terça-feira, janeiro 19, 2010

Prós e Contras - os vídeos


Enquanto o programa vai dando, vamos colocando aqui os links para os vídeos da RTP:
Intervieram ilustres colegas: Prof. João L. Gaspar, Prof. Carlos Oliveira, Prof. João D. Fonseca e Prof. António Ribeiro. Ao minuto 27, o Prof. António Ribeiro chama mais uma vez a atenção para as evidências do início de uma zona de subducção na fachada leste atlântica, ao largo do sudoeste ibérico.
Fonte: mailing-list da GEOPOR
O Prof. João D. Fonseca fez notar o empobrecimento e degradação da área de conhecimento e investigação de riscos geológicos, devido a alguma ignorância e desinteresse, dos políticos e da sociedade portuguesa.
Fonte: mailing-list da GEOPOR

NOTA: actualização final às 20.00 horas de 19.01.2010.

Elis partiu há 28 anos

Elis Regina Carvalho Costa (Porto Alegre, 17 de Março de 1945São Paulo, 19 de Janeiro de 1982) foi uma cantora brasileira. De morte trágica e prematura, deixou vasta e brilhante obra na Música Popular Brasileira. Era carinhosamente chamada a Pimentinha. Considerada por boa parcela de músicos e público como uma das maiores cantoras da MPB.



segunda-feira, janeiro 18, 2010

Prós e Contras de 18.01.2010


SISMOS: ESTAMOS PREPARADOS?
Programa de dia 18 Janeiro 2009


O sismo no Haiti provoca caos e dezenas de milhares de mortos.
E se fosse cá?
Estamos preparados?



O risco do solo nacional.
As regiões que podem ser mais afectadas.
O estado da Ciência e a imprevisibilidade dos sismos.
Qual é o plano da Protecção Civil?
Como respondem Hospitais, Bombeiros, INEM, empresas de água, electricidade e gás?
Como se organizam os serviços do país?
O maior debate da televisão portuguesa questiona protagonistas de uma eventual catástrofe.

Em directo do Teatro Camões, Prós e Contras, segunda-feira à noite na RTP1

domingo, janeiro 17, 2010

sábado, janeiro 16, 2010

Notícia sobre radão

Estudo sobre concentração de gás radão na Guarda entrou na segunda fase

Um estudo sobre a concentração de gás radão nas habitações da cidade da Guarda e aldeias periféricas entrou hoje na segunda fase com a recolha de 185 aparelhos de medição, disse fonte ligada ao projecto.


Segundo Alina Louro, responsável pelo estudo denominado “SOS Radão Guarda” foram hoje retirados 185 dosímetros (aparelhos de medição de radão) que permaneceram nas casas abrangidas pelo projecto desde o dia 14 de Novembro de 2009. “Em princípio, daqui a dez dias, estimamos ter os resultados do trabalho laboratorial que vai ser desenvolvido no Laboratório de Radioactividade Natural, em Coimbra”, adiantou.

Os dosímetros foram colocados em residências escolhidas de forma aleatória e em outras de doentes do foro respiratório que aceitaram colaborar, segundo a responsável. No momento da recolha, os aparelhos foram selados no interior de um saco “com uma fita adesiva anti-radiação” e colocados num recipiente metálico “para evitar as perdas de informação”.

Na segunda-feira serão transportados para Coimbra para serem “revelados”, indicou. “Todos os aparelhos têm um código de barras a que pertence um código de cada participante e a revelação é feita quase automaticamente”, disse. Após o apuramento, os resultados da leitura dos aparelhos serão entregues à equipa envolvida no projecto mas só serão tornados públicos “em data a anunciar oportunamente”.

A responsável adiantou que “só serão tornados públicos após uma publicação científica sobre o estudo”. E recordou que o projecto pretende “elaborar um mapa de risco com as concentrações de radão nas habitações da área urbana da Guarda e das Freguesias rurais à volta”.

Numa fase seguinte também serão analisados os efeitos que aquele gás poderá ter para a saúde humana, disse Alina Louro. “Agora, vai sair a concentração média nas habitações da Guarda e com base nesta concentração, prosseguiremos com estudos na área da física e da radiobiologia”, referiu. Alina Louro mostra-se satisfeita com o andamento do projecto e prevê que os valores de radão que irão ser apurados “poderão ser um bocadinho mais altos do que nos outros distritos, mas não acredito que sejam preocupantes”.

O radão é um gás radioactivo presente nos solos, no ar e na água e, quando em concentrações elevadas, pode constituir-se em factor de risco ambiental. Não tem cor, sabor nem cheiro, não reage quimicamente e por isso não é detectável pelos sentidos e após a libertação do solo vai alojar-se no interior das habitações, segundo a responsável. Está “associado aos granitos e à existência de rochas de origem graníticas, que são ricas em cristais de urânio”, concluiu Alina Louro. O projecto liderado pela docente da Escola Secundária Afonso de Albuquerque da Guarda, também envolve a Universidade da Beira Interior, o Hospital e a Câmara da Guarda.



NOTA: para saber mais sobre este interessantíssimo projecto, fazer download deste ficheiro.

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Para saber mais sobre o Sismo do Haiti...



...aconselhamos a seguinte página da IUGS, da qual retirámos as figuras presentes neste post:

quarta-feira, janeiro 13, 2010

Sismo no Haiti

Pior sismo em 200 anos no país
Haiti: primeiro-ministro fala em "bem mais de cem mil mortos"

Poderão ter morrido "bem mais de cem mil pessoas" no terramoto no Haiti, afirmou à estação de televisão norte-americana CNN o primeiro-ministro do país, Jean-Max Bellerive. A afirmação segue-se às declarações do Presidente, René Préval, que falou da possibilidade de terem morrido milhares de pessoas no sismo, que causou ainda danos "inimagináveis".


Sabia-se já que três milhões de pessoas foram afectadas – ou seja, um terço da população. O tremor de terra – que com magnitude 7 foi o pior no país em 200 anos – fez ruir o palácio presidencial, o Parlamento, um edifício da ONU, escolas, hospitais e casas de lata à beira de ravinas. A capital do Haiti, Port-au-Prince, ficou coberta com um manto de poeira de edifícios destruídos.

O Presidente disse ainda que se ouviam gritos de pessoas sob os escombros do edifício do Parlamento, onde ainda estava soterrado o presidente do Senado.

Muitas pessoas dormiram ao relento em Port au Prince, temendo que as réplicas fizessem desabar as frágeis paredes ainda de pé. A cidade, onde vivem quatro milhões de pessoas, estava sem electricidade e sem comunicações. Começaram os saques aos supermercados, os detidos de uma prisão libertaram-se e temia-se o regresso à violência política.

O tremor de terra foi uma catástrofe para o Haiti e para a ONU, comentou o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. O líder da missão das Nações Unidas no Haiti, o tunisino Hedi Annabi, está desaparecido, tal como o seu número dois, o brasileiro Luiz Carlos da Costa, disse ainda Ban.

No edifício da ONU trabalhavam normalmente entre 200 a 250 pessoas, essencialmente pessoal administrativo; ontem, estariam no local entre 100 a 150 pessoas. Até agora foram retirados do edifício "menos de dez pessoas, umas mortas, outras vivas", afirmou o subsecretário-geral das Operações de Paz, Alain Le Roy. Mas havia ainda mais de cem desaparecidos.

A missão da ONU no Haiti inclui 7000 tropas de manutenção de paz (o Brasil já anunciou morte de 11 militares, a Jordânia de três; e a China relatou casos de soldados soterrados e desaparecidos), dois mil agentes de polícia internacional, 490 funcionários civis estrangeiros e 1200 funcionários civis locais, afirmou Le Roy, citado no diário brasileiro "Folha de São Paulo".

Obama promete ajuda rápida

"Só agora estamos a começar a ver a dimensão da devastação, mas as informações e imagens que vimos de hospitais que se desmoronaram, de casas destruídas e homens e mulheres a levarem os seus vizinhos feridos pelas ruas são verdadeiramente comoventes", disse o Presidente norte-americano, Barack Obama, prometendo uma resposta rápida da sua Administração ao desastre.

Uma gigantesca operação de emergência está a ser montada, com recursos a chegarem dos Estados Unidos e de países sul-americanos. Organizações de assistência como a Cruz Vermelha já disponibilizaram centenas de milhares de dólares em ajuda e múltiplas organizações humanitárias preparam-se para partir para o país das Caraíbas – um dos mais pobres do mundo, onde 80 por cento da população vive abaixo do limiar da pobreza, com acesso a menos de dois dólares por dia.

O Pentágono anunciou, entretanto, o envio de um porta-aviões e de três navios anfíbios, com uma tripulação de dois mil "marines" para a costa do Haiti, com o objectivo de colaborar no socorro às vítimas e encaminhamento da ajuda internacional.

Pela noite e madrugada era impossível perceber até que ponto as autoridades locais foram capazes de responder à situação – vários relatos diziam não haver ambulâncias, carros de polícia, de bombeiros ou escavadoras. Um desafio imediato para a assistência internacional era chegar ao país, já que o aeroporto estava fechado – mas reabriu entretanto.

Outro desafio é a manutenção da ordem pública e segurança. Uma força internacional de manutenção de paz, ao serviço da ONU, está no país desde o golpe que levou à expulsão do Presidente Jean-Bertrand Aristide, em 2004. O grosso do contingente militar, de 7000 efectivos, é assegurado pelo Brasil, país que representa o Haiti junto das instituições internacionais. O Brasil teme muitas vítimas entre o seu contingente – até agora foi confirmada a morte de 11 militares e ainda da presidente da Pastoral da Criança, Zilda Arns, figura importante que tinha sido, escreve a "Folha de São Paulo", indicada para o Nobel da Paz em 2006.

O Haiti é ciclicamente assolado por desastres naturais. Port-au-Prince foi parcialmente afectada por um sismo de magnitude 6.7 em 1984. Em 2004, mais de três mil pessoas morreram na sequência do furacão "Jeanne", que dizimou a cidade de Gonaives, no noroeste do país. Quatro anos mais tarde, a mesma cidade foi novamente devastada por quatro sistemas tropicais. Desde 2008, os furacões "Gustav", "Hanna" e "Ike" mataram 800 pessoas e causaram prejuízos avaliados em mil milhões de dólares.

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Dinossáurio Miragaia longicollum entre as 10 principais descobertas de 2009


O Diário de Notícias elegeu as "Dez descobertas científicas de 2009 com selo português" entre as quais a descoberta do dinossauro estegossauro Miragaia longicollum, descrito em Fevereiro passado, e as trilobites gigantes de Arouca.

Diz o artigo:

"Investigadores portugueses, dentro ou fora de portas, marcaram pontos em 2009. Alguns estiveram mesmo na base de descobertas de grande impacto internacional. A detecção de ADN com uma vulgar impressora, a descodificação do genoma do cancro da mama ou a descoberta de novos planetas são alguns dos avanços envolvendo cientistas nacionais que marcaram o ano que terminou.
(...)
1. Descodificador do genoma do cancro da mama, em português
2. Sensor de ADN barato e amigo do ambiente

3. Portugal tem o maior conjunto de fósseis de trilobites do mundo
O País entrou, em 2009, no mapa da paleontologia com o maior e mais completo conjunto de fósseis de trilobites do mundo. Foi descoberto na região de Arouca, perto de Aveiro, por uma equipa de paleontólogos espanhóis e portugueses. Entre os fósseis encontrados estão também os maiores exemplares conhecidos. Isto porque até agora, os restos destes seres pré-históricos, que dominaram os mares até há 250 milhões de anos, não ultrapassavam os 10 centímetros de comprimento, mas os de Arouca chegam aos 30. Alguns restos mostram que os exemplares podiam atingir mesmo os 90 centímetros. A descoberta foi publicada na revista Geology.

4. .. e baptizou nova espécie de dinossauro

Mas no das descobertas pré-históricas, o País foi mais além, baptizando um novo dinossauro o Miragaia longicollum. A nova espécie foi descoberta na Lourinhã pela equipa do paleontólogo Octávio Mateus, do museu daquela localidade e da Universidade Nova de Lisboa. Este é um novo estegossauro que os seus descobridores baptizaram de Miragaia longicollum, um nome cheio de significados. Entre eles, o de pescoço comprido, uma das imagens de marca da espécie. O artigo descrevendo o novo dinossauro, que viveu no Jurássico Superior (há 150 milhões de anos), publicado na Proceedings of the Royal Society, pela equipa liderada por Octávio Mateus, culminou um trabalho de dez anos.

5. 32 novos planetas com a marca de um português

6. Trabalham em Portugal os melhores em cardiotocografia

7. Descoberta nova espécie...

8. Ajudar a controlar as células imunitárias

9. Novo tratamento para o Alzheimer e Parkinson

10. Telhas 'bonitas' e que alimentam o resto da casa


in Lusodinos - post de Octávio Mateus

A Liberdade, os Estudantes e a Escola Pública

Estudantes falam em repressão de manifestações por parte das autoridades da Educação

Os estudantes do ensino secundário acusaram hoje algumas direcções regionais de educação de impedirem a realização de manifestações, avançando que há alunos com processos no Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) por se manifestarem.


"Viemos aqui denunciar os atropelos à liberdade e democracia dos estudantes", disse hoje Nicole Santos, representante do distrito do Porto na Delegação Nacional de Associação de Estudantes dos Ensinos Básico e Secundário (DNAEEBS), à saída de uma reunião com o secretário de Estado adjunto da Educação.

De acordo com aquela responsável, há "alunos que estão envolvidos em processos no DIAP por se manifestarem, participarem ou convocarem manifestações".

Só no distrito do Porto, "sete estudantes estão envolvidos em processos no DIAP", segundo informações de Nicole Santos, que avançou ainda que destes alunos, "cinco estão a ser acusados apenas por estarem presentes em manifestações".

Segundo a aluna do 12º ano, este não é um caso isolado: "Já foi recolhida uma série de exemplos por todo o país de estudantes que são identificados". Por isso, a reunião de hoje serviu também para saber se o Ministério da Educação tinha conhecimento destas situações e "que medidas pretende tomar para parar com este flagelo".

Os estudantes falam ainda de "grande repressão" e de "patrulhas enormes" chamadas para acompanhar as manifestações e que servem para "meter medo" aos estudantes.

Além dos processos, Nicole Santos disse ainda que "em quase todas as escolas há histórias de impedimento de realização de RGA [Reunião Geral de Alunos]". A forma de bloquear estes encontros passa por "não darem salas para as reuniões, não justificarem as faltas dos alunos, não distribuirem as convocatórias", exemplificou a estudante.

Luís Encarnação, representante de Lisboa na DNAEEBS e que hoje também participou na reunião no Ministério da Educação (ME), acrescentou que existem "professores que querem assistir às RGA, o que é proibido".

Para este responsável, "não é o conselho executivo que é culpado, não é a polícia. Não se trata de casos isolados e a culpa é do Ministério da Educação". No entanto, o secretário de estado terá remetido a responsabilidade desta situação para o Ministério da Administração Interna.

No próximo dia 4 de Fevereiro, os estudantes vão sair à rua para se manifestarem contra a política de educação e para exigirem mais investimento nas escolas, melhores condições, mais funcionários e o inicio das aulas de educação sexual para todos.

Democracia, Monarquia e República


No ano em que a Republica faz 100 anos, uma notícia interessante, até porque aqui no blogue há bastantes monárquicos:

A neve na terra de um geopedrado!

Já não nevava lá assim desde 1981, penso eu (e, dessa vez, ficámos sem aulas uma semana...!). Aqui ficam as fotos, feitas por uma colega minha da Escola Primária, que publiquei no Blog Vila Franca das Naves:









PS - roei-vos, invejosos (eu incluído...). E, para quem não sabe onde é Vila Franca das Naves, um pequeno mapa:


Ver mapa maior

domingo, janeiro 10, 2010

Iniciativa anunciada pelo ministro Mariano Gago, nos Açores
Cientistas embarcam em projecto nacional para estudar o fundo do mar

O ministro da Ciência e do Ensino Superior, Mariano Gago, anunciou ontem, na Horta, o lançamento de um projecto nacional de ciências do mar profundo, especialmente vocacionado para a investigação dos recursos biológicos e minerais.

Mariano Gago, que falava na inauguração das novas instalações do Departamento de Oceanografia e Pescas (DOP) da Universidade dos Açores, salientou que este novo projecto pretende ser também um desafio aos investigadores deste pólo universitário, que se dedicam ao estudo dos recursos biológicos marinhos.

“O potencial das profundezas é tal que justifica um programa específico desta natureza”, afirmou, salientando que se trata de um projecto que se pretende “aberto e competitivo” para atrair investigadores de todo o mundo.

Mariano Gago admitiu que este programa possa trazer para Portugal escolas e laboratórios internacionais ligados à investigação do mar profundo e ainda residências internacionais para jovens cientistas de diferentes países.

Para o ministro, este programa será um primeiro passo para que o país aproveite os recursos biológicos e minerais que estão “escondidos” nas profundezas do Atlântico.

Na sua intervenção, Mariano Gago destacou o “invulgar” esforço que tem sido desenvolvido pelos investigadores do DOP, que tiveram “capacidade de chamar colegas, recursos nacionais e comunitários importantíssimos e realizar parcerias com outras instituições”.

Por seu lado, o presidente do Governo Regional dos Açores, Carlos César, defendeu a criação na cidade da Horta de um “pólo de excelência ligado às tecnologias do mar profundo”, que permita aliar “o saber e o prestígio já consolidado do DOP ao empreendedorismo dos seus docentes e bolseiros”.

Para Carlos César, além das fontes hidrotermais (recentemente classificadas pela União Europeia como Sítio de Interesse Comunitário), o mar dos Açores “é repositório de uma assombrosa riqueza em recursos com potencial valor económico, científico e cultural, que vão desde os recursos haliêuticos aos recursos minerais, passando pelo rico património arqueológico submerso e pela diversidade dos genomas dos organismos que povoam o mar”.

Para o presidente do executivo açoriano, o potencial de desenvolvimento que estes recursos representam precisa de ser “rapidamente apropriado pelos açorianos, sob pena de outros o fazerem”.

Já o reitor da Universidade dos Açores, Avelino Menezes, considerou que a inauguração das novas instalações do DOP constitui “motivo de júbilo” para toda a academia açoriana e dá finalmente corpo à “tripolaridade” consagrada desde a criação da academia, em 1976, mas posta em causa durante mais de 30 anos. A Universidade dos Açores desenvolve-se em três pólos, localizados em Ponta Delgada, Angra do Heroísmo e Horta.

Avelino Meneses manifestou o desejo de que a Horta se mantenha como um “pólo de investigação científica” e que possa a vir a ter uma Escola de Pós-Graduação Internacional em Ciências do Mar.

As novas instalações do DOP, no antigo Hospital Valter Bensaúde, envolveram um investimento de 6,2 milhões de euros, financiado pelo Governo da República, pelo Governo dos Açores e por fundos comunitários, ao abrigo do programa Pro-Convergência.



ADENDA: Rod Stewart faz hoje 65 anos - recordemos a data com uma música adequada ao post:

 

sábado, janeiro 09, 2010

Sobre o prato de lentilhas que (alguns) sindicatos de docentes aceitaram...

...não me apetece dizer muita coisa. Apenas isto: em troca de coisas simbólicas e de novas rondas de negociações, que sabe-se lá o que darão, lixaram os professores mais novos e o ambiente nas Escolas. E não me digam que não podiam fazer melhor - não havia um Sindicato que dizia que no seguinte ia ao Parlamento resolver o problema? Não era apenas de um mês o prazo para a negociação? Gostaria era que, desta vez, os Sindicatos consultassem os professores, como fizeram o "acordo que não era bem um acordo", também apelidado de Memorando de Entendimento, em 15 de Abril de 2008...

E agora que já desabafei uma música apropriada para o momento:




Falhas todos temos
Mas crónicos remorsos são por demais indesejáveis
Se agiste mal corta essa
Mas tenta pensar melhor da próxima vez
Não te deixes cair em tentações melancólicas
Porque rebolar no lodo só serve
para te sujares

Notícia sobre o Menino do Lapedo

Dentes do menino do Lapedo são "pouco modernos"

A análise aos dentes do menino do Lapedo aproximam este exemplar de hominídeo do Paleolítico Superior encontrado em Dezembro de 1998, em Leiria, mais dos Neandertais do que dos homens modernos.


É esta a conclusão de um artigo publicado esta semana na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS), e assinado por uma equipa internacional de que fazem parte os investigadores portugueses João Zilhão e Cidália Duarte, a par com o especialista norte-americano Erik Trinkaus, da Universidade de Washington.

Tanto Zilhão como Trinkaus protagonizaram desde o achado do Lapedo uma acesa discussão na comunidade científica internacional ao defenderem que a criança provava que Neandertais e os primeiros homens modernos não só coexistiram como procriaram. E que aquele achado era a prova disso.

Do outro lado da barricada estão outros nomes sonantes da arqueologia, como os espanhóis Juan Luis Arsuaga, co-director de investigação da importante jazida fóssil da serra de Atapuerca, em Espanha, e Carles Lalueza-Fox, da Universidade de Barcelona, que afirmam que, mesmo sendo mestiça, a criança do Lapedo não prova nada em relação à evolução do homem moderno. E continuam a acreditar que os Cro-Magnons, os primeiros homens modernos, substituíram por completo os Neandertais, sem miscigenação. A revista PNAS foi, aliás, palco da publicação de vários artigos sobre este lado da discussão.

Mas Zilhão e Trinkaus voltam agora ao ataque: "Esta nova análise dos dentes da criança do Abrigo do Lagar Velho [sítio onde foi encontrado] traz um conjunto de informação nova e mostra que estes primeiros homens modernos não eram tão modernos como isso", diz João Zilhão. A equipa descreve que os dentes da frente da criança eram muito subdesenvolvidos para serem considerados de um homem moderno. E que tinham uma formação diferente da dos homens modernos, com mais dentina, o tecido logo abaixo do esmalte do dente, e com mais polpa, a parte nervosa responsável pela nutrição do dente. Tinham também muito menos esmalte.

"O estudo confirma que a anatomia da criança do Lagar Velho, nomeadamente a dentição, não coincide com os primeiros ou com os mais recentes homens modernos e só se encontra entre os Neandertais", insistem os investigadores.

A criança do Lapedo, que teria quatro a cinco anos à altura da morte, datada de há 30 mil anos, é um tesouro para a arqueologia na medida em que tem 90 por cento do esqueleto intacto. A análise aos dentes foi feita com recurso a microtomografia e reconstrução tridimensional, diz a equipa no artigo.

Adornos milenares

No mesmo número da PNAS, João Zilhão assina um segundo artigo sobre um tema que tem fascinado a arqueologia: quando é que a humanidade começou a usar adornos, jóias e maquilhagem?

Em 2006, uma equipa britânica descobriu na Argélia vestígios de conchas para fazer colares com 100 mil anos.

Mas Zilhão afirma neste novo artigo que estas manifestações de pensamento simbólico eram partilhadas com os Neandertais chegados à Europa, depois de ter descoberto vestígios de adornos e de pigmentação para uso ornamental numa jazida espanhola datada de há 50 mil anos.

sexta-feira, janeiro 08, 2010

XV Olimpíadas do Ambiente


Muitas escolas, entre as quais a minha, vão participar, no dia 14 de Janeiro, na 1ª eliminatória das XV Olimpíadas do Ambiente, entre as 14.30 e as 15.15 horas. Para saberem mais e se preparem, podem consultar:



ADENDA: faz hoje 70 anos o Professor Doutor Manuel Maria Godinho, que foi um memorável professor dos Geopedrados...! Para ele e para a sua família os nossos parabéns.

O Rei nasceu há 75 anos!



Devil in Disguise

You look like an angel
Walk like an angel
Talk like an angel
But I got wise
You're the devil in disguise
Oh yes you are
The devil in disguise

You fooled me with your kisses
You cheated and you schemed
Heaven knows how you lied to me
You're not the way you seemed

You look like an angel
Walk like an angel
Talk like an angel
But I got wise

You're the devil in disguise
Oh yes you are
The devil in disguise

I thought that I was in heaven
But I was sure surprised
Heaven help me, I didn't see
The devil in your eyes

You look like an angel
Walk like an angel
Talk like an angel

But I got wise
You're the devil in disguise
Oh yes you are
The devil in disguise

You're the devil in disguise
Oh yes you are
The devil in disguise
Oh yes you are
The devil in disguise

Teoria e Crença

Post do Blog De Rerum Natura, de Helena Damião - texto na sequência de outro intitulado A construção das ciências.


Percebi, ao longo do ano Darwin, que muitos estudantes universitários diziam nunca terem estudado a teoria da evolução, e que aqueles que diziam tê-la estudado punham-na em pé de igualdade epistemológica com a explicação criacionista.

Partindo do princípio que tais respostas não decorrem do acaso, procurei saber o que se passa no nosso sistema educativo que condiciona esta última circunstância depois de alertada por um estudante para que essa paridade entre uma teoria com provas dadas e uma mera crença se deveria ao facto de, em manuais escolares de Biologia do Ensino Secundário, ambas serem apresentadas como teorias e com igual destaque.

Num primeiro momento, falei com Palmira Silva (que, neste blogue, tem feito a clara e oportuna denúncia da infiltração do criacionismo nos currículos escolares) que me indicou um de livro a que deu destaque no De Rerum Natura: Evolução e Criacionismo: uma relação impossível da autoria de A. Gaspar, de T. Avelar e de O. Mateus (mais propriamente, o Capítulo 6 - Criacionismo e Sociedade no Século XX -, sobretudo as páginas 158-159). Falei também com professores de Biologia. De seguida, analisei o programa e alguns manuais (de estudo e de preparação para exames).

Em resultado desta averiguação, penso ter compreendido a referida “concepção alternativa” dos estudantes (eufemismo para designar concepções erradas de fenómenos e da sua explicação que têm uma elucidação aceite pela comunidade científica).

1. Começo pelo Programa de Biologia e Geologia para os 11.º ou 12.º anos dos Cursos Científico-Humanísticos de Ciências e Tecnologias (2003). A unidade 7 é dedicada à Evolução Biológica. O tópico 2 refere-se aos Mecanismos de Evolução, incluindo dois sub-tópicos: Evolucionismo vs Fixismo e Selecção natural, selecção artificial e variabilidade.

Suponho que para orientar os professores, encontra-se, na página 11, um quadro cujo título é: Como é que a Ciência e a Sociedade têm interpretado a grande diversidade dos seres vivos?

Trata-se de um título que, como se sabe, ganha sentido no âmbito da Perspectiva CTS (Ciência-Tecnologia-Sociedade) e CTSA (Ciência-Tecnologia-Sociedade-Ambiente), mas que, apesar de se ter imposto ao nível do curricular, não deixa de ser questionável.

É evidente que a ciência, neste caso a Biologia, não se pode desligar da sociedade em que emergiu e se tem desenvolvido, mas esta é uma reflexão de carácter epistemológico, e o que se deve destacar quando se ensina e se aprende ciência são os conhecimentos científicos e as capacidades que a abordagem científica permite desenvolver.

Assim, em Biologia, não pode ser dado destaque semelhante à perspectiva sociológica e científica, como sugere o referido título, sob pena de se retirar especificidade a esta última, no contexto disciplinar em que inequivocamente o devia ter.

Tal não impede, obviamente, a contextualização das teorias científicas que se pretende que os alunos aprendam, bem pelo contrário as suas vantagens afiguram-se óbvias. No caso da teoria da evolução, será de todo o interesse que conheçam a sociedade onde o trabalho de Charles Darwin teve lugar, o acolhimento que recebeu na altura, posteriormente e no presente, etc. Mas tudo isso são aspectos que concorrem para que os alunos compreendam melhor a teoria e a sua importância no seio da ciência e do saber que, como seres humanos, conseguimos conquistar.

2. Nesse mesmo quadro (aspecto 2, à direita) está escrito algo muito inquietante: “Não há consenso sobre as causas da diversidade dos seres vivos. As teorias evolutivas explicam essa diversidade pela selecção dos organismos mais adaptados, razão pela qual as populações se vão modificando.”

No livro em referência assinala-se que a "expressão não há consenso, apesar de se reportar a mecanismos evolutivos, pode transmitir a ideia, sobretudo nas mãos de professores menos bem preparados, de que a falta de consenso se aplica à evolução propriamente dita" (página 158).

Até porque, e isto também se salienta no livro, na coluna relativa aos Conteúdos atitudinais, evidencia-se a necessidade de "reconhecimento de que o avanço científico tecnológico é condicionado por contextos (ex. sócio-económicos, religiosos, políticos...), geradores de controvérsias, que podem dificultar o estabelecimento de posições consensuais."

Entendo, pois, que o comentário dos autores tem a maior pertinência, porquanto tal expressão, tão cara ao pensamento pós-moderno que nos envolve, constitui uma fonte de equívocos epistemológicos. Efectivamente, muitos são os que consideram que o consenso científico não decorre só nem principalmente de evidências empíricas, de factos objectivos, mas de uma espécie de acordo mais ou menos retórico entre os cientistas quando é preciso decidir o que é a verdade. Acordo esse que, nesta medida, se encontrará marcado pelas mais variadas dinâmicas e interesses sociais.

3. A mistura das perspectivas sociológica e científica acentua-se quando, no referido programa, se recomenda a "construção de opiniões fundamentadas sobre diferentes perspectivas científicas e sociais (filosóficas, religiosas...) relativas à evolução dos seres vivos”.

Pergunta-se no livro: "o que quererá dizer isto? Que o professor deverá ensinar a perspectiva da religião ou da filosofica sobre a evolução numa aula de ciência? (página 158).

A interpretação que faço da frase, coincide com a dos autores: é que se deve ensinar a teoria da evolução bem como explicações de outro teor epistemológico, pois só assim os alunos ficarão aptos a construírem “opiniões fundamentadas sobre diferentes perspectivas científicas e sociais (filosóficas, religiosas...) relativas à evolução dos seres vivos”. Sublinho que a minha interpretação decorre do uso das palavras opinião e fundamentada que me parecem cruciais… Na verdade, não há opiniões fundamentadas sem um conhecimento profundo do objecto ou objectos em relação aos quais se pede aos sujeitos que se pronunciem, requerendo-se, neste caso, um conhecimento aprofundado e equilibrado de teorias e de crenças.

4. Ainda no mesmo quadro 7 verifico uma curiosa coluna que foi designada por “Evitar”, na qual se pode ler: (evitar) “O estudo pormenorizado das teorias evolucionistas” e “A abordagem exaustiva dos argumentos que fundamentam a teoria evolucionista”.

Mais uma vez recorro a comentário patento no livro: "parece uma opção inquietante que pode comprometer a solidez dos alicerces do conhecimento das ciências naturais" (página 159).

Sim, parece, de facto, uma opção inquietante, até porque, se dúvidas ainda restassem quanto ao destaque a dar à teoria da evolução face a interpretações religiosas ou outras, elas ficariam aqui esclarecidas: é de evitar, no ensino secundário, pormenorizar, fazer uma abordagem exaustiva do evolucionismo na disciplina de… Biologia.

5. A análise que fiz de manuais, que não representam a totalidade dos que existem, confirmou esta enigmática orientação programática? Devo dizer que os que consultei vão nesse sentido.

Naqueles em que me detive aborda-se o criacionismo e outras explicações não científicas, abordam-se também teorias científicas que precederam a de Darwin (como é o caso da de Lamarck). O problema é o destaque: enquanto uns (os de estudo) tendem a referir estas explicações e teorias para fazer um enquadramento do evolucionismo; outros (os de revisão e preparação para exames) destinam semelhante número de caracteres a todas as abordagens, científicas ou não.

6. O mais grave que vi em ambos os tipos de manuais foi, no entanto, a utilização da designação teoria reportada ao criacionismo e ao evolucionismo. Além de, mais uma vez, se assemelhar ciência e crença, o que sob o ponto de vista epistemológico é um erro lamentável, tal decisão acarreta consequências óbvias: induzem-se os alunos na confusão que detectei e que motivou este texto.

Referência completa do texto citado: Gaspar, A., Avelar, T. & Mateus, O. (2007). Criacionismo e Sociedade no Séc. XX. In Evolução e Criacionismo: Uma Relação Impossível. Lisboa: Quasi, páginas 133-160.

quinta-feira, janeiro 07, 2010

e-escolas e magalhães - pouco a pouco cai o véu

Queremos um Simplex para Palermas

A estória mal contada do impacto dos programas Magalhães, e-oportunidades e e-escolas começa, pouco a pouco, a cair como castelo de areia - quem era o parvo que dizia que os e-escolas e afins iriam levar-nos a outro patamar no uso de Internet ou número do PC's per capita? Eis alguns exemplos de dados bastante recentes que contrariam a propaganda oficial:



NOTA: citemos, só para os leitores também se puderem rir, um pedacinho da primeira notícia atrás referida, que dá um novo significado a expressões como novo-riquismo ou dar pérolas a porcos e nos permite perceber que as centenas de milhões de euros que o nosso governo, qual cópia de Valentim Loureiro em versão modernaça, investiu neste projecto, foram bem aproveitadas:

Entre 91 e 96 por cento das pessoas que aderiram aos vários programas das e.iniciativas já tinham computadores em casa, na sua grande maioria computadores de secretária, revela um estudo pedido pela Autoridade Nacional de Comunicações.

Segundo um estudo da KPMG, a pedido da Anacom, 86 por cento dos aderentes do programa e.professor já tinham acesso à Internet, números que descem para 82 por cento no caso do e.escolas e para 62 por cento no caso do e.oportunidades.

Humor galilaico

Humor no Blog De Rerum Natura:

Galileu descobriu os satélites de Júpiter há 400 anos!

Post conjunto com o Blog AstroLeiria:

Faz hoje 400 anos que Galileu Galilei se lembrou de apontar a sua fraca luneta para Júpiter e descobrir 3 (mais tarde quatro...) pequenas estrelinhas próximas - tinha descoberto os satélites ditos de Galileu.



Para ajudar, coloquei em cima facsimile do registo original (em cima e em italiano) do grande cientista e ainda uma foto actual, feita por uma sonda espacial, dos quatro satélites por si descobertos (em baixo, da esquerda para a direita, respectivamente - Io, Europa, Ganimedes e Calisto):

Curiosamente, embora fosse Galileu o autor da descoberta, não foi ele quem lhes deu o nome - a escolha deve-se a um obscuro astrónomo alemão...