quarta-feira, dezembro 03, 2014

Renoir morreu há 95 anos

Desde o princípio que a sua obra foi influenciada pela sensualidade e pela elegância do rococó, embora não faltasse um pouco da delicadeza do seu ofício anterior, como decorador de porcelana. O seu principal objetivo, como ele próprio afirmava, era conseguir realizar uma obra agradável para o olhar. Apesar de sua técnica ser essencialmente impressionista, Renoir nunca deixou de dar importância à forma - de facto, teve um período de rebeldia diante das obras de seus amigos, no qual se voltou para uma pintura mais figurativa, evidente na longa série Banhistas. Mais tarde retomaria a plenitude da cor e recuperaria a sua pincelada enérgica e ligeira, com motivos que lembram o mestre Ingres, pela sua beleza e sensualidade.
A sua obra de maior impacto é Le Moulin de la Galette, em que conseguiu elaborar uma atmosfera de vivacidade e alegria à sombra refrescante de algumas árvores, aqui e ali intensamente azuis. Percebendo que traço firme e riqueza de colorido eram coisas incompatíveis, Renoir concentrou-se em combinar o que tinha aprendido sobre cor, durante o seu período impressionista, com métodos tradicionais de aplicação de tinta. O resultado foi uma série de obras-primas bem ao estilo de Ticiano, assim como de Fragonard e Boucher, pintores a quem ele admirava. Os trabalhos que Renoir incluiu numa mostra individual de 1870, organizada pelo marchand Paul Durand-Ruel, foram elogiados, e seu primeiro reconhecimento oficial veio quando o governo francês comprou Ao Piano, em 1892.
 
Primeiros anos
Renoir nasceu em Limoges, a 25 de fevereiro de 1841. O seu pai, Léonard, era alfaiate e a sua mãe, Marguerite, costureira. Eram uma família de classe média e, em 1844, mudaram-se para Paris, para tentar uma vida melhor. Renoir estudou até aos 13 anos, depois começou a trabalhar numa fábrica de porcelana dos Irmãos Lévy, onde pintava buquês e flores em artigos de porcelana. Ficou na fábrica até aos 17 anos e depois foi trabalhar para M. Gilbert, pintando temas religiosos vendidos a missionários e pintou em leques e tecidos, que eram mais bem remunerados na época e que lhe permitiu juntar algumas economias.
Em 1862, após juntar dinheiro com o seu trabalho, Renoir realiza seu sonho: aos 21 anos muda-se para Paris e entra para a École des Beaux-Arts de Paris ("Escola de belas artes"). Entrou também para o ateliê de Charles Gleyre. Assistindo às aulas no ateliê, além de aperfeiçoar a sua técnica, conquistou a amizade de Alfred Sisley, Monet e Bazille, com quem compartilhou dias de muita conversa e teorização em Paris e de árduo trabalho em Argenteuil, pintando ao ar livre.
Em 1863 Renoir abandonou a École des Beaux-Arts e passou a pintar ao ar livre, em Fontainebleau. A sua primeira obra, A Esmeralda,  entrou para o Salão em 1864 e com ela Renoir conseguiu um certo sucesso. Porém, após a exposição, Renoir destruiu-a. Em 1865 Renoir e os seus amigos tornaram-se próximos de Monet.
Com a guerra franco-prussiana, os seus amigos pintores dispersaram-se e Renoir passou a hospedar-se constantemente na casa do amigo Jules Le Couer. Foi na casa de Le Couer que Renoir conheceu Lise Trèhot, que passou a ser a sua modelo preferida durante um certo tempo. Entre as obras de destaque em que Lise posou estão: "Mulher com a sombrinha" (de 1867), "A jovem Cigana" (de 1868) e do seu último quadro como modelo, que foi "Mulher com periquito" (de 1871).
Lise com a sombrinha é considerada a sua primeira obra de destaque. Lise posou para a tela em Fontainebleau, entre as folhagens de uma floresta, com um vestido todo branco onde poderia apreciar-se os jogos de luz e sombra. A obra era inspirada em Coubert. Apesar do relativo sucesso da obra na ocasião, Renoir atravessava dificuldades financeiras. Em 1869 morava com Lise, de dezanove anos, na casa dos seus pais.
Em 1870 Renoir alistou-se na cavalaria para lutar na guerra franco-prussiana, mas um ano depois, por causa de uma doença, teve de sair. Neste mesmo ano, morreria na guerra o seu amigo Bazille.
 
Período impressionista
Entre 1870 e 1883, Renoir entra no seu período impressionista. Pinta várias paisagens mas suas obras são mais caracterizadas ao retratar a vida social urbana.
Em 1872 expôs a tela "Mulheres parisienses vestidas de argelinas" no Salão Oficial, o que lhe conferiu grande sucesso. No ano seguinte, Renoir alugaria um apartamento em Montmartre onde pintou duas obras famosas: "O camarote" e "A bailarina". Em 1873, juntamente com os seus amigos impressionistas, Renoir expôs as suas obras no salão alternativo ao Salão Oficial de Paris, que foi um fracasso. Neste salão alternativo, Renoir vendeu o seu quadro "O camarote" por 425 francos.
Em 1875 Renoir vendeu "O passeio" por 1.200 francos. Com o dinheiro ele pode alugar um prédio maior em Montmartre onde ele pintou várias obras. Em 1876 Renoir pintou várias obras famosas: "Nu ao sol", "O balanço" e "Le moulin de la galette". A obra "Le moulin de la galette" foi exposto no terceiro salão alternativo dos impressionistas e trouxe-lhe grande reputação.

Período seco
Em 1881, Renoir passaria a buscar novas inspirações. Primeiro foi à Argélia depois à Itália. Na Itália, Renoir conheceu os grandes centros: Milão, Roma, Veneza, Nápoles. O que mais lhe impressionou na viagem foi ver de perto as obras de Rafael.
A viagem foi uma inspiração para buscar mais consistência em sua obra tentou tornar-se um artista em grande estilo renascentista. As figuras de suas obras tornaram-se mais imponentes e formais, e muitas vezes abordou temas da mitologia clássica. O contorno de seus personagens tornaram-se mais precisos, formas desenhadas com mais rigor e cores mais frias.
Além de Rafael, Renoir foi influenciado pela obra de Ingres, pintor neoclássico, que admirava e defendia em debates com os amigos impressionistas.
Este novo período da sua arte, de 1883 a 1887, ficou conhecido como período seco. Nesta nova fase não fez mais pintura ao ar livre.
Renoir começaria a realizar estudos do qual surgiria uma de suas grandes obras: "As grandes banhistas", que só ficou pronta em 1887.
Período iridescente
Chamada pelo pintor de período iridescente, a partir de 1889 Renoir mudaria novamente de estilo. Era uma fase de recuperação da liberdade da juventude. Em 1890 pintou "Duas meninas colhendo flores" e "No prado". Passou também a pintar muitos nus e retratos (ainda uma das maiores fontes económicas do pintor).
Em 1894 Renoir teve mais um filho, Jean Renoir, que se tornaria um grande cineasta francês cuja maiores obras seriam A grande Ilusão e A Regra do jogo. Em 1901 Renoir e Aline tiveram mais um filho, Claude, conhecido como de Coco.
Em 1903 Renoir, ao piorar da artrite, mudou-se para Cagnes. Passou a retratar Gabrielle, jovem contratada para servir os seus pequenos filhos.
Sentindo cada vez mais dificuldades para segurar os pincéis e acabou tendo que amarrá-los às mãos. Começou também a esculpir, na esperança de poder expressar o seu espírito criativo através da modelagem, mas até para isso ele precisou de ajuda, que veio na forma de dois jovens artistas, Richard Gieino e Louis Morel, que trabalhavam segundo as suas instruções.
Apesar das graves limitações físicas, Renoir continuou trabalhando até ao último dia da sua vida. Em 1908 pintou a sua versão para "O julgamento de Paris".
Aline morreu em 1915 e Renoir em 1919, aos 78 anos. Foi sepultado no Essoyes Cimetière, em Essoyes.
"O camarote", 1874

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Andy Williams nasceu há 87 anos

Howard Andrew Williams, conhecido como Andy Williams (Wall Lake, 3 de dezembro de 1927 - Branson, 25 de setembro de 2012) foi um cantor dos Estados Unidos famoso por sucessos como a canção-tema do filme Boneca de Luxo (Breakfast at Tiffany's), "Moon River".

Começou a cantar na Igreja Presbiteriana local, depois formou um quarteto com os seus irmãos e se apresentou no show de Bing Crosby, em 1944. A sua carreira-solo começou em 1952 e obteve diversos sucessos, até se tornar um dos mais populares cantores do país na década de 1960. Ganhou dezoito discos de ouro e três de platina, atrás apenas de Frank Sinatra, Elvis Presley e Johnny Mathis. Combinando bom gosto, técnica vocal e carisma, chegou várias vezes ao topo da lista da revista Billboard.
Teve seu próprio show de televisão, o The Andy Williams Show, o mais popular da época e que venceu três prémios Emmy, entre 1962 e 1971, tendo cantado ao lado de Julie Andrews, Ella Fitzgerald, Bobby Darin, Jerry Lewis, Bing Crosby, Judy Garland, Robert Goulet, Sammy Davis Jr., os irmãos Karen e Richard Carpenter, Tony Bennett, Dorival Caymmi (de quem gravou Roses, Roses, Roses) e Tom Jobim, que o considerava o melhor cantor americano de bossa nova. Nos anos 90 fundou seu próprio teatro, chamado Moon River Theatre, em Branson, Missouri. Gravou oito álbuns de músicas natalícias, o que lhe valeu o título de Mr. Christmas, e apresentou por sete anos seguidos a cerimónia dos Grammy.
Em 1961 casou-se com Claudine Longet, de quem teve três filhos, separando-se dela em 1969. Casou-se pela segunda vez em 1991 com Debbie Haas. Williams e Debbie moravam em Branson, Missouri e La Quinta, na Califórnia, numa casa de arquitetura notável pelo seu modernismo. Williams era golfista amador e manteve-se em plena atividade mesmo em idade avançada.
Faleceu em 25 de setembro de 2012, aos 84 anos, devido a complicações ocasionadas por um cancro na bexiga.


António Variações nasceu há 70 anos

António Joaquim Rodrigues Ribeiro, conhecido por António Variações (Lugar de Pilar, Fiscal, Amares 3 de dezembro de 1944 - Lisboa, 13 de junho de 1984), foi um cantor e compositor português do início dos anos 80. A sua curta discografia continuou a influenciar a música portuguesa nas décadas posteriores ao seu precoce desaparecimento, com 39 anos.

Biografia
Variações nasceu no Lugar de Pilar, uma pequena aldeia da freguesia de Fiscal no município de Amares, distrito de Braga. Filho dos camponeses Deolinda de Jesus e Jaime Ribeiro, Tonito (como a mãe lhe chamava) tinha onze irmãos, embora dois deles tenham falecido muito cedo. A sua infância foi dividida entre os estudos e o trabalho no campo, para ajudar os pais. Jaime tocava cavaquinho e acordeão e foi a primeira inspiração de Variações, que desde cedo revelou a sua paixão pela música nas romarias e no folclore locais.
Aos onze anos, teve o seu primeiro emprego, em Caldelas, e, um ano depois, partiu para Lisboa. Aí, trabalhou como aprendiz de escritório, barbeiro, balconista e caixeiro. Seguiu-se o serviço militar em Angola e a aventura pelo estrangeiro: Londres em 1975 e Amsterdão meses depois, onde descobriu um novo mundo, querendo trazer para Portugal uma nova maneira de viver. Foi nesta última cidade que aprendeu a profissão de barbeiro que, mais tarde, exerceu em Lisboa, quando voltou.
Com a ajuda do amigo e colega Fernando Ataíde, Variações foi admitido no Ayer, o primeiro cabeleireiro unissexo a funcionar em Portugal. Ataíde era igualmente seu amante e Variações assumiu dessa forma a sua orientação sexual. Depois do Ayer, passou ainda por um salão no Centro Comercial Alvalade e só mais tarde abriu uma barbearia na baixa lisboeta.
Entretanto, deu igualmente início aos espectáculos com o grupo Variações, atraindo rapidamente as atenções. Por um lado, o seu visual excêntrico não passava despercebido e, por outro, o seu estilo musical combinava vários géneros, como o rock, o pop, os blues ou o fado. Em 1978, apresentou-se à editora Valentim de Carvalho e assinou contrato.
A discoteca Trumps ou o Rock Rendez-Vous foram os locais onde Variações se apresentou ao público. Em 1981, sem ter até aí editado qualquer música, participou no programa de televisão de Júlio Isidro, O Passeio dos Alegres. A sua música e o seu estilo, próprio e inconfundível, fizeram com que depressa alcançasse uma fama razoável.
Editou o primeiro single com os temas Povo que Lavas no Rio, imortalizado por Amália Rodrigues (a sua maior referência), e Estou Além. De seguida, gravou o seu primeiro LP, Anjo da Guarda, com dez faixas, todas de sua autoria, onde se destacaram os êxitos É p´ra Amanhã e O Corpo É que Paga.
Em 1984 lançou o seu segundo trabalho, intitulado Dar e Receber. Era fevereiro e, dois meses depois, a 22 de abril, Variações daria um concerto, na aldeia de Viatodos, concelho de Barcelos, durante as festas da "Isabelinha". Depois disso, aparece pela última vez em público no programa televisivo "A Festa Continua" de Júlio Isidro. Será a única interpretação no pequeno ecrã das faixas do novo disco, usando o mesmo pijama com ursinhos e coelhinhos que usou na sua primeira aparição televisiva. Variações cantou na Queima das Fitas de Coimbra de 1984, no dia 17 de maio, na Noite da Psicologia, já gravemente doente, sendo que os seus amigos e familiares deixaram de receber notícias do cantor, que ficou hospedado por alguns dias em casa de um amigo até ter sido levado para o Hospital Pulido Valente no dia 18 de maio devido a um problema brônquico-asmático.
Quando Canção de Engate invadiu as rádios, já António Variações se encontrava internado no hospital. Transferido para a Clínica da Cruz Vermelha, morreu a 13 de junho, vítima de uma broncopneumonia, provavelmente causada pela SIDA. O actor holandês Jelle Balder, com quem também manteve um relacionamento amoroso, foi o seu ultimo companheiro. Especula-se que terá sido a primeira figura pública portuguesa a morrer vítima de SIDA.
Vinte anos após a sua morte, em dezembro de 2004, foi lançado um álbum em sua homenagem, com canções da sua autoria que nunca tinham sido editadas; sete conhecidos músicos portugueses formaram a banda Humanos e gravaram 12 músicas seleccionadas de um conjunto de cassetes "perdidas" no património de Variações administrado pelo irmão, Jaime Ribeiro.
Em entrevista, António Variações explicou o nome escolhido: "Variações é uma palavra que sugere elasticidade, liberdade. E é exactamente isso que eu sou e que faço no campo da música. Aquilo que canto é heterogéneo. Não quero enveredar por um estilo. Não sou limitado. Tenho a preocupação de fazer coisas de vários estilos."

Discografia 

Singles
  • 1982 - Povo que lavas no rio/Estou além
  • 1983 - É p'ra amanhã…/Quando fala um português…
  • 1997 - Canção de engate [Póstumo]
  • 1997 - O corpo é que paga (remistura de Nuno Miguel) [Póstumo]
  • 1998 - Minha cara sem fronteiras - entre Braga e Nova Iorque [Póstumo] 
Maxi-singles
  • 1982 - Povo que lavas no rio/Estou além
  • 1983 - É p'ra amanhã…/Dar e receber (promo)
Álbuns
  • 1983 - Anjo da guarda
  • 1984 - Dar & Receber
  • 1998 - Anjo da guarda [Póstumo. Remasterizado, inclui faixa extra "Povo que lavas no rio"]
  • 2000 - Dar & receber [Póstumo. Remasterizado, inclui três versões (duas remisturas) do inédito "Minha cara sem fronteiras"]
Compilações
  • 1997 - O melhor de António Variações [Compilação/best-of]
  • 2006 - A história de António Variações - entre Braga e Nova Iorque [Compilação. Inclui demos inédito]

Versões
  • 1987 - Delfins - Canção de Engate
  • 1989 - Lena D'Água - Tu Aqui [álbum com inéditos de Variações]
  • 1994 - Variações - As canções de António [álbum tributo]
  • 1995 - Amarguinhas - Estou Além
  • 1995 - Íris - Estou Além
  • 1996 - MDA - Dar & Receber
  • 1996 - MDA - Estou Além
  • 2004 - Humanos - Humanos [álbum de inéditos de Variações]
  • 2004 - Donna Maria - Estou Além
  • 2004 - Funkoffandfly - Dar e receber
  • 2005 - RAMP - Anjinho da Guarda
  • 2008 - André Sardet - Anjinho da Guarda
  • 2012 - Tiago Bettencourt - Canção de Engate


A tragédia de Bhopal foi há 30 anos...

A tragédia de Bhopal foi um desastre industrial que ocorreu na madrugada de 3 de dezembro de 1984, quando 40 toneladas de gases tóxicos extravasaram da fábrica de pesticidas da empresa norte-americana Union Carbide. É considerado o pior desastre industrial ocorrido até hoje, quando mais de 500 mil pessoas, a sua maioria trabalhadores, foram expostas aos gases. O número total de mortes é controverso: houve num primeiro momento cerca de 3.000 mortes diretas, mas estima-se que outras 10 mil ocorreram devido a doenças relacionadas à inalação do gás. A Union Carbide, empresa de pesticidas de origem americana, negou-se a fornecer informações detalhadas sobre a natureza dos contaminantes, e, como consequência, os médicos não tiveram condições de tratar adequadamente os indivíduos expostos. Cerca de 150 mil pessoas ainda sofrem com os efeitos do acidente e aproximadamente 50 mil pessoas estão incapacitadas para o trabalho, devido a problemas de saúde. As crianças que nascem na região filhas de pessoas afetadas pelos gases também apresentam problemas de saúde. Mesmo hoje os sobreviventes do desastre e as agências de saúde da Índia ainda não conseguiram obter da Union Carbide e do seu novo dono, a Dow Química (Dow Chemicals), informações sobre a composição dos gases que vazaram e seus efeitos na saúde. Apesar deste quadro absurdo, a fábrica da Union Carbide em Bhopal permanece abandonada desde a explosão tóxica enquanto que resíduos perigosos e materiais contaminados ainda estão espalhados pela área, contaminando solo e águas subterrâneas, dentro e à volta da antiga fábrica.
  
A Tragédia
Segundo José Possebon (coordenador de Higiene do trabalho da Fundacentro), a tragédia poderia ter sido evitada. Os sistemas de segurança da fábrica eram insuficientes, devido ao corte de despesas com segurança imposto pela sede da empresa, nos Estados Unidos, que por sua vez acontece por causa do retorno esperado da indústria não ser suficiente.
Até os dias de hoje não se sabe quem seria realmente o responsável pelo incidente, a empresa responsável pela Union Carbide, a Dow Chemical Company, começou por acusar um suposto movimento terrorista indiano. Mais tarde, quando a história se tornou insustentável, acusou um empregado de sabotagem. O processo arrastou-se por longos anos até que um tribunal americano decretasse que a sabotagem tinha sido o fator que levou ao desastre. A Dow Chemicals nunca aceitou que o julgamento fosse feito no local onde efetivamente deveria ter sido realizado, na Índia. O responsável pela fábrica continua refugiado nos Estados Unidos e os pedidos de extradição para a Índia foram sistematicamente recusados.
Em 2001, a Dow Química comprou a Union Carbide. Por esta aquisição, a Dow passou a ser responsável não apenas pelos ativos da empresa, como também por seus passivos ambientais e pelos crimes cometidos em Bhopal. No entanto, a Dow continua negando a sua responsabilidade pelo crime cometido.
A empresa tentou se livrar da responsabilidade pelas mortes provocadas pelo desastre, pagando ao governo da Índia uma indemnização irrisória, em face a gravidade da contaminação. A Union foi intimada a compensar aqueles que, com o desastre, perderam a sua capacidade de trabalhar. A companhia se recusou a pagar US$ 220 milhões exigidos pelas organizações de sobreviventes. Em fevereiro de 1989, depois de cinco anos de disputa legal, o Governo Indiano e a empresa chegaram a um acordo de US$ 470 milhões. Supostamente, esta quantia deveria pôr fim a toda responsabilidade da indústria perante à sociedade. A indemnização médica, de US$ 370 a US$ 533 por pessoa, seria suficiente apenas para cobrir despesas médicas por cinco anos. Muitas das vítimas, incluindo-se crianças sofrerão os efeitos pelo resto da vida. A indemnização acordada não cobriu despesa médicas ou prejuízos relacionados com a exposição contínua na área contaminada. O maior acidente industrial do mundo custou à Union Carbide apenas US$ 0,48 por ação...
Os moradores encontram-se revoltados e indignados com a situação em que vivem. Rachna Dhingra é um morador que sente na pela a tortura causada pela toxicidade do local e, segundo ele, o governo não é nem um pouco sensível a essa situação: olha para os sobreviventes com um olhar de desgosto, havendo boatos que dizem que as vítimas não receberam todo o dinheiro da compensação paga pela Union Carbide ao governo.
Trinta anos depois as ações tomadas foram apenas retóricas ou cosméticas. As pessoas continuam, na prática, sem qualquer tipo de compensação ou apoio que lhes permitam, por exemplo, cuidados médicos relativos com a sua situação de saúde e a Dow continua a afirmar que essas compensações nunca terão lugar.
Em 7 de junho de 2010, um tribunal indiano condenou a empresa química norte-americana Union Carbide e sete dos seus funcionários, de nacionalidade indiana, por negligência agravada, que pode resultar no decreto de sentenças de prisão a ascenderem aos dois anos, mais multas.
Segundo a UNION CARBIDE a empresa alega ainda, hoje em dia, no seu site que a fuga de gás da fábrica em Bhopal, na Índia, foi causada por um ato de sabotagem, que resultou em perda trágica de vidas.

terça-feira, dezembro 02, 2014

Britney Spears - 33 anos

Britney Spears (McComb, 2 de dezembro de 1981) é uma cantora, dançarina e compositora norte-americana. Britney já vendeu cerca de 100 milhões de álbuns, 100 milhões de singles, e 40 milhões de DVDs, segundo a Jive Records. Ela é a 8ª artista feminina que mais vendeu álbuns na história nos Estados Unidos, e 50ª no geral, com mais de 34 milhões de cópias vendidas no país e a 71º artista que mais vendeu discos na história. É vencedora de 411 prémios, entre eles estão Grammy Awards, MTV Video Music Awards, MTV Europe Music Awards, American Music Awards, Billboard Music Awards, World Music Awards, MTV Video Music Brasil, Teen Choice Awards, Nickelodeon Kids' Choice Awards, People Choice Awards, entre outros. Britney é a 3ª artista com mais álbuns em primeiro lugar na Billboard 200, e também a artista mais jovem a ter 6 álbuns estreando em primeiro.
Britney Spears é a 3ª artista que mais vendeu álbuns nos anos 2000, com mais de 60 milhões de cópias vendidas na década, sendo 37 milhões de cópias com seus 3 primeiros álbuns dos anos 2000. É a cantora mais jovem da história a ter uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood, com apenas 21 anos.

Há 210 anos Napoleão coroou-se Imperador


Napoleão Bonaparte (em francês: Napoléon Bonaparte; Ajaccio, 15 de agosto de 1769 - Santa Helena, 5 de maio de 1821) foi um líder político e militar durante os últimos estágios da Revolução Francesa. Adotando o nome de Napoleão I, foi Imperador da França de 18 de maio de 1804 a 6 de abril de 1814, posição que voltou a ocupar por poucos meses em 1815 (de 20 de março a 22 de junho).

(...)

A opinião pública foi mobilizada pelos apoiantes de Napoleão, que levou à aprovação para a implantação definitiva do governo do Império. Em plebiscito realizado em 1804, aprovou-se a nova fase da era napoleónica com quase 60% dos votos, reinstituiu-se o regime monárquico na França e indicou-se Napoleão para ocupar o trono.
Realizou-se uma festa a 2 de dezembro de 1804 para se formalizar a coroação do agora Napoleão I na Catedral de Notre-Dame. Um dos momentos mais notórios da História ocorreu nesta noite, com um ato surpreendente: Napoleão I retirou a coroa das mãos do Papa Pio VII, que viajara especialmente para a cerimónia, e ele mesmo se coroou, numa postura para deixar claro que não toleraria autoridade alguma superior à dele. Logo após também coroou a sua esposa, a Imperatriz Josefina.


in Wikipédia

Pablo Escobar morreu há 21 anos

O artista Fernando Botero, nascido em Antioquia, na mesma região de Escobar, retrata a morte de Pablo Escobar numa das suas pinturas sobre a violência na Colômbia

O segundo Imperador do Brasil, irmão da Rainha D. Maria II de Portugal, nasceu há 189 anos

D. Pedro II (Rio de Janeiro, 2 de dezembro de 1825Paris, 5 de dezembro de 1891), alcunhado o Magnânimo foi o segundo e último monarca do Império do Brasil, tendo reinado no país durante um período de 58 anos. Nascido no Rio de Janeiro, foi o filho mais novo do Imperador D. Pedro I do Brasil e da Imperatriz D. Maria Leopoldina de Áustria e, portanto, membro do ramo brasileiro da Casa de Bragança. A abrupta abdicação do pai e sua viagem para a Europa tornaram Pedro Imperador com apenas cinco anos, resultando isso numa infância e adolescência tristes e solitárias. Obrigado a passar a maior parte do seu tempo estudando para se preparar para imperar, ele conheceu momentos breves de alegria e poucos amigos de sua idade. As suas experiências com intrigas palacianas e disputas políticas durante este período tiveram grande impacto na formação do seu caráter. Pedro II cresceu para se tornar um homem com forte senso de dever e devoção ao seu país e seu povo. Por outro lado, ele ressentiu-se cada vez mais do seu papel como monarca.
Herdando um Império no limiar da desintegração, Pedro II transformou o Brasil numa potência emergente na arena internacional. A nação cresceu para distinguir-se de seus vizinhos hispano-americanos devido à sua estabilidade política, a liberdade de expressão zelosamente defendida, respeito aos direitos civis, a seu crescimento económico vibrante e especialmente por sua forma de governo: uma funcional monarquia parlamentar constitucional. O Brasil também foi vitorioso em três conflitos internacionais (a Guerra do Prata, a Guerra do Uruguai e a Guerra do Paraguai) sob o seu reinado, assim como prevaleceu em outras disputas internacionais e tensões domésticas. Pedro II impôs com firmeza a abolição da escravidão apesar da oposição poderosa de interesses políticos e econômicos. Um erudito, o Imperador estabeleceu uma reputação como um vigoroso patrocinador do conhecimento, cultura e ciências. Ganhou o respeito e admiração de estudiosos como Graham Bell, Charles Darwin, Victor Hugo e Friedrich Nietzsche, e foi amigo de Richard Wagner, Louis Pasteur, Jean-Martin Charcot, Henry Wadsworth Longfellow, dentre outros.
Apesar de não haver desejo por uma mudança na forma de governo da maior parte dos brasileiros, o Imperador foi retirado do poder num súbito golpe de Estado que não tinha maior apoio fora de um pequeno grupo de líderes militares que desejam uma república governada por um ditador. Pedro II havia se cansado da posição de Imperador e ficado desiludido quanto às perspectivas do futuro da monarquia, apesar de seu grande apoio popular. Ele não permitiu qualquer medida contra a sua remoção e não apoiou qualquer tentativa de restauração da monarquia. Passou os seus últimos dois anos de vida no exílio na Europa, vivendo só e com poucos recursos.
O reinado de Pedro II veio a um final incomum — ele foi deposto apesar de altamente apreciado pelo povo e no auge de sua popularidade, e algumas de suas realizações logo foram desfeitas visto que o Brasil deslizou para um longo período de governos fracos, ditaduras e crises constitucionais e económicas. Os homens que o exilaram logo começaram a enxergá-lo como um modelo para a república brasileira. Algumas décadas após sua morte, sua reputação foi restaurada e seus restos mortais foram trazidos de volta ao Brasil como os de um herói nacional. A sua reputação perdura até ao presente. Os historiadores têm dele uma visão extremamente positiva, sendo considerado por vários o maior brasileiro de sempre.

Há 60 anos o Senado norte-americano condenou a caça às bruxas do senador McCarthy

Joseph Raymond McCarthy (14 de novembro de 1908, Grand Chute, Wisconsin2 de maio de 1957, Bethesda, Maryland) foi um político norte-americano, membro inicialmente do Partido Democrata, e mais tarde do Partido Republicano. McCarthy foi senador do Estado de Wisconsin entre 1947 e 1957.
Nascido e criado em uma fazenda em Wisconsin, McCarthy graduou-se em Direito em 1935 e em 1939 foi eleito o mais jovem juiz da história do estado. Aos 33 anos, McCarthy inscreveu-se como voluntario no Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos e serviu durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1946 foi eleito para o Senado dos Estados Unidos e, depois de três anos sem grande destaque, em fevereiro de 1950 McCarthy subitamente destacou-se no cenário nacional ao afirmar num discurso que tinha uma lista dos "membros do Partido Comunista e dos membros de uma rede de espionagem" empregados dentro do Departamento de Estado Norte Americano. Devido as tensões da Guerra Fria que alimentaram temores de subversão comunista generalizada, a declaração de McCarthy transformaram-no na figura pública mais visível. Passou a ser conhecido pelas suas declarações de que havia um grande número de comunistas, espiões soviéticos e simpatizantes dentro do governo federal norte-americano.
Nos anos subsequentes ao seu discurso de 1950, McCarthy fez acusações adicionais de infiltração comunista no Departamento de Estado, no governo do presidente Harry S. Truman, na Voz da América, e no Exército dos Estados Unidos. Ele também usou várias acusações de comunismo, simpatizantes comunistas, deslealdade, ou homossexualidade para atacar um número de políticos e outras pessoas dentro e fora do governo.
Em 1954 após as audiências altamente divulgadas de McCarthy contra o Exército dos Estados Unidos, e, principalmente, após a morte do senador Lester Hunt do Wyoming, por suicídio no mesmo ano, o apoio e a popularidade de McCarthy desapareceram. As suas táticas e a incapacidade para fundamentar as suas alegações levaram-no a ser censurado pelo Senado dos Estados Unidos. Em 2 de dezembro de 1954, numa votação de 67 a 22 o Senado votou pela censura do senador McCarthy, fazendo dele um dos poucos senadores a ser disciplinados desta forma.
Além da sua cruzada anticomunista, McCarthy fez várias tentativas de intimidar e expulsar de cargos públicos, pessoas a quem ele acusou, ou ameaçou acusar publicamente, de homossexualidade. O ex-senador dos EUA Alan K. Simpson escreveu:
O chamado "Medo Vermelho" tem sido o foco principal da maioria dos historiadores daquele período de tempo que um elemento menos conhecido e que prejudicou muito mais pessoas, "caça às bruxas" que McCarthy e outros conduziram contra os homossexuais".
Esta "caça às bruxas" dos homossexuais, travada por McCarthy e outros, tem sido referido por alguns como o "Susto Lavanda".
McCarthy morreu aos 48 anos no Hospital Naval de Bethesda, a 2 de maio de 1957. A causa oficial da morte foi hepatite aguda, entretanto, acredita-se que o mal foi causado, ou pelo menos exacerbado, pelo alcoolismo.
O termo "macartismo", criado em 1950, em referência às práticas de McCarthy, logo foi aplicado a atividades anticomunistas semelhantes. Atualmente, o termo é usado de forma mais geral, em referência às acusações demagógicas, imprudentes, e infundadas, assim como ataques públicos sobre o caráter ou patriotismo dos adversários políticos.

Nelly Furtado - 36 anos

Nelly Kim Furtado (Victoria, 2 de dezembro de 1978) é uma cantora, compositora e atriz luso-canadiana, filha de emigrantes portugueses, mais propriamente da freguesia de Ponta Garça, em São Miguel, nos Açores.


O Marquês de Sade morreu há dois séculos

Donatien Alphonse François de Sade, o Marquês de Sade (Paris, 2 de junho de 1740 - Saint-Maurice, 2 de dezembro de 1814) foi um aristocrata francês e escritor libertino. Muitas das suas obras foram escritas enquanto estava na Prisão da Bastilha, encarcerado diversas vezes, inclusive por Napoleão Bonaparte. De seu nome surge o termo médico sadismo, que define a perversão sexual de ter prazer na dor física ou moral do parceiro ou parceiros. Foi perseguido tanto pela monarquia (Antigo Regime) como pelos revolucionários vitoriosos de 1789 e depois por Napoleão.

segunda-feira, dezembro 01, 2014

Hoje é o Dia da Restauração!

A Restauração da Independência é a designação dada ao golpe de estado revolucionário ocorrido a 1 de dezembro de 1640, chefiada por um grupo designado de Os Quarenta Conjurados e que se alastrou por todo o Reino, pela revolta dos portugueses contra a tentativa da anulação da independência do Reino de Portugal pela governação da Dinastia filipina castelhana, e que vem a culminar com a instauração da IV Dinastia Portuguesa - a Casa de Bragança - com a aclamação do Duque D. João II com El-Rei D. João IV.
Esse dia, designado como Primeiro de Dezembro ou Dia da Restauração, é comemorado anualmente em Portugal com muita pompa e circunstância desde o tempo da monarquia constitucional. Uma das primeiras decisões da República Portuguesa, em 1910, foi passá-lo a feriado nacional como medida popular e patriótica. No entanto, essa decisão foi revogada pelo XIX Governo Constitucional, passando o feriado a comemorar-se em dia não útil a partir de 2012.

Obelisco comemorativo da restauração da independência em Lisboa

Janelle Monáe - 29 anos

Janelle Monáe Robinson (Kansas City, Kansas, 1 de dezembro de 1985) conhecida apenas como Janelle Monáe, é uma cantora, compositora e bailarina norte-americana. Lança em 2008 Metropolis: Suite I (The Chase). O EP foi bem recebido pela crítica, dando a Monáe em 2009, uma nomeação para o Grammy Best Urban/Alternative Performance, pelo single "Many Moons".


A Conferência de Teerão terminou há 71 anos

A Conferência de Teerão foi o primeiro dos acordos firmados entre as superpotências durante a Segunda Guerra Mundial. A ocasião reuniu pela primeira vez os três grandes estadistas do mundo da época: Estaline, da União Soviética, Winston Churchill, do Reino Unido, e Franklin Delano Roosevelt, dos Estados Unidos. Esta conferência teve lugar em Teerão, entre 28 de novembro e 1 de dezembro de 1943.
Além de lançarem bases de definições de partilhas, decidiu-se que as forças anglo-americanas interviriam na França, completando o cerco de pressão à Alemanha, juntamente com as forças orientais soviéticas, o que concretizou-se com o desembarque dos Aliados na Normandia no Dia D. Deliberou-se ainda sobre a divisão da Alemanha e as fronteiras da Polónia ao terminar a guerra, além de se formularem propostas de paz com a colaboração de todas as nações. Os Estados Unidos e o Reino Unido reconheceram, ainda, a fronteira soviética no Ocidente, com a anexação da Estónia, da Letónia, da Lituânia e do leste da Polónia.

O narcotraficante Pablo Escobar nasceu há 65 anos

Pablo Emilio Escobar Gaviria (Rionegro, 1 de dezembro de 1949Medellín, 2 de dezembro de 1993) conquistou fama mundial como o senhor da droga colombiano, tornando-se um dos homens mais ricos do mundo graças ao tráfico de cocaína nos Estados Unidos e outros países. Membros dos governos norte-americano e colombiano, repórteres de jornais e o público em geral consideram-no o mais brutal, impiedoso, ambicioso e poderoso traficante da história.
  
Vida
Escobar começou o que viria a ser uma das mais bem-sucedidas carreiras criminosas da história na adolescência como ladrão de carros na cidade de Medellín, Colômbia. Ele entrou no negócio da cocaína e começou a construir o seu poderoso império das drogas na década de 70. Durante os anos mais prósperos, ele chegou a lucrar cerca de um milhão de dólares por dia dos seus revendedores.
Na década de 1980, Escobar tornou-se conhecido internacionalmente e a sua rede de distribuição de drogas ganhou notoriedade. Dizem que o Cartel de Medellín era responsável pela maior parte das drogas que entravam no México, Porto Rico e República Dominicana, com cocaína comprada principalmente no Peru e da Bolívia, já que a cocaína colombiana era de qualidade inferior. O produto de Escobar chegou a muitos outros países, principalmente nas Américas, embora há quem diga que ele conseguiu chegar até mesmo à Ásia.
Escobar subornou incontáveis oficiais de governos, juízes e outros políticos, e muitas vezes executou pessoalmente subordinados desobedientes. Corrupção e intimidação foram características predominantes do modo de agir de Escobar. Ele tinha uma estratégia inescapável conhecida como plata o plomo, (em língua portuguesa, "dinheiro ou chumbo"), que significava que ou o sujeito aceitava seu dinheiro ou seria assassinado (o chumbo referia-se às balas). Escobar foi o responsável pela morte de três candidatos à presidência da Colômbia, pela explosão do voo Avianca 203 e do prédio de segurança de Bogotá em 1989. Alguns analistas acreditam que ele estava por trás do incidente no Supremo Tribunal Colombiano em 1985, que resultou no assassinato de metade dos juízes pelas guerrilhas de esquerda. O Cartel de Medellín também esteve envolvido numa sangrenta guerra pelo controle do tráfico com o Cartel de Cali durante quase toda a sua existência. Pablo mandava cartas para suas vítimas, convidando-as para os seus respectivos enterros, e os seus capatazes as executavam precisamente na data marcada para o funeral.
No auge de seu império, a revista Forbes colocou Pablo Escobar como o sétimo homem mais rico do mundo, com o seu Cartel de Medellín controlando 80% do mercado mundial de cocaína. A sua organização tinha aviões, lanchas e veículos caros. Vastas propriedades e terras eram controladas por Escobar durante esse período, onde ganhava uma soma de dinheiro quase incalculável. Estima-se que o Cartel de Medellín chegou a lucrar cerca de 30 mil milhões de dólares por ano.
Enquanto era considerado um inimigo dos governos dos Estados Unidos e da Colômbia, Escobar era um herói para muitos em Medellín. Ele tinha bons relacionamentos e trabalhou para melhorar as condições de vida da população pobre da cidade. Fã de desportos, é-lhe creditada a construção de estádios de futebol e o financiamento de equipas na cidade. Escobar sempre se esforçou para cultivar uma imagem de Robin Hood e frequentemente distribuía dinheiro aos pobres. A população de Medellín costumava ajudar Escobar, escondendo informações das autoridades ou fazendo o que quer que fosse para protegê-lo.
Em 1992, Escobar voltou-se para o governo colombiano para evitar a sua extradição para os Estados Unidos ou ser assassinato por um cartel rival. Escobar foi "preso" na sua luxuosa prisão particular, La Catedral, que ele próprio construiu. Ele negociou um acordo com o governo colombiano onde ele seria preso, com uma sentença de cinco anos e a garantia de sua não-extradição para os Estados Unidos. Entretanto, a sua "prisão" parecia muito mais um clube particular ultra-seguro, e ele não se importou muito com a sua sentença, sendo visto várias vezes fora da prisão: fazendo compras em Medellín, em festas, jogos de futebol e outros lugares públicos. Após a divulgação de fotos dos seus passeios e de acusações de que ele teria matado muitos de seus parceiros de negócios quando eles iam visitá-lo em La Catedral, a opinião pública forçou o governo a agir. Quando um oficial do governo tentou transferir Escobar para uma outra prisão, a 22 de julho de 1992, ele escapou, com medo de ser extraditado para os Estados Unidos.

Captura e morte
A guerra contra Escobar terminou quando ele tentava iludir mais uma vez o Grupo de Procura. Usando uma tecnologia de triangulação de rádio fornecida pelos Estados Unidos, uma equipa de especialistas em eletrónica colombianos encontrou-o num bairro de classe média de Medellín. Um tiroteio entre Escobar e a polícia ocorreu então. Alguns acreditam que atiradores de elite participaram da operação. A forma como Escobar foi morto neste confronto foi bastante questionada, mas sabe-se que ele foi encurralado num telhado e levou tiros na perna, nas costas e, o tiro fatal, perto do ouvido.
A caçada a Pablo Escobar foi documentada no livro com o título de Matando Pablo: A Caçada ao Maior Fora-Da-Lei de Que Se Tem Notícia, de Mark Bowden, publicado em 2004 no Brasil pela Editora Landscape e no filme de 2005 baseado nesse livro.
Depois da morte de Escobar, o Cartel de Medellín fragmentou-se e o domínio do mercado de cocaína rapidamente foi assumido pelo rival Cartel de Cali até meados da década de 90, quando os seus líderes também foram capturados ou mortos.

Há 65 anos o Tratado da Antártida permitiu definir regras sobre o último continente sem fronteiras

Bandeira do Tratado da Antártida

O Tratado da Antártida é o documento assinado em 1 de dezembro de 1959 pelos países que reclamavam a posse de partes continentais da Antártida, em que se comprometem a suspender suas pretensões por período indefinido, permitindo a liberdade de exploração científica do continente, em regime de cooperação internacional.
O tratado possui um regime jurídico que estende a outros países, além dos 12 iniciais, a possibilidade de se tornarem partes consultivas nas discussões que regem o "status" do continente quando, demonstrando o seu interesse, realizarem atividades de pesquisa científica substanciais.
A área abrangida pelo Tratado da Antártida situa-se ao sul do paralelo 60 S, e nela aplicam-se os seus 14 artigos, que consagram princípios como a liberdade para a pesquisa científica, a cooperação internacional para esse fim e a utilização pacífica da Antártida, proibindo expressamente a militarização da região e sua utilização para explosões nucleares ou como depósito de resíduos radioativos.
Mapa das estações de pesquisa e pretensões territoriais na Antártida (2002)

A Mensagem de Fernando Pessoa foi publicada há 80 anos


Mensagem é o mais célebre dos livros do poeta português Fernando Pessoa, e o único que ele publicou em vida, se descontarmos os livros de poemas em inglês. Composto por 44 poemas, foi chamado pelo poeta de "livro pequeno de poemas". Publicado em 1934 pela Parceria António Maria Pereira, o livro foi contemplado no mesmo ano com o Prémio Antero de Quental, na categoria de «poema ou poesia solta», do Secretariado da Propaganda Nacional, dirigido por António Ferro, o jovem editor de Orpheu, revista trimestral de literatura, de que saíram 2 números em 1915.

Publicada apenas um ano antes da morte do autor, a obra trata do glorioso passado de Portugal de forma apológica e tenta encontrar um sentido para a antiga grandeza e a decadência existente na época em que o livro foi escrito. Glorifica acima de tudo o estilo camoniano e o valor simbólico dos heróis do passado, como os Descobrimentos portugueses. É apontando as virtudes portuguesas que Fernando Pessoa acredita que o país deva se "regenerar", ou seja, tornar-se grande como foi no passado através da valorização cultural da nação. O poema mais famoso do livro é Mar Português.

O título original do livro era Portugal. Influenciado por um amigo, Pessoa considera "Mensagem" um título mais apropriado, pelo nome "Portugal" se encontrar "prostituído" no mais comum dos produtos. Pessoa constrói a palavra "mensagem" a partir da expressão latina: Mens agitat molem, isto é, "A mente move a matéria", frase da história de Eneida, de Virgílio, dita pela personagem Anquises quando explica a Enéias o sistema do Universo. Pessoa não utiliza o sentido original da frase, que denotava a existência de um princípio universal de onde emanavam todos os seres.

Segundo uma carta datada de 13 de Janeiro de 1935 a Adolfo Casais Monteiro, Mensagem foi o primeiro livro que o poeta conseguiu completar. Pessoa mesmo explica que esse facto demonstra o porquê de não ter publicado outro livro como a prosa de um de seus heterónimos ou a poesia em seu próprio nome.

Numa carta de 1932 de Pessoa a João Gaspar Simões, seu primeiro biógrafo, vemos que a intenção do poeta era publicar primeiramente a Mensagem para somente mais tarde divulgar outras obras como o Livro do Desassossego, do semi-heterónimo Bernardo Soares, e a poesia dos heterónimos.

Foi publicado primeiramente a 1 de Dezembro de 1934, com edição da Parceria António Maria Pereira, em Lisboa. A segunda edição, de 1941, possui correcções feitas por Pessoa à primeira edição e foi editada pela Agência Geral das Colónias.

Um mês após a sua primeira publicação, ganhou o prémio na segunda categoria do Secretariado de Propaganda Nacional (SPN) que o premiou com o mesmo valor em dinheiro da primeira categoria.



NOTA: para uma melhor compreensão desta Opus Magna da literatura portuguesa, duas sugestões: