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segunda-feira, outubro 23, 2023

A Terra faz hoje anos, dizem uns moços (e é muito jovem...!)

   
James Ussher ou simplesmente Usher (Dublin, 4 de janeiro de 1581 - 21 de março de 1656) foi um Arcebispo Anglicano de Armagh. Baseando-se na Bíblia, escreveu o livro The Annals of the World, em 1658. Neste livro, Ussher fez uma cronologia da vida na Terra, baseada em estudos bíblicos e de outras fontes, de tal maneira concluiu que a criação do mundo ocorreu no dia 23 de outubro do ano 4.004 antes de Cristo (a. C.), pelo calendário juliano. Na época, a afirmação foi amplamente aceite.
   
      
      in Wikipédia

 

 

Génesis
  

No princípio o Universo era muito quente e  denso muito denso e quente
e começou a expandir-se e a arrefecer a arrefecer e a expandir-se

Consoante ia arrefecendo o Universo que era violeta passou a amarelo
e de amarelo passou a laranja e de laranja passou a vermelho

Cada vez menos quente e denso cada vez menos denso e quente
o universo que era opaco tornou-se transparente

E os raios de luz puderam caminhar livremente
porque o universo que era opaco tornara-se transparente

E continuou a arrefecer e a expandir-se e a arrefecer
e a condensar-se para formar galáxias estrelas planetas nebulosas

e este ramo de rosas



in O Novíssimo Testamento e outros poemas (2012) - Jorge Sousa Braga

domingo, outubro 23, 2022

Dizem uns senhores que hoje a Terra faz hoje anos - mas poucos...

   
James Ussher ou simplesmente Usher (Dublin, 4 de janeiro de 1581 - 21 de março de 1656) foi um Arcebispo Anglicano de Armagh. Baseando-se na Bíblia, escreveu o livro The Annals of the World, em 1658. Neste livro, Ussher fez uma cronologia da vida na Terra, baseada em estudos bíblicos e de outras fontes, de tal maneira concluiu que a criação do mundo ocorreu no dia 23 de outubro do ano 4.004 antes de Cristo (a. C.), pelo calendário juliano. Na época, a afirmação foi amplamente aceite.
   
      
      in Wikipédia

 

 

Génesis
  

No princípio o Universo era muito quente e  denso muito denso e quente
e começou a expandir-se e a arrefecer a arrefecer e a expandir-se

Consoante ia arrefecendo o Universo que era violeta passou a amarelo
e de amarelo passou a laranja e de laranja passou a vermelho

Cada vez menos quente e denso cada vez menos denso e quente
o universo que era opaco tornou-se transparente

E os raios de luz puderam caminhar livremente
porque o universo que era opaco tornara-se transparente

E continuou a arrefecer e a expandir-se e a arrefecer
e a condensar-se para formar galáxias estrelas planetas nebulosas

e este ramo de rosas



in O Novíssimo Testamento e outros poemas (2012) - Jorge Sousa Braga

sábado, outubro 23, 2021

Porque, aparentemente, hoje a Terra faz hoje (poucos) anos...

   
James Ussher ou simplesmente Usher (Dublin, 4 de janeiro de 1581 - 21 de Março de 1656) foi um Arcebispo de Armagh (Anglicano). Baseando-se na Bíblia, escreveu o livro The Annals of the World, em 1658. Neste livro, Ussher fez uma cronologia da vida na Terra baseada em estudos bíblicos e de outras fontes, de tal maneira concluiu que a criação do mundo ocorreu no dia 23 de outubro do ano 4004 antes de Cristo (a. C.), pelo calendário juliano. Na época, a afirmação foi amplamente aceite.
   
      
      in Wikipédia

 

 

Génesis

No princípio o Universo era muito quente e  denso muito denso e quente
e começou a expandir-se e a arrefecer a arrefecer e a expandir-se

Consoante ia arrefecendo o Universo que era violeta passou a amarelo
e de amarelo passou a laranja e de laranja passou a vermelho


Cada vez menos quente e denso cada vez menos denso e quente
o universo que era opaco tornou-se transparente

E os raios de luz puderam caminhar livremente
porque o universo que era opaco tornara-se transparente

E continuou a arrefecer e a expandir-se e a arrefecer
e a condensar-se para formar galáxias estrelas planetas nebulosas

e este ramo de rosas


in O Novíssimo Testamento e outros poemas (2012) - Jorge Sousa Braga

 

sexta-feira, outubro 23, 2020

Porque, aparentemente, hoje a Terra faz anos...

   
James Ussher ou simplesmente Usher (Dublin, 4 de janeiro de 1581 - 21 de Março de 1656) foi um Arcebispo de Armagh (Anglicano). Baseando-se na Bíblia, escreveu o livro The Annals of the World, em 1658. Neste livro, Ussher fez uma cronologia da vida na Terra baseada em estudos bíblicos e de outras fontes, de tal maneira concluiu que a criação do mundo ocorreu no dia 23 de outubro do ano 4004 antes de Cristo (a. C.), pelo calendário juliano. Na época, a afirmação foi amplamente aceite.
   
      
      in Wikipédia
   
 
 
(imagem daqui)
   
  
  
Génesis

No princípio o Universo era muito quente e  denso muito denso e quente
e começou a expandir-se e a arrefecer a arrefecer e a expandir-se

Consoante ia arrefecendo o Universo que era violeta passou a amarelo
e de amarelo passou a laranja e de laranja passou a vermelho


Cada vez menos quente e denso cada vez menos denso e quente
o universo que era opaco tornou-se transparente

E os raios de luz puderam caminhar livremente
porque o universo que era opaco tornara-se transparente

E continuou a arrefecer e a expandir-se e a arrefecer
e a condensar-se para formar galáxias estrelas planetas nebulosas

e este ramo de rosas


in O Novíssimo Testamento e outros poemas (2012) - Jorge Sousa Braga

quarta-feira, outubro 23, 2019

Poesia com geohumor adequada à data...

(imagem daqui)
 
Génesis
  
No princípio o Universo era muito quente e  denso muito denso e quente
e começou a expandir-se e a arrefecer a arrefecer e a expandir-se
  
Consoante ia arrefecendo o Universo que era violeta passou a amarelo
e de amarelo passou a laranja e de laranja passou a vermelho
  
  
Cada vez menos quente e denso cada vez menos denso e quente
o universo que era opaco tornou-se transparente
  
E os raios de luz puderam caminhar livremente
porque o universo que era opaco tornara-se transparente
  
E continuou a arrefecer e a expandir-se e a arrefecer
e a condensar-se para formar galáxias estrelas planetas nebulosas
  
e este ramo de rosas
  
  
in O Novíssimo Testamento e outros poemas (2012) - Jorge Sousa Braga

Segundo James Ussher hoje é o aniversário da Terra...

James Ussher ou simplesmente Usher (Dublin, 4 de janeiro de 1581 - 21 de março de 1656) foi um Arcebispo Anglicano de Armagh. Baseando-se na Bíblia, escreveu o livro The Annals of the World em 1658. Neste livro, Ussher fez uma cronologia da vida na Terra baseada em estudos bíblicos e de outras fontes, de tal maneira concluiu que a criação do mundo ocorreu no dia 23 de outubro do ano 4004 antes de Cristo (a. C.) pelo calendário juliano. Na época, a afirmação foi amplamente aceite.
  
 

terça-feira, outubro 23, 2018

Geohumor - hoje a Terra faz anos...!

James Ussher ou simplesmente Usher (Dublin, 4 de janeiro de 1581 - 21 de Março de 1656) foi um Arcebispo de Armagh (Anglicano). Baseando-se na Bíblia, escreveu o livro The Annals of the World, em 1658. Neste livro, Ussher fez uma cronologia da vida na Terra baseada em estudos bíblicos e de outras fontes, de tal maneira que concluiu que a criação do mundo ocorreu no dia 23 de outubro do ano 4004 antes de Cristo (a. C.), pelo calendário juliano. Na época, a afirmação foi amplamente aceite.
 
Génesis
 
No princípio o Universo era muito quente e  denso muito denso e quente
e começou a expandir-se e a arrefecer a arrefecer e a expandir-se
 
Consoante ia arrefecendo o Universo que era violeta passou a amarelo
e de amarelo passou a laranja e de laranja passou a vermelho
 
 
Cada vez menos quente e denso cada vez menos denso e quente
o universo que era opaco tornou-se transparente
 
E os raios de luz puderam caminhar livremente
porque o universo que era opaco tornara-se transparente
 
E continuou a arrefecer e a expandir-se e a arrefecer
e a condensar-se para formar galáxias estrelas planetas nebulosas
 
e este ramo de rosas
 
 
in O Novíssimo Testamento e outros poemas (2012) - Jorge Sousa Braga

segunda-feira, outubro 23, 2017

A Terra está a ficar (bastante) velha...

James Ussher ou simplesmente Usher (Dublin, 4 de janeiro de 1581 - 21 de março de 1656) foi um Arcebispo Anglicano de Armagh. Baseando-se na Bíblia, escreveu o livro The Annals of the World em 1658. Baseando-se no número de gerações, na duração média da vida humana e nas principais figuras bíblicas desde Adão e Eva até ao nascimento de Jesus, Ussher afirmou que a terra tinha sido criada às 9 horas da manhã do dia 23 de outubro de 4004 a.C. (domingo) e o dia da expulsão de Adão e Eva do paraíso em 10 de novembro de 4004 a.C. (segunda-feira) e, mais até, a data da atracagem da arca de Noé no Monte Ararat (Turquia) em 5 de maio de 2348 a.C. (quarta-feira). Tal precisão conferiu-lhe grande credibilidade entre os seus contemporâneos.


(imagem daqui)

quinta-feira, outubro 23, 2014

Segundo James Ussher no ano 4004 a.C. Deus criou a terra neste dia...

James Ussher ou simplesmente Usher (Dublin, 4 de janeiro de 1581 - 21 de março de 1656) foi um Arcebispo Anglicano de Armagh. Baseando-se na Bíblia, escreveu o livro The Annals of the World em 1658. Neste livro, Ussher fez uma cronologia da vida na Terra baseada em estudos bíblicos e de outras fontes, de tal maneira concluiu que a criação do mundo ocorreu no dia 23 de outubro do ano 4004 antes de Cristo (a. C.) pelo calendário juliano. Na época, a afirmação foi amplamente aceite.


quarta-feira, outubro 23, 2013

Geohumor - hoje a Terra faz anos...!

James Ussher ou simplesmente Usher (Dublin, 4 de janeiro de 1581 - 21 de Março de 1656) foi um Arcebispo de Armagh (Anglicano). Baseando-se na Bíblia, escreveu o livro The Annals of the World, em 1658. Neste livro, Ussher fez uma cronologia da vida na Terra baseada em estudos bíblicos e de outras fontes, de tal maneira concluiu que a criação do mundo ocorreu no dia 23 de outubro do ano 4004 antes de Cristo (a. C.), pelo calendário juliano. Na época, a afirmação foi amplamente aceita.


Génesis

No princípio o Universo era muito quente e  denso muito denso e quente
e começou a expandir-se e a arrefecer a arrefecer e a expandir-se

Consoante ia arrefecendo o Universo que era violeta passou a amarelo
e de amarelo passou a laranja e de laranja passou a vermelho


Cada vez menos quente e denso cada vez menos denso e quente
o universo que era opaco tornou-se transparente

E os raios de luz puderam caminhar livremente
porque o universo que era opaco tornara-se transparente

E continuou a arrefecer e a expandir-se e a arrefecer
e a condensar-se para formar galáxias estrelas planetas nebulosas

e este ramo de rosas


in O Novíssimo Testamento e outros poemas (2012) - Jorge Sousa Braga

terça-feira, outubro 23, 2012

A Terra está a ficar velha...

James Ussher ou simplesmente Usher (Dublin, 4 de janeiro de 1581 - 21 de março de 1656) foi um Arcebispo Anglicano de Armagh. Baseando-se na Bíblia, escreveu o livro The Annals of the World em 1658. Baseando-se no número de gerações, na duração média da vida humana e nas principais figuras bíblicas desde Adão e Eva até ao nascimento de Jesus, Ussher afirmou que a terra tinha sido criada às 9 horas da manhã do dia 23 de outubro de 4004 a.C. (domingo) e o dia da expulsão de Adão e Eva do paraíso em 10 de novembro de 4004 a.C. (segunda-feira) e, mais até, a data da atracagem da arca de Noé no Monte Ararat (Turquia) em 5 de maio de 2348 a.C. (quarta-feira). Tal precisão conferiu-lhe grande credibilidade entre os seus contemporâneos.


(imagem daqui)

segunda-feira, março 26, 2012

O biólogo evolucionista Richard Dawkins nasceu há 71 anos

Clinton Richard Dawkins (Nairobi, 26 de março de 1941) é um eminente zoólogo, etólogo, evolucionista e popular escritor de divulgação científica britânico, natural do Quénia, além de ex-professor da Universidade de Oxford.
Dawkins é conhecido principalmente pela sua visão evolucionista centrada no gene, exposta em seu livro O Gene Egoísta, publicado em 1976. O livro também introduz o termo "meme", o que ajudou na criação da memética. Em 1982, ele realizou uma grande contribuição à ciência da evolução com a teoria, apresentada em seu livro O Fenótipo Estendido, de que o efeito fenotípico não se limita ao corpo de um organismo, mas sim de que o efeito influencia no ambiente em que vive este organismo. Desde então escreveu outros livros sobre evolução e apareceu em vários programas de televisão e rádio para falar de temas como biologia evolutiva, criacionismo e religião.
Dawkins também é famoso por sua defesa e divulgação de correntes como o ateísmo, ceticismo e humanismo. Também é um entusiasta do movimento bright e, como comentador de ciência, religião e política, um dos maiores intelectuais conhecidos no mundo. Esses assuntos são retratados em "Deus, um delírio", livro de sua autoria que se tornou best-seller em várias partes do mundo. Através de diversos fatos científicos, Dawkins nos mostra sua ideia da inexistência de Deus. Em enquete realizada pela revista Prospect em 2005, sobre os maiores intelectuais da atualidade, Richard Dawkins ficou com a terceira posição, atrás somente de Umberto Eco e Noam Chomsky.
Por sua intransigente defesa à teoria de Darwin, recebeu o apelido de "rottweiler de Darwin" (Darwin's rottweiler), em alusão ao apelido de Thomas H. Huxley, que era chamado de "buldogue de Darwin" (Darwin's bulldog).

segunda-feira, março 12, 2012

O geólogo e paleontólogo William Buckland nasceu há 228 anos

The Very Rev. Dr William Buckland DD FRS (12 March 1784 – 14 August 1856) was an English geologist, palaeontologist and Dean of Westminster, who wrote the first full account of a fossil dinosaur, which he named Megalosaurus. His work proving that Kirkdale Cave had been a prehistoric hyaena den, for which he was awarded the Copley Medal, was widely praised as an example of how detailed scientific analysis could be used to understand geohistory by reconstructing events from deep time. He was a pioneer in the use of fossilized feces, for which he coined the term coprolites, to reconstruct ancient ecosystems. Buckland was a proponent of the Gap Theory that interpreted the biblical account of Genesis as referring to two separate episodes of creation separated by a lengthy period; it emerged in the late 18th and early 19th centuries as a way to reconcile the scriptural account with discoveries in geology that suggested the earth was very old. Early in his career he believed that he had found geologic evidence of the biblical flood, but later became convinced that the glaciation theory of Louis Agassiz provided a better explanation, and he played an important role in promoting that theory in Great Britain.

domingo, outubro 23, 2011

Humor criacionista - parabéns querida Terra!



James Ussher ou simplesmente Usher (Dublin, 4 de janeiro de 158121 de março de 1656) foi um Arcebispo de Armagh. Baseando-se na Bíblia, escreveu o livro The Annals of the World em 1658. Baseando-se no número de gerações, na duração média da vida humana e nas principais figuras bíblicas desde Adão e Eva até ao nascimento de Jesus, Ussher afirmou que a terra tinha sido criada às 9 horas da manhã do dia 23 de Outubro de 4004 a.C (domingo) e o dia da expulsão de Adão e Eva do paraíso em 10 de novembro de 4004 a.C (segunda) e mais até a data da atracagem da arca de Noé no Monte Ararat (Turquia) em 5 de maio de 2348 a.C (quarta). Tal precisão conferiu-lhe grande credibilidade entre os seus contemporâneos.

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Teoria e Crença

Post do Blog De Rerum Natura, de Helena Damião - texto na sequência de outro intitulado A construção das ciências.


Percebi, ao longo do ano Darwin, que muitos estudantes universitários diziam nunca terem estudado a teoria da evolução, e que aqueles que diziam tê-la estudado punham-na em pé de igualdade epistemológica com a explicação criacionista.

Partindo do princípio que tais respostas não decorrem do acaso, procurei saber o que se passa no nosso sistema educativo que condiciona esta última circunstância depois de alertada por um estudante para que essa paridade entre uma teoria com provas dadas e uma mera crença se deveria ao facto de, em manuais escolares de Biologia do Ensino Secundário, ambas serem apresentadas como teorias e com igual destaque.

Num primeiro momento, falei com Palmira Silva (que, neste blogue, tem feito a clara e oportuna denúncia da infiltração do criacionismo nos currículos escolares) que me indicou um de livro a que deu destaque no De Rerum Natura: Evolução e Criacionismo: uma relação impossível da autoria de A. Gaspar, de T. Avelar e de O. Mateus (mais propriamente, o Capítulo 6 - Criacionismo e Sociedade no Século XX -, sobretudo as páginas 158-159). Falei também com professores de Biologia. De seguida, analisei o programa e alguns manuais (de estudo e de preparação para exames).

Em resultado desta averiguação, penso ter compreendido a referida “concepção alternativa” dos estudantes (eufemismo para designar concepções erradas de fenómenos e da sua explicação que têm uma elucidação aceite pela comunidade científica).

1. Começo pelo Programa de Biologia e Geologia para os 11.º ou 12.º anos dos Cursos Científico-Humanísticos de Ciências e Tecnologias (2003). A unidade 7 é dedicada à Evolução Biológica. O tópico 2 refere-se aos Mecanismos de Evolução, incluindo dois sub-tópicos: Evolucionismo vs Fixismo e Selecção natural, selecção artificial e variabilidade.

Suponho que para orientar os professores, encontra-se, na página 11, um quadro cujo título é: Como é que a Ciência e a Sociedade têm interpretado a grande diversidade dos seres vivos?

Trata-se de um título que, como se sabe, ganha sentido no âmbito da Perspectiva CTS (Ciência-Tecnologia-Sociedade) e CTSA (Ciência-Tecnologia-Sociedade-Ambiente), mas que, apesar de se ter imposto ao nível do curricular, não deixa de ser questionável.

É evidente que a ciência, neste caso a Biologia, não se pode desligar da sociedade em que emergiu e se tem desenvolvido, mas esta é uma reflexão de carácter epistemológico, e o que se deve destacar quando se ensina e se aprende ciência são os conhecimentos científicos e as capacidades que a abordagem científica permite desenvolver.

Assim, em Biologia, não pode ser dado destaque semelhante à perspectiva sociológica e científica, como sugere o referido título, sob pena de se retirar especificidade a esta última, no contexto disciplinar em que inequivocamente o devia ter.

Tal não impede, obviamente, a contextualização das teorias científicas que se pretende que os alunos aprendam, bem pelo contrário as suas vantagens afiguram-se óbvias. No caso da teoria da evolução, será de todo o interesse que conheçam a sociedade onde o trabalho de Charles Darwin teve lugar, o acolhimento que recebeu na altura, posteriormente e no presente, etc. Mas tudo isso são aspectos que concorrem para que os alunos compreendam melhor a teoria e a sua importância no seio da ciência e do saber que, como seres humanos, conseguimos conquistar.

2. Nesse mesmo quadro (aspecto 2, à direita) está escrito algo muito inquietante: “Não há consenso sobre as causas da diversidade dos seres vivos. As teorias evolutivas explicam essa diversidade pela selecção dos organismos mais adaptados, razão pela qual as populações se vão modificando.”

No livro em referência assinala-se que a "expressão não há consenso, apesar de se reportar a mecanismos evolutivos, pode transmitir a ideia, sobretudo nas mãos de professores menos bem preparados, de que a falta de consenso se aplica à evolução propriamente dita" (página 158).

Até porque, e isto também se salienta no livro, na coluna relativa aos Conteúdos atitudinais, evidencia-se a necessidade de "reconhecimento de que o avanço científico tecnológico é condicionado por contextos (ex. sócio-económicos, religiosos, políticos...), geradores de controvérsias, que podem dificultar o estabelecimento de posições consensuais."

Entendo, pois, que o comentário dos autores tem a maior pertinência, porquanto tal expressão, tão cara ao pensamento pós-moderno que nos envolve, constitui uma fonte de equívocos epistemológicos. Efectivamente, muitos são os que consideram que o consenso científico não decorre só nem principalmente de evidências empíricas, de factos objectivos, mas de uma espécie de acordo mais ou menos retórico entre os cientistas quando é preciso decidir o que é a verdade. Acordo esse que, nesta medida, se encontrará marcado pelas mais variadas dinâmicas e interesses sociais.

3. A mistura das perspectivas sociológica e científica acentua-se quando, no referido programa, se recomenda a "construção de opiniões fundamentadas sobre diferentes perspectivas científicas e sociais (filosóficas, religiosas...) relativas à evolução dos seres vivos”.

Pergunta-se no livro: "o que quererá dizer isto? Que o professor deverá ensinar a perspectiva da religião ou da filosofica sobre a evolução numa aula de ciência? (página 158).

A interpretação que faço da frase, coincide com a dos autores: é que se deve ensinar a teoria da evolução bem como explicações de outro teor epistemológico, pois só assim os alunos ficarão aptos a construírem “opiniões fundamentadas sobre diferentes perspectivas científicas e sociais (filosóficas, religiosas...) relativas à evolução dos seres vivos”. Sublinho que a minha interpretação decorre do uso das palavras opinião e fundamentada que me parecem cruciais… Na verdade, não há opiniões fundamentadas sem um conhecimento profundo do objecto ou objectos em relação aos quais se pede aos sujeitos que se pronunciem, requerendo-se, neste caso, um conhecimento aprofundado e equilibrado de teorias e de crenças.

4. Ainda no mesmo quadro 7 verifico uma curiosa coluna que foi designada por “Evitar”, na qual se pode ler: (evitar) “O estudo pormenorizado das teorias evolucionistas” e “A abordagem exaustiva dos argumentos que fundamentam a teoria evolucionista”.

Mais uma vez recorro a comentário patento no livro: "parece uma opção inquietante que pode comprometer a solidez dos alicerces do conhecimento das ciências naturais" (página 159).

Sim, parece, de facto, uma opção inquietante, até porque, se dúvidas ainda restassem quanto ao destaque a dar à teoria da evolução face a interpretações religiosas ou outras, elas ficariam aqui esclarecidas: é de evitar, no ensino secundário, pormenorizar, fazer uma abordagem exaustiva do evolucionismo na disciplina de… Biologia.

5. A análise que fiz de manuais, que não representam a totalidade dos que existem, confirmou esta enigmática orientação programática? Devo dizer que os que consultei vão nesse sentido.

Naqueles em que me detive aborda-se o criacionismo e outras explicações não científicas, abordam-se também teorias científicas que precederam a de Darwin (como é o caso da de Lamarck). O problema é o destaque: enquanto uns (os de estudo) tendem a referir estas explicações e teorias para fazer um enquadramento do evolucionismo; outros (os de revisão e preparação para exames) destinam semelhante número de caracteres a todas as abordagens, científicas ou não.

6. O mais grave que vi em ambos os tipos de manuais foi, no entanto, a utilização da designação teoria reportada ao criacionismo e ao evolucionismo. Além de, mais uma vez, se assemelhar ciência e crença, o que sob o ponto de vista epistemológico é um erro lamentável, tal decisão acarreta consequências óbvias: induzem-se os alunos na confusão que detectei e que motivou este texto.

Referência completa do texto citado: Gaspar, A., Avelar, T. & Mateus, O. (2007). Criacionismo e Sociedade no Séc. XX. In Evolução e Criacionismo: Uma Relação Impossível. Lisboa: Quasi, páginas 133-160.

quinta-feira, outubro 22, 2009

Dia da criação

Para alguns senhores a Terra faz hoje anos - mais exactamente 6.012 anos...

Poema da interrogação

«Deus abençoou o sétimo dia e santificou-o, visto ter sido nesse dia que Ele repousou de toda a obra da criação.»

Génesis

Deus de tudo e do nada, se existes,
uno e trino, suprema omnisciência,
trabalhaste seis dias e resistes
impassível no céu, com paciência;

se em vez da criação numa semana
tivesses operado um mês a eito,
esculpisses o barro com mais gana
e fizesses um mundo mais perfeito;

(repara, por exemplo, vê o homem
que se diz ser à tua semelhança
e que mata e devasta e cria a fome,
em nome do poder e da abastança);

perdoa-me a pergunta impertinente:
existes como O Ser, ou como ente?

Domingos da Mota- Blog Fogo Maduro


ADENDA: recebemos o seguinte comentário do autor deste belo poema:

Caríssimo Fernando Martins,

Vejo que publicou aqui o meu "Poema da interrogação", numa alusão ao Dia da criação, e nos marcadores escreveu:"aldrabices, criacionismo, Domingos da Mota, Fogo Maduro, poesia".
Se ler bem o poema, a começar pelo título e a acabar no seu último verso, verá que ele é atravessado por uma forte carga de ironia, e, ainda que tenha como epígrafe uma passagem do Génesis, é mesmo um poema de interrogação sobre a existência de Deus e sobre o criacionismo, e não de afirmação da sua existência e desse acto criador.
Daí que considero que para defender o que afirma, o poema foi mal escolhido. E mesmo que um poema não precise de explicações, já o poeta não é um desses «senhores» que defende que a Terra só tem a idade que aqui refere.
Com estima,

Domingos da Mota

Queremos assim deixar bem claro que partilhamos os pontos de vista do autor do poema e que a sua brilhante e fina ironia é que nos levou a escolher o poema - não podia ser de outro modo... Os marcadores escolhidos são para a data e para quem nela acredita, não para o Poema.

sábado, dezembro 20, 2008

Humor, criacionismo e jornal Público

HUMOR CIENTÍFICO NO "INIMIGO PÚBLICO"

Encontrado fóssil de costela muito semelhante a uma mulher e um dente de lobo vegetariano

O registo fóssil finalmente apoia a ciência criacionista: "um igual e Deus desempata com voto de qualidade", gracejou um neo-criacionista ao IP. Os artefactos genesiolíticos (do Génesis) foram descobertos durante as escavações do Museu da Criação, em Cincinatti. "Foi só construir o Museu à volta, nem houve necessidade de retirá-los do lugar. Acaso? Evidentemente que não, isto é o que eu chamo design inteligente. Já reparou que os evolucionistas encontram supostos fósseis de dinossauros e putativos antecessores do homem a milhares de quilómetros dos sues museus de história natural?" Durante as escavações foram também descobertos um dente de lobo vegetariano que habitava o Jardim do Éden e um pedaço da arca de Noé. Do acervo do Museu da Criação constam ainda cerca de 1500 litros da água do grande dilúvio aprisionada nas calotes polares, um trilho de pegadas de Jesus Cristo sobre as águas, gafanhotos egípcios e uma oliveira à prova de água, capaz de sobreviver 150 dias submersa (encontrada no Alqueva) descendente do ramo com que voltou a pomba que Noé soltou para saber se já havia pé.

David Marçal