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domingo, março 10, 2024

O maior desastre mineiro de sempre na Europa ocorreu há 118 anos...

La catastrophe de Courrières illustrée par Le Petit Journal
   
La catastrophe de Courrières est la plus importante catastrophe minière d'Europe. Elle tire son nom de la Compagnie des mines de Courrières qui exploite alors le gisement de charbon du Bassin minier du Nord-Pas-de-Calais dans le Pas-de-Calais. Elle a lieu entre Courrières et Lens, le samedi 10 mars 1906 et a fait officiellement 1.099 morts. Ce gisement fournit alors 7 % de la production nationale de charbon. Un coup de grisou suivi d'un coup de poussière dévaste 110 kilomètres de galeries dans les fosses nos 2 à Billy-Montigny, 3 à Méricourt et 4 - 11 à Sallaumines. Le choc a été si fort que les cages ne peuvent plus circuler dans le puits no 3 et que des débris et des chevaux ont été projetés à une hauteur de dix mètres sur le carreau de la fosse.
Trois jours après l'explosion, les recherches pour retrouver les survivants sont abandonnées et une partie de la mine est condamnée, pour étouffer l'incendie et préserver le gisement. Cette gestion de la crise par la compagnie minière a été particulièrement mal vécue par les mineurs et par leurs familles.
Le 30 mars, soit vingt jours après l'explosion, treize rescapés réussissent à retrouver le puits par leurs propres moyens après avoir erré dans le noir total sur des kilomètres, un quatorzième fut retrouvé quatre jours plus tard. La catastrophe provoque une crise politique et un mouvement social qui débouche sur l'instauration du repos hebdomadaire.
  

segunda-feira, fevereiro 26, 2024

A inundação de Buffalo Creek foi há 52 anos

(imagem daqui)

   

The Buffalo Creek flood was a disaster that occurred on February 26, 1972, when the Pittston Coal Company's coal slurry impoundment dam #3, located on a hillside in Logan County, West Virginia, burst, four days after having been declared "satisfactory" by a federal mine inspector.

The resulting flood unleashed approximately 132 million US gallons (500,000 cubic metres; 500 million litres) of black waste water, cresting over 30 feet (9.1 m) high, upon the residents of sixteen coal towns along Buffalo Creek Hollow. Out of a population of 5,000 people, 125 were killed, 1,121 were injured, and over 4,000 were left homeless. 507 houses were destroyed, in addition to 44 mobile homes and 30 businesses. The disaster destroyed or damaged homes in Saunders, Pardee, Lorado, Craneco, Lundale, Stowe, Crites, Latrobe, Robinette, Amherstdale, Becco, Fanco, Braeholm, Accoville, Crown and Kistler. In its legal filings, Pittston Coal referred to the accident as "an Act of God."

Dam #3, constructed of coarse mining refuse dumped into the Middle Fork of Buffalo Creek starting in 1968, failed first, following heavy rains. The water from dam #3 then overwhelmed dams #2 and #1. Dam #3 had been built on top of coal slurry sediment that had collected behind dams # 1 and #2, instead of on solid bedrock. Dam #3 was approximately 260 feet (79 m) above the town of Saunders when it failed. 

 

sexta-feira, fevereiro 02, 2024

Notícia interessante sobre geologia, clima e habitação...

A cidade onde as pessoas vivem debaixo da terra por causa do calor

 

 

Na longa estrada rumo ao centro da Austrália, 848 km a norte das planícies costeiras de Adelaide, surgem enigmáticas pirâmides de areia.

Em torno delas, o cenário é totalmente desolado – uma extensão sem fim de poeira rosa-salmão, ocasionalmente salpicada com teimosos arbustos.

No entanto, à medida que se avança pela rodovia, surgem outras construções misteriosas similares – montes de terra clara, espalhados aleatoriamente como monumentos esquecidos há muito tempo. E, de vez em quando, tubos brancos elevam-se do solo ao lado das construções.

Estes são os primeiros sinais de Coober Pedy, uma cidade de mineiros de opala com cerca de 2.500 habitantes. Muitos dos pequenos picos da região são resíduos de solo gerados após décadas de mineração, mas também são os sinais de outra característica do local: as moradias subterrâneas.

Neste canto do mundo, 60% da população vive em casas construídas nas rochas de arenito e siltito ricas em ferro da região. Em alguns locais, os únicos sinais de moradia são os poços de ventilação que se erguem até o chão e o excesso de solo acumulado perto das entradas das casas.

No inverno, este estilo de vida pode parecer apenas excêntrico. Mas, no verão, Coober Pedy – “homem branco num buraco”, em tradução livre de uma expressão aborígene australiana – não requer explicações: o local atinge 52°C, uma temperatura tão alta que faz com que os pássaros caiam do céu e aparelhos eletrónicos precisem de ser guardados no frigorífico.

E, em 2023, este costume pareceu ter sido mais profético que nunca.

 

Solução eficaz

Mais à frente, na estrada para Coober Pedy, fica o centro da cidade.

À primeira vista, pode ser confundida com uma comunidade comum da região desértica que compõe o chamado Outback australiano. As ruas são cor-de-rosa devido à poeira e existem restaurantes, bares, supermercados e postos de gasolina.

No alto de uma colina, a única árvore da cidade – na verdade, uma escultura feita de metal – observa o panorama.

Na superfície, Coober Pedy é assustadoramente vazia. As construções são muito espaçadas entre si e a impressão é de que algo realmente parece estar errado. Mas, debaixo do solo, tudo se explica.

Em Coober Pedy, as construções subterrâneas precisam de ficar a pelo menos quatro metros de profundidade, para evitar que o teto desabe. Por baixo daquele enorme volume de rocha, a temperatura é sempre agradável: 23 °C.

Além do conforto, outra importante vantagem de morar por baixo da terra é a economia. Coober Pedy gera toda a eletricidade que consome – 70% dela, de origem eólica e solar. Mas ligar o ar-condicionado, muitas vezes, é caro e impraticável.

“Para viver acima do solo, paga-se uma verdadeira fortuna pelo aquecimento e refrigeração, já que, muitas vezes, faz mais de 50°C no verão”, afirma Jason Wright, morador local.

Por outro lado, muitas casas subterrâneas em Coober Pedy são relativamente baratas. Num recente leilão, o preço médio das casas de três quartos foi de cerca de 40 mil dólares australianos.

E as casas subterrâneas oferecem outros benefícios. Um deles é que não há insetos.

“Quando se chega à porta, as moscas saem das suas costas, elas não querem entrar no escuro e no frio”, conta Wright. E também não há poluição sonora e luminosa de baixo da terra.

Curiosamente, o estilo de vida subterrâneo também pode oferecer alguma proteção contra terramotos. Wright descreve que os tremores de terra na região produzem um ruído vibrante que aumenta e passa através do subterrâneo até ao outro lado.

“Tivemos dois [terramotos] desde que me mudei para cá e nunca sequer me abalei”, conta. Mas o nível de segurança das estruturas subterrâneas durante atividades sísmicas depende inteiramente do seu tamanho, complexidade e profundidade.

 

Configuração ideal

A questão é se as casas subterrâneas poderiam ajudar as pessoas a combater os efeitos das mudanças climáticas em outros lugares do planeta. E por que elas são tão poucas?

Existem diversas razões que explicam a praticidade única da construção de subterrâneos em Coober Pedy. A primeira são as rochas da região.

“Elas são muito moles, podemos raspá-las com um canivete ou com a unha”, afirma Barry Lewis, funcionário do centro de informações turísticas da cidade. Por esta razão, quando os moradores precisam de mais espaço, às vezes simplesmente começam a cavar. E, como se trata de uma área de mineração de opala, não é raro que um projeto de obras acabe por dar lucro.

Já houve um homem que encontrou uma gema grande a sair da parede enquanto instalava um chuveiro e, durante uma obra de ampliação, um hotel local descobriu opalas no valor de 1,5 milhões de dólares australianos.

Na verdade, a construção de túneis em Coober Pedy é tão simples que muitos moradores têm casas de luxo sofisticadas, com piscinas subterrâneas, salões de jogos, grandes banheiros e salas de estar de alto padrão.

Um morador local chegou a descrever sua casa subterrânea “como um castelo”, com 50 mil tijolos aparentes e portas em arco em todos os quartos.

 

Questão de humidade

Mas os banquetes de Cooper Pedy seriam impossíveis noutro lugar. A humidade é um grande desafio para qualquer estrutura subterrânea.

Das muitas moradias em rochas habitadas por seres humanos, a maioria fica em locais secos. Elas incluem as torres e paredes construídas nos rochedos de Mesa Verde, no Colorado (Estados Unidos), habitadas durante mais de 700 anos pelo povo ancestral conhecido como Pueblo, até os elaborados templos, túmulos e palácios escavados no arenito rosa de Petra, na Jordânia.

Mas construir por baixo da terra em regiões mais húmidas é claramente mais complicado. O metro de Londres é um exemplo. Para impermeabilizar os seus túneis subterrâneos originais, construídos no século XIX, foram revestidos com diversas camadas de tijolos e uma generosa camada de betão.

Mas, em Coober Pedy, as condições são áridas até nos subterrâneos. “Aqui é muito, muito seco”, afirma Wright.

Poços de ventilação garantem o fornecimento adequado de oxigénio e permitem que a humidade das atividades internas escape do subterrâneo. Muitas vezes, são simples canos que se estendem através do teto.

De facto, é possível que as curiosas pirâmides de areia de Coober Pedy comecem a pipocar noutros lugares do mundo no futuro próximo.

 

in ZAP

domingo, novembro 19, 2023

O acidente na mina de Pike River matou 27 mineiros há treze anos...

(imagem daqui)

   

O acidente na mina de Pike River ocorreu em 19 de novembro de 2010 em Greymouth, Nova Zelândia. Uma explosão deixou 29 mineiros presos a pelo menos 1.500 metros da entrada da mina. A jazida situa-se 120 metros abaixo da superfície, e entra-se nela primariamente pela horizontal. Dois mineiros escaparam com ferimentos leves no dia da explosão, ao escalarem um poço de ventilação.

No dia 24 de novembro de 2010, especialistas conseguiram perfurar um pequeno túnel até a galeria. Ao analisarem a qualidade do ar, foi constatada uma quantia excessiva de monóxido de carbono e gás metano, indicando quantidade insuficiente de oxigénio. Estudava-se a possibilidade de os mineiros já estarem mortos devido à intoxicação, quando uma segunda explosão dentro da galeria foi sentida da superfície, acabando com as esperanças das equipas de resgate de salvar os trabalhadores soterrados.
 
 

sábado, outubro 21, 2023

O desastre mineiro galês de Aberfan foi há 57 anos

Mina de carvão de Aberfan em 1964, com o rejeito de minérios na parte superior esquerda. O edifício de tijolos vermelhos na metade esquerda é a Escola Secundária do Condado de Pantglas

    

O desastre de Aberfan foi o colapso catastrófico de uma mina de carvão na vila galesa de Aberfan, perto de Merthyr Tydfil, que matou 116 crianças e 28 adultos em 21 de outubro de 1966. O colapso foi causado pela acumulação de água nos rejeitos de rocha e de xisto que, de repente, escorregaram montanha abaixo, em forma de lama.

Mais de 1,4 milhões de pés cúbicos (40.000 m³) de escombros cobriram parte da localidade em questão de minutos. As salas de aula da Escola Primária do Condado de Pantglas foram imediatamente inundadas, matando jovens, crianças e professores, pelo impacto ou por asfixia

 

 Colapso

Na manhã de sexta-feira, 21 de outubro de 1966, depois de vários dias de chuva intensa, uma subsidência de aproximadamente 3 a 6 metros ocorreu no flanco superior de mina de carvão nº 7. Cerca das 09.15 mais de 150.000 metros cúbicos de água, saturado de detritos, romperam e fluiram montanha abaixo, a alta velocidade. Estava ensolarado na montanha, mas na aldeia havia muito nevoeiro, com visibilidade de apenas cerca de cinquenta metros. A equipa que trabalhava na montanha viu o início do deslizamento, mas foi incapaz comunicar sobre a iminente tragédia devido a roubo do seu cabo de telefone. O oficial de investigação, mais tarde, concluiu que o deslizamento aconteceu tão rápido que um telefonema avisando sobre o deslizamento não teria dado tempo de salvar as vidas. 

 

 Arcos brancos no Cemitério Bryntaf

  

Memorial 

O Jardim Memorial Aberfan, no sítio da Escola Primária Pantglas, foi oficialmente inaugurado pela Rainha Isabel II, em 9 de maio de 1997.

 

quarta-feira, julho 05, 2023

Cecil Rhodes nasceu há cento e setenta anos...

 

Cecil John Rhodes (Bishop's Stortford, Hertfordshire, 5 de julho de 1853 - Muizenberg, 26 de março de 1902) foi um colonizador e homem de negócios britânico. Foi também uma personagem essencial no projecto britânico de construção do caminho de ferro que ligaria o Cairo, no Egito, ao Cabo, na África do Sul, nunca realizado. É também um dos principais fundadores da companhia De Beers, que na atualidade detém aproximadamente 40% de todo o mercado mundial de diamantes, mas que um dia foi responsável por 90% dele.
Ficou famosa a sua divisa pessoal "So much to do, so little time..." (Tanto para fazer, tão pouco tempo...).
    
Biografia
Nascido no condado de Hertfordshire,Cecil foi o quinto filho do reverendo Francis William Rodhes (18071878) e da sua segunda mulher, Louisa Peacock Rhodes (18161873). Teve onze irmãos, entre eles duas mulheres.
Criança brilhante mas de frágil saúde, em 1870 Cecil Rhodes tem apenas 17 anos quando, para tratar a sua asma, interrompe os seus estudos em Oxford para ir ter com o seu irmão Herbert no Natal, na África do Sul, onde o clima lhe é favorável.
Com dezanove anos converteu 3.000 libras que um tio lhe havia dado, com a ideia de cultivar algodão, em licenças para explorar uma mina de diamantes em Kimberley, na África do Sul, associado a John X Merrimam e C. D. Rudd, que mais tarde o acompanhariam na fundação a De Beers Mining Company.
Em 1872, Cecil sofreu um ataque de coração, mas conseguiu recuperar. Foi então que começou a investigar as possibilidades de descobrir ouro no interior africano. Para isso, os irmãos Rhodes marcharam para norte, chegando a Mafeking. Porém, no ano seguinte, ao anunciar-se que a mina mais rica de Kimberley estava esgotada, Cecil ficou com todas as licenças que lhe ofereceram e ficou rico ao descobrir mais minas de diamantes, as quais deixou aos cuidados do seu sócio, Rudd, pois voltou para Inglaterra, com o objetivo de completar os seus estudos. Para tal inscreveu-se no Oriel College e não voltou a África antes de 1876.
Em abril de 1880, associado a Rudd, fundou a De Beers Mining Company, um investimento de 200 000 libras. Assim, em 1885, já controlava mais de 50% da economia de Kimberley.
Em 1886, ao ser descoberta uma mina de ouro em Joanesburgo, Cecil Rhodes compra grande parte desta.
   
Relações com a Companhia Britânica da África do Sul
A companhia foi criada por Cecil Rhodes através da fusão da Central Gold Search Association, empresa liderada por Charles Rudd, e da Exploring Company, Ltd, de Arthur Edward Maund.
Os feitos de Rhodes, no período em que atuou na companhia, foram resumidos por Daniel Litvin, que é consultor e escritor inglês, em seu livro: " Empires of Profit:
"Em um período de menos de dez anos, Rhodes e sua companhia tinham invadido ou levado a autoridade imperial britânica a se impor sobre uma região que corresponde à moderna Botswana, Zimbábue, Zâmbia e Malaui, - uma área com três vezes o tamanho da França."
O trecho acima citado, extraído do livro: "Empires of Profit", sinaliza a atuação conjunta de Cecil Rhodes com a companhia, num longo processo de intervenção britânica na África do Sul, que ocasionou num violento esmagamento dos grupos locais sul-africanos, na perda de milhares de vidas, além da geração de lucros em escala inimaginável.
Rhodes se tornou um personagem emblemático ao se falar do expansionismo e do colonialismo inglês do século XIX, uma de suas frases mais popularizadas foi:
"O mundo está quase todo parcelado e o que dele resta está sendo dividido, conquistado, colonizado. Penso nas estrelas que vemos à noite, esses vastos mundos que jamais poderemos atingir. Eu anexaria os planetas se pudesse. Entristece-me vê-los tão claramente e ao mesmo tempo tão distantes". (Cecil Rhodes 1895)
     
Rhodes e o racismo
Rhodes, assim como muitos homens de seu tempo, acreditava nas aplicação social das ideias de Darwin, o chamado darwinismo social. Devido a isso era um profundo defensor da superioridade da raça branca, em relação as demais raças. Em um de seus testamentos, intitulado: "Last Will and Testament", ele escreve:
"Considerei a existência de Deus e decidi que há uma boa hipótese de que ele exista. Se ele realmente existir, deve estar trabalhando em um plano. Portanto, se devo servir a Deus, preciso descobrir o plano e fazer o melhor possível para ajudá-lo em sua execução. Como descobrir o plano? Primeiramente, procurar a raça que Deus escolheu para ser o instrumento divino da futura evolução. Inquestionavelmente, é a raça branca… Devotarei o restante de minha vida ao propósito de Deus e a ajudá-lo a tornar o mundo inglês."
Talvez essas crenças na superioridade do homem branco, sejam a explicação para as empreitadas violentas, dirigidas por Rhodes, contra os nativos da África do Sul e a vontade que o acompanhou por toda a sua vida de expandir o Império britânico apesar de sua tradição anticolonialista no Congresso de Viena, sendo um dos maiores apologistas do imperialismo anglo-saxónico ao lado de Joseph Chamberlain no final do século XIX.
      
Morte
O local onde ele decidiu que seria enterrado - da mesma forma que um rei africano - foram as colinas de Matobo, onde ele dominou uma rebelião dos matabeles. O funeral de Rhodes ocorreu em 11 de abril de 1902 e ele foi enterrado perto do rei Mzilikazi. Milhares de matabeles vieram ao seu enterro, mesmo tendo sido Rhodes o opressor deste povo. A cerimónia foi cristã, apesar disso os chefes guerreiros matabeles pagaram tributos a Rhodes de acordo com as suas crenças animistas locais.
     

sexta-feira, março 10, 2023

O maior desastre mineiro de sempre na Europa ocorreu há 117 anos

La catastrophe de Courrières illustrée par Le Petit Journal
   
La catastrophe de Courrières est la plus importante catastrophe minière d'Europe. Elle tire son nom de la Compagnie des mines de Courrières qui exploite alors le gisement de charbon du Bassin minier du Nord-Pas-de-Calais dans le Pas-de-Calais. Elle a lieu entre Courrières et Lens, le samedi 10 mars 1906 et a fait officiellement 1.099 morts. Ce gisement fournit alors 7 % de la production nationale de charbon. Un coup de grisou suivi d'un coup de poussière dévaste 110 kilomètres de galeries dans les fosses nos 2 à Billy-Montigny, 3 à Méricourt et 4 - 11 à Sallaumines. Le choc a été si fort que les cages ne peuvent plus circuler dans le puits no 3 et que des débris et des chevaux ont été projetés à une hauteur de dix mètres sur le carreau de la fosse.
Trois jours après l'explosion, les recherches pour retrouver les survivants sont abandonnées et une partie de la mine est condamnée, pour étouffer l'incendie et préserver le gisement. Cette gestion de la crise par la compagnie minière a été particulièrement mal vécue par les mineurs et par leurs familles.
Le 30 mars, soit vingt jours après l'explosion, treize rescapés réussissent à retrouver le puits par leurs propres moyens après avoir erré dans le noir total sur des kilomètres, un quatorzième fut retrouvé quatre jours plus tard. La catastrophe provoque une crise politique et un mouvement social qui débouche sur l'instauration du repos hebdomadaire.
  

domingo, fevereiro 26, 2023

A inundação de Buffalo Creek foi há 51 anos

(imagem daqui)

   

The Buffalo Creek flood was a disaster that occurred on February 26, 1972, when the Pittston Coal Company's coal slurry impoundment dam #3, located on a hillside in Logan County, West Virginia, burst, four days after having been declared "satisfactory" by a federal mine inspector.

The resulting flood unleashed approximately 132 million US gallons (500,000 cubic metres; 500 million litres) of black waste water, cresting over 30 feet (9.1 m) high, upon the residents of sixteen coal towns along Buffalo Creek Hollow. Out of a population of 5,000 people, 125 were killed, 1,121 were injured, and over 4,000 were left homeless. 507 houses were destroyed, in addition to 44 mobile homes and 30 businesses. The disaster destroyed or damaged homes in Saunders, Pardee, Lorado, Craneco, Lundale, Stowe, Crites, Latrobe, Robinette, Amherstdale, Becco, Fanco, Braeholm, Accoville, Crown and Kistler. In its legal filings, Pittston Coal referred to the accident as "an Act of God."

Dam #3, constructed of coarse mining refuse dumped into the Middle Fork of Buffalo Creek starting in 1968, failed first, following heavy rains. The water from dam #3 then overwhelmed dams #2 and #1. Dam #3 had been built on top of coal slurry sediment that had collected behind dams # 1 and #2, instead of on solid bedrock. Dam #3 was approximately 260 feet (79 m) above the town of Saunders when it failed. 

 

sábado, novembro 19, 2022

27 mineiros morreram há doze anos num acidente na mina de Pike River

(imagem daqui)

   

O acidente na mina de Pike River ocorreu em 19 de novembro de 2010 em Greymouth, Nova Zelândia. Uma explosão deixou 29 mineiros presos a pelo menos 1.500 metros da entrada da mina. A jazida situa-se 120 metros abaixo da superfície, e entra-se nela primariamente pela horizontal. Dois mineiros escaparam com ferimentos leves no dia da explosão, ao escalarem um poço de ventilação.

No dia 24 de novembro de 2010, especialistas conseguiram perfurar um pequeno túnel até a galeria. Ao analisarem a qualidade do ar, foi constatada uma quantia excessiva de monóxido de carbono e gás metano, indicando quantidade insuficiente de oxigénio. Estudava-se a possibilidade de os mineiros já estarem mortos devido à intoxicação, quando uma segunda explosão dentro da galeria foi sentida da superfície, acabando com as esperanças das equipas de resgate de salvar os trabalhadores soterrados.
 
 

sexta-feira, outubro 21, 2022

O desastre mineiro de Aberfan, em Gales, foi há 56 anos

Mina de carvão de Aberfan em 1964, com o rejeito de minérios na parte superior esquerda. O edifício de tijolos vermelhos na metade esquerda é a Escola Secundária do Condado de Pantglas

    

O desastre de Aberfan foi o colapso catastrófico de uma mina de carvão na vila galesa de Aberfan, perto de Merthyr Tydfil, que matou 116 crianças e 28 adultos em 21 de outubro de 1966. O colapso foi causado pela acumulação de água nos rejeitos de rocha e de xisto que, de repente, escorregaram montanha abaixo, em forma de lama.

Mais de 1,4 milhões de pés cúbicos (40.000 m³) de escombros cobriram parte da localidade em questão de minutos. As salas de aula da Escola Primária do Condado de Pantglas foram imediatamente inundadas, matando jovens, crianças e professores, pelo impacto ou por asfixia

 

 Colapso

Na manhã de sexta-feira, 21 de outubro de 1966, depois de vários dias de chuva intensa, uma subsidência de aproximadamente 3 a 6 metros ocorreu no flanco superior de mina de carvão nº 7. Cerca das 09.15 mais de 150.000 metros cúbicos de água, saturado de detritos, rompeu e fluiu montanha abaixo, a alta velocidade. Estava ensolarado na montanha, mas na aldeia havia muito nevoeiro, com visibilidade de apenas cerca de cinquenta metros. A equipa que trabalhava na montanha viu o início do deslizamento, mas foi incapaz comunicar sobre a iminente tragédia devido a roubo do seu cabo de telefone. O oficial de investigação, mais tarde, concluiu que o deslizamento aconteceu tão rápido que um telefonema avisando sobre o deslizamento não teria dado tempo de salvar as vidas. 

 

 Arcos brancos no Cemitério Bryntaf

  

Memorial 

O Jardim Memorial Aberfan no sítio da Escola Primária Pantglas, foi oficialmente inaugurado pela Rainha Isabel II, em 9 de maio de 1997.

 

terça-feira, julho 05, 2022

Cecil Rhodes nasceu há 169 anos

     
Cecil John Rhodes (Bishop's Stortford, Hertfordshire, 5 de julho de 1853 - Muizenberg, 26 de março de 1902) foi um colonizador e homem de negócios britânico. Foi também uma personagem essencial no projecto britânico de construção do caminho de ferro que ligaria o Cairo, no Egito, ao Cabo, na África do Sul, nunca realizado. É também um dos principais fundadores da companhia De Beers, que na atualidade detém aproximadamente 40% de todo o mercado mundial de diamantes, mas que um dia foi responsável por 90% dele.
Ficou famosa a sua divisa pessoal "So much to do, so little time..." (Tanto para fazer, tão pouco tempo...).
    
Biografia
Nascido no condado de Hertfordshire,Cecil foi o quinto filho do reverendo Francis William Rodhes (18071878) e da sua segunda mulher, Louisa Peacock Rhodes (18161873). Teve onze irmãos, entre eles duas mulheres.
Criança brilhante mas de frágil saúde, em 1870 Cecil Rhodes tem apenas 17 anos quando, para tratar a sua asma, interrompe os seus estudos em Oxford para ir ter com o seu irmão Herbert no Natal, na África do Sul, onde o clima lhe é favorável.
Com dezanove anos converteu 3.000 libras que um tio lhe havia dado, com a ideia de cultivar algodão, em licenças para explorar uma mina de diamantes em Kimberley, na África do Sul, associado a John X Merrimam e C. D. Rudd, que mais tarde o acompanhariam na fundação a De Beers Mining Company.
Em 1872, Cecil sofreu um ataque de coração, mas conseguiu recuperar. Foi então que começou a investigar as possibilidades de descobrir ouro no interior africano. Para isso, os irmãos Rhodes marcharam para norte, chegando a Mafeking. Porém, no ano seguinte, ao anunciar-se que a mina mais rica de Kimberley estava esgotada, Cecil ficou com todas as licenças que lhe ofereceram e ficou rico ao descobrir mais minas de diamantes, as quais deixou aos cuidados do seu sócio, Rudd, pois voltou para Inglaterra, com o objetivo de completar os seus estudos. Para tal inscreveu-se no Oriel College e não voltou a África antes de 1876.
Em abril de 1880, associado a Rudd, fundou a De Beers Mining Company, um investimento de 200 000 libras. Assim, em 1885, já controlava mais de 50% da economia de Kimberley.
Em 1886, ao ser descoberta uma mina de ouro em Joanesburgo, Cecil Rhodes compra grande parte desta.
   
Relações com a Companhia Britânica da África do Sul
A companhia foi criada por Cecil Rhodes através da fusão da Central Gold Search Association, empresa liderada por Charles Rudd, e da Exploring Company, Ltd, de Arthur Edward Maund.
Os feitos de Rhodes, no período em que atuou na companhia, foram resumidos por Daniel Litvin, que é consultor e escritor inglês, em seu livro: " Empires of Profit:
"Em um período de menos de dez anos, Rhodes e sua companhia tinham invadido ou levado a autoridade imperial britânica a se impor sobre uma região que corresponde à moderna Botswana, Zimbábue, Zâmbia e Malaui, - uma área com três vezes o tamanho da França."
O trecho acima citado, extraído do livro: "Empires of Profit", sinaliza a atuação conjunta de Cecil Rhodes com a companhia, num longo processo de intervenção britânica na África do Sul, que ocasionou num violento esmagamento dos grupos locais sul-africanos, na perda de milhares de vidas, além da geração de lucros em escala inimaginável.
Rhodes se tornou um personagem emblemático ao se falar do expansionismo e do colonialismo inglês do século XIX, uma de suas frases mais popularizadas foi:
"O mundo está quase todo parcelado e o que dele resta está sendo dividido, conquistado, colonizado. Penso nas estrelas que vemos à noite, esses vastos mundos que jamais poderemos atingir. Eu anexaria os planetas se pudesse. Entristece-me vê-los tão claramente e ao mesmo tempo tão distantes". (Cecil Rhodes 1895)
     
Rhodes e o racismo
Rhodes, assim como muitos homens de seu tempo, acreditava nas aplicação social das ideias de Darwin, o chamado darwinismo social. Devido a isso era um profundo defensor da superioridade da raça branca, em relação as demais raças. Em um de seus testamentos, intitulado: "Last Will and Testament", ele escreve:
"Considerei a existência de Deus e decidi que há uma boa hipótese de que ele exista. Se ele realmente existir, deve estar trabalhando em um plano. Portanto, se devo servir a Deus, preciso descobrir o plano e fazer o melhor possível para ajudá-lo em sua execução. Como descobrir o plano? Primeiramente, procurar a raça que Deus escolheu para ser o instrumento divino da futura evolução. Inquestionavelmente, é a raça branca… Devotarei o restante de minha vida ao propósito de Deus e a ajudá-lo a tornar o mundo inglês."
Talvez essas crenças na superioridade do homem branco, sejam a explicação para as empreitadas violentas, dirigidas por Rhodes, contra os nativos da África do Sul e a vontade que o acompanhou por toda a sua vida de expandir o Império britânico apesar de sua tradição anticolonialista no Congresso de Viena, sendo um dos maiores apologistas do imperialismo anglo-saxónico ao lado de Joseph Chamberlain no final do século XIX.
      
Morte
O local onde ele decidiu que seria enterrado - da mesma forma que um rei africano - foram as colinas de Matobo, onde ele dominou uma rebelião dos matabeles. O funeral de Rhodes ocorreu em 11 de abril de 1902 e ele foi enterrado perto do rei Mzilikazi. Milhares de matabeles vieram ao seu enterro, mesmo tendo sido Rhodes o opressor deste povo. A cerimónia foi cristã, apesar disso os chefes guerreiros matabeles pagaram tributos a Rhodes de acordo com as suas crenças animistas locais.
     

quarta-feira, março 09, 2022

O maior desastre mineiro de sempre na Europa ocorreu há 116 anos

La catastrophe de Courrières illustrée par Le Petit Journal
   
La catastrophe de Courrières est la plus importante catastrophe minière d'Europe. Elle tire son nom de la Compagnie des mines de Courrières qui exploite alors le gisement de charbon du Bassin minier du Nord-Pas-de-Calais dans le Pas-de-Calais. Elle a lieu entre Courrières et Lens, le samedi 10 mars 1906 et a fait officiellement 1.099 morts. Ce gisement fournit alors 7 % de la production nationale de charbon. Un coup de grisou suivi d'un coup de poussière dévaste 110 kilomètres de galeries dans les fosses nos 2 à Billy-Montigny, 3 à Méricourt et 4 - 11 à Sallaumines. Le choc a été si fort que les cages ne peuvent plus circuler dans le puits no 3 et que des débris et des chevaux ont été projetés à une hauteur de dix mètres sur le carreau de la fosse.
Trois jours après l'explosion, les recherches pour retrouver les survivants sont abandonnées et une partie de la mine est condamnée, pour étouffer l'incendie et préserver le gisement. Cette gestion de la crise par la compagnie minière a été particulièrement mal vécue par les mineurs et par leurs familles.
Le 30 mars, soit vingt jours après l'explosion, treize rescapés réussissent à retrouver le puits par leurs propres moyens après avoir erré dans le noir total sur des kilomètres, un quatorzième fut retrouvé quatre jours plus tard. La catastrophe provoque une crise politique et un mouvement social qui débouche sur l'instauration du repos hebdomadaire.
  

sábado, fevereiro 26, 2022

A inundação de Buffalo Creek foi há cinquenta anos...

(imagem daqui)

   

The Buffalo Creek flood was a disaster that occurred on February 26, 1972, when the Pittston Coal Company's coal slurry impoundment dam #3, located on a hillside in Logan County, West Virginia, burst, four days after having been declared "satisfactory" by a federal mine inspector.

The resulting flood unleashed approximately 132 million US gallons (500,000 cubic metres; 500 million litres) of black waste water, cresting over 30 feet (9.1 m) high, upon the residents of sixteen coal towns along Buffalo Creek Hollow. Out of a population of 5,000 people, 125 were killed, 1,121 were injured, and over 4,000 were left homeless. 507 houses were destroyed, in addition to 44 mobile homes and 30 businesses. The disaster destroyed or damaged homes in Saunders, Pardee, Lorado, Craneco, Lundale, Stowe, Crites, Latrobe, Robinette, Amherstdale, Becco, Fanco, Braeholm, Accoville, Crown and Kistler. In its legal filings, Pittston Coal referred to the accident as "an Act of God."

Dam #3, constructed of coarse mining refuse dumped into the Middle Fork of Buffalo Creek starting in 1968, failed first, following heavy rains. The water from dam #3 then overwhelmed dams #2 and #1. Dam #3 had been built on top of coal slurry sediment that had collected behind dams # 1 and #2, instead of on solid bedrock. Dam #3 was approximately 260 feet (79 m) above the town of Saunders when it failed. 

 

in Wikipédia

sexta-feira, novembro 19, 2021

O acidente na mina de Pike River matou 27 mineiros há onze anos

(imagem daqui)

   

O acidente na mina de Pike River ocorreu em 19 de novembro de 2010 em Greymouth, Nova Zelândia. Uma explosão deixou cerca de 29 mineiros presos a pelo menos 1.500 metros da entrada da mina. A jazida situa-se 120 metros abaixo da superfície, e entra-se nela primariamente pela horizontal. Dois mineiros escaparam com ferimentos leves no dia da explosão, ao escalarem um poço de ventilação.

No dia 24 de novembro de 2010, especialistas conseguiram perfurar um pequeno túnel até a galeria. Ao analisarem a qualidade do ar, foi constatada uma quantia excessiva de monóxido de carbono e gás metano, indicando quantidade insuficiente de oxigénio. Estudava-se a possibilidade de os mineiros já estarem mortos devido à intoxicação, quando uma segunda explosão dentro da galeria foi sentida da superfície, acabando com as esperanças das equipas de resgate de salvar os trabalhadores soterrados.
 
 

quinta-feira, outubro 21, 2021

O desastre mineiro de Aberfan foi há 55 anos...

Mina de carvão de Aberfan em 1964, com o rejeito de minérios na parte superior esquerda. O edifício de tijolos vermelhos na metade esquerda é a Escola Secundária do Condado de Pantglas

    

O desastre de Aberfan foi o colapso catastrófico de uma mina de carvão na vila Galesa de Aberfan, perto de Merthyr Tydfil, que matou 116 crianças e 28 adultos em 21 de outubro de 1966. O colapso foi causado pela acumulação de água nos rejeitos de rocha e de xisto que, de repente, escorregaram montanha abaixo, em forma de lama.

Mais de 1,4 milhões de pés cúbicos (40.000 m³) de escombros cobriu parte da aldeia em questão de minutos. As salas de aula da Escola Primária do Condado de Pantglas foram imediatamente inundadas, matando jovens, crianças e professores, pelo impacto ou por asfixia

 

 Colapso

Na manhã de sexta-feira, 21 de outubro de 1966, depois de vários dias de chuva intensa, uma subsidência de aproximadamente 3 a 6 metros ocorreu no flanco superior de mina de carvão de Nº 7. Às 09.15 mais de 150.000 metros cúbicos de água saturado de detritos rompeu e fluiu montanha abaixo em alta velocidade. Estava ensolarado na montanha, mas na aldeia havia muito nevoeiro, com visibilidade de apenas cerca de cinquenta metros. A equipa que trabalhava na montanha viu o início do deslizamento, mas foi incapaz comunicar sobre a iminente tragédia devido a roubo do seu cabo de telefone. O oficial de investigação, mais tarde, concluiu que o deslizamento aconteceu tão rápido que um telefonema avisando sobre o deslizamento não teria dado tempo de salvar as vidas. 

 

 Arcos brancos no Cemitério Bryntaf

  

Memorial 

O Jardim Memorial Aberfan no sítio da Escola Primária Pantglas, foi oficialmente inaugurado pela Rainha Isabel II, em 9 de maio de 1997.

 

segunda-feira, julho 05, 2021

Cecil Rhodes nasceu há 168 anos

     
Cecil John Rhodes (Bishop's Stortford, Hertfordshire, 5 de julho de 1853 - Muizenberg, 26 de março de 1902) foi um colonizador e homem de negócios britânico. Foi também uma personagem essencial no projecto britânico de construção do caminho de ferro que ligaria o Cairo, no Egipto, ao Cabo, na África do Sul, nunca realizado. É também um dos principais fundadores da companhia De Beers, que na atualidade detém aproximadamente 40% de todo o mercado mundial de diamantes, mas que um dia foi responsável por 90% dele.
Ficou famosa a sua divisa pessoal "So much to do, so little time..." (Tanto para fazer, tão pouco tempo...).
    
Biografia
Nascido no condado de Hertfordshire,Cecil foi o quinto filho do reverendo Francis William Rodhes (18071878) e da sua segunda mulher, Louisa Peacock Rhodes (18161873). Teve onze irmãos, entre eles duas mulheres.
Criança brilhante mas de frágil saúde, em 1870 Cecil Rhodes tem apenas 17 anos quando, para tratar a sua asma, interrompe os seus estudos em Oxford para ir ter com o seu irmão Herbert no Natal, na África do Sul, onde o clima lhe é favorável.
Com dezanove anos converteu 3000 libras que um tio lhe havia dado, com a ideia de cultivar algodão, em licenças para explorar uma mina de diamantes em Kimberley, na África do Sul, associado a John X Merrimam e C. D. Rudd, que mais tarde o acompanhariam na fundação a De Beers Mining Company.
Em 1872, Cecil sofreu um ataque de coração, mas conseguiu recuperar. Foi então que começou a investigar as possibilidades de descobrir ouro no interior africano. Para isso, os irmãos Rhodes marcharam para norte, chegando a Mafeking. Porém, no ano seguinte, ao anunciar-se que a mina mais rica de Kimberley estava esgotada, Cecil ficou com todas as licenças que lhe ofereceram e ficou rico ao descobrir mais minas de diamantes, as quais deixou aos cuidados do seu sócio, Rudd, pois voltou para Inglaterra, com o objectivo de completar os seus estudos. Para tal inscreveu-se no Oriel College e não voltou a África antes de 1876.
Em abril de 1880, associado a Rudd, fundou a De Beers Mining Company, um investimento de 200 000 libras. Assim, em 1885, já controlava mais de 50% da economia de Kimberley.
Em 1886, ao ser descoberta uma mina de ouro em Joanesburgo, Cecil Rhodes compra grande parte desta.
   
Relações com a Companhia Britânica da África do Sul
A companhia foi criada por Cecil Rhodes através da fusão da Central Gold Search Association, empresa liderada por Charles Rudd, e da Exploring Company, Ltd, de Arthur Edward Maund.
Os feitos de Rhodes, no período em que atuou na companhia, foram resumidos por Daniel Litvin, que é consultor e escritor inglês, em seu livro: " Empires of Profit:
"Em um período de menos de dez anos, Rhodes e sua companhia tinham invadido ou levado a autoridade imperial britânica a se impor sobre uma região que corresponde à moderna Botswana, Zimbábue, Zâmbia e Malaui, - uma área com três vezes o tamanho da França."
O trecho acima citado, extraído do livro: "Empires of Profit", sinaliza a atuação conjunta de Cecil Rhodes com a companhia, num longo processo de intervenção britânica na África do Sul, que ocasionou num violento esmagamento dos grupos locais sul-africanos, na perda de milhares de vidas, além da geração de lucros em escala inimaginável.
Rhodes se tornou um personagem emblemático ao se falar do expansionismo e do colonialismo inglês do século XIX, uma de suas frases mais popularizadas foi:
"O mundo está quase todo parcelado e o que dele resta está sendo dividido, conquistado, colonizado. Penso nas estrelas que vemos à noite, esses vastos mundos que jamais poderemos atingir. Eu anexaria os planetas se pudesse. Entristece-me vê-los tão claramente e ao mesmo tempo tão distantes". (Cecil Rhodes 1895)
     
Rhodes e o racismo
Rhodes, assim como muitos homens de seu tempo, acreditava nas aplicação social das ideias de Darwin, o chamado darwinismo social. Devido a isso era um profundo defensor da superioridade da raça branca, em relação as demais raças. Em um de seus testamentos, intitulado: "Last Will and Testament", ele escreve:
"Considerei a existência de Deus e decidi que há uma boa hipótese de que ele exista. Se ele realmente existir, deve estar trabalhando em um plano. Portanto, se devo servir a Deus, preciso descobrir o plano e fazer o melhor possível para ajudá-lo em sua execução. Como descobrir o plano? Primeiramente, procurar a raça que Deus escolheu para ser o instrumento divino da futura evolução. Inquestionavelmente, é a raça branca… Devotarei o restante de minha vida ao propósito de Deus e a ajudá-lo a tornar o mundo inglês."
Talvez essas crenças na superioridade do homem branco, sejam a explicação para as empreitadas violentas, dirigidas por Rhodes, contra os nativos da África do Sul e a vontade que o acompanhou por toda a sua vida de expandir o Império britânico apesar de sua tradição anticolonialista no Congresso de Viena, sendo um dos maiores apologistas do imperialismo anglo-saxónico ao lado de Joseph Chamberlain no final do século XIX.
      
Morte
O local onde ele decidiu que seria enterrado - da mesma forma que um rei africano - foram as colinas de Matobo, onde ele dominou uma rebelião dos matabeles. O funeral de Rhodes ocorreu em 11 de abril de 1902 e ele foi enterrado perto do rei Mzilikazi. Milhares de matabeles vieram ao seu enterro, mesmo tendo sido Rhodes opressor deste povo. A cerimónia foi cristã, apesar disso os chefes guerreiros matabeles pagaram tributos a Rhodes de acordo com as suas crenças animistas locais.