 31 de janeiro de 1966, a partir da plataforma 31/6 do Cosmódromo de Baikonur. Depois de um lançamento bem sucedido e de ter atingido uma órbita de espera de 168 por 219 km e 51,8° de inclinação, a parte superior do foguete, um Bloco-L, reiniciou e ela foi colocada em trajetória de injeção translunar (uma órbita elíptica alta com 500.000 km de apogeu).
Depois disso, a sonda iniciou um processo de rotação sobre o próprio eixo a 0.67 rpm, usando jatos de azoto. Em 1 de fevereiro, às 19.29 horas UTC, uma correção de curso foi efetuada, envolvendo o acionamento de um dos motores durante 48 segundos.
     
Descida e alunagem
A uma distância de 8.300 km da Lua, a sonda foi orientada para acionar os seus retrofoguetes e a sua rotação parou, para preparação para o pouso. A 25 km da superfície lunar, o radioaltímetro comandou o abandono dos módulos laterais, o enchimento das bolsas de ar, e um novo acionamento dos retrofoguetes. A 250 m da superfície, o retrofoguete principal foi desligado e os quatro retrofoguetes auxiliares foram usados para diminuir a velocidade. A aproximadamente 5 m acima da superfície lunar, um sensor de contacto tocou o solo e comandou o desligar dos motores e a ejeção da cápsula de pouso. A nave "pousou" a 22 km/h de velocidade.
A esfera de pouso, bateu e rolou algumas vezes antes de parar a oeste das crateras Reiner e Marius, num lugar com as coordenadas aproximadas de 7.08 N, 64.37 W, da região conhecida como Oceanus Procellarum (Oceano das Tormentas, em português), às 18.45.30 UTC do dia 3 de fevereiro de 1966, 3 dias, 8 horas, 3 minutos e 15 segundos após o seu lançamento.
A Luna 9, foi o primeiro objeto feito pelo homem a pousar num outro corpo celeste. Foi a décima segunda tentativa da União Soviética em efetuar um pouso suave na Lua; também foi a primeira sonda espacial bem sucedida produzida pelo escritório de projetos Lavochkin, que passou a ser o responsável por praticamente todas as sondas lunares e interplanetárias soviéticas (depois russas). Todas as operações antes da alunagem, correram sem falhas. Aproximadamente cinco minutos depois do alunagem, a Luna 9 começou a transmitir dados para a Terra, mas somente depois de 7 horas, quando o Sol atingiu 7° de elevação, a sonda começou a enviar a primeira de nove imagens (incluindo cinco panorâmicas) da superfície da Lua. Essas foram as primeiras imagens transmitidas da superfície de um outro corpo celeste.
      
   
Operação na superfície
 
Aproximadamente 250 segundos depois do pouso, as quatro "pétalas" que cobriam a parte superior da sonda esférica abriram e estabilizaram-na na superfície lunar. As antenas assumiram sua posições operacionais e o sistema de espelhos rotativos da câmara de televisão iniciaram o varrimento do ambiente lunar. Sete sessões de rádio, totalizando 8 horas e 5 minutos, foram transmitidas, assim como três séries de imagens de TV. Depois de editadas, as fotografias forneceram uma visão panorâmica da superfície lunar nas vizinhanças do local de pouso, incluindo rochas e o horizonte, a cerca de 1,4 km.
As imagens da Luna 9, não foram mostradas imediatamente pelas autoridades soviéticas. No meio tempo, os cientistas do observatório Jodrell Bank,  na Inglaterra, que estava monitorizando a nave espacial, notaram que o formato dos sinais utilizados por ela era o mesmo usado internacionalmente pelos jornais da época para transmitir fotografias. O Daily Express apressou-se a obter um recetor para o observatório, e as fotografias da Luna 9 foram descodificadas e publicadas em todo o Mundo. A BBC News especulou que os projetistas da nave deliberadamente equiparam a sonda com equipamentos de acordo com o padrão comercial da época, para permitir a receção das imagens pelo observatório Jodrell Bank.
O detetor de radiação, o único instrumento a bordo, mediu uma dosagem de 30 milirads (0,3 miligrays), por dia. A missão também constatou que um foguetão não iria afundar no solo lunar; que o solo podia suportar um módulo de aterragem pesado. A última transmissão da sonda foi recebida no dia 6 de fevereiro de 1966, às 22.55 horas UTC, quando se perdeu contacto com a superfície lunar.
     

domingo, janeiro 07, 2024

A sonda Surveyor 7 partiu, rumo à Lua, há 56 anos

Surveyor model on Earth
 
Surveyor 7 was the seventh and last lunar lander of the American unmanned Surveyor program sent to explore the surface of the Moon. A total of 21,091 pictures were transmitted to Earth.
Surveyor 7 was the fifth and final spacecraft of the Surveyor series to achieve a lunar soft landing. The objectives for this mission were to perform a lunar soft landing (in an area well removed from the maria to provide a type of terrain photography and lunar sample significantly different from those of other Surveyor missions); obtain postlanding TV pictures; determine the relative abundances of chemical elements; manipulate the lunar material; obtain touchdown dynamics data; and obtain thermal and radar reflectivity data. This spacecraft was similar in design to the previous Surveyors, but it carried more scientific equipment including a television camera with polarizing filters, a surface sampler, bar magnets on two footpads, two horseshoe magnets on the surface scoop, and auxiliary mirrors. Of the auxiliary mirrors, three were used to observe areas below the spacecraft, one to provide stereoscopic views of the surface sampler area, and seven to show lunar material deposited on the spacecraft. The spacecraft landed on the lunar surface on January 10, 1968, on the outer rim of the crater Tycho. Operations of the spacecraft began shortly after the soft landing and were terminated on January 26, 1968, 80 hours after sunset. On January 20, while the craft was still in daylight, the TV camera clearly saw two laser beams aimed at it from the night side of the crescent Earth, one from Kitt Peak National Observatory, Tucson, Arizona, and the other at Table Mountain at Wrightwood, California.
Operations on the second lunar day occurred from February 12 to 21, 1968. The mission objectives were fully satisfied by the spacecraft operations. Battery damage was suffered during the first lunar night and transmission contact was subsequently sporadic. Contact with Surveyor 7 was lost on February 21, 1968.
It was planned to be visited by the cancelled Apollo 20 mission, however Skylab and subsequent budget cuts stopped this from happening.
  
Photomosaic of a panorama taken by Surveyor 7 of its landing site
  
Surveyor 7 was the first probe to detect the faint glow on the lunar horizon after dark that is now thought to be light reflected from electrostatically levitated moon dust.
   

A sonda Lunar Prospector foi lançada há 26 anos

Lunar Prospector transparent.png
Lunar Prospector

Mission typeLunar orbiter
OperatorNASA
COSPAR ID1998-001A
SATCAT no.25131
Mission duration570 days

Spacecraft properties
BusLM-100
ManufacturerLockheed Martin
Launch mass295 kilograms (650 lb)
Dry mass126 kilograms (278 lb)
Power202.0 W

Start of mission
Launch dateJanuary 7, 1998, 02:28:44 UTC
RocketAthena II
Launch siteCape Canaveral SLC-46
ContractorLockheed Martin Space Systems

End of mission
Decay dateJuly 31, 1999, 09:52:02 UTC

Orbital parameters
Reference systemSelenocentric
Eccentricity0.00046
Periselene altitude99.45 kilometers (61.80 mi)
Aposelene altitude101.2 kilometers (62.9 mi)
Inclination90.55 degrees
Period117.9 minutes
EpochJanuary 16, 1998[1]

Lunar orbiter
Orbital insertionJanuary 11, 1998, 10:28 UTC
Impact site87.7°S 42.1°E
Orbits~7060
Instruments
Gamma ray spectrometer (GRS)
Lunar Prospector neutron spectrometer (NS)
Alpha particle spectrometer (APS)
Doppler gravity experiment (DGE)
Magnetometer (MAG)
Electron reflectometer (ER)
Lunar Prospector insignia.png
Official insignia of the Lunar Prospector mission

 

   
Lunar Prospector was the third mission selected by NASA for full development and construction as part of the Discovery Program. At a cost of $62.8 million, the 19-month mission was designed for a low polar orbit investigation of the Moon, including mapping of surface composition including polar ice deposits, measurements of magnetic and gravity fields, and study of lunar outgassing events. The mission ended July 31, 1999, when the orbiter was deliberately crashed into a crater near the lunar south pole after the presence of water ice was successfully detected.
Data from the mission allowed the construction of a detailed map of the surface composition of the Moon, and helped to improve understanding of the origin, evolution, current state, and resources of the Moon. Several articles on the scientific results were published in the journal Science.
Lunar Prospector was managed by NASA Ames Research Center with the prime contractor Lockheed Martin. The Principal Investigator for the mission was Alan Binder. His personal account of the mission, Lunar Prospector: Against all Odds, is highly critical of the bureaucracy of NASA overall, and of its contractors.

 

in Wikipédia

terça-feira, janeiro 02, 2024

A sonda Luna 1 foi lançada há 65 anos...!

     
Luna 1 (E-1 No.4), também conhecido em russo como Мечта ou "Sonho", foi a primeira sonda bem sucedida do Programa Luna (um projeto soviético). A sua missão, lançada em 2 de janeiro de 1959, foi a primeira a chegar perto da superfície da Lua, a cerca de 6.000 km, com sucesso, enviando para a Terra muitas fotografias.
     

Missão
Enquanto viajava fora do cinturão de radiação Van Allen, o cintilador da sonda detetou um pequeno número de partículas subatómicas fora do cinturão. Além disso, foram feitas outras descobertas sobre o cinturão de radiação e o espaço exterior. Não foi detetado nenhum campo magnético na Lua. Foram efetuadas as primeiras observações e medições dos ventos solares, que é um grande fluxo de plasma ionizado emanado do Sol que se espalha pelo espaço interplanetário. Essa concentração de plasma ionizado, foi medida, e ficou em torno de 700 partículas por cm3 à distância de 20 a 25 mil km e cerca de 300 a 400 partículas por cm3 à distância de 100 a 150 mil km. Essa sonda também executou a primeira comunicação de rádio a uma distância de 500.000 km da Terra.
Um mau funcionamento no sistema de controle em Terra causou um erro no tempo de ignição do foguete, e a sonda errou o seu alvo, passando a 5.900 km da Lua no ponto de maior aproximação. Depois disso, a Luna 1 tornou-se o primeiro objeto feito pelo homem a entrar em órbita heliocêntrica e foi considerado um "novo planeta", sendo rebatizado para Mechta ("Sonho"). A sua órbita ficou entre a da Terra e a de Marte. O nome "Luna-1" foi aplicado, de forma retroativa, anos mais tarde. O nome "Luna-1" é também considerado como "primeiro foguetão cósmico", em referência ao facto de ter atingido a velocidade de escape da Terra. 
     

terça-feira, dezembro 19, 2023

Os últimos homens a pisar a Lua aterraram há cinquenta e um anos...

Estatísticas da missão


Módulo de comando America
Módulo lunar Challenger
Número de tripulantes 3
Lançamento 07.12 de 1972, 05.33 UTC, Cabo Kennedy
Alunagem 11.12 de 1972, 19.54.57 UTC, Taurus-Littrow
Aterragem 19.12 de 1972, 19.24.59 UTC
Órbitas 3 (Terra), 75 (Lua)
Duração 12 dias, 13 horas, 51 minutos e 59 segundos
                                  Imagem da tripulação                                           
 
 

 

 Da esquerda para a direita: Schmitt, Evans e Cernan (sentado)

A Apollo XVII foi a sexta e última missão tripulada do Projeto Apollo à Lua, realizada em dezembro de 1972. Foi a única missão que contou com um geólogo profissional em sua tripulação, a missão que mais tempo permaneceu na superfície lunar, o primeiro lançamento noturno de uma missão tripulada norte-americana e a última viagem espacial tripulada realizada por qualquer país para além da órbita terrestre.


in Wikipédia

quinta-feira, dezembro 14, 2023

Faz hoje cinquenta e um anos que um Geólogo foi o último homem a pisar a Lua...

Estatísticas da missão
Módulo de comando America
Módulo lunar Challenger
Número de tripulantes 3
Lançamento 07.12 de 1972, 05.33 UTC, Cabo Kennedy
Alunagem 11.12 de 1972, 19.54.57 UTC, Taurus-Littrow
Aterragem 19.12 de 1972, 19.24.59 UTC
Órbitas 3 (Terra), 75 (Lua)
Duração 12 dias, 13 horas, 51 minutos e 59 segundos
                                  Imagem da tripulação                                           

Da esquerda para a direita: Schmitt, Evans e Cernan (sentado)


 

A Apollo XVII foi a sexta e última missão tripulada do Projeto Apollo à Lua, realizada em dezembro de 1972. Foi a única missão que contou com um geólogo profissional em sua tripulação, a missão que mais tempo permaneceu na superfície lunar, o primeiro lançamento noturno de uma missão tripulada norte-americana e a última viagem espacial tripulada realizada por qualquer país para além da órbita terrestre.

  

  
Harrison Hagan "Jack" Schmitt (Santa Rita, 3 de julho de 1935) é um astronauta, geólogo e ex-senador dos Estados Unidos. Foi um dos integrantes da missão Apollo 17, a última a pousar na Lua, em dezembro de 1972. Nesta missão, ele tornou-se o primeiro membro do grupo de astronautas-cientistas da NASA a ir para o espaço. Ele continua a ser o único cientista profissional a ter voado numa órbita para fora da Terra e a ter visitado a Lua. Foi um membro bastante influente da comunidade de geólogos do Programa Apollo e, antes de começar sua própria preparação para a missão, fazia parte da equipa de cientistas que fazia treino rotineiro visando uma viagem à Lua.
 

segunda-feira, dezembro 11, 2023

A última alunagem de humanos foi há 51 anos...

    
Apollo XVII foi a sexta e última missão tripulada do Projeto Apollo à Lua, realizada em dezembro de 1972. Foi a única missão que contou com um geólogo profissional na sua tripulação, a missão que mais tempo permaneceu na superfície lunar, o primeiro lançamento noturno de uma missão tripulada norte-americana e a última viagem espacial tripulada realizada por qualquer país para além da órbita terrestre.

O Fim do Começo
Apesar da cortina estar a fechar-se sobre o Programa Apollo, o ato final foi espetacular. A área de pouso do Módulo Lunar Challenger, num bonito vale cercado de montanhas no limite do Mar da Serenidade, prometia ser um paraíso geológico. Em fotografias tiradas antes da missão, a área escolhida para o pouso, Taurus-Littrow, estava coalhada de pedras roladas das montanhas em volta, e no vale no centro destas montanhas podiam ser vistas inúmeras crateras escuras, provavelmente produzidas por material vulcânico.
Para explorar esta preciosidade geológica, a direção de voo tinha escolhido uma tripulação de dois homens com, talvez, a mais ampla gama de capacidades de todas as tripulações da Apollo. O comandante Eugene Cernan era um veterano de duas missões anteriores, tendo voado na Gemini IX e na Apollo 10. Era o único comandante que já havia pilotado o Módulo Lunar no espaço e havia poucos, no corpo de astronautas, que conheciam o foguetão tão profundamente. Já o seu co-piloto e piloto do ML Challenger, Harrison "Jack" Schmitt, não apenas conhecia o módulo profundamente, mas também era um geólogo profissional, que havia sido um participante ativo no planeamento das primeiras missões Apollo. Se a região lunar de Taurus-Littrow era um paraíso geológico, então Harrison Schmitt era o geólogo.

A montagem do ALSEP

Após uma alunagem perfeita, Cernan e Schmitt começaram o seu trabalho na superfície, descarregando e montando o jipe lunar e depois as experiências do ALSEP - sigla que denominava o conjunto de material e experiências que acompanhava cada missão. Muitos destas experiências eram exclusivas da Apollo XVII e de vários deles esperava-se que transmitissem informações da estrutura geológica ao redor do vale de Taurus-Littrow. As experiências que já haviam sido usados em missões anteriores, incluíam a experiência de circulação de calor, um detetor de raios cósmicos semelhante ao usado na Apollo XVI e um tubo de  perfuração como aqueles usados nas Apollos XV e XVI.

As novas experiências levados incluíam um instrumento para determinar a composição da fina atmosfera lunar, um invento para detetar meteoritos e um gravímetro de longa duração, feito com a intenção de que fosse um detetor de ondas gravitacionais.

Estatísticas da missão
FoguetãoSaturno V SA-512
Módulo de comandoAmerica
Módulo de serviçoSM-114
Módulo lunarChallenger
Número de tripulantes3
Base de lançamentoLC 39A, no Centro Espacial Kennedy
Lançamento7 de dezembro de 1972
Cabo Kennedy
Alunagem11 de dezembro de 1972
Taurus-Littrow
Aterragem19 de dezembro de 1972
Órbitas3 (Terra), 75 (Lua)
Duração12 d 13 h 51 m 59 s


  Da esquerda para a direita: Schmitt, Evans e Cernan (sentado)

quinta-feira, dezembro 07, 2023

A última missão (tripulada...) à Lua foi lançada há 51 anos

    
A Apollo XVII foi a sexta e última missão tripulada do Projeto Apollo à Lua, realizada em dezembro de 1972. Foi a única missão que contou com um geólogo profissional em sua tripulação, a missão que mais tempo permaneceu na superfície lunar, o primeiro lançamento noturno de uma missão tripulada norte-americana e a última viagem espacial tripulada realizada por qualquer país para além da órbita terrestre.

O Fim do Começo
Apesar da cortina estar a fechar-se sobre o Programa Apollo, o ato final foi espetacular. A área de pouso do Módulo Lunar Challenger, num bonito vale cercado de montanhas no limite do Mar da Serenidade, prometia ser um paraíso geológico. Em fotografias tiradas antes da missão, a área escolhida para o pouso, Taurus-Littrow, estava coalhada de pedras roladas das montanhas em volta, e no vale no centro destas montanhas podiam ser vistas inúmeras crateras escuras, provavelmente produzidas por material vulcânico.
Para explorar esta preciosidade geológica, a direção de voo tinha escolhido uma tripulação de dois homens com, talvez, a mais ampla gama de capacidades de todas as tripulações da Apollo. O comandante Eugene Cernan era um veterano de duas missões anteriores, tendo voado na Gemini IX e na Apollo 10. Era o único comandante que já havia pilotado o Módulo Lunar no espaço e havia poucos, no corpo de astronautas, que conheciam a espaçonave tão profundamente. E o seu co-piloto e piloto do ML Challenger, Harrison "Jack" Schmitt, não apenas conhecia o módulo profundamente, mas também era um geólogo profissional, que havia sido um ativo participante no planeamento das primeiras missões Apollo. Se a região lunar de Taurus-Littrow era um paraíso geológico, então Harrison Schmitt era o geólogo.
  

Estatísticas da missão
Foguetão Saturno V SA-512
Módulo de comando America
Módulo de serviço SM-114
Módulo lunar Challenger
Número de tripulantes 3
Base de lançamento LC 39A, no Centro Espacial Kennedy
Lançamento 7 de dezembro de 1972
Cabo Kennedy
Alunagem 11 de dezembro de 1972
Taurus-Littrow
Aterragem 19 de dezembro de 1972
Órbitas 3 (Terra), 75 (Lua)
Duração 12 d 13 h 51 m 59 s


  Da esquerda para a direita: Schmitt, Evans e Cernan (sentado)