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sábado, março 09, 2024

Viatcheslav Molotov, especialista russo em guerras, traições e genocídios, nasceu há 134 anos

   
Viatcheslav Mikhailovitch Molotov, nascido Viatcheslav Mikhailovitch Scriábin (Sovietsk, 9 de março de 1890 - Moscovo, 8 de novembro de 1986), foi um diplomata e político da União Soviética de destaque entre os anos 20 e 50 do século XX.
Nascido na pequena aldeia de Kukarka (atual Sovietsk, no Óblast de Kirov), filho de um pequeno comerciante judeu, educado numa escola secundária em Kazan, onde se juntou à fação bolchevique do Partido Operário Social-Democrata Russo, em 1906. Adotou o pseudónimo de Molotov (do russo molot, "martelo"). Foi preso em 1909 e passou dois anos no exílio na Sibéria. Em 1911 inscreveu-se na Universidade Politécnica de São Petersburgo, e tornou-se um dos editores do Pravda, o jornal bolchevique clandestino, do qual Estaline era também editor. Em 1913 Molotov foi preso novamente, e deportado para Irkutsk, de onde escapou em 1915 e regressou à capital. Em 1920 ingressou no Comité Central do PCUS e foi dirigente da Internacional Socialista no período de 28-34.
Na qualidade de membro do Politburo, foi responsável pela campanha de requisições das colheitas na Ucrânia, causando a fome-genocídio de 1932-1933, o Holodomor. Sendo um dos principais colaboradores de Estaline, foi Ministro de Relações Exteriores da URSS no período 1939-1949 e 1953-1956. Em 1957, foi afastado da direção do Partido por Nikita Khrushchov, em virtude da sua oposição à "desestalinização" e nomeado embaixador na Mongólia, cargo que exerceu entre 1957 e 1960 tendo logo após sido indicado para chefiar a representação da URSS na Organização Internacional de Energia Atómica, sediada em Viena, tendo permanecido neste cargo até 1962, ao ser excluído do Partido Comunista. Foi readmitido no Partido em 1984.
O seu nome tornou-se célebre pela popularidade do cocktail molotov, arma química incendiária muito utilizada em guerrilhas e manifestações urbanas. A associação de seu nome com essa bomba caseira deve-se à sua declaração, durante a Guerra de Inverno, de que os soviéticos não estavam bombardeando cidades finlandesas, mas sim enviando alimentos. As bombas russas então foram apelidadas de "cestos de pães de Molotov" e as bombas improvisadas usadas pelos finlandeses de Cocktails Molotov. A sua mais relevante participação na história mundial foi a assinatura do Tratado Molotov-Ribbentrop, o pacto de não-agressão firmado entre a União Soviética e a Alemanha nazi, em agosto de 1939. O tratado perdurou até ao dia 22 de junho de 1941, quando Adolf Hitler quebrou o pacto, ordenando a invasão do território soviético, na chamada Operação Barbarossa.
   
Caricatura no jornal semanal "Mucha", de Varsóvia, em 8 de setembro de 1939, já com a invasão nazi em andamento (o ministro nazi Ribbentrop faz reverência a Estaline, com Molotov a seu lado)
         

quarta-feira, agosto 23, 2023

Estaline comprou os Países Bálticos, a Finlândia e meia Polónia e deu autorização a Hitler para começar a guerra há 84 anos...

Cerimónia de assinatura: Molotov a assinar, Ribbentrop atrás (com os olhos fechados), com Estaline à sua esquerda
     
Antecedentes
O resultado da Primeira Guerra Mundial foi desastroso tanto para o II Reich alemão como para a União Soviética. Durante o conflito, os bolcheviques lutavam pela sobrevivência, e Lenine não teve alternativa a não ser reconhecer a independência da Finlândia, da Estónia, da Letónia, da Lituânia e da Polónia. Além disso, diante do avanço militar alemão, Lenine e Trotsky foram forçados assinar o Tratado de Brest-Litovsk, que retirava o país da guerra e cedia alguns territórios ocidentais da Rússia ao Império Alemão. Após o colapso da Alemanha, tropas da Grã-Bretanha, da França e do Império Japonês intervieram na Guerra Civil Russa.
Em 16 de abril de 1922, a Alemanha e a União Soviética participaram no Tratado de Rapallo, por cujos termos renunciavam às reivindicações territoriais e financeiras contra os demais. As partes se comprometeram ainda à neutralidade na eventualidade de um ataque de um contra um outro pelo Tratado de Berlim (1926).
No início da década de 30, a ascensão do Partido Nazi ao poder na Alemanha, aumentou as tensões entre estes países, a União Soviética e outros países de etnia eslava, que foram considerados "Untermenschen" ("sub-humanos") de acordo com a ideologia racial nazi. Além disso, os nazis, antissemitas, associavam a etnia judia com o comunismo e com o capitalismo financeiro, aos quais se opunham. Por conseguinte, a liderança nazi declarou que os eslavos na União Soviética estavam a ser governados por "judeus bolcheviques".
Em 1939, a Alemanha nazi e a Itália fascista, apoiaram os nacionalistas espanhóis na Guerra Civil Espanhola, enquanto os soviéticos apoiaram a Segunda República Espanhola, sob a liderança do presidente Manuel Azaña. Naquele mesmo ano, a Alemanha e o Império Japonês entraram no "Pacto Anti-Comintern", e a que se juntou, um ano depois, a Itália.
A feroz retórica anti-soviética de Adolf Hitler foi uma das razões pelas quais a Grã-Bretanha e a França decidiram que a participação da União Soviética na Conferência de Munique, em 1938, sobre o destino da Checoslováquia, seria perigosa e inútil. O Acordo de Munique, então assinado, marcou uma anexação parcial da Checoslováquia pela Alemanha, no final de 1938, seguido da sua dissolução completa, em março de 1939, o que é visto como parte de um apaziguamento da Alemanha realizado pelos gabinetes de Neville Chamberlain e Édouard Daladier. Esta política levantou de imediato a questão de saber se a União Soviética poderia evitar ser o próximo passo na lista de Hitler.
Nesse contexto, a liderança soviética acreditava que o Ocidente poderia querer incentivar a agressão alemã a Oriente, e que a Grã-Bretanha e a França poderiam ficar neutras no conflito iniciado pela Alemanha Nazi. Pelo lado da Alemanha, devido a que uma aliança com a Grã-Bretanha era impossível, tornava-se necessário estreitar relações mais estreitas com a União Soviética para a obtenção de matérias-primas. Além disso, um bloqueio naval britânico era esperado em caso de guerra, o que iria provocar uma escassez crítica de matérias-primas para o esforço de guerra da Alemanha. Depois do acordo de Munique, aumentaram as necessidades alemãs em termos de abastecimento militar, ao passo que, devido à implementação do terceiro plano quinquenal na URSS, eram essenciais investimentos maciços em tecnologia e equipamentos industriais.
Em 31 de março de 1939, em resposta ao desafio da Alemanha nazi do Acordo de Munique e da ocupação da Checoslováquia, a Grã-Bretanha garantiu o apoio da própria França para garantir a independência da Polónia, da Bélgica, da Roménia, da Grécia e da Turquia. Em 6 de Abril, a Polónia e a Grã-Bretanha concordaram em formalizar a garantia de uma aliança militar. Em 28 de abril, Hitler denunciou o Pacto de Não-Agressão Polaco-Alemão de 1934 e o Acordo Naval Anglo-Germânico de 1935.
   
À esquerda, as fronteiras, conforme o Pacto Molotov-Ribbentrop; à direita, as fronteiras reais em 1939
     
O Pacto
Foi assinado em Moscovo na madrugada de 24 de agosto de 1939 (mas datada de 23 de agosto) pelo então ministro do exterior soviético Vyacheslav Molotov e pelo então ministro do exterior da Alemanha Joachim von Ribbentrop. Em linhas gerais estabelecia que ambas as nações se comprometiam a manter-se afastadas uma da outra em termos bélicos. Nenhuma nação favoreceria os inimigos da outra, nem tão pouco invadiriam os seus respetivos territórios, além do que, a União Soviética não reagiria a uma agressão alemã à Polónia, e que, em contrapartida, a Alemanha apoiaria uma invasão soviética à Finlândia, entre outras concessões. De facto, à invasão nazi seguiu-se a Invasão Soviética da Polónia e também da Finlândia, ainda em 1939.
Em dois protocolos secretos, os dois governos organizaram a partilha dos territórios da Europa de Leste em zonas de influência, decidindo que a Polónia deveria deixar de existir (passando o seu território para a Alemanha e para a URSS), que a Lituânia ficaria sob alçada alemã (meses mais tarde a Alemanha trocou a Lituânia por outra zonas de influência, ficando a Lituânia sob alçada soviética), que a Estónia e a Letónia passariam para a URSS, bem como grande parte da Finlândia e vastas zonas da Roménia e da Bulgária.
O pacto estabelecia também fortes relações comerciais, vitais para os dois países, nomeadamente petróleo soviético da zona do Cáucaso e trigo da Ucrânia, recebendo em contrapartida ajuda, equipamento militar alemão e ouro.
Este novo facto nas relações internacionais alarmou a comunidade das nações, não só porque os nazis eram supostos inimigos dos comunistas, mas também porque, secretamente, objetivava a divisão dos estados da Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia e Roménia segundo as esferas de interesses de ambas as partes. O pacto era absolutamente vital para ambos os países: para os alemães assegurava que se poderiam concentrar apenas na sua frente ocidental para além de terem assegurado combustíveis que de outro modo impossibilitariam tais operações. Do lado soviético, a paz e a ajuda militar eram fundamentais, tanto mais que as forças militares não estavam preparadas para qualquer grande combate, como se comprovou na mal sucedida aventura finlandesa de novembro de 1939 - a chamada guerra de inverno.
O pacto durou até 22 de junho de 1941, quando a Alemanha nazi, sem prévio aviso, iniciou a invasão do território soviético na Operação Barbarossa.
     
Caricatura no jornal semanal "Mucha", de Varsóvia, em 8 de setembro de 1939, já com a invasão nazi em andamento (Ribbentrop faz reverência a Estaline, com Molotov a seu lado)
 

Hoje é o Dia Europeu de Recordação das Vítimas do Estalinismo e Nazismo...

   
Black Ribbon Day, officially known in the European Union as the European Day of Remembrance for Victims of Stalinism and Nazism, is an international day of remembrance for victims of totalitarian regimes, specifically Stalinist, communist, Nazi and fascist regimes. It is observed on 23 August and symbolizes the rejection of "extremism, intolerance and oppression". It is one of the official remembrance days of the European Union. Under the name Black Ribbon Day it is also an official remembrance day of Canada and the United States, among other countries.
The remembrance day has its origins in protests in western countries against the Soviet Union that gained prominence in the years leading up to the Revolutions of 1989 and that inspired the Baltic Way, a major demonstration against the Soviet occupation of the Baltic states in 1989. It was proposed as an official European remembrance day by Václav Havel, Joachim Gauck and a group of freedom fighters and former political prisoners from Central and Eastern Europe during a conference organised by the Czech Government, and was formally designated by the European Parliament in 2008/2009 as "a Europe-wide Day of Remembrance for the victims of all totalitarian and authoritarian regimes, to be commemorated with dignity and impartiality"; it has been observed annually by the bodies of the European Union since 2009. The European Parliament's 2009 resolution on European conscience and totalitarianism, co-sponsored by the European People's Party, the Alliance of Liberals and Democrats for Europe, The Greens–European Free Alliance, and the Union for Europe of the Nations, called for its implementation in all of Europe. The establishment of 23 August as an international remembrance day for victims of totalitarianism was also supported by the 2009 Vilnius Declaration of the OSCE Parliamentary Assembly.
23 August was chosen to coincide with the date of the signing of the Molotov–Ribbentrop Pact, a 1939 non-aggression pact between the USSR and Nazi Germany which contained a protocol dividing Romania, Poland, Lithuania, Latvia, Estonia, and Finland into designated German and Soviet spheres of influence. The treaty was described by the European Parliament's president Jerzy Buzek in 2010 as "the collusion of the two worst forms of totalitarianism in the history of humanity."
The purpose of the Day of Remembrance is to preserve the memory of the victims of mass deportations and exterminations, while promoting democratic values with the aim to reinforce peace and stability in Europe.
   

quinta-feira, junho 22, 2023

Hitler invadiu a União Soviética há 82 anos

 


Operação Barbarossa

Data 22 de junho de 1941
Local Polónia, Bielorrússia, Ucrânia, Moldávia, Lituânia, Letónia, Estónia, Oeste da Rússia
Resultado As forças do Eixo conquistam grande parte do território soviético e causam pesadas baixas ao Exército Vermelho, mas uma campanha como a da Blitzkrieg falhou.
Combatentes
 Alemanha
 Finlândia
 Itália
 Romênia
 Hungria
Flag of Slovakia (1939–1945).svg Eslováquia
 Croácia
 União Soviética
Comandantes
Alemanha Nazista Adolf Hitler
Hermann Göring
Franz Halder
Walther von Brauchitsch
Wilhelm Ritter von Leeb
Fedor von Bock
Gerd von Rundstedt
Reino da Romênia Ion Antonescu
Finlândia Gustaf Mannerheim
Reino de Itália (1861–1946) Benito Mussolini
Reino da Hungria (1920-1946) Miklós Horthy
República Eslovaca (1939-1945) Jozef Tiso
Estado Independente da Croácia Ante Pavelić
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Josef Stalin
Gueorgui Júkov
Aleksandr Vasilyevskiy
Semyon Budyonny
Kliment Voroshilov
Semyon Timoshenko
Markian Popov
Fyodor Kuznetsov
Dmitry Pavlov Executado
Ivan Tyulenev
Mikhail Kirponos
Forças
~3.9 milhões (incluindo reservas)
3.600 veículos blindados
4.389 aeronaves
46.000 peças de artilharia
~3,2 milhões inicialmente (após mais de 5 milhões)
12-15.000 veículos blindados,
35-40.000 aeronaves (11.357 prontas para o combate no dia 22 de junho de 1941)
Baixas
250.000 mortos
500.000 feridos
25.000 desaparecidos 2.093 aeronaves destruídas
2.758 blindados destruídos
802.191 mortos
3.000.000 feridos
3.300.000 capturados 21.200 aeronaves destruídas
20.500 veículos blindados perdidos

 

A Operação Barbarossa (em alemão: Unternehmen Barbarossa) foi o nome de código pelo qual ficou conhecida a operação militar alemã para invadir a União Soviética, iniciada a 22 de junho de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, rompendo assim com o Pacto Ribbentrop-Molotov (ou tratado de não-agressão) acordado entre os dois Estados cerca de dois anos antes.

Considerada a maior e mais feroz campanha militar da história em termos de mobilização de tropas e baixas sofridas, onde 4,5 milhões de soldados do Eixo invadiram a União Soviética numa frente de 2.900 km sendo também utilizados 600.000 veículos motorizados e 750.000 cavalos. Os planos para a Operação Barbarossa iniciaram no dia 18 de dezembro de 1940, sendo o seu nome devido ao monarca Frederico Barbarossa, do Sacro Império Romano-Germânico, um dos líderes da Terceira Cruzada no século XII.
O objetivo inicial da Operação Barbarossa era uma rápida tomada da parte europeia da União Soviética a oeste da linha que liga as cidades de Arkhangelsk e Astrakhan, chamada de linha A-A na Diretiva nº 21 de Adolf Hitler. Até ao final do mês de janeiro de 1942, o avanço alemão foi paralisado pelo Exército Vermelho. Embora não tenha alcançado o objetivo desejado de uma conquista total do território inimigo e a vitória sobre este, as tropas alemãs haviam conseguido tomar as mais importantes áreas económicas do território soviético, concentradas principalmente na Ucrânia. Fora estes sucessos alcançados, os alemães não conseguiram formar novamente uma força ofensiva que chegasse até Moscovo.
Com o falhar da Operação Barbarossa, ficaram complicadas as futuras operações dentro do território soviético, tendo todas estas tentativas falhado, como a continuação do Cerco de Leninegrado, Operação Nordlicht, e a Batalha de Estalinegrado, entre outras batalhas no território soviético ocupado.
Com o falhar da Operação Barbarossa, foi aberto um novo fronte na Segunda Guerra, a Frente Oriental, onde foram concentradas mais forças do que em qualquer outro teatro de guerra da história, sendo assim, ficou inevitável que neste fronte ocorressem algumas das maiores batalhas, baixas e atrocidades, trazendo o horror para as forças alemães e soviéticas que ali se enfrentavam, influenciando decisivamente no curso da guerra e da história do século XX.
   

quarta-feira, junho 14, 2023

A Lituânia sofreu um ultimato soviético há 83 anos...

  
A União Soviética emitiu um ultimato à Lituânia antes da meia-noite de 14 de junho de 1940. Os soviéticos, usando um pretexto formal, exigiram a permissão da entrada de um número indeterminado de soldados soviéticos no território lituano e a formação de um novo governo pró-soviético (mais tarde conhecido como "Governo Popular"). O ultimato e posterior incorporação da Lituânia na União Soviética resultou da divisão da Europa Oriental às esferas de influência alemãs e russas do Pacto Molotov-Ribbentrop de agosto de 1939. A Lituânia, juntamente com a Letónia e a Estónia, caíram sob a esfera russa. De acordo com o Tratado lituano-soviético de assistência mútua de outubro de 1939, a Lituânia concordou em permitir que cerca de 20.000 soldados soviéticos fossem estacionados em várias bases no interior da Lituânia, em troca de uma parte da Região de Vilnius. Outras ações soviéticas para o estabelecimento de sua posição dominante na sua esfera de influência seriam atrasadas ​​pela Guerra de Inverno com a Finlândia, porém retomadas na primavera de 1940, quando a Alemanha estava fazendo rápidos avanços na Europa Ocidental. Apesar das ameaças à independência, as autoridades lituanas pouco fizeram para organizar um plano de contingências e não estavam preparadas para o ultimato.

Com as tropas soviéticas já estacionadas no país, conforme o Tratado de Assistência Mútua, foi impossível organizar uma resistência militar eficaz. Em 15 de junho, a Lituânia aceitou incondicionalmente o ultimato e perdeu a sua independência. Os soviéticos tentaram mostrar ao mundo que isso não era uma ocupação militar e anexação, mas uma revolução socialista legítima, iniciada pela população local exigindo a adesão à União Soviética. Portanto, os soviéticos seguiram procedimentos semi-legais: assumiram o controle das instituições governamentais, instalaram um novo governo fantoche, e realizaram falsas eleições para o Seimas Popular. Durante a sua primeira sessão, o Seimas proclamou criação da República Socialista Soviética da Lituânia e solicitou a admissão na União Soviética. A petição foi oficialmente aceita pelo Soviete Supremo da União Soviética em 3 de agosto de 1940, ao mesmo tempo que processos quase idênticos ocorreriam na Letónia e Estónia. A Lituânia não iria recuperar a sua independência até à proclamação da Declaração de Restabelecimento do Estado da Lituânia, em 11 de março de 1990

 

domingo, abril 30, 2023

O nazi von Ribbentrop nasceu há cento e trinta anos

     
Ulrich Friedrich Wilhelm Joachim von Ribbentrop (Wesel, 30 de abril de 1893 - Nuremberga, 16 de outubro de 1946) foi um político alemão, ministro de Relações Exteriores da Alemanha nazi entre 1938 e 1945 e uma das principais e influentes figuras do Terceiro Reich de Adolf Hitler.
Foi também um dos líderes nazis acusado de crimes contra a humanidade pelo Tribunal de Nuremberga, condenado à morte e enforcado após a derrota e rendição alemã na Segunda Guerra Mundial.
 
(...)
  
Tornou-se célebre por ter representado a Alemanha no chamado Pacto Ribbentrop-Molotov, um acordo de não agressão, assinado em Moscovo, com a União Soviética, sendo esta representada por Viatcheslav Molotov.
  

quinta-feira, março 09, 2023

Viatcheslav Molotov (um especialista russo em guerras, traições e genocídios) nasceu há 133 anos

   
Viatcheslav Mikhailovitch Molotov, nascido Viatcheslav Mikhailovitch Scriábin (Sovietsk, 9 de março de 1890 - Moscovo, 8 de novembro de 1986), foi um diplomata e político da União Soviética de destaque entre os anos 20 e 50 do século XX.
Nascido na pequena aldeia de Kukarka (atual Sovietsk, no Óblast de Kirov), filho de um pequeno comerciante judeu, educado numa escola secundária em Kazan, onde se juntou à fação bolchevique do Partido Operário Social-Democrata Russo, em 1906. Adotou o pseudónimo de Molotov (do russo molot, "martelo"). Foi preso em 1909 e passou dois anos no exílio na Sibéria. Em 1911 inscreveu-se na Universidade Politécnica de São Petersburgo, e tornou-se um dos editores do Pravda, o jornal bolchevique clandestino, do qual Estaline era também editor. Em 1913 Molotov foi preso novamente, e deportado para Irkutsk, de onde escapou em 1915 e regressou à capital. Em 1920 ingressou no Comité Central do PCUS e foi dirigente da Internacional Socialista no período de 28-34.
Na qualidade de membro do Politburo, foi responsável pela campanha de requisições das colheitas na Ucrânia, causando a fome-genocídio de 1932-1933, o Holodomor. Sendo um dos principais colaboradores de Estaline, foi Ministro de Relações Exteriores da URSS no período 1939-1949 e 1953-1956. Em 1957, foi afastado da direção do Partido por Nikita Khrushchov, em virtude da sua oposição à "desestalinização" e nomeado embaixador na Mongólia, cargo que exerceu entre 1957 e 1960 tendo logo após sido indicado para chefiar a representação da URSS na Organização Internacional de Energia Atómica, sediada em Viena, tendo permanecido neste cargo até 1962, ao ser excluído do Partido Comunista. Foi readmitido no Partido em 1984.
O seu nome tornou-se célebre pela popularidade do cocktail molotov, arma química incendiária muito utilizada em guerrilhas e manifestações urbanas. A associação de seu nome com essa bomba caseira deve-se a sua declaração durante a Guerra de Inverno de que os soviéticos não estavam bombardeando cidades finlandesas, mas sim enviando alimentos. As bombas russas então foram apelidadas de "cestos de pães de Molotov" e as bombas improvisadas usadas pelos finlandeses de Cocktails Molotov. A sua mais relevante participação na história mundial foi a assinatura do Tratado Molotov-Ribbentrop, o pacto de não-agressão firmado entre a União Soviética e a Alemanha nazi em 1939. O tratado perdurou até ao dia 22 de junho de 1941, quando Adolf Hitler quebrou o pacto, ordenando a invasão do território soviético, na chamada Operação Barbarossa.
   
Caricatura no jornal semanal "Mucha", de Varsóvia, em 8 de setembro de 1939, já com a invasão nazi em andamento (o ministro nazi Ribbentrop faz reverência a Estaline, com Molotov a seu lado)
         

terça-feira, agosto 23, 2022

Hoje foi o Dia Europeu de Recordação das Vítimas do Estalinismo e Nazismo...

   
Black Ribbon Day, officially known in the European Union as the European Day of Remembrance for Victims of Stalinism and Nazism, is an international day of remembrance for victims of totalitarian regimes, specifically Stalinist, communist, Nazi and fascist regimes. It is observed on 23 August and symbolizes the rejection of "extremism, intolerance and oppression". It is one of the official remembrance days of the European Union. Under the name Black Ribbon Day it is also an official remembrance day of Canada and the United States, among other countries.
The remembrance day has its origins in protests in western countries against the Soviet Union that gained prominence in the years leading up to the Revolutions of 1989 and that inspired the Baltic Way, a major demonstration against the Soviet occupation of the Baltic states in 1989. It was proposed as an official European remembrance day by Václav Havel, Joachim Gauck and a group of freedom fighters and former political prisoners from Central and Eastern Europe during a conference organised by the Czech Government, and was formally designated by the European Parliament in 2008/2009 as "a Europe-wide Day of Remembrance for the victims of all totalitarian and authoritarian regimes, to be commemorated with dignity and impartiality"; it has been observed annually by the bodies of the European Union since 2009. The European Parliament's 2009 resolution on European conscience and totalitarianism, co-sponsored by the European People's Party, the Alliance of Liberals and Democrats for Europe, The Greens–European Free Alliance, and the Union for Europe of the Nations, called for its implementation in all of Europe. The establishment of 23 August as an international remembrance day for victims of totalitarianism was also supported by the 2009 Vilnius Declaration of the OSCE Parliamentary Assembly.
23 August was chosen to coincide with the date of the signing of the Molotov–Ribbentrop Pact, a 1939 non-aggression pact between the USSR and Nazi Germany which contained a protocol dividing Romania, Poland, Lithuania, Latvia, Estonia, and Finland into designated German and Soviet spheres of influence. The treaty was described by the European Parliament's president Jerzy Buzek in 2010 as "the collusion of the two worst forms of totalitarianism in the history of humanity."
The purpose of the Day of Remembrance is to preserve the memory of the victims of mass deportations and exterminations, while promoting democratic values with the aim to reinforce peace and stability in Europe.
   

Hitler vendeu a Estaline os Países Bálticos, Finlândia e meia Polónia e teve autorização para começar a guerra há 83 anos

Cerimónia de assinatura: Molotov a assinar, Ribbentrop atrás (com os olhos fechados), com Estaline à sua esquerda
     
Antecedentes
O resultado da Primeira Guerra Mundial foi desastroso tanto para o II Reich alemão como para a União Soviética. Durante o conflito, os bolcheviques lutavam pela sobrevivência, e Lenine não teve alternativa a não ser reconhecer a independência da Finlândia, da Estónia, da Letónia, da Lituânia e da Polónia. Além disso, diante do avanço militar alemão, Lenine e Trotsky foram forçados assinar o Tratado de Brest-Litovsk, que retirava o país da guerra e cedia alguns territórios ocidentais da Rússia ao Império Alemão. Após o colapso da Alemanha, tropas da Grã-Bretanha, da França e do Império Japonês intervieram na Guerra Civil Russa.
Em 16 de abril de 1922, a Alemanha e a União Soviética participaram no Tratado de Rapallo, por cujos termos renunciavam às reivindicações territoriais e financeiras contra os demais. As partes se comprometeram ainda à neutralidade na eventualidade de um ataque de um contra um outro pelo Tratado de Berlim (1926).
No início da década de 30, a ascensão do Partido Nazi ao poder na Alemanha, aumentou as tensões entre estes países, a União Soviética e outros países de etnia eslava, que foram considerados "Untermenschen" ("sub-humanos") de acordo com a ideologia racial nazi. Além disso, os nazis, antissemitas, associavam a etnia judia com o comunismo e com o capitalismo financeiro, aos quais se opunham. Por conseguinte, a liderança nazi declarou que os eslavos na União Soviética estavam a ser governados por "judeus bolcheviques".
Em 1939, a Alemanha nazi e a Itália fascista, apoiaram os nacionalistas espanhóis na Guerra Civil Espanhola, enquanto os soviéticos apoiaram a Segunda República Espanhola, sob a liderança do presidente Manuel Azaña. Naquele mesmo ano, a Alemanha e o Império Japonês entraram no "Pacto Anti-Comintern", e a que se juntou, um ano depois, a Itália.
A feroz retórica anti-soviética de Adolf Hitler foi uma das razões pelas quais a Grã-Bretanha e a França decidiram que a participação da União Soviética na Conferência de Munique, em 1938, sobre o destino da Checoslováquia, seria perigosa e inútil. O Acordo de Munique, então assinado, marcou uma anexação parcial da Checoslováquia pela Alemanha, no final de 1938, seguido da sua dissolução completa, em março de 1939, o que é visto como parte de um apaziguamento da Alemanha realizado pelos gabinetes de Neville Chamberlain e Édouard Daladier. Esta política levantou de imediato a questão de saber se a União Soviética poderia evitar ser o próximo passo na lista de Hitler.
Nesse contexto, a liderança soviética acreditava que o Ocidente poderia querer incentivar a agressão alemã a Oriente, e que a Grã-Bretanha e a França poderiam ficar neutras no conflito iniciado pela Alemanha Nazi. Pelo lado da Alemanha, devido a que uma aliança com a Grã-Bretanha era impossível, tornava-se necessário estreitar relações mais estreitas com a União Soviética para a obtenção de matérias-primas. Além disso, um bloqueio naval britânico era esperado em caso de guerra, o que iria provocar uma escassez crítica de matérias-primas para o esforço de guerra da Alemanha. Depois do acordo de Munique, aumentaram as necessidades alemãs em termos de abastecimento militar, ao passo que, devido à implementação do terceiro plano quinquenal na URSS, eram essenciais investimentos maciços em tecnologia e equipamentos industriais.
Em 31 de março de 1939, em resposta ao desafio da Alemanha nazi do Acordo de Munique e da ocupação da Checoslováquia, a Grã-Bretanha garantiu o apoio da própria França para garantir a independência da Polónia, da Bélgica, da Roménia, da Grécia e da Turquia. Em 6 de Abril, a Polónia e a Grã-Bretanha concordaram em formalizar a garantia de uma aliança militar. Em 28 de abril, Hitler denunciou o Pacto de Não-Agressão Polaco-Alemão de 1934 e o Acordo Naval Anglo-Germânico de 1935.
   
À esquerda, as fronteiras, conforme o Pacto Molotov-Ribbentrop; à direita, as fronteiras reais em 1939
     
O Pacto
Foi assinado em Moscovo na madrugada de 24 de agosto de 1939 (mas datada de 23 de agosto) pelo então ministro do exterior soviético Vyacheslav Molotov e pelo então ministro do exterior da Alemanha Joachim von Ribbentrop. Em linhas gerais estabelecia que ambas as nações se comprometiam a manter-se afastadas uma da outra em termos bélicos. Nenhuma nação favoreceria os inimigos da outra, nem tão pouco invadiriam os seus respetivos territórios, além do que, a União Soviética não reagiria a uma agressão alemã à Polónia, e que, em contrapartida, a Alemanha apoiaria uma invasão soviética à Finlândia, entre outras concessões. De facto, à invasão nazi seguiu-se a Invasão Soviética da Polónia e também da Finlândia, ainda em 1939.
Em dois protocolos secretos, os dois governos organizaram a partilha dos territórios da Europa de Leste em zonas de influência, decidindo que a Polónia deveria deixar de existir (passando o seu território para a Alemanha e para a URSS), que a Lituânia ficaria sob alçada alemã (meses mais tarde a Alemanha trocou a Lituânia por outra zonas de influência, ficando a Lituânia sob alçada soviética), que a Estónia e a Letónia passariam para a URSS, bem como grande parte da Finlândia e vastas zonas da Roménia e da Bulgária.
O pacto estabelecia também fortes relações comerciais, vitais para os dois países, nomeadamente petróleo soviético da zona do Cáucaso e trigo da Ucrânia, recebendo em contrapartida ajuda, equipamento militar alemão e ouro.
Este novo facto nas relações internacionais alarmou a comunidade das nações, não só porque os nazis eram supostos inimigos dos comunistas, mas também porque, secretamente, objetivava a divisão dos estados da Finlândia, Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia e Roménia segundo as esferas de interesses de ambas as partes. O pacto era absolutamente vital para ambos os países: para os alemães assegurava que se poderiam concentrar apenas na sua frente ocidental para além de terem assegurado combustíveis que de outro modo impossibilitariam tais operações. Do lado soviético, a paz e a ajuda militar eram fundamentais, tanto mais que as forças militares não estavam preparadas para qualquer grande combate, como se comprovou na mal sucedida aventura finlandesa de novembro de 1939 - a chamada guerra de inverno.
O pacto durou até 22 de junho de 1941, quando a Alemanha nazi, sem prévio aviso, iniciou a invasão do território soviético na Operação Barbarossa.
     
Caricatura no jornal semanal "Mucha", de Varsóvia, em 8 de setembro de 1939, já com a invasão nazi em andamento (Ribbentrop faz reverência a Estaline, com Molotov a seu lado)
 

quarta-feira, junho 22, 2022

Hitler invadiu a União Soviética há 81 anos

 

Operação Barbarossa

Data 22 de junho de 1941
Local Polónia, Bielorrússia, Ucrânia, Moldávia, Lituânia, Letónia, Estónia, Oeste da Rússia
Resultado As forças do Eixo conquistam grande parte do território soviético e causam pesadas baixas ao Exército Vermelho, mas uma campanha como a da Blitzkrieg falhou.
Combatentes
 Alemanha
 Finlândia
 Itália
 Romênia
 Hungria
Flag of Slovakia (1939–1945).svg Eslováquia
 Croácia
 União Soviética
Comandantes
Alemanha Nazista Adolf Hitler
Hermann Göring
Franz Halder
Walther von Brauchitsch
Wilhelm Ritter von Leeb
Fedor von Bock
Gerd von Rundstedt
Reino da Romênia Ion Antonescu
Finlândia Gustaf Mannerheim
Reino de Itália (1861–1946) Benito Mussolini
Reino da Hungria (1920-1946) Miklós Horthy
República Eslovaca (1939-1945) Jozef Tiso
Estado Independente da Croácia Ante Pavelić
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas Josef Stalin
Gueorgui Júkov
Aleksandr Vasilyevskiy
Semyon Budyonny
Kliment Voroshilov
Semyon Timoshenko
Markian Popov
Fyodor Kuznetsov
Dmitry Pavlov Executado
Ivan Tyulenev
Mikhail Kirponos
Forças
~3.9 milhões (incluindo reservas)
3.600 veículos blindados
4.389 aeronaves
46.000 peças de artilharia
~3,2 milhões inicialmente (após mais de 5 milhões)
12-15.000 veículos blindados,
35-40.000 aeronaves (11.357 prontas para o combate no dia 22 de junho de 1941)
Baixas
250.000 mortos
500.000 feridos
25.000 desaparecidos 2.093 aeronaves destruídas
2.758 blindados destruídos
802.191 mortos
3.000.000 feridos
3.300.000 capturados 21.200 aeronaves destruídas
20.500 veículos blindados perdidos

Operação Barbarossa (em alemão: Unternehmen Barbarossa) foi o nome de código pelo qual ficou conhecida a operação militar alemã para invadir a União Soviética, iniciada a 22 de junho de 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, rompendo assim com o Pacto Ribbentrop-Molotov (ou tratado de não-agressão) acordado entre os dois Estados cerca de dois anos antes.

Considerada a maior e mais feroz campanha militar da história em termos de mobilização de tropas e baixas sofridas, onde 4,5 milhões de soldados do Eixo invadiram a União Soviética numa frente de 2.900 km sendo também utilizados 600.000 veículos motorizados e 750.000 cavalos. Os planos para a Operação Barbarossa iniciaram no dia 18 de dezembro de 1940, sendo o seu nome devido ao monarca Frederico Barbarossa, do Sacro Império Romano-Germânico, um dos líderes da Terceira Cruzada no século XII.
O objetivo inicial da Operação Barbarossa era uma rápida tomada da parte europeia da União Soviética a oeste da linha que liga as cidades de Arkhangelsk e Astrakhan, chamada de linha A-A na Diretiva nº 21 de Adolf Hitler. Até ao final do mês de janeiro de 1942, o avanço alemão foi paralisado pelo Exército Vermelho. Embora não tenha alcançado o objetivo desejado de uma conquista total do território inimigo e a vitória sobre este, as tropas alemãs haviam conseguido tomar as mais importantes áreas económicas do território soviético, concentradas principalmente na Ucrânia. Fora estes sucessos alcançados, os alemães não conseguiram formar novamente uma força ofensiva que chegasse até Moscovo.
Com o falhar da Operação Barbarossa, ficaram complicadas as futuras operações dentro do território soviético, tendo todas estas tentativas falhado, como a continuação do Cerco de Leninegrado, Operação Nordlicht, e a Batalha de Estalinegrado, entre outras batalhas no território soviético ocupado.
Com o falhar da Operação Barbarossa, foi aberto um novo fronte na Segunda Guerra, a Frente Oriental, onde foram concentradas mais forças do que em qualquer outro teatro de guerra da história, sendo assim, ficou inevitável que neste fronte ocorressem algumas das maiores batalhas, baixas e atrocidades, trazendo o horror para as forças alemães e soviéticas que ali se enfrentavam, influenciando decisivamente no curso da guerra e da história do século XX.