quinta-feira, janeiro 18, 2007

Astronomia na Lousã

Lousã: Semana da Ciência e da Tecnologia convida a passeio guiado pelos céus
Iniciativa decorre até sábado
17.01.2007 - 21h00 Lusa

Um passeio guiado pelos céus e suas constelações, através de telescópios de grande porte, é uma das propostas da III Semana da Ciência e da Tecnologia, que decorre até sábado na Lousã.

Organizado pela Câmara Municipal da Lousã, o certame integra um conjunto variado de actividades no parque municipal de exposições e de acções nas escolas, que visam promover e difundir a cultura científica e tecnológica junto do público.

Para sábado à noite, na Praceta Sá Carneiro, o programa convida os interessados para um passeio guiado pelos céus e suas constelações.

Orientada por técnicos do Astroemir - Observatório Astronómico de Mira e da Orion - Sociedade Científica de Astronomia do Minho, esta sessão de observação nocturna é possível graças ao recurso a telescópios de grande porte, com dois metros de altura e 45 centímetros de espelho.


Iniciativa "Shuttle a fundo"

Segundo o programa da III Semana da Ciência e da Tecnologia, para sábado à tarde está prevista uma sessão multimédia intitulada "Shuttle a fundo", que mostra o funcionamento desta nave, os seus equipamentos e a vivência a bordo.

Com início amanhã, o ciclo de actividades no parque municipal de exposições da Lousã compreende ainda, entre outras acções, uma mostra de automação industrial, pela Escola Tecnológica e Profissional de Sicó, sessões do Planetário Orion, iniciativas do domínio da informática e robótica e uma mostra de bonecos interactivos que reproduzem leis físicas seleccionadas.

A III Semana da Ciência e da Tecnologia arrancou anteontem com um ciclo de conferências, encontros e seminários nas escolas do concelho.

in Público - ver notícia
Informação no site da CML - aqui

Palestra sobre a Terra do Fogo em Lisboa

O FIM DO MUNDO - ASPECTOS GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS DA TERRA DO FOGO ARGENTINA

por

Ricardo A. C. Garcia (Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa)

DATA: 24 de Janeiro de 2007 (4ª-feira)
HORÁRIO: 13.00 horas
LOCAL: Sala 2.12 da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa


Resumo da Palestra:

A Terra do Fogo, situada entre os 52º- 55ºS e 65º-73º W, é composta por um conjunto de ilhas a Sul do Estreito de Magalhães, de onde se destaca a Ilha Grande da Terra do Fogo. O seu posicionamento em latitude e o facto de ser atravessada por um contacto tectónico de primeira ordem, entre as placas Sul Americana e da Scotia, marcam a paisagem da toda a região. Este seminário tem como objectivo a divulgação das características gerais da Terra do Fogo Argentina e dos estudos que actualmente têm sido realizados pelo Centro Austral de Investigações Científicas(CADIC-CONICET) e Universidade Nacional de la Patagonia. O limite de placas, conhecido como falha Magalhães-Fagnano, divide a Ilha Grande em dois sectores: a área Norte, é caracterizada por materiais de origem marinha, onde se podem observar relevos pouco acidentados e alguns terraços testemunhando um posicionamento da linha de costa diferente do actual; e a área Sul, composta por rochas plutónicas e metamórficas, onde fenómenos de compressão formam os Andes Fueginos, condicionando toda a dinâmica geomorfológica local. As glaciações são outro dos condicionantes da morfologia regional, com vestígios de ciclos glaciares e periglaciários e glaciares de montanha activos nas áreas mais elevadas a Sul. Apesar dos inúmeros vestígios, não é claro o limite e idade de muitas das formas, pelo que têm sido testadas diversasmetodologias de datação, desde a termoluminescência e idades radio-carbono até à liquenometria para tentar reconstituir a extensão dos vários ciclos glaciares. A análise de blocos erráticos e sondagens em turfeiras muito têm contribuído para a evolução destes estudos. No que diz respeito à dinâmica tectónica, também esta tem sido estudada, persistindo dúvidas acerca da importância da compressão e da isostasia na geração do relevo. No entanto, uma monitorização com GPS revela que a placa Scotia se desloca, em termos médios 2-3 mm/ano, para Este em relação à placa Sul Americana.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Comemorações dos 30 anos da AES



A AES - Associação dos Espeleólogos de Sintra, foi fundada a 17 de Fevereiro de 1977, sucedendo-se ao então Espeleo Club de Sintra, do qual transitaram parte dos seus sócios e todo o seu espólio.

Reivindicando, desde logo, o estatuto de Ciência para a Espeleologia, a AES desenvolveu todos os seus trabalhos, rodeados do maior rigor técnico e científico.

Munindo-se de bibliografia especializada e colaborando com as mais diversas Entidades, a AES teve a pretensão de reunir em seu redor vários especialistas, cujo projecto comum visava o desenvolvimento e consolidação de todas as vertentes Espeleológicas.

Aqui fica a lista dos 8 tipos de actividades que irão ser asseguradas nos dois dias de comemorações do 30º aniversário da AES no PNSAC:

1. Monitorização Morcegos
2. Identificação dos Algares com Gralhas
3. Prospecção de áreas ardidas
4. Topografia Vertical
5. Desobstrução
6. Mergulho Espeleológico - dependente das condições
7. Visita Integral do Pena
8. Visita Integral do Almonda (Velho)

Podem inscrever-se – até 6 de Fevereiro - na Database que está disponível no Espeleo_pt, indicado o tipo de actividade que gostariam de fazer, ou a gruta que gostariam de conhecer.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Cometa C/2006 P1 McNaught visível em Portugal


Se olharem com atenção para poente vão ver um espectáculo raro: um cometa visível a olho nu (que saudades do Hale-Bopp, de 1997...). Trata-se do Cometa C/2006 P1 McNaught, que será visível apenas nos próximos dias.

Aqui fica uma carta celeste com a variação da sua posição (notação dos dias à americana...):



quinta-feira, janeiro 11, 2007

Palestra sobre recursos hídricos


Legislação sobre Recursos Hídricos no Estado de S. Paulo - Brasil

Orador: Dr. Otavio Galembeck (Dep. de Águas e Energia Eléctrica do Estado de São Paulo)

Local:Departamento de Ciências da Terra, Sala 3.36 - FCT-UNL (Campus da Caparica)

Data: 18.01.2007 (5ª-feira)

Hora: 15.00 horas

Última Palestra do NEL


A última sessão das Conferências sobre Espeleologia do NEL, sucessivamente adiada, que será da responsabilidade do NECA (Francisco Rasteiro) será em 19 de Janeiro de 2007, 6ª-feira, às 21.30 horas, no Auditório 1 da ESEL - Leiria. Terá como tema Expedições ao Sistema Cársico do Frade (Arrábida - Sesimbra).


O comunicado do NEL diz o seguinte:


"Promete ser uma conferência de elevada qualidade, pois o Núcleo de Espeleologia da Costa Azul (NECA) tem trabalhos de exploração espeleológica de grande interesse na serra da Arrábida. O NECA fará também apresentação pública de mais um CD acerca dos seus trabalhos espeleológicos - A Gruta da "Utopia". Esta será a última sessão de um conjunto de conferência que o NEL considera terem correspondido e ultrapassado as expectativas iniciais, tanto pela qualidade e pertinência dos temas abordados, como pela afluência do público. Agradecemos desde já a todos os que colaboraram para a concretização e divulgação destes encontros que consideramos importantes para o bom relacionamento pessoal, técnico e científico da comunidade espeleológica, assim como na sua relação com o público em geral. Sendo a última sessão, faremos uma abordagem sucinta aos conteúdos apresentados nas conferências anteriores, em jeito de conclusão."


A não faltar...

Seminário Nacional Eco-Escolas 2007


Programa
Sexta-feira, 12 de Janeiro
9h30
  • Local: Centro Cultural Olga Cadaval
::: sessão de abertura
  • Dr. Valter Lemos - Sr. Secretário de Estado da Educação.
  • Prof. Gonçalves Henriques - Presidente do Instituto do Ambiente.
  • Dr. Fernando Seara - Presidente do Município de Sintra.
  • Dr. José Archer - Presidente da Associação Bandeira Azul da Europa.
10h00
::: comunicações
  • Programa Eco-Escolas 2006-2007. Margarida Gomes. ABAE.
  • Agenda 21, Educação para a sustentabilidade e Eco-Escolas. Teresa Fidelis. Universidade de Aveiro.
11h00
::: intervalo
11h20 - 13h00
::: painel I - Alterações Climáticas
  • Moderadora: Isabel Raposo. Instituto do Ambiente.
::: comunicações
  • Energia e Alterações Climáticas. Inês Mourão. Ecoprogresso.
  • Transportes e Alterações Climáticas. Carla Silva. IST.
  • Água e Alterações Climáticas. Vanda Cabrita. IMG.
  • Biodiversidade e Alterações Climáticas. Cristina Vieira. ICN.
13h00 - 14h30
::: Eco-Mostra
  • Local: Quinta de Santo António
  • Estarão patentes durante os dias 12 e 13 as seguintes exposições:
    • Eco-Escolas: trabalhos do 6º Concurso Nacional Poster Eco-Código, alguns Relatórios de Candidatura ao Galardão bem como outros materiais diversos relacionados com o Programa.
    • Municípios: exposição subordinada ao tema: "Educação Ambiental no município de...".
  • Várias entidades foram ainda convidadas a integrar uma Eco-Mostra que pretende ser um espaço de divulgação de recursos em educação ambiental: Agricultura Biológica - Mucifal; AMI; Ancorensis Coop. de Ensino; APG; Artesanato Mão Livre; Casas Ninho; Cevinta; CIDAC; Colégio Rainha D. Leonor; Comércio Justo; Eco-Mania; Etnyk; FAPAS; Flôr de Algodão; Formato Verde; GEOTA; Instituto do Ambiente; LPN (**); Loja sem Sim; Olho Vivo; Padre Himalaya; Quercus (**); Tágis; Zóia; Tá-Sol-Júlio Piscarreta; Parque Natural Sintra-Cascais; PATO; ASPEA (**); Troque de Energia (**).
::: almoço
  • Local: Quinta de Santo António
14h30 - 16h30
::: ateliers
  • Oito workshops relacionadas com os temas de trabalho Eco-Escolas:
  • atelier 1 - Energia Solar. David Loureiro. INETI/SPES. Padre Himalaya.
  • atelier 2 - Energia, Ambiente e Alterações Climáticas. Ageneal.
  • atelier 3 - A água e o efeito de estufa. Centro de Ciência Viva de Sintra.
  • atelier 4 - Agricultura Biológica e Plantas Aromáticas. Fernanda Botelho.
  • atelier 5 - Antídoto. Ricardo Brandão. Programa Antídoto.
  • atelier 6 - A processionária. Lurdes Inácio. Estação Florestal Nacional.
  • Reunião do Grupo "Critérios de Qualidade para Escolas de Educação para o Desenvolvimento Sustentável" (Escolas-Piloto).
16h30
::: intervalo
16h45 - 18h45
  • Local: Quinta de Santo António
::: fóruns de debate
Temas e respectivos grupos de trabalho:
  • Tema Professores: "Metodologias e Estratégias nas Eco-Escolas "
  • Coordenação dos grupos: Maria Luisa Pipa (P1); Marta Albuquerque (P2); José Manuel Silva (P3).
  • Grupos de trabalho de professores: P1; P2; P3.
  • Tema Municípios: "Os municípios e a EA/EDS - critério 1 do ECOXXI ";
    Grupo de dinamização: Manuel Gomes, Jorge Neves, Raquel Mota.
    Grupo de trabalho de técnicos de municípios.
20h30
::: jantar
  • Local: Restaurante "O Tirol". ( mediante inscrição 7€)
Sábado, 13 de Janeiro
9h30 - 11h00
  • Local: Centro Cultural Olga Cadaval
::: painel II - Municípios e Educação Ambiental
  • Moderador: Nuno Lopes. Câmara Municipal de Almada.
  • Município de Sintra. Paula João, Andreia Silva.
  • Município de Évora. Filomena Araújo.
  • Município da Maia. Helena Lopes.
  • Município de Pombal. Paula Silva.
11h00
::: intervalo
11h30 - 13h00
  • Local: Quinta de Santo António
::: fóruns de debate
Conclusão dos trabalhos em grupo iniciados na tarde do dia anterior: preparação da apresentação das conclusões.
  • Grupos de trabalho de professores: P1; P2; P3.
  • Grupo de trabalho de técnicos de municípios.
12h45
::: Eco-Mostra
  • Local: Quinta de Santo António
::: almoço
  • Local: Quinta de Santo António
14h15 - 17h30
  • Local: Centro Cultural Olga Cadaval
::: painel III - Escolas e Educação Ambiental/EDS
  • Moderadora: Maria Luísa Ucha. Ministério da Educação.
::: comunicações
  • Escolas na Natureza. José Alho. ICN.
  • Educação Ambiental no Brasil. Fátima Morosine.
  • Critérios de Qualidade em Escolas de EDS. Manuel Gomes.
::: intervalo
15h45
::: painel IV - Projectos em Eco-Escolas
  • Moderadora: Maria Luísa Ucha - Ministério da Educação.
::: comunicações
  • Escola da Energia - Energia para Eco-Repórter. Ana Cristina Ramos, Deolinda Pires. ABAE, Galp Energia.
  • Eco-Escola EB I c/ JI D. Carlos I. Paula Mendes. Sintra.
  • Eco-Escola EB 2, 3 de Algoz. Homero Costa. Silves.
  • Eco-Escola EB 2,3/S Gonçalves Zarco. José Manuel Silva. Funchal.
16h45
::: conclusões
Apresentação das conclusões dos grupos de trabalho.
  • Grupos de trabalho de professores: P1; P2; P3.
  • Grupo de trabalho de técnicos de municípios.
17h30
::: sessão de encerramento
::: peça de teatro musical
  • "Planeta da Energia"
  • Grupo: PALMA'S ensemble.
Domingo, 14 de Janeiro
9h30
::: visita
  • Local de concentração: Largo do Palácio da Vila.
  • Tema: "Sintra Ambiente e Património". Câmara Municipal de Sintra.
  • Visita A: Percurso em Sintra e visita ao Palácio da Vila.
  • Visita B: Visita ao Palácio da Regaleira (entrada de 4€ - preço especial para o Encontro).
11h30 e 12h00
::: visita
  • Local de concentração: Largo do Palácio da Vila.
  • Visita: Centro Ciência Viva de Sintra.
  • (**) a confirmar.

Palestras em Lisboa

CICLO DE PALESTRAS DE GEOLOGIA

COM OS PÉS NA TERRA
"Do pré-Tejo ao Tejo actual: esteve o Tejo sempre ali?"

Maria Teresa Mira de Azevêdo
(Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa)


11 de Janeiro de 2007 (5.ª feira)
22H00

Galeria Matos Ferreira
Bairro Alto


DO GRÃO AO PLANETA
"Uma viagem aérea pela Geologia do mundo virtual"

Nuno Pimentel
(Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa)

11 de Janeiro de 2007 (5.ª feira)
18H30

Biblioteca-Museu República e Resistência
Espaço Cidade Universitária
(Rua Alberto de Sousa, 10-A
à Zona B do Rego)

Coordenação:

Professora Doutora Teresa Azevedo do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa


Mais Informações:

Professora Doutora Teresa Azevedo
E-mail: terazeve@fc.ul.pt


Divulgado por:

Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Campo Grande 1749-016, Lisboa, Portugal

Tel: 21 750 00 00 / Ext: 25326/25343/25344/25357
Fax: 21 750 01 47
nci@sa.fc.ul.pt
http://www.fc.ul.pt

25 anos do Departamento de Geologia da FCUL

COMEMORAÇÃO DO 25º ANIVERSÁRIO DO DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA UNIVERSIDADE DE LISBOA

Jornadas de Reflexão

“O ensino da Geologia na FCUL: 170 anos de passado para uma estratégia de futuro”

11 de Janeiro de 2007 (5.ª feira) - 16H00
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa - Edifício C6 - Sala 6.1.36

Organização:
Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa


Convite:

No âmbito das comemorações dos 25 anos do GeoFCUL, cabe-nos a honra de assinalar os 170 anos da criação da 7.ª cadeira da Escola Politécnica onde se concentrou o ensino das ciências geológicas (Mineralogia, Geologia e Princípios de Metalurgia). Conscientes dos enormes desafios que o Ensino Superior enfrenta actualmente, o Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa promove a presente Jornada de Reflexão centrada no objectivo de discutir as principais questões envolvidas no Ensino da Geologia, à luz da mudança de paradigma subjacente ao Processo de Bolonha.


PAINEL DE CONVIDADOS
  • Prof. Dr. António Sampaio da Nóvoa (Magnífico Reitor da Universidade de Lisboa)
  • Prof. Dr. Nuno Guimarães (Presidente do Conselho Científico e Directivo da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa)
  • Prof. Dr. César Andrade (Presidente do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa)
  • Prof. Dr. António Ribeiro (Presidente da Sociedade Geológica de Portugal)
  • Prof. Dr. Fernando Noronha (Presidente da Associação Portuguesa de Geólogos)
  • Prof. Dr. Carlos Matos Alves (Prof. Jubilado – moderador)
  • Prof. Dr. António Mateus (Presidente da Comissão Científica de Estudos Pós-graduados e Coordenador da Comissão Pedagógica do Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa)



APRESENTAÇÃO
O Processo de Bolonha e apresentação formal da nova matriz dos 3 ciclos do ensino da Geologia no Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (António Mateus)

Tópicos para reflexão:
  • Um ensino para formar formadores
  • Um ensino para formar geólogos
  • Um ensino para formar geocientistas
  • Um ensino para a mobilidade e empregabilidade


Mais Informações:
Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Telef.: 21 750 00 66
http://geologia.fc.ul.pt/geoFCUL/index.htm

Divulgado por:

Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Campo Grande 1749-016, Lisboa, Portugal

Tel: 21 750 00 00 / Ext: 25326/25343/25344/25357
Fax: 21 750 01 47
nci@sa.fc.ul.pt
http://www.fc.ul.pt

domingo, janeiro 07, 2007

A Formação dos Professores e a Ministra da Educação

Quando a actual Ministra da Educação começou a trabalhar (ou lá o que ela faz...) disse muitas coisas sobre os professores, algumas das quais não podemos repetir aqui porque não gostamos de insultos. Mas também teve atitudes correctas e corajosas, nomeadamente quando decidiu apoiar Acções sobre Ensino Experimental de Ciências para professores e quando, no novo Estatuto da Carreira Docente (ECD), decidiu que cada docente fizesse pelo menos 50% de formação na sua área específica.

Acabava-se assim a balda das Acções de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) vulgarmente conhecidas por Acções de Informática, em alguns professores estavam viciados, em que muitos nada aprendiam ou, se aprendiam, nada se via mudar na forma de encarar as TIC. Deste modo, o ano passado dei, como Formador de Professores, uma Acção intitulada "Introdução ao Ensino Experimental de Astronomia nos Ensinos Básico e Secundário", em Leiria, com bastantes interessados e bastante sucesso. De tal maneira que o Centro de Formação de Leiria me convidou para preparar 4 novas Acções (e dar a que já tinha dado de Astronomia novamente) no ano de 2007. Acreditando eu que a Ministra iria cumprir aquilo que pediu aos professores (que fizessem formação na sua área científica...) comecei a trabalhar na planificação de 4 novas Acções, a saber:
  • Introdução ao Ensino Experimental de Astronomia no 1º Ciclo
  • Ensino experimental de Geologia no 1º Ciclo do Ensino Básico
  • Ensino experimental de Geologia no 3º CEB e Ensino Secundário
  • A realização de Actividades Desportivas de ar livre em contexto escolar e as Ciências do Ambiente
Deu-me algum trabalho preparar estas Acções, ler textos, procurar bibliografias, tentar combinar com outros formadores para darem partes das Acções, mas consegui. Inclusive, todas já estão creditadas pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua, mas agora que era tempo de estas começarem a ser divulgadas, descobri que este ano não é preciso fazer formação nestas áreas e que não irei dar formação a professores este ano...

Assim, este ano, segundo a douta opinião da S.ª Ex.cia a Ministra da Educação, o que os professores precisam agora é de formação em TIC e em Bibliotecas Escolares. É curioso é que isto aconteça no momento em que entra em vigor o novo ECD, que no seu artigo 45º condiciona a avaliação do docente à participação em "acções de formação contínua que incidam sobre conteúdos de natureza científico-didáctica com estreita ligação à matéria curricular que lecciona".

É uma pena que tenhamos uma Ministra da Educação que anda a brincar às casinhas, que hoje diz uma coisa, logo a seguir pensa outra e depois é capaz de fazer tudo ao contrário - e os fantásticos Secretários de Estado que a acompanham no ministério não lhe ficam muito atrás...

E assim vai a Educação, a Escola, a Formação e a Geologia em Portugal...!

Imagem retirado do Blog anterozóide

sábado, janeiro 06, 2007

National Geographic - Portugal de Janeiro!

Do Blog Ciências Físicas e Naturais - Escola Correia Mateus, retirámos o seguinte post, de autoria de Ana Rola:

Já saiu a National Geographic de Janeiro!

A capa deste mês é um apelo urgente à consciência das pessoas de todo o mundo: a Amazónia está a desaparecer vítima de uma exploração desenfreada por capitalistas desejosos de aumentar o seu capital.

O pulmão do planeta, uma das últimas florestas tropicais, está a ser desbastado!

A renovação do ar está comprometida! Sem árvores para retirar o dióxido de carbono da atmosfera, o aumento do efeito de estufa será mais acelerado.

E, no entanto, podemos tomar, cada um de nós, atitudes para evitar este problema, nomeadamente: não comprar móveis de madeira exótica, não comprar animais selvagens, não comprar carne oriunda destes locais, entre outras medidas.


Para pensar:

Brasil: O fim da Amazónia
«Nos minutos que demorar a ler esta reportagem, uma área da Amazónia com dimensão aproximada de 150 campos de futebol será destruída.
As forças da globalização estão a invadir a Amazónia, apressando a morte da floresta e frustrando os esforços dos seus defensores. Nas últimas três décadas, centenas de pessoas morreram em guerras pela posse de terra e muitas outras enfrentam o medo, ameaçadas por quem lucra com o roubo da madeira e da terra. Nesta fronteira onde mandam as armas, as motosserras e os bulldozers, os funcionários da administração pública são frequentemente corruptos e ineficazes ou mal apetrechados e incapazes de aplicar a justiça. Texto de Scott Wallace; Fotografias de Alex Webb

Recentemente, os produtores industriais de soja aliaram-se aos madeireiros e aos criadores de gado na luta pela posse da terra, acelerando a destruição e fragmentando ainda mais a grandiosa região bravia brasileira. Nos últimos 40 anos, quase um quinto da floresta tropical da Amazónia foi abatido. Trata-se de uma área maior do que aquela que foi alvo da destruição perpetrada nos 450 anos anteriores, decorridos desde o início da colonização portuguesa. A comunidade científica teme que, nas próximas duas décadas, se percam ainda mais 20% das árvores existentes. Se isso acontecer, a ecologia da floresta começará a desmoronar-se. Intacta, a Amazónia produz metade da sua própria chuva através da humidade que liberta para a atmosfera. Se uma quantidade suficiente de chuva for eliminada pelo abate de clareiras, as restantes árvores secarão e morrerão. Quando o grau de exsicação é agravado pelo aquecimento global, as secas graves aumentam o perigo de fogos incontroláveis capazes de devastar a floresta. Uma seca desse tipo afligiu a Amazónia em 2005, reduzindo o nível dos rios até 12 metros e afectando centenas de comunidades. Entretanto, como a queima de árvores se está a processar de forma desmesurada (com o objectivo de criar terras cultiváveis nos estados fronteiriços do Pará, Mato Grosso, Acre e Rondónia), o Brasil tornou-se um dos maiores emissores de gases de estufa. Os sinais de perigo são indesmentíveis. Tudo começa sempre com uma estrada. Se exceptuarmos um punhado de auto-estradas federais e estaduais (incluindo a auto-estrada Transamazónica, de leste a oeste, e a controversa “auto-estrada da soja” BR-163, que divide o coração da Amazónia numa extensão de 1.770km), quase todas as estradas na Amazónia foram construídas sem licença. Essas estradas representam uma distância superior a 169 mil quilómetros e, na maioria, foram ilegalmente abertas por madeireiros que pretendiam acesso ao mogno e a outras madeiras duras para o mercado exportador. No Brasil, os acontecimentos desencadeados pela indústria madeireira são quase sempre mais destrutivos do que o próprio abate. Uma vez cortadas as árvores, os madeireiros prosseguem caminho, mas as estradas construídas servem para canalizar uma mistura explosiva de ocupantes de terra, especuladores, rancheiros, agricultores e inevitavelmente mercenários armados. Os açambarcadores de terra seguem a estrada até às profundezas da floresta, até aí impenetrável, e, depois, destroem grandes superfícies, de maneira a dar a impressão de que a terra lhes pertence. O roubo de terras é cometido graças a tácticas de corrupção e intimidação e a títulos fraudulentos de posse da terra. Os brasileiros até já inventaram um nome para descrevê-lo: grilagem, derivado do insecto grilo. Aqueles que cometem esta prática são apelidados de grileiros, por se saber que fabricam títulos falsos de propriedade, envelhecendo-os em gavetas cheias de grilos esfomeados.»


Artigo em:
National Geographic

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Seminário em Évora

Estrutura profunda da margem continental: de Sines (crusta continental) ao Madeira-Tore (crusta oceânica)
Professora Alexandra Afilhado
Departamento de Engenharia Civil
Instituto Superior de Engenharia de Lisboa

Hora: 14:30
Data: 10 de Janeiro de 2007
Local: Anfiteatro 1 - Colégio Luís Verney
Promove: Centro de Geofísica de Évora

Resumo

A estrutura sísmica da crusta e do manto litosférico no segmento sul da margem oeste Ibérica (MOI) foi investigada, ao longo de um perfil ao largo de Sines, entre a plataforma continental e a cadeia submarina Madeira-Tore (IAM5). Este perfil atravessa a planície abissal do Tejo e margem continental adjacente à latitude aproximada de 38ºN. Foram registados dados de reflexão sísmica multicanal e refracção/reflexão grande ângulo, que incluem 6 OBSs e 2 estações sísmicas em terra. Os perfis de anomalia de ar livre e anomalia magnéticas foram extraídos de grelhas disponíveis. O modelo de velocidades IAM5.VELG foi obtido mediante modelação cinemática e dinâmica e verificou-se a sua consistência com o perfil de anomalia de ar livre.

Foram identificados, com base nos dados sísmicos, quatro domínios crustais no perfil IAM5, igualmente consistentes com os mapas dos campos potenciais e respectiva modelação 2D/2.5D no perfil. No domínio continental (9.4ºW a 9.0ºW) está presente a secção completa de crusta continental ligeiramente adelgaçada. O adelgaçamento mais acentuado da crusta continental ocorre no domínio de adelgaçamento (9.7ºW a 9.4ºW), essencialmente na crusta continental inferior, que adelgaça completamente. De 10.5ºW a 9.7ºW a crusta transicional apresenta uma estruturação complexa e elevada heterogeneidade. Sob o talude continental a crusta continental exumada está em contacto directo com o manto litosférico No domínio oceânico (a oeste de 10.5ºW) a estrutura sísmica da crusta é consistente com crusta oceânica, provavelmente gerada num regime de expansão lenta. A existência de contrastes de impedância acústica a cerca de 20km de profundidade, sugere uma estrutura estratificada no manto litosférico.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Alterações climáticas no passado


Dinastia Tang e Civilização Maia terão sido vítimas de uma alteração climática

Investigação publicada na revista “Nature”
03.01.2007 - 19h52 AFP


O declínio da dinastia Tang (618-906), uma das mais importantes da história da China, e da Civilização Maia, na América Central, poderá residir em alterações nas monções na Ásia, revela um estudo internacional publicado na revista “Nature” amanhã nas bancas.

A investigação foi coordenada por Gerald Haug, do Centro de Investigação sobre a Terra (GeoforschungsZentrum), em Potsdam (Alemanha).

Os cientistas avançam que o declínio destas duas grandes culturas coincide com modificações do ciclo climático entre o ano 700 e o ano 900 da nossa Era.

A seca provocada por alterações no regime das chuvas, com a catastrófica redução das colheitas agrícolas, e um empobrecimento quase geral, poderão explicar as profundas tensões que levaram ao desaparecimento daquelas sociedades.

Os investigadores baseiam a sua conclusão na análise de sedimentos do lago Huguang Maar, no Sudeste da China. As propriedades magnéticas e o seu teor em titânio, explicam, fornecem indicações sobre a intensidade das monções na Ásia oriental. Estes ventos periódicos sopram no Inverno para o mar (monção seca) e no Verão para a Terra (monção húmida).

Gerald Haug e os seus colegas chineses e norte-americanos constataram que, ao longo dos últimos 16 mil anos, existiram três períodos onde a monção de Inverno foi forte e o clima seco na China, nomeadamente aquando do declínio da dinastia Tang, célebre pelas suas artes e trocas comerciais com a Índia e o Médio Oriente.

Aos olhos dos investigadores, as variações na cintura de chuvas tropicais poderão ter sido globais e explicar assim, ainda que parcialmente, o fim da era clássica Maia (250-900) no actual México e na Guatemala. Conhecida pelas suas cidades-Estado, a sua escrita hieroglífica, as suas artes decorativas, o seu calendário solar de 365 dias e as pirâmides, esta grande civilização desapareceu bruscamente.

in Público (notícia aqui)

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Chuva de Estrelas de hoje


Esta noite ocorre um fenómeno interessante (é pena é a Lua esta cheia, o que impede a sua melhor observação...). Assim, a partir de uma hora depois do pôr do Sol e durante a noite, olhando para o céu, numa constelação chamada Boieiro (Bootes) poderás ver restos de um cometa a caírem (e a arderem na atmosfera terrestre). Isto acontece todos os anos, na noite de 3 de Janeiro, pois a Terra todos os anos passa no local onde o cometa deixou as suas poeiras... A partir das 10.00 horas de 03.01.2007 poder-se-á ver bem o fenómeno, sendo o seu máximo às 00.30 horas da manhã de 04.01.2007, olhando nas direcções Norte e Este. Para mais dúvidas e facilitar a observação, publico dois mapas do céu, onde está marcado o local a partir do qual parecem vir as estrelas cadentes (o chamado radiante)...


Mais informação em:
O Observatório
Rastos de Luz

Filme "À Noite, No Museu"


Larry Daley (Ben Stiller) é um sonhador de bom coração. Apesar de ser um azarado, Larry sonha que o destino lhe reserva algo grandioso; só não imagina o quão extraordinário pode ser quando aceita um emprego como segurança no Museu de História Natural. Mas durante o turno de Larry começam a acontecer coisas espantosas: índios, gladiadores e "cowboys" ganham vida e começam a travar batalhas épicas. E o próprio T-Rex volta a aguçar as garras e a mostrar porque é considerado o predador mais temido! Durante o caos, a única pessoa a quem Larry pode pedir ajuda é à figura de cera do Presidente Teddy Roosevelt (Robin Williams), que vai ajudar o nosso herói a salvar o Museu.


Site do Filme - aqui

A não perder...!

terça-feira, janeiro 02, 2007

Ciclo de Conferências de Geografia

O Centro de Estudos Geográficos de Coimbra leva a efeito um ciclo de conferências/debate sobre temas de Geografia Aplicada. As sessões realizam-se às quintas feiras, dias 11, 18 e 25 de Janeiro de 2007, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, conforme o seguinte programa:

Geografia e Saúde
(dia 11 de Janeiro de 2007, às 17.00 horas, no Anf. III)
- José Manuel Simões – Aplicações da Geografia
- Ana Paula Santana – Cartografia de equipamentos de saúde
Coordenação: Fernanda Cravidão

Geografia Física e Gestão Municipal dos Territórios
(dia 18 de Janeiro de 2007, às 17.00 horas, no Anf. III)
- Lúcio Cunha – Geografia Física e PDM’s
- A. Campar de Almeida – Geografia Física e PMDFCI’s
Coordenação: Fernando Rebelo

SIG’s e Ordenamento do Território
(dia 25 de Janeiro de 2007, às 17.00 horas, no Anf. III)
- António Rochette – SIG's e Ordenamento do território: das Cartas Educativas Municipais aos Sistemas de Gestão de Riscos
- Rui Ferreira – SIG's e Património: Rotas da Transumância
Coordenação: Ana Paula Santana



O programa detalhado pode ser consultado em:

http://www.uc.pt/cegc/geosoc.htm

Estão todos, geógrafos e não geógrafos, convidados para discutir os temas em debate.

segunda-feira, janeiro 01, 2007

Nada está escrito...!

Do Blog Sorumbático, com a devida vénia, retirámos o seguinte post, de autoria de Nuno Crato, subscrevendo de cruz o que nele está dito.


É UMA DAS FRASES MARCANTES da história do cinema — «Nada está escrito!», afirma Peter O’Toole. A frase cala fundo porque Lawrence da Arábia vence sucessivos obstáculos que pareciam inultrapassáveis, e vence-os por pura força de vontade. É ele que escreve a História. Ou assim o parece. Mas há obviamente coisas escritas e, tal como relembra o crítico Reel Reubenstein, a prová-lo está precisamente essa frase, escrita pelo argumentista Robert Bolt e colocada por ele na boca de T. E. Lawrence.

Parece estar escrito que 2007 não será um bom ano. Os grandes conflitos não prefiguram evolução rápida. Do Iraque, de Israel e da Palestina, da Coreia do Norte e do Irão não parecem vir bons sinais. A economia internacional dá sinais de melhoras, mas não tão fortes que Portugal possa esperar um impulso energético do exterior. A contenção económica veio para ficar. As injecções financeiras foram reduzidas e estão limitadas a algumas áreas transitórias. Pode haver fundos para projectos de investigação, mas há menos para laboratórios e universidades. Pode haver dinheiro para algumas infra-estruturas, mas há menos para a construção e para o investimento. O tecido económico interno continua pouco dinâmico.

Mas o futuro não está ainda escrito e há mudanças ao nosso alcance. Uma área em que isso acontece, e uma área decisiva, é a educação. Depois de um ano em que se avançaram algumas reformas, parece continuar a pairar sobre todos o rescaldo de um conflito entre ministério e professores — um conflito que nada de positivo traz. Há quem tenha a ilusão, e há máquinas de propaganda que parecem alimentar conscientemente essa ilusão, de que para resolver os problemas do ensino é necessário quebrar a classe dos professores. Seriam estes os principais responsáveis pelas insuficiências da nossa escola.

Esta visão, contudo, não só está mal direccionada, como ofusca os problemas essenciais. É verdade que há problemas vários do ensino. É verdade que eles foram ocultados durante muitos anos. E é verdade que isso foi possível pela ausência de responsabilização dos agentes do ensino — entre eles os professores. Mas a ausência de responsabilização deriva da ausência de avaliação; e essa lacuna é da responsabilidade do ministério, ou dos sucessivos ministérios. A avaliação externa e independente tem estado arredada do ensino. E a avaliação de base é a dos estudantes. Sem avaliar o progresso dos alunos não se pode avaliar o trabalho dos professores, nem das escolas, nem dos ministros.

Até há dois anos, no entanto, os estudantes concluíam todo o ensino obrigatório sem um único exame externo. A situação mudou em 2005, com a introdução dos exames de 9º ano em Português e Matemática — exames que foram mantidos em 2006 e que parecem ter vindo para ficar. Mas são apenas dois exames e apenas no término do Ensino Básico. Não há avaliação externa noutras disciplinas. Não há exames em anos intermédios. Introduzir estes outros momentos de avaliação não depende dos professores nem alimenta nenhuma guerrilha com estes agentes essenciais do ensino. De que se está à espera?

No final do Ensino Secundário encontra-se panorama equivalente. Há poucas provas finais e acabam de ser eliminadas algumas, tais como os exames de Filosofia — outra matéria fulcral. Nos cursos tecnológicos foram abolidos por completo os exames. Muitos dos estudantes que hoje obtêm um diploma do Ensino Secundário fazem-nos sem nunca terem feito um exame nacional. Como se permite que isso continue a acontecer?

Para além da avaliação imediata dos estudantes, para além da carreira dos professores e da sua avaliação e promoção, há duas outras medidas que podem vir a decidir o futuro da educação. A primeira é o recrutamento de professores, a sua entrada na carreira, que vai passar a incluir um exame e não a ser feita unicamente com base na nota final de curso. É uma mudança muito positiva e que pode vir a alterar, para melhor, não só a selecção como toda a formação inicial de professores. Com isso, pode-se melhorar o que finalmente importa e que é, evidentemente, o ensino.

Para que esta medida seja eficaz, no entanto, é necessário que este exame de entrada na profissão incida sobre as matérias que o candidato a professor se propõe leccionar. Se isso não acontecer, se as componentes pedagógicas e didácticas tiverem um peso excessivo, propagar-se-ão precisamente os erros que a dogmática doutrina pedagógica dominante em Portugal tem vindo a introduzir no ensino, com as consequências dramáticas que conhecemos. O essencial são os conteúdos programáticos. Nunca ninguém ensinou o que não sabe. Mas sempre houve quem ensinasse — e ensinasse bem — sem precisar de se afogar durante anos nos estudos de pedagogia e de didáctica.

A segunda medida decisiva é a própria formação de docentes. Com as adaptações ao projecto de Bolonha, prefigura-se que a formação de futuros professores seja feita em duas etapas. A primeira, centrada nos conteúdos curriculares. A segunda, na arte de ensinar. A primeira corresponde, na terminologia de Bolonha, ao primeiro ciclo universitário — algo entre a actual licenciatura e os bacharelatos. A segunda corresponde, de acordo com a mesma tipologia, ao segundo ciclo — algo entre as actuais pós-graduações e os mestrados. Fazer com que os candidatos a professores aprendam durante três anos as matérias que se propõem leccionar, mas que depois passem dois anos a esquecê-las e a serem formados em pedagogia e didáctica poderá ser um erro gravíssimo, que viremos a pagar na próxima década.

As carreiras da docência estão praticamente fechadas. Inelutáveis tendências demográficas têm obrigado a uma redução do número de estudantes que entram nas nossas escolas. O insucesso escolar no ensino obrigatório, no secundário e no superior agravam a redução de alunos e o correlativo excedente de candidatos a professores. Poderia parecer que neste momento nada interessa, a não ser esperar. Mas é em alturas como esta que as decisões são urgentes e menos dolorosas. O que em 2007 for decidido pode ditar o que serão os professores e o que será o ensino nos próximos dez a vinte anos. O que o ensino for daqui a dez ou vinte anos ditará o que será o país daqui a vinte ou trinta. Nada está escrito.

Texto do Sorumbático aqui (Adaptado do Expresso)

domingo, dezembro 31, 2006

GeoHumor - II

NOTA: Fui à poucos dias a Espanha e lá a gasolina custa, sempre, entre 20 e 30 cêntimos menos do que em Portugal, sem se falar dos preços dos automóveis, que são muito mais baixos. Isto de sermos roubados pelo estado português não será um pouco um exagero...?

in DN on-line - Cartoon de José Bandeira

GeoHumor...


in DN on-line - Cartoon de José Bandeira

quinta-feira, dezembro 28, 2006

Novo Jornal on-line de Paleontologia


Já saiu o n.º 1 do Journal of Paleontological Techniques, revista on-line, que, embora editada em Inglês, é feita pelo Museu da Lourinhã. Os nossos parabéns aos autores da ideia e aos responsáveis do projecto...!

Site do JPT
N.º 1 do JPT (pdf)