Ellington tinha a preocupação de adaptar as suas composições ao talento dos músicos que compunham a sua orquestra, entre eles estiveram
Johnny Hodges,
Bubber Miley,
Joe "Tricky Sam" Nanton,
Barney Bigard,
Ben Webster,
Harry Carney,
Sonny Greer,
Otto Hardwick, e
Wellman Braud. Muitos destes músicos permaneceram ao lado de Ellington durante décadas.
Duke Ellington nasceu na capital dos Estados Unidos, filho de James Edward Ellington e Daisy Kennedy Ellington. O seu pai, James, trabalhava como desenhista na
marinha dos Estados Unidos, e também como mordomo na
Casa Branca, para ganhar mais algum dinheiro.
O seu primeiro emprego, no entanto, não foi na música. A sua grande paixão antes do piano foi o
baseball, e para poder ver seus ídolos, arranjou um emprego de vendedor de amendoins. Costumava dizer que esse emprego o ajudou a vencer a timidez uma vez que tinha de gritar para conseguir vender.
Como ambos os pais tocavam
piano, Duke começou a ter lições de piano aos sete anos, a sua dedicação e esforço possibilitaram-lhe começar a actuar como profissional aos 17. O despertar da sua sensibilidade para a arte levaram-no a ir estudar para o
Armstrong Manual Training School em vez de estudar numa escola mais indicada para a prossecução dos estudos. No tempo livre ouvia pianistas
ragtime e ao encontrar
Harvey Brooks em
Filadélfia aprendeu alguns "truques", que lhe permitiram encontrar um novo amor pela música. Voltou a aprender a tocar, e começou a actuar em
cafés e clubes da zona, tendo desistido da escola três meses antes de completar a instrução, de forma a poder continuar mais a sério a sua carreira na música.
Um de seus ídolos foi o grande
Fats Waller. Mestre no piano, ele foi um de seus grandes incentivadores e fundamental nos primeiros anos de Ellington em Nova Iorque. Na
Big Apple (cognome dado à cidade pelos músicos de jazz), Ellington entra em contacto com sons novos, diferentes do
ragtime ouvido em Washington. Passa a ouvir os pianistas de
stride do Harlem, assim como o som melodioso e
swingado de
Sidney Bechet e
Louis Armstrong.
Em
1917 formou um grupo chamado "The Duke’s Serenaders" (que posteriormente mudou o nome para "The Washingtonians"), que levou para
Nova Iorque em
1923. Ellington e os "The Washingtonians" tocaram em vários clubes de Nova Iorque e viajaram pelos estados da
Nova Inglaterra como uma banda de música de dança, até que em
1927 tiveram a sua primeira oportunidade. Quando
Joe “King” Oliver exigiu mais dinheiro ao prestigiado
Cotton Club, o lugar de banda residente foi oferecido à banda de Ellington. Este era o clube do
Harlem de maior nome, e "Duke Ellington and his Jungle Band" tornaram-se conhecidos a nível nacional graças às emissões de rádio que se faziam regularmente a partir do clube.
Aqui, Ellington teve a oportunidade de escrever música de vários estilos. Fazendo experiências na tonalidade, puxando os
trompetes a notas muito agudas e usando o efeito "
wah-wah", buscando também os efeitos do
saxofone. Quando abandonou o Cotton Club, em
1931, era uma das maiores estrelas negras da América, gravando regularmente para várias companhias discográficas e aparecendo em
filmes. Ellington continuou a viajar com a sua banda pelos Estados Unidos e
Europa, fazendo ainda uma digressão por muitos outros países nos anos 60.
Durante toda a sua vida gostou de fazer música experimental (em busca de novas sonoridades), gravou com
John Coltrane e
Charles Mingus e ainda com a sua dotada orquestra. Nos anos 40 a banda atingiu um pico criativo, quando escreveu para orquestra a várias vozes e com uma criatividade tremenda. Alguns dos seus músicos, como
Jimmy Blanton, transformaram o
jazz durante o curto período que tocaram com Ellington.
Mesmo com a saída de alguns músicos e a diminuição da popularidade do
swing, Ellington continuou a encontrar aberturas, novas formas e novos parceiros. Ele compunha frequentemente de forma similar à música clássica, como em "Black, Brown and Beige" (
1943), e "Such Sweet Thunder" (
1957), baseado em
Shakespeare. A sua composição "Diminuendo and Crescendo in Blue", com uma tremenda actuação de
Paul Gonsalves em
1956 no
Newport Jazz Festival aumentou muito a sua fama.
Também compôs para filmes, o primeiro dos quais
Black and Tan Fantasy (1929), e também para
Anatomy of a Murder (
1959) que contava com a participação de
James Stewart, e onde Ellington apareceu como líder de orquestra, e ainda
Paris Blues (
1961), no qual
Paul Newman e
Sidney Poitier apareciam como músicos de jazz.
Apesar do seu trabalho posterior ser ofuscado pelo brilho da sua música do início dos anos 40, Ellington continuou a inovar, por exemplo com
The Far East Suite (
1966) e
The Afro-Eurasian Eclipse (
1971), até ao fim da sua vida. Este período da sua vida está a ser cada vez mais analisado, visto se ter agora uma percepção de quão criativo foi Ellington até o final.
Ellington foi nomeado para o
Prémio Pulitzer em
1965, mas foi recusado, ao que reagiu dizendo: "O destino tem sido gentil comigo. O destino não quer que eu seja famoso demasiado cedo."
Duke Ellington faleceu a 24 de maio de 1974 e foi enterrado no
Woodlawn Cemetery, no
Bronx em
Nova Iorque. Um grande memorial a Duke Ellington criado pelo
escultor Robert Graham foi-lhe erigido em
1997 no
Central Park, Nova Iorque, próximo do cruzamento da
Quinta Avenida com a 110th Street, uma intersecção chamada
Duke Ellington Circle. Em Washington D.C. existe uma escola dedicada à sua honra e memória, a
The Duke Ellington School of the Arts, onde se ensinam estudantes promissores, que ponderam seguir carreira no mundo das artes, através de programas fortes e de estudo intenso no sentido de preparar os estudantes para a educação pós-secundária e/ou as suas carreiras profissionais.