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sábado, outubro 01, 2022

Formação e Saída de Campo do Carsoscópio

 


Dia Internacional da Geodiversidade - O Fascínio do Carso

Episódio 1: Geodiversidade e geoturismo

5 de outubro - das 10.00 às 18.00

 

PROGRAMA (PDF)

 

No dia 5 de outubro antecipamos as comemorações do Dia Internacional da Geodiversidade.

O tema só podia ser um: o Carso! 

É um programa de dia inteiro: de manhã temos conferências no Centro Ciência Viva do Alviela e, no período da tarde, há saída de campo.

Convidámos o Lúcio Cunha e o Luca Dimuccio, da Universidade de Coimbra, para falar dos aspetos geológicos do carso e de geoturismo, o Luís Santos e o Júlio Dinis (IP Tomar) trazem-nos um vídeo documental do PNSAC, que foi recentemente apresentado na International Mountain Conference (Áustria). A moderação está a cargo de Diogo de Abreu (IGOT, Univ. Lisboa) que nos traz também a geodiversidade "humana" das regiões cársicas. José Brilha (Univ. Minho) estará online para a abertura do evento e José Manuel Alho (Vice-Presidente da CCDR-LVT) estará também online para nos dar uma boa notícia: vem aí a Academia do Carso!

De seguida, pomo-nos a caminho com uma breve paragem na nascente do Alviela e, de autocarro, vamos até outra nascente cársica e a outro canhão flúvio-cársico: nascente do Agroal e canhão do Nabão.

São muitas e boas, as razões para vir comemorar connosco o Dia Internacional da Geodiversidade.

Inscreva-se! 

 

DATA: 5 de outubro

Horas: 10.00 às 18.00

Público-Alvo: público em geral (crianças a partir dos 6 anos)


NOTAS

- a saída de campo é apenas para os inscritos na conferência

- trazer roupa confortável e calçado adequado a  terreno irregular

- trazer refeição ligeira para o almoço (piquenique no Agroal)

- o passeio não inclui seguro

 

Inscrições obrigatórias (há limite devido ao número de pessoas a transportar em autocarro) através do info@alviela.cienciaviva.pt ou 249 881 805

quinta-feira, fevereiro 20, 2014

Às vezes um Museu vem abaixo... e a culpa é da Geologia...

Cratera em museu engole oito Corvettes

O National Corvette Museum “abriu um novo espaço” com 12 metros de largura por 10 metros de profundidade 

O Museu do Corvette fica situado no Kentucky, a cerca de uma hora de viagem do Mammoth Cave National Park, o maior complexo de grutas do mundo, formado principalmente sobre rochas calcárias. É esse mesmo tipo de rocha que está presente sobre o solo do National Corvette Museum. O problema deste tipo de terreno é que pode formar dolinas, espaços em que as rochas calcárias corroídas abrem buracos no solo, como ocorrido na sala de exposições Skydome do Museu Nacional do Corvette.

Eram 05.44 horas da manhã quando os responsáveis do Museu receberam um telefonema da equipa de segurança a indicar que os sensores de movimento do espaço tinham sido accionados, mas nada os podia preparar para a imagem que os esperava no Salão Skydome, onde se encontrava um enorme buraco, mesmo no centro da sala de exposições. Entre os carros que foram engolidos pela cratera com 10 metros de profundidade e 12 de largura estão alguns dos modelos mais históricos da casa, como os modelos 1 milhão e 1,5 milhões. Passaram para baixo de terra o Corvette 1962, o PPG Pace Car 1984, o Corvette nº 1 milhão de 1992, o Corvette 40th Anniversary de 1993, o Mallet Hammer Z06 de  2001 e o Corvette nº 1,5 milhão de 2009. Além disso, também dois modelos emprestados pela GM acabaram debaixo do chão, um ZR-1 Spyder de 1993 e um ZR1 “Blue Devil” de 2009.

Os restantes modelos que se encontravam expostos no Salão Skydome foram removidos para evitar possíveis novos abatimentos de terra. Entre as viaturas retiradas encontra-se o único exemplar existente do Corvette de 1983. Após o acidente foram chamados ao local técnicos para avaliar a integridade da estrutura e estudar a possível existência de novas dolinas por baixo do Museu, possibilidade que foi afastada. Após esta vistoria o National Corvette Museum foi considerado seguro e já reabriu ao público, com todas as áreas de exposição acessíveis, com exceção do Salão Skydome.
Créditos das fotos e dos vídeos: National Corvette Museum

Veja aqui vários vídeos do abatimento de terra no National Corvette Museum:

Filmagem ao nível do solo:

Vista de helicóptero:
Vídeo da Segurança 1:
Vídeo da Segurança 2:


Mais fotos:

quarta-feira, abril 10, 2013

O estranho caso da cratera de Marvão e a geomorfologia cársica prática explicada a leigos

Cratera de Marvão poderá ter origem no excesso de água nos solos
  
Geólogo recorda que tem chovido muito e que esta é uma zona de rocha calcária. A cratera não é obra de "extraterrestres", brinca.
   
  
O excesso de água nos solos poderá estar na origem do fenómeno geológico ocorrido em Marvão, no Alto Alentejo, que resultou na abertura de uma cratera com cerca de 100 metros de profundidade e 17 de diâmetro.
O geólogo Vítor Lamberto explicou nesta segunda-feira à agência Lusa que se trata de "um fenómeno típico" de zonas onde existem rochas calcárias e que em Portugal existem situações “similares”, embora “não tenham esta dimensão”.
O geólogo, que desenvolve trabalhos para instituições de investigação e rochas ornamentais, relatou, no local, que a zona de Marvão possui grutas e o tipo de rocha existente (calcário) tem tendência a “dissolver-se”, formando as grutas. “Aqui em Marvão, tivemos um ano de muita chuva. A água, nestas estruturas, infiltra-se, circula no interior e, nos calcários, circula a grandes velocidades, ou seja, o impacto que pode causar é maior”, explicou.
Com a existência de rios subterrâneos, onde a água circula a grandes profundidades e velocidades e perante um ano de muita chuva no Alentejo, Vítor Lamberto indicou que esses rios “não conseguem dar vazão”. “Quando a água chega ao topo da gruta, lava o material acumulado e esse material, arrastado pela água, abate isto tudo. Por isso, a dimensão que isto tem”, referiu.
No entanto, o geólogo salientou que a cratera em Marvão é “interessante”, devido à profundidade e com “três pequenos sumidores”, mas fez questão de sublinhar que este caso não representa um episódio de “extraterrestres”.
Na propriedade privada onde o fenómeno ocorreu, situada perto da aldeia de Porto da Espada, encontra-se também uma outra cratera de menor dimensão, tendo sido criado em redor de toda aquela zona um perímetro de segurança pelas autoridades.
Em declarações à Lusa, Mário Galego, rendeiro da propriedade onde o fenómeno ocorreu, mostrou-se “surpreendido” com a situação, que considerou “assustadora”. “Na sexta-feira à tarde demos com isto, não sabemos o dia certo em que isto aconteceu, provavelmente quarta ou quinta-feira. É uma situação chata e só de pensar que há poucos dias tinha aqui animais e que podiam ter abalado...”, desabafou.
O presidente da Câmara de Marvão, Vítor Frutuoso, disse à Lusa que o município quer saber os “impactos” que a situação poderá vir a causar. “Nós temos de saber os impactos que isto poderá ter em termos de estabilidade, relativamente à propriedade que é utilizada e ao acesso de pessoas. Por isso, temos que controlar uma série de situações em termos de segurança e perceber quais são as consequências que poderemos ter”, disse.
Com um perímetro de segurança criado e com elementos da GNR no local, a zona tem sido alvo de visitas por parte de pessoas que não resistem à curiosidade de ver in loco o fenómeno geológico.
   
in Público - ler notícia

quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Os trogóblios mais profundos da Terra foram encontrados por equipa que incluiu a bioespeleóloga portuguesa Sofia Reboleira

Portuguesa ajuda a descobrir novas espécies na gruta mais profunda da Terra

Plutomurus ortobalaganensis, encontrado a 1980 metros de profundidade

Insectos primitivos sem asas e sem olhos foram encontrados a quase dois quilómetros de profundidade, na mais completa escuridão, na gruta mais funda do planeta, na Geórgia. A expedição, na qual participou a cientista portuguesa Sofia Reboleira, não esperava encontrar vida tantos metros abaixo do solo.
No Verão de 2010, uma expedição ibero-russa de 30 pessoas (CAVEX Team) esteve 30 dias no interior da gruta Krubera-Vorónia, na região da Abkhazia, no Norte da Geórgia e perto do Mar Negro, com os seus 2191 metros de profundidade.

Sofia Reboleira, investigadora do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, e o seu colega espanhol Alberto Sendra, do Museu Valenciano de História Natural, descobriram quatro novas espécies de colêmbolos, insectos primitivos sem asas e sem olhos, adaptados à vida subterrânea, na mais completa escuridão: Anurida stereoodorata, Deuteraphorura kruberaensis, Schaefferia profundisima e Plutomurus ortobalaganensis. Este último, encontrado a 1980 metros de profundidade, é o animal subterrâneo terrestre mais profundo até agora conhecido. Cada uma das espécies tem exemplares que medem entre um e quatro milímetros.

“Fomos surpreendidos por uma biodiversidade superior àquela que esperávamos a tão grandes profundidades. Não se conheciam animais cavernícolas a viver abaixo dos 1000 metros de profundidade”, diz a cientista ao PÚBLICO.

A gruta Krubera-Vorónia é a única no mundo que supera os dois quilómetros de profundidade. Apesar das várias expedições ao seu interior – entre as quais da CAVEX Team que a estuda há 10 anos – esta foi a primeira vez que se estudou a sua fauna.

Os animais encontrados adaptaram-se para sobreviverem em condições subterrâneas extremas, como a ausência total de luz e a pouca disponibilidade de alimentos. O zoólogo Enrique Baquero, da Universidade de Navarra, descreveu as espécies encontradas num artigo publicada na revista Terrestrial Arthropod Reviews. “Como resposta a estas condições, nenhum dos animais tem olhos e/ou pigmentação. Além disso, uma das espécies desenvolveu um quimioreceptor, uma espécie de antena parabólica química que lhe permite mover-se num local tão complicado”, disse o investigador citado num comunicado daquela universidade.

Com seis toneladas às costas

Sofia Reboleira, 31 anos, foi convidada pela CAVEX Team a participar na expedição à gruta Krubera-Vorónia, uma missão que “foi custeada na totalidade por cada um dos participantes, sem apoios externos ou patrocínios”, disse.

Mas chegar e descer à gruta mais profunda do planeta – com cavidades formadas quando o Mar Negro estava praticamente seco e com níveis freáticos muito mais baixos do que actualmente – foi uma missão exigente.

“Esta cavidade está situada na Abkhazia e é necessário passar pela Rússia e cruzar a fronteira a pé com todo o equipamento às costas. A subida à zona do acampamento é feita em camiões militares que carregam os espeleólogos e as cerca de seis toneladas de equipamento necessário para uma expedição desta magnitude”, conta. Este inclui equipamentos de espeleologia, de mergulho e comida para 30 pessoas durante 30 dias.

“Os camiões cruzam a zona de floresta e sobem às montanhas do Cáucaso, deixando-nos na base do vale do Ortobalagan, onde estão situadas várias grutas profundas, entre as quais a Krubera-Vorónia”.

Depois, “todo o material é carregado, pelos expedicionários, desde a base do vale até à zona da entrada da cavidade, onde se estabelece o campo espeleológico”. Este é um trabalho comunitário no qual todos ajudam e que dura cerca de quatro dias.

Uma vez no interior da gruta – onde as temperaturas oscilam entre 0.5ºC e 5ºC e a água fria é omnipresente, o que “dificulta todo o tipo de trabalho no seu interior” –, “é necessário instalar cordas por toda a cavidade, o que consome quase três quilómetros de corda, e instalar os acampamentos subterrâneos, onde os espeleólogos descansam, comem e dormem”.

O trabalho da CAVEX Team em Krubera-Vorónia não terminou. “A gruta é tão grande como o empenho das pessoas. Pensamos voltar em 2013”, disse Sofia Reboleira.

Esta investigadora já tem descoberto em Portugal novas espécies em grutas. Em dezembro de 2010 anunciou a descoberta de um pseudoescorpião (Titanobochica magna) e um escaravelho (Trechus tatai) no Algarve e em Montejunto. Um ano depois publicou na revista Zootaxa a descoberta de um insecto mais primitivo do que aqueles que se conhecem actualmente, o Litocampa mendesi, numa gruta algarvia.
in Público - ler notícia
NOTA:  a minha amiga Sofia Reboleira, principal responsável do blog espeleológico Profundezas... e nossa habitual presença aqui no blog, pelos seus feitos e descobertas cientificas, está outra vez de parabéns. Para quem quiser saber mais sobre este assunto, sugere-se as seguintes leituras:

segunda-feira, outubro 03, 2011

Saída de Campo, com partida de Leiria e no PNSAC, em 05.10.2011



 

O Grupo de Recrutamento 520 da Escola Correia Mateus, de Leiria, em conjunto com os Blogues Geopedrados e GeoLeiria, irão organizar, na próxima quarta-feira, dia 05.10.2011, feriado, uma saída de campo (aberta a todos mediante inscrição) intitulada À descoberta do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC): botânica, geomorfologia, cavidades, falhas, fósseis e estruturas.

Ponto de encontro: Café Olhalvas (Travessa da Rua das Olhalvas); 

Destinatários: Alunos, Funcionários e Docentes (e seus familiares) da Escola Correia Mateus, bem como outros elementos da Comunidade Educativa e leitores dos Blogues Geopedrados e GeoLeiria

Horário: partida às 09.30 horas e chegada às 17.00 horas; 

Material: carros para as deslocações, água, calças de ganga, sapatos próprios para andar no campo e almoço/merenda; 

Percurso de carro: Leiria – Porto de Mós – Serro Ventoso – Chão das Pias – S. Bento – Cabeço das Pombas – Serra de Sº António – Alvados – Porto de Mós – Leiria. 


NOTA: a organização levará mapas (geológicos e militares), martelos, bússolas e lupas de campo de geólogo e permitirá a recolha de algumas amostras. Haverá explicações sobre botânica, história geológica, minerais, recursos geológicos, tipos de rochas, falhas, dobras e cavidades cársica, a entrada numa gruta e a realização de percursos pedestres.


Mais informações: Blogues Geopedrados (http://geopedrados.blogspot.com/) e GeoLeiria (http://geoleiria.blogspot.com/)

INSCRIÇÕES: fjfom@hotmail.com ou 244 834 505 ou 960 081 251 (até à véspera às 20.00 horas).

Local de encontro:

NOTA: link para cartaz AQUI.

sábado, abril 16, 2011

II Encontro Ibérico de Biologia Subterrânea


II Encontro Ibérico de Biologia Subterrânea

Aveiro - 2 a 4 de Setembro de 2011


No seguimento do primeiro encontro realizado em Valência em 2009, terá lugar no próximo mês de Setembro, na Universidade de Aveiro, o II Encontro Ibérico de Biologia Subterrânea.


Este encontro versará sobre a biodiversidade, ecologia e conservação das cavidades nas distintas regiões cársicas da Península Ibérica e Baleares, sobre as zonas vulcânicas dos arquipélagos da Macaronésia, incluindo Canárias, Açores e Madeira, entre outros habitats subterrâneos.


O encontro inclui um ciclo de conferências para a apresentação e discussão dos avanços teóricos e aplicados da biologia subterrânea, alguns workshops temáticos e uma saída de campo a algumas cavidades emblemáticas do carso português.

quinta-feira, janeiro 20, 2011

Troglóbios portugueses - trabalho científico com lista actualizada



Foi publicada, no International Journal of Speleology, um artigo com a lista actualizada dos seres vivos que vivem na escuridão de cavidades naturais (grutas e tubos lávicos) em Portugal. Aos autores, em particular à amiga Sofia Reboleira, principal responsável pelo Blog Profundezas..., os nossos parabéns!

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Notícia no Público sobre troglóbios

Descobertas duas espécies de invertebrados no Algarve e em Montejunto

O pseudoescorpiao foi encontrado em cavidades nas grutas algarvias

Duas novas espécies cavernícolas, um pseudoescorpião e um escaravelho, foram descobertas para a ciência em grutas do Algarve e do Montejunto pela bióloga e espeleóloga portuguesa Sofia Reboleira.

O pseudoescorpião – apenas semelhante ao escorpião no exterior – Titanobochica magna representa a descoberta de uma nova espécie e de um novo género, explicou ao PÚBLICO a investigadora. O escaravelho Trechus tatai é uma nova espécie, juntando-se às três espécies de escaravelhos cavernícolas já conhecidas em Portugal Continental, no maciço calcário das Serras de Aire e Candeeiros, todas endémicas. Duas delas foram oficialmente descobertas no ano passado, no âmbito do Mestrado da investigadora.

A descoberta do pseudoescorpião, depois de um ano de trabalho de campo, "foi uma enorme surpresa", contou Sofia Reboleira, do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro. "Quando vamos para o campo estamos à espera de encontrar alguma coisa nova, mas quando realmente a encontramos, é sempre uma grande surpresa".

A espécie, que só foi encontrada em quatro cavidades dos maciços calcários do Algarve - da zona de Portimão à de Olhão -, pode ser considerado um “gigante”, com os seus cerca de dois centímetros, dado que o tamanho destes animais oscila, normalmente, entre um e cinco milímetros. "Esta espécie não tem parentes à superfície, todos se extinguiram com as glaciações, alterações climáticas ou perturbações das placas tectónicas", explicou. "São verdadeiras relíquias" que só conseguiram sobreviver graças ao ambiente muito estável das grutas, nomeadamente às temperaturas constantes ao longo do ano.

Além do pseudoescorpião, Sofia Reboleira descobriu ainda uma nova espécie de escaravelho cavernícola, Trechus tatai, numa cavidade de Montejunto. “É despigmentado e tem os olhos muito reduzidos” descreveu.

Apesar de viverem em ambientes até agora pouco estudados, estas espécies merecem atenção. "As espécies cavernícolas não conseguem sobreviver em mais nenhum local, logo têm a sua distribuição geográfica muito reduzida. Qualquer perturbação pode pôr em causa a sua sobrevivência", sublinhou Sofia Reboleira. A investigadora lembrou, nomeadamente, a poluição por pesticidas e insecticidas que se podem infiltrar nas grutas e a perturbação ou mesmo destruição daqueles locais por actividades humanas.

Além disso, estas populações nunca são de grande dimensão. "Não tendo luz, as grutas onde vivem estes animais não têm plantas e as fontes de alimento são muito escassas. Por isso, as populações não podem ser muito grandes. Na verdade, estes são exemplares raríssimos".

Ainda assim, Sofia Reboleira acredita que a dimensão das populações destes insectos ainda não é conhecida na sua totalidade. "As grutas são apenas uma janela para observarmos a fauna, à qual temos acesso. Depois há uma rede de fissuras, por onde os animais passam, à qual não podemos chegar."

A descoberta das duas espécies, publicadas há duas semanas e na sexta-feira passada em revistas científicas especializadas em Zoologia, ocorreu durante o trabalho de campo no âmbito do doutoramento de Sofia Reboleira, orientado por Fernando Gonçalves (do departamento de biologia da Universidade de Aveiro) e Pedro Oromí (faculdade de biologia da Universidade de La Laguna, em Tenerife, Espanha).

O trabalho foi financiado pela Fundação Para a Ciência e Tecnologia da qual Sofia Reboleira é bolseira há dois anos e meio.


NOTA: a Sofia Reboleira, minha conhecida da área da espeleologia, é a responsável pelo Blog Profundezas... e alguém que muito tem feito pela ligação entre Espeleologia, Biologia e Espeleologia - os nossos parabéns!

ADENDA: para verem a foto do novo escaravelho cavernícola, Trechus tatai, aqui fica um link do Profundezas...: Portugal tem um novo escaravelho cavernícola.

terça-feira, setembro 28, 2010

O caso do rio desaparecido

Na Eslovénia um rio desapareceu misteriosamente:


NOTA: é, naturalmente, uma zona cársica (digo eu...) e, entretanto, o rio reapareceu...

sexta-feira, maio 29, 2009

Sicó - Petição

Destinatários:

  • Assembleia da República;
  • Parlamento Europeu;
  • Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro


O Sítio Sicó-Alvaiázere Rede Natura 2000 (PTCON0045), está uma vez mais à beira de que seja aprovado outro atentado ao seu Património Ambiental, contrariando os acordos Comunitários sobre Ambiente e a Resolução do Conselho de Ministros nº 76/2000 5 de Julho.


Terminou no dia 27 de Abril de 2009 o prazo de consulta do processo de avaliação pública sobre a avaliação de impacte ambiental do projecto “Ampliação da área de exploração da pedreira n.º 5257 – Penedos altos nº 4”.


Como cidadãos livres, informados e imparciais, longe de quaisquer interesses obscuros e de instrumentalização política, vimos através desta petição pedir a todos aqueles, residentes ou não, que gostam ou se interessam por esta bela região, que assinem e divulguem esta petição no sentido de impedir que o bem comum seja perdido a desfavor do bem privado.

Alguns elementos ameaçados:
Flora Importantes reservas de Carvalhos e Azinheiras espécies protegidas. Classificado pela Rede Natura 2000, em virtude de ser um dos poucos locais, onde ainda existem orquídeas selvagens. ‘’ Orquídeas do Sitio Sicó-Alvaiázere ‘’ dos autores Manuela Oliveira e Mário Lousã. Outro facto a assinalar é ser uma das poucas regiões onde ainda se podem encontrar Cucas, designação popular para uma espécie de rosa que nasce espontaneamente.


Fauna Num passeio pelas matas ainda se podem ver, sem muito esforço, Javalis, coelhos, perdizes, doninhas, Borboletas, gatos-bravos, aves de rapina, corujas, cobras, sapos, lagartos, etc.


Geologia e geomorfologia Se procurarem na NET, por Megalapiás ireis encontrar a explicação para o significado da palavra e a importância deste património geomorfológico. MEGALAPIÁS DA MATA de João Forte - Geógrafo físico – Está, aliás, disponível uma tese de mestrado, que mostra estes e outros valores, na Biblioteca Municipal de Alvaiázere, a qual mostra alguns dos caminhos a seguir tendo em vista a valorização da área e não a sua destruição a favor de alguns.


Como cidadãos (residentes e não residentes) desta região, conscientes do perigo que representa em termos ambientais a concessão para Ampliação da área de Exploração da Pedreira nº 5257 ‘‘ Penedos Altos nº4 ‘’ no Concelho de Alvaiázere, que se propõe a laborar mais 16 anos para retirar alguns milhões de toneladas de pedra, alterando completamente o meio-ambiente existente, aniquilando deste modo a rica biodiversidade de toda aquela região.


Apelamos-vos para que juntem a vossa Voz, às demais, na tentativa de impedir que esta ameaça se concretize.


Assinem e passem esta petição (Por Montes e Vales,…….!)

Não estamos contra a existência de pedreiras, já que elas são necessárias, somos sim contra a existência de pedreiras em locais de importância crucial a vários níveis, como é este o caso. Lamentamos que a população seja alvo de um atentado gravíssimo à sua qualidade de vida, especialmente tendo em conta a proximidade a 5 lugares, caso do Zambujal, Boca da Mata, Mata de Baixo, Mato Companhão e Sobral Chão, situados a escassos metros da actual pedreira dos Penedos Altos. Isto quando se pretende alargar para mais 5 hectares a área de exploração e afundar mais 20 metros a área de exploração actual.


O Resumo Não Técnico (RNT) omite factos que apenas são perceptíveis por aqueles que dominam áreas científicas, destacando nós vários factos:

  • A não publicitação por parte da Câmara Municipal de Alvaiázere, em 2005, de um estudo biológico sobre a área afecta ao alargamento da pedreira, facto que impediu o conhecimento da população sobre o mesmo e que limitou possíveis pareceres e/ou opiniões por parte dos habitantes afectados.
  • Na avaliação acústica o RNT refere genericamente que os impactos não são negativos, isto quando ocorrem “apenas” 3 a 4 explosões semanais e a média apresentada é ponderada. Mas, vistos os anexos encontra-se um documento da avaliação acústica, o qual sem média ponderada é muito pouco favorável, tendo assim impactos sérios.
  • Não são referidas reclamações dos habitantes, algo presente nos anexos e que poucos terão visto, algo de estranho.
  • Não são referidos impactos dos rebentamentos sobre as casas, quando afinal há casas com paredes rachadas. Ainda neste domínio não é referida uma casa de turismo rural que fechou derivado dos impactos nocivos da actividade da pedreira.
  • Não é referido o impacto bastante negativo da central de massas betuminosas existente na pedreira, algo de estranho tendo em conta a poluição que esta indústria faz e suas consequências no principal curso de água existente em Alvaiázere, localizado a jusante da pedreira.
  • Não são referidas quaisquer contrapartidas para as populações da actividade da pedreira, bem como medidas mitigadoras da acção nefasta da actividade da pedreira, não se projectando no curto, médio ou longo prazo benefícios para a população.
  • Houve estudos sobre a área que foram ignorados, bem como imprecisões graves no levantamento do património existente, destacando nós a existência de um castro a apenas 500 metros da pedreira, algo que é pura e simplesmente ignorado pela equipe que elaborou o estudo de impacto ambiental. É referido que não há muito do património que efectivamente existe na área, caso do castro, mas também de grutas e algares, alguns destruídos pela acção da pedreira. Além disso o único estudo sobre as grutas da área não foi consultado.
  • Não são referidos impactos sobre a rede hidrográfica nem referenciadas quaisquer linhas de água, facto que é estranho tendo em conta que efectivamente passa uma linha de água na pedreira. Além disso a principal obra que lida com esta problemática nem sequer consta na bibliografia do estudo, algo que não se compreende.
  • Não são referidos os impactos do pó decorrente da actividade da extracção do calcário, por mais estudos que façam e que tentem mostrar que não há impactos, basta ir aos terrenos cultivados e ver a camada de pó que os terrenos agrícolas têm, inviabilizando em muitos terrenos a prática agrícola de subsistência.
  • É referido que a pedreira «desempenha um importante papel na dinamização da economia e na criação de emprego no concelho de Alvaiázere, prestando um contributo significativo para a estabilidade demográfica e para a dinamização da actividade económica local e regional», afirmação esta completamente errónea, já que o estudo refere que a pedreira tem apenas 9 funcionários e que o concelho está a perder população de uma forma acentuada.
  • O RNT faz afirmações populistas e irresponsáveis, sendo apenas um documento de marketing, com muitos erros técnicos gravosos, que pretende apenas possibilitar o alargamento de uma pedreira que apenas prejudica as pessoas e o seu dia-a-dia, nada mais.


Há muitas formas de dinamizar a economia local e regional, especialmente sem ser numa base depredatória, que é o caso. É possível criar postos de trabalho e criar valor acrescentado com políticas e dinâmicas territoriais acertadas, revertendo esse mesmo valor para a população, para a economia local e regional. Por isso e por muito mais assinem e divulguem esta petição a todos os vossos conhecidos.

http://www.peticao.com.pt/sitio-sico-alvaiazere

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

O contributo do Carso para o conhecimento do passado humano

Do Blog GeoLeiria publicamos o seguinte post, de Sofia Reboleira:




Conferência intitulada «O contributo do Carso para o conhecimento do passado humano», por Francisco Almeida, esta sexta-feira (13), às 21h30, no anfiteatro do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro.


"Francisco Almeida é arqueólogo desde 1992 tendo-se especializado na arqueologia de contextos Cársicos – Grutas e Abrigos da Estremadura Portuguesa. Licenciado em História-Variante de Arqueologia (1992), Mestre em Arqueologia (1996) e Doutor em Arqueologia (2000). É Bolseiro Pós-doc da Fundação para a Ciência e Tecnologia e o actual responsável pelo Projecto de Investigação e Valorização do Património Arqueológico dos Vales do Lapedo e da Ribeira das Chitas, tendo sido o Comissário Científico do Centro de Interpretação do Abrigo do Lagar Velho. Desde 1997 é o Responsável Científico pelos trabalhos arqueológicos na Lapa dos Coelhos (rede cársica da nascente do Rio Almonda). Conselheiro da Comissão Científica da Federação Portuguesa de Espeleologia, é Co-investigador e Investigador principal de vários projectos de arqueologia pré-histórica. É autor de 40 publicações científicas, 26 comunicações em congressos, e mais de 25 palestras em Portugal e no Estrangeiro."


Mais detalhes sobre o ciclo de conferências "Descoberta das Profundezas", podem ser consultados no site do NEUA em: www.neua.org.

Um evento integrado no Ano Internacional do Planeta Terra (http://www.anoplanetaterra.org/), “Ciências da Terra para a Sociedade”.

sábado, dezembro 13, 2008

Comemoração do 1º aniversário do CARSOSCÓPIO



1º Aniversário do CARSOSCÓPIO

Centro Ciência Viva do Alviela comemora 1 ano de existência com programa de animação especial e entradas gratuitas

No dia 15 de Dezembro, assinala-se o 1º aniversário do Centro Ciência Viva do Alviela - CARSOSCÓPIO. Para comemorar a data, o CARSOSCÓPIO oferece um programa de animação especial a partir das 17h00 e visita gratuita à exposição interactiva (Geódromo, Climatógrafo e Quiroptário) durante todo o dia.


(Mais)



Concurso «A Mascote do CARSOSCÓPIO»

O 1º aniversário do CARSOSCÓPIO marca também o lançamento do concurso "A mascote do CARSOSCÓPIO", aberto a todos os estudantes do ensino secundário e superior com especialização nas áreas do Design Gráfico/Design de Comunicação, Belas Artes, Arquitectura e Marketing.

Os autores das 3 melhores propostas serão premiados com um Workshop de Ilustração Científica coordenado pelo biólogo e ilustrador científico Nuno Farinha. O vencedor terá ainda direito a um prémio no valor de 150€ e à promoção do seu nome, associado ao material promocional desenvolvido com base na mascote.

Ponha a sua criatividade em acção e crie a mascote!

Material retirado daqui (via Blog Profundezas...)

domingo, novembro 23, 2008

Carso e Paleocarsos em Itália meridional (Puglia)

Na sequência de um post nosso anterior republicamos esta informação:


"O Instituto de Estudos Geográficos da Universidade de Coimbra, no âmbito do Mestrado em Geografia Física - Ambiente e Ordenamento do Território, vai realizar no próximo dia 28 de Novembro (6º feira), na Sala Fernandes Martins do Colégio de S. Jerónimo (2º andar), pelas 17.00 horas, uma conferência subordinado ao tema "Carso e Paleocarsos em Itália meridional (Puglia) - As morfo-sequências subterrâneas enquanto arquivos de dados" a proferir pelo Doutor Vincenzo Iurilli do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Bari (Itália)."

Via Blog Profundezas...

terça-feira, novembro 18, 2008

Conferência sobre carso italiano

O Instituto de Estudos Geográficos da Universidade de Coimbra, no âmbito do Mestrado em Geografia Física - Ambiente e Ordenamento do Território, vai realizar no próximo dia 28 de Novembro (6º feira), na Sala Fernandes Martins, no Colégio de S. Jerónimo (2º andar), pelas 17.00 horas, uma conferência subordinado ao tema Carso e Paleocarsos em Itália meridional (Puglia) - As morfo-sequências subterrâneas enquanto arquivos de dados a proferir pelo Doutor Vincenzo Iurilli do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Bari (Itália).

Estão convidados todos os geógrafos, geólogos, espeleólogos e demais investigadores com interesse nos estudos sobre o carso, a participarem neste evento.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Apoiem as Grutas e o Carso na Europa!


Ajudem as Grutas e o Carso na Europa!

Apoiem a declaração para a protecção das grutas no Parlamento Europeu, que poderá ser assinada pelos deputados até ao dia 4 de Dezembro de 2008.

A declaração "WD 66" para a protecção de cavidades como património cultural, natural e ambiental encontra-se disponível em:
Europarl.europa.eu

Todas as Federações Espeleológicas da Europa apoiam esta declaração. Esta mensagem tem sido divulgada ao longo de toda a Europa.

Apenas se poderá estabelecer a protecção de cavidades por toda a Europa, se a maioria dos deputados assinarem a declaração.


Para tal, todos podemos contribuir da seguinte forma:

1. Procurem os vossos deputados nacionais no Parlamento Europeu.
Essa informação poderá ser consultada em:
Europarl.europa.eu

2. Contactem os deputados e peçam para que eles assinarem a declaração "WD 66" para a protecção das grutas na Europa, mais tardar até 4 de Dezembro de 2008. Convidem-nos para visitar o nosso stand de informação em Bruxelas, de 11 a 12 de Novembro de 2008.

3. Reenviem esta mensagem a todas as associações de Espeleologia, ONG's, espeleólogos, etc. e peçam-lhes para apoiar esta campanha.

Mais informações disponíveis em: http://www.cavedeclaration.eu/


NOTA: Post original, de Sofia Reboleira, publicado no Blog GeoLeiria.

Major Bosnian karst polje receives international recognition

Do Blog Profundezas... publicamos o seguinte post:



"What may be the world's largest karst polje - a distinctive landscape shaped by water and soluble rocks - has been officially recognised as a Ramsar wetland of international importance.

The 45,868-hectare Livanjsko Polje, near the town of Livno in Bosnia and Herzegovina, contains an impressive network of surface and underground water bodies including rivers, springs, sinkholes, lakes and oxbow lakes.

It is the largest wetland in Bosnia and Herzegovina, with important populations of rare birds and significant communities including corn crake, Montagu's harrier, lesser spotted eagles, redshank, snipe and great bittern.
Livanjsko Polje vegetation is a very special mix of northern European grasslands and forest as well as Mediterranean plants, while large areas are covered with oak, ash and alder forest, important to conservation.

'Bosnia and Herzegovina's karst areas are among the best preserved in Europe but they are still unprotected and some are directly threatened by water extraction and unsustainable use of the resources,' said Francesca Antonelli, Head of the Freshwater programme at WWF Mediterranean.

'The protection of Livanjsko Polje is not only vital for maintaining its unique natural assets but will also make all the difference between short term and perpetual use of the area's resources to benefit local people.'

Livanjski Sir, the cheese from the site, is its most famous product and a good reason to preserve the temperate grassland. The traditional land use is important as the Dalmatian coast in Croatia receives its drinking water from the upper Cetina basin, with Livanjsko Polje as the key wetland.

The Ramsar Convention on Wetlands - signed in 1971 in the city of Ramsar, Iran - is an intergovernmental treaty which provides the framework for national action and international cooperation for the conservation and wise use of wetlands and their resources."


Source: WWF