quinta-feira, outubro 19, 2017

Auguste Lumière nasceu há 155 anos

Auguste Lumière (esquerda) e Louis Lumière (direita)

Auguste Marie Louis Nicholas Lumière (Besançon, 19 de outubro de 1862 - Lyon, 10 de abril de 1954) e Louis Jean Lumière (Besançon, 5 de outubro de 1864 - Bandol, 6 de junho de 1948), os irmãos Lumière, foram os inventores do cinematógrafo (cinématographe), sendo frequentemente referidos como os pais do cinema.

O pintor romântico José Rodrigues morreu há 130 anos

Auto-retrato de José Rodrigues

José Rodrigues de Carvalho (Lisboa, 16 de julho de 1828 - Lisboa, 19 de outubro de 1887) foi um pintor português da época romântica.
Considerada a sua obra mais famosa, O cego rabequista, pintada em 1855, foi exibida na Exposição Universal de Paris em 1855 e na Exposição Internacional do Porto em 1865, conquistando o segundo lugar.

O Pobre Rabequista ou O Cego Rabequista (1855)

A Mariner 5 chegou a Vénus há cinquenta anos


A Mariner 5 (Mariner Venus 1967) foi uma nave espacial norte-americana que fez parte do Programa Mariner que transportou recursos complementares para o estudo da atmosfera de Vénus.
A Mariner 5 foi originalmente construída como uma cópia de segurança da Mariner 4, mas depois do sucesso daquela, foi modificada para a "missão Vénus", removendo a câmara de televisão, invertendo e reduzindo os quatro painéis solares, e adicionando isolamento térmico extra.
Ela foi lançada em direção a Vénus a 14 de junho de 1967 e chegou ao planeta a 19 de outubro desse mesmo ano, a uma altitude de 3.990 quilómetros. Com instrumentos mais sensíveis do que a sua antecessora, a Mariner 2, a Mariner 5 obteve mais informações sobre Vénus e também sobre as características do espaço profundo, em viagens interplanetárias.
Dados sobre a "ocultação de rádio" ocorridas na Mariner 5 ajudaram a compreender os dados sobre pressão e temperatura enviados pela sonda Venera 4 na sua aterragem, que chegou a Vénus um dia antes. Após estas missões, ficou claro que Vénus tinha uma superfície muito quente e uma atmosfera ainda mais densa do que a esperada.
As operações da Mariner 5 terminaram em novembro de 1967 e a sonda foi deixada numa órbita heliocêntrica.

quarta-feira, outubro 18, 2017

O cantor de reggae sul-africano Lucky Dube morreu há dez anos

(imagem daqui)

Lucky Philip Dube (Ermelo, 3 de agosto de 1964 - Rosettenville, 18 de outubro de 2007) foi um cantor de reggae sul-africano.
Gravou 22 álbuns em zulu, inglês e afrikaans num período de vinte e cinco anos de carreira e foi o artista sul-africano que mais vendeu disco na história do reggae.
Dube foi assassinado em Rosettenville, subúrbio de Johannesburgo, na noite de 18 de outubro de 2007.
 
 

O fundador da cidade de São Paulo nasceu há 500 anos

 Estátua do padre Manuel da Nóbrega em Salvador

Manuel da Nóbrega (Sanfins do Douro, Alijó, 18 de outubro de 1517 - Rio de Janeiro, 18 de outubro de 1570) foi um sacerdote jesuíta português, chefe da primeira missão jesuítica à América. As cartas enviadas a seus superiores são documentos históricos sobre o Brasil enquanto colónia e a ação jesuítica no século XVI.

Vida
Filho do desembargador Baltasar da Nóbrega e sobrinho de um chanceler-mor do Reino, Manuel da Nóbrega estudou durante quatro anos na Universidade de Salamanca e transferiu-se para a Universidade de Coimbra, bacharelando-se em direito canónico e filosofia em 1541. Recebeu o grau de bacharel em cânones das mãos do doutor Martim de Azpilcueta Navarro, tio do padre João de Azpilcueta Navarro, e seu mestre do 5º ano, que, dele, diria: "O doutíssimo padre Manuel da Nóbrega, a quem não há muito conferimos os graus universitários, ilustre pela sua ciência virtude e linhagem". Estimulado pelo mestre, chegou a se inscrever para Lente (professor) da Universidade, fez prova escrita mas, na leitura do trabalho ao auditório, percebeu-se ser gago. O defeito na fala impediu-o de ser nomeado professor da Universidade. Mais tarde, prestou concurso outra vez e outra vez não obteve a cátedra por causa da gaguez.
Aos 27 anos, foi ordenado pela Companhia de Jesus, em 1544, fazendo-se pregador. Viajou por Portugal, Galiza e o resto da Espanha na pregação do Evangelho. Surpreendido com o convite do rei D. João III, embarcou na armada de Tomé de Sousa (1549). Chegaram à Bahia em 29 de março de 1549 e, celebrada a primeira missa, ter-se-ia voltado para os seus auxiliares e dito: "Esta terra é nossa empresa". Foi dele amigo e conselheiro, como também o foi de Mem de Sá, a serviço da Coroa, com a missão de dedicar-se à catequese dos indígenas na colonização do Brasil. Chegaram com ele os jesuítas Leonardo Nunes, João de Azpilcueta Navarro, António Pires e os irmãos jesuítas Vicente Rodrigues e Diogo Jácome.
Assim que aportou, deu início ao trabalho de catequese dos indígenas, desenvolvendo uma intensa campanha contra a antropofagia existente entre os nativos e, ao mesmo tempo, combatendo a sua exploração pelo homem branco. Participou da fundação das cidades de Salvador e do Rio de Janeiro e também da luta contra os franceses como conselheiro de Mem de Sá. O seu maior mérito, além de constantes viagens por toda a costa, de São Vicente a Pernambuco, foi estimular a conquista do interior, ultrapassando e penetrando além da Serra do Mar. Foi o primeiro a dar o exemplo, ao subir ao planalto de Piratininga, para fundar a vila de São Paulo que viria a ser o ponto de penetração para o sertão e de expansão do território brasileiro. A pequena aldeia dos jesuítas tornar-se-ia a mais populosa cidade do hemisfério sul.
Segundo Henrique dos Santos em "Aventura Feliz", Nóbrega visitou pela primeira vez o planalto de Piratininga em companhia do padre Manuel de Paiva, primo de João Ramalho, e do irmão Antonio Rodrigues. Na companhia de André Ramalho, filho de João Ramalho, percorreu os campos à procura do local onde viria a fundar a casa e escola dos Jesuítas. Escolheu o topo da colina chamada Piratininga, localizada entre os rios Piratininga (também chamado Tamanduateí) e Anhangabaú, no futuro pátio do Colégio. Era um local próximo da aldeia de Inhapambuçu, chefiada por Tibiriçá. A primeira missa foi ali rezada por Nóbrega em 29 de agosto de 1553, fazendo cerca de 50 catecúmenos entregues à doutrinação do irmão António Rodrigues. Na última semana de janeiro de 1554, Nóbrega voltou à colina de Piratininga. No dia 25 de janeiro, dia em que se comemora a conversão de Paulo ao cristianismo, celebrou uma missa no local e decidiu mudar o nome do colégio e casa dos jesuítas de "Piratininga" para "São Paulo".
Juntou-se em 1563 a José de Anchieta, desembarcado no Brasil como noviço em 1553, no trabalho de pacificação dos Tamoios em Iperoig, que retiraram apoio aos invasores franceses, finalmente derrotados. Acompanhando a expedição de Estácio de Sá, encarregado de fundar uma cidade, São Sebastião do Rio de Janeiro, de cuja fundação participou, ali construiu um colégio jesuíta. Foi Nóbrega quem solicitou ao rei de Portugal, D. João III, a criação da primeira diocese no Brasil. Em consequência desse pedido, D. Pero Fernandes Sardinha, primeiro bispo do Brasil, foi enviado para Salvador. Em 1558, convenceu o governador Mem de Sá a criar "leis de proteção aos índios", impedindo a sua escravização. Foi nomeado o primeiro provincial (líder) da Companhia de Jesus no Brasil, mas, faltando-lhe a saúde, foi substituído pelo padre Luís da Grã.

Selo comemorativo do 4º centenário da fundação da cidade de São Paulo, no Brasil, fundada por Nóbrega e  Anchieta

Pedro de Alcântara morreu há 455 anos

São Pedro de Alcântara, de nome de batismo Juan de Garabito y Vilela de Sanabria (Alcântara, 1499 - Arenas de San Pedro, 18 de outubro de 1562), foi um frade franciscano espanhol que fez grandes reformas na sua ordem religiosa, a Ordem dos Capuchinhos, no Reino de Portugal.
Nascido no seio de uma família nobre, estudou direito na Universidade de Salamanca, mas abandonou os estudos e seguiu uma vida religiosa em 1515, no Convento de San Francisco de los Majarretes, perto de Valência de Alcântara, onde tomou o nome de frade Pedro de Alcântara. Foi ordenado em 1524, com 25 anos.
Viajou até Portugal em 1539 para ajudar o seu familiar Martín de Santa Maria Benavides a reformar uma das províncias franciscanas. De 1542 a 1544, foi guardião e mestre de noviços em Palhais. Com a morte de Martín, em 1546, foi Pedro de Alcântara quem deu seguimento ao seu trabalho, sendo, por isso, muito apreciado pelo rei D. João III.
Logo foi estabelecer-se na Serra da Arrábida e, aí, ajudou a fundar uma série de mosteiros para os chamados Arrábidos (ou Capuchos, noutras zonas do país), nomeadamente o chamado Convento de Nossa Senhora da Arrábida. Escreveu toda a regra da comunidade lá perto, em Azeitão.
Em 1555, iniciou a reforma da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos mediante as regras "alcantarinas", hoje conhecidas como de "Estrita Observância". Mais tarde, foram os Arrábidos que foram colocados no Convento de Mafra por D. João V. Acabaram por ser expulsos de Portugal quando da implantação do liberalismo no país, sendo, então, reintegrados na Ordem de São Francisco.
Em 1557, estava no Reino de Portugal que tanto amava.
Era notável pregador e místico, amigo e confessor de Santa Teresa de Jesus, a quem terá ajudado, em 1559, na tarefa de reforma da Ordem dos Carmelitas, a par de São João da Cruz. Escreveu o "Tratado da Oração e Meditação" que terá sido lido por São Francisco de Sales.

Canaletto nasceu há 320 anos

Canaletto (Veneza, 18 de outubro de 1697 - Veneza, 19 de abril de 1768), de seu verdadeiro nome Giovanni Antonio Canal, foi um artista famoso pelas suas paisagens urbanas de Veneza. Era filho do pintor Bernardo Canal, daí o nome Canaletto. Em 1746 mudou-se para Londres, onde se dedicou a pintar paisagens inglesas.
Canaletto, juntamente com Giovanni Battista Tiepolo, Giovanni Battista Piazzetta, Giovanni Battista Pittoni, Giuseppe Maria Crespi e Francesco Guardi, constituem o grupo de mestres desse período de pintores.
Também se conhece como Canaletto o pintor Bernardo Bellotto, seu sobrinho.


Gomes Freire de Andrade foi executado há dois séculos

Gomes Freire de Andrade e Castro (Viena, 27 de janeiro de 1757 - Forte de São Julião da Barra, 18 de outubro de 1817) foi um general português.
 
Biografia
Teve a educação que na época se costumava dar aos filhos da nobreza. O seu pai, António Ambrósio Pereira Freire de Andrade e Castro, fora um ótimo colaborador do marquês de Pombal na campanha contra a Companhia de Jesus, sendo o filho Gomes Freire enviado para Portugal com 24 anos de idade, em Fevereiro de 1781, já com o grau de Cavaleiro da Ordem de Cristo.
Destinado à carreira militar, assentou praça de cadete no regimento de Peniche, sendo em 1782 promovido a alferes. Passou à Armada Real, embarcando em 1784 na esquadra que foi auxiliar as forças navais espanholas de Carlos III de Espanha no bombardeamento de Argel.
Regressou a Lisboa em setembro, promovido a tenente do mar da Armada Real, e, em abril de 1788, voltou ao antigo regimento no posto de sargento-mor.
Tendo alcançado licença para servir no exército de Catarina II, em guerra contra a Turquia, partiu para a Rússia. Em São Petersburgo terá conquistado as maiores simpatias na corte e da própria imperatriz. Na campanha de 1788-1789, comandada pelo príncipe Potemkin, ter-se-á distinguido nas planícies do rio Danúbio, na Guerra da Crimeia e sobretudo no cerco de Oczakow, alegadamente o primeiro a entrar na frente do regimento quando a praça se rendeu em 17 de outubro de 1788 depois de cerco prolongado. Na hora das condecorações esqueceram-se dele, negando-lhe a Comenda de São Jorge. Mas ele protesta, pede atestados de heroísmo ao coronel Markoff, e a imperatriz condescende atribuindo-lhe o posto de coronel do seu exército, que em 1790 lhe foi confirmado no exército português, mesmo ausente.
Foi iniciado na Maçonaria antes de 1785, provavelmente em Viena na Loja Zur gekrönten Hoffnung (À Esperança Coroada), a cujo quadro pertencia, juntamente com Wolfgang Amadeus Mozart, em 1790, e onde tinha então o grau de Mestre. Ocupa depois o cargo de Venerável da Loja Regeneração.
Depois, na esquadra do príncipe de Nassau, salva-se milagrosamente durante a batalha naval de Schwensk, quando os canhões suecos fazem ir a pique a "bateria flutuante" que comandava. Perdeu-se toda a tripulação, mas Gomes Freire conseguiu salvar-se, acabando por receber o hábito de São Jorge, uma das Ordens mais importantes da Rússia, não das mãos da imperatriz, como se tem dito, mas sim das do príncipe de Nassau, em nome da Imperatriz. Houve rumores de simpatia e entusiasmo da Imperatriz por Freire de Andrade, aparentemente confirmado pelas desinteligências entre ele e o príncipe de Potemkin, favorito conhecido.
Voltou a Lisboa, nomeado coronel do regimento do marquês das Minas, prestes a embarcar para a Catalunha, na divisão que Portugal enviava auxiliar a Espanha contra a República francesa e a que chegou em 11 de novembro de 1793, seguindo por terra. Nesta expedição iam estrangeiros no Estado-Maior: o duque de Northumberland, general e par de Inglaterra, o príncipe de Luxemburgo Montmorency, o conde de Chalons, o conde de Liautaud. O regimento de Freire de Andrade e o de Cascais ocuparam a povoação de Rebós, na sua linha de batalha, correndo logo às trincheiras da ponte de Ceret, onde o exército espanhol estava a ponto de capitular. A acção do regimento terá sido brilhante, apesar do mau desempenho de Gomes Freire de Andrade, carregando os franceses com brio em combate a 26 de novembro de 1793. Em Arles, acampou em quartéis de inverno o seu regimento e o de Cascais, que constituíam a 2° Brigada, comandada por ele. Segundo Latino Coelho, começa aí a evidenciar-se o espírito indisciplinado e irrequieto de Gomes Freire; desordeiro e intrigante, "o animo altivo do coronel, avesso, como era a toda a sujeição, difundia na divisão auxiliar o fermento da indisciplina".
Mas apesar das vitórias do exército hispano-português sobre os republicanos da Convenção, a guerra do Roussillon ia-se tornar armadilha, os espanhóis tinham 18 mil feridos em hospitais e os portugueses mil homens fora de combate, enquanto os franceses recebiam constantes reforços. Em 29 de abril de 1794 o general Dugommier atacou a esquerda do exército espanhol, composta de corpos da divisão portuguesa, que sustentou o fogo do romper da manhã às catorze horas, salvando o exército espanhol.
Em 1801 reúne-se em sua casa a assembleia que levou à organização definitiva da Maçonaria Portuguesa, com a posterior criação do Grande Oriente Lusitano em 1802, sendo eleito como um dos seus principais dignitários.
Regressado a Portugal, veio a integrar a "Legião Portuguesa" criada por Jean-Andoche Junot e que, sob o comando do marquês de Alorna, partiu para França em Abril de 1808, onde vem a ser recebida por Napoleão Bonaparte no dia 1 de junho. Participou na campanha da Rússia.
Entretanto, fez parte da Loja Militar Portuguesa Chevaliers de la Croix (Cavaleiros da Cruz), em Grenoble, entre 1808 e 1813. onde vem a ser o 5.º Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano, de 1815 ou 1816 a 1817.
 
(imagem daqui)
 
Acusação e execução
Libertado Portugal da ocupação das tropas francesas, e após a derrota de Napoleão, Freire de Andrade ao regressar a Portugal, veio a ser implicado e acusado de liderar uma conspiração em 1817 contra a monarquia de Dom João VI, em Portugal continental representada pela Regência, então sob o governo militar britânico do marechal William Carr Beresford. Foi detido, preso, condenado à morte e enforcado (embora tenha pedido para ser fuzilado) junto do Forte de São Julião da Barra, em Oeiras, por crime de traição à Pátria, juntamente com outras onze pessoas: o coronel Manuel Monteiro de Carvalho, os majores José Campelo de Miranda e José da Fonseca Neves e mais oito oficiais do Exército. Essa data, 18 de outubro, foi, durante mais de um século, dia de luto na Maçonaria Portuguesa. Ainda hoje o seu nome é venerado como um dos grandes maçons e mártires da Liberdade de todos os tempos, tendo sido numerosas as lojas crismadas com o seu nome e abundantes os iniciados que o escolheram como nome simbólico.
Após o julgamento e execução do tenente-general e outros, Beresford deslocou-se ao Brasil para pedir mais poderes. Havia pretendido suspender a execução da sentença até que fosse confirmada pelo soberano mas a Regência, "melindrando-se de semelhante insinuação como se sentisse intuito de diminuir-se-lhe a autoridade, imperiosa e arrogante ordena que se proceda à execução imediatamente".
Este procedimento da Regência e de Lord Beresford, comandante em chefe britânico do Exército português e regente de facto do reino de Portugal, levou a protestos e intensificou a tendência anti-britânica, o que conduziu o país à Revolução do Porto e à queda de Beresford (1820), impedido de desembarcar em Lisboa ao retornar do Brasil, onde conseguira de D. João VI maiores poderes.

(imagem daqui)

O Alasca mudou de dono há 150 anos

O Alasca, à esquerda, em vermelho, com a sua localização na América do Norte

Em 1867, os Estados Unidos da América compraram o território do Alasca ao Império Russo. A operação foi conduzida pelo Secretário de Estado norte-americano William Henry Seward.
À época, a transação foi considerada absurda e era referida como "a loucura de Seward" (William H. Seward's folly). O território comprado, com área aproximada de 1.600.000 km² constitui o atual estado norte-americano do Alasca.

O Império Russo estava em dificuldades financeiras e em vias de perder o território do Alasca sem compensação em algum futuro conflito, sobretudo para o rival da época, o Império Britânico, que detinha o vizinho Canadá e cuja possante Royal Navy poderia facilmente tomar o controle da costa, de defesa difícil para a Rússia. O Czar Alexandre II decidiu então vender o território aos Estados Unidos e encarregou o seu embaixador, o barão Edouard de Stoeckl, de abrir negociações com o Secretário de Estado William Seward, de quem era amigo, no início de março de 1867.
As negociações concluíram-se após discussões que duraram uma noite inteira e a assinatura do tratado foi feita às 4 horas da manhã de 30 de março com um preço de compra de 7.200.000 dólares americanos. A opinião pública americana foi muitíssimo desfavorável a esta compra.
O Senado dos Estados Unidos da América ratificou o tratado a 9 de abril de 1867, por 37 votos a favor e 2 contra.
Estima-se que o Alasca contava na altura com 2.500 russos ou mestiços e 8.000 aborígenes, no total mais de 10 000 habitantes, sob o comando direto da companhia russa das peles, e cerca de 50.000 esquimós viviam sob essa jurisdição.
Os europeus viviam em 23 povoações sitas nas ilhas ou na costa. Em pequenos postos, havia quatro ou cinco russos que se encarregavam da compra e armazenamento de peles trazidas pelos nativos e do reabastecimento de navios que vinham buscar a mercadoria. Havia duas vilas principais. A primeira, New Archangel, atualmente Sitka, foi fundada em 1804, como base de apoio ao rentável negócio de peles de leão marinho. Tinha cerca de 116 barracões que abrigavam 968 habitantes. A segunda era Saint-Paul, na ilha Kodiak, que, com 100 barracões e 283 habitantes, era o centro da indústria de peles de foca.
O nome aleúte Alasca foi escolhido pelos americanos. A cerimónia de transferência teve lugar em Sitka, em 18 de outubro de 1867. Soldados russos e americanos desfilaram junto à casa do governador; a bandeira russa foi arriada e a americana hasteada e saudada por salvas de artilharia. O capitão Alexis Pestchouroff disse "General Rousseau, pela autoridade de sua Majestade, o Imperador da Rússia, transfiro aos Estados Unidos da América o território do Alasca". Em retribuição, o general Lovell Rousseau aceitou o território. Numerosos fortes e fortins, construções de madeira, foram cedidos aos americanos. As tropas ocuparam as casernas e o general Jefferson C. Davis estabeleceu a sua residência na casa do governador. A maior parte dos russos voltou ao seu país, salvo alguns comerciantes e homens do clero.
O Alaska Day celebra a transferência formal do Alasca, que ocorreu a 18 de outubro de 1867. Hoje em dia, o Alasca celebra o dia da compra, o Seward's Day, na última segunda de março.
A data de 18 de outubro de 1867 é do calendário gregoriano, e a hora, 9:01:20, hora de Greenwich, teve efeito no dia seguinte no Alasca para substituir o calendário juliano e a hora de 14:58:40 "de avanço" sobre a hora de Greenwich. Para os russos, a transferência teve lugar a 7 de outubro de 1867.

Cheque utilizado pelo governo dos Estados Unidos para a compra do Alasca

Há 50 anos uma sonda aterrou num planeta pela primeira vez

A Venera 4 (em russo: Венера-4) foi uma sonda espacial soviética do Programa Venera.
Esta foi lançada a partir de um Sputnik Tyazheliy (67-058B) em direção ao planeta Vénus com a missão de estudar a atmosfera local. A 18 de outubro de 1967, a sonda espacial entrou na atmosfera venusiana e libertou dois termómetros, um barómetro, um rádio-altímetro, um indicador da densidade atmosférica, 11 analisadores de gases e dois rádio-transmissores que operavam na banda DM.
O módulo principal, que transportou a cápsula para Vénus, incluía um magnetómetro, detectores de raios cósmicos, indicadores de hidrogénio e oxigénio e aparelhos para recolha de partículas carregadas. Foram enviados sinais da sonda espacial, que abrandou e libertou um sistema de paraquedas depois de entrar na atmosfera venusiana, a uma altitude de 24,96 quilómetros. Venera-4 foi a primeira sonda a realizar com sucesso a análise do ambiente de outro planeta. Foi também a primeira sonda a pousar em outro planeta.
Venera 4 realizou a primeira análise química da atmosfera venusiana, mostrando que Vénus tem principalmente dióxido de carbono com uma pequena percentagem de azoto e abaixo de um por cento de oxigénio e vapor de água. Também foi ela que detectou que Vénus tinha um campo magnético fraco e sem radiação. A camada atmosférica exterior continha muito pouco hidrogénio e oxigénio não atómico. A sonda enviou as primeiras medições diretas provando que Vénus é extremamente quente, que a atmosfera era muito mais densa do que a esperada e que Vénus tinha perdido a maior parte da sua água há muito tempo.

O terrorista Andreas Baader foi assassinado há quarenta anos

   
Andreas Bernd Baader (Munique, 6 de maio de 1943 - Estugarda, 18 de outubro de 1977) foi um dos fundadores e líderes do grupo guerrilheiro de esquerda alemão Fração do Exército Vermelho, denominado pelo governo e pela imprensa de Baader-Meinhof. O grupo foi responsável por uma série de ações armadas - assaltos a bancos, sequestros e mortes - na RFA, na década de 1970.
O seu pai era o historiador Berndt Philipp Baader, que, em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, servia o exército alemão quando foi feito prisioneiro pelas forças soviéticas, sendo posteriormente dado como desaparecido. A sua mãe, Anneliese Baader não voltou a casar. Andreas foi criado com carinho pela mãe, juntamente com a avó e uma tia. Na opinião dos seus professores, era uma criança inteligente, mas também voluntariosa, um tanto imprevisível, e não se empenhava nos estudos quando as matérias não o atraíam. Ao mesmo tempo que era generoso, capaz de tirar o seu próprio agasalho e dá-lo a alguém que estivesse com frio, também era capaz de roubar, se estivesse a precisar de dinheiro. Também se envolvia frequentemente em lutas, nem sempre em defesa dos próprios interesses.
Na adolescência considerado como um jovem desajustado, na conservadora sociedade alemã de após guerra; no final dos anos 60 Baader gravitou para o movimento estudantil de esquerda e para os protestos contra o capitalismo, a pobreza no Terceiro Mundo, o nuclear, a ocupação norte-americana do país, que agitavam a Alemanha Ocidental na altura, embora ele próprio não fosse estudante universitário.
No dia 2 de abril de 1968 Baader e a sua namorada, Gudrun Ensslin, incendiaram dois estabelecimentos comerciais em Frankfurt, que não provocaram nenhuma morte. De acordo com Gudrun, o acto seria uma forma de protesto contra a Guerra no Vietname. No mesmo ano, Baader foi condenado a quatro anos de prisão.
Na manhã de 14 de maio de 1970 Baader escapou da prisão, graças a um plano elaborado pela sua namorada, que contou com a participação da conhecida jornalista Ulrike Meinhof. Sob o pretexto de estar a trabalhar num livro sobre a juventude alemã, Ulrike Meinhof conseguiu que Andreas Baader fosse conduzido para a biblioteca do Instituto de Estudos Sociais em Berlim Ocidental onde seria entrevistado pela jornalista. Embora o plano não tenha sido executado exactamente como se pretendia, Baader conseguiria escapar pela janela da biblioteca. No dia seguinte a fuga foi noticiada pelos meios de comunicação social e o grupo ficou conhecido como Grupo Baader-Meinhof, em função das duas figuras mais conhecidas do grupo, Andreas Baader e Ulrike Meinhof.
Nos dois anos seguintes Baader dedicou-se a acções de guerrilha urbana até que foi capturado pela polícia, a 1 de junho de 1972, em Frankfurt, juntamente com outros militantes da Fração do Exército Vermelho, Jan-Carl Raspe e Holger Meins.
Baader foi depois julgado e condenado, naquele que foi um dos julgamentos mais caros da história da justiça alemã.
Na noite de 8 para 9 de maio de 1976, a jornalista Ulrike Meinhof foi encontrada morta na sua cela. A versão oficial a respeito da morte de Meinhof é que cometeu suicídio por enforcamento, mas há discordâncias sobre o tema, havendo alegações de que foi assassinada. Em 5 de setembro, membros da Fração do Exército Vermelho sequestraram o presidente da confederação da indústria alemã e, a seguir, militantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina sequestraram um avião da Lufthansa, com passageiros a bordo, e levaram-no para Mogadíscio, na Somália. As autoridades alemãs não aceitaram a troca e, em 18 de outubro, uma operação da GSG 9 libertou os passageiros e executou os militantes palestinianos. A seguir, Andreas Baader, Jan-Carl Raspe e Gudrun Ensslin foram encontrados mortos nas suas celas de máxima segurança - os dois primeiros com tiros na nuca, à distância, com pistolas comummente usadas nas forças armadas da Alemanha. O Estado alemão não reconheceu o caso como execução dos prisioneiros.
 

Zac Efron faz hoje 30 anos

Zachary David Alexander Efron, mais conhecido como Zac Efron (San Luis Obispo, 18 de outubro de 1987) é um ator, cantor e produtor executivo norte-americano. Tornou-se conhecido mundialmente por protagonizar a franquia High School Musical e também por ter participado de filmes como Hairspray, 17 Again, Charlie St. Cloud, Vizinhos e séries como Summerland e CSI: Miami.

terça-feira, outubro 17, 2017

Chiquinha Gonzaga nasceu há 170 anos

Francisca Edwiges Neves Gonzaga, mais conhecida como Chiquinha Gonzaga (Rio de Janeiro, 17 de outubro de 1847 - 28 de fevereiro de 1935) foi uma compositora, pianista e maestrina brasileira.
Foi a primeira chorona, primeira pianista de choro, autora da primeira marcha carnavalesca com letra ("Ó Abre Alas", 1899) e também a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. No Passeio Público do Rio de Janeiro, há uma herma em sua homenagem, obra do escultor Honório Peçanha. Em maio de 2012 foi sancionada a Lei 12.624 que instituiu o Dia Nacional da Música Popular Brasileira, a ser comemorado no dia do seu aniversário.

Sylvia Kristel morreu há cinco anos

Sylvia Kristel (Utrecht, 28 de setembro de 1952 - Amesterdão, 17 de outubro de 2012) foi uma atriz, diretora e modelo holandesa, mais conhecida pelo filme erótico Emmanuelle.

René Dif, um dos vocalista dos Aqua, faz hoje 50 anos

René Dif (17 de outubro de 1967, Copenhaga) é um músico e ator dinamarquês, mais conhecido como a voz masculina da banda de pop e dance Aqua.

Eminem - 45 anos

Eminem, nome artístico de Marshall Bruce Mathers III (St. Joseph, 17 de outubro de 1972), é um rapper, compositor, produtor musical e ator norte-americano. Adquiriu rápida popularidade em 1999, com o lançamento do disco The Slim Shady LP, o qual venceu o Grammy Award de Melhor Álbum de Rap do ano. O seu trabalho seguinte, The Marshall Mathers LP, tornou-se o álbum a solo mais vendido na história dos Estados Unidos. Tal facto tornou-o conhecido no mundo inteiro e ajudou na divulgação da sua gravadora, a Shady Records, e do seu grupo, o D12.


Tarkan faz hoje 45 anos

Tarkan Tevetoğlu (Alzey, 17 de outubro de 1972) é um cantor pop turco nascido na Alemanha. Suas canções mais conhecidas são "Şımarık" e "Şıkıdım".
Um dos grandes ídolos da música pop turca, faz também um grande sucesso internacionalmente, tendo aberto o mercado para um tipo de música que não era tocada na Turquia. As suas canções fazem uma mescla de estilos do oriente e ocidente com um fundo pop.
Tarkan ficou conhecido por usar temas sexuais e românticos nos seus trabalhos e tem sido apelidado de "Príncipe do Pop" pelos meios de comunicação da Europa. Ele lançou vários álbuns durante a sua carreira, com um número estimado de 29 milhões de álbuns e singles vendidos. Uma caracteristica interessante é que Tarkan costuma sempre inovar na sua aparência, usando roupas ousadas e cortes de cabelo exóticos.


segunda-feira, outubro 16, 2017

Adriano morreu, nos braços de sua mãe, fez hoje 35 anos...

(imagem daqui)

Adriano Maria Correia Gomes de Oliveira (Avintes, 9 de abril de 1942 - Avintes, 16 de outubro de 1982), foi um músico português.
 
(...)
 
Cresceu no seio de uma família tradicionalista católica. Concluído o ensino liceal no Porto foi para Coimbra em 1959, estudando Direito. Foi repúblico na Real Repúbica Ras-Teparta, solista no Orfeon Académico de Coimbra, fez parte do Grupo Universitário de Danças e Cantares e do Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra e tocou guitarra no Conjunto Ligeiro da Tuna Académica de Coimbra.
Militante do Partido Comunista Português, a partir da década de 1960, envolveu-se nas greves académicas de 1962 e concorreu à Direcção da Associação Académica de Coimbra, numa lista apoiada pelo Movimento de Unidade Democrática (MUD).
Em 1963 editava o primeiro EP, acompanhado por António Portugal e Rui Pato, "Fados de Coimbra", que continha "Trova do vento que passa", balada fundamental da sua carreira, com poema de Manuel Alegre, transformado numa espécie de hino do movimento estudantil de contestação ao regime.
Em 1967 gravou o álbum "Adriano Correia de Oliveira", que entre outras canções tinha Canção com lágrimas.
Quando lhe faltava uma disciplina para terminar o curso de Direito, trocou Coimbra por Lisboa, trabalhando no Gabinete de Imprensa da Feira Industrial de Lisboa e como produtor da Editora Orfeu. Em 1969 editou "O Canto e as Armas" tendo todas as canções poesia de Manuel Alegre. Nesse mesmo ano ganhou o Prémio Pozal Domingues.
Após o fim do serviço militar lança, em 1970, o álbum "Cantaremos".
Em 1971 é editado o disco "Gente d'Aqui e de Agora", que marca o primeiro arranjo, como maestro, do ainda jovem José Calvário, que tinha vinte anos. José Niza foi o principal compositor neste disco que precedeu um silêncio de quatro anos, recusando-se Adriano a enviar os textos à Censura.
Em 1973 é editado o disco "Fados de Coimbra". Com Carlos Vargas funda a editora Edicta.
Em 1975 lançou "Que Nunca Mais", com direcção musical de Fausto e textos de Manuel da Fonseca. Este álbum levou a revista inglesa Music Week a elegê-lo como Artista do Ano.
Foi um dos fundadores da Cooperativa Cantabril. Publicou o seu último álbum, "Cantigas Portuguesas", em 1980. No ano seguinte, numa altura em que a sua saúde já se encontrava degradada, rompeu com a direcção da CantAbril e ingressou na Cooperativa Era Nova.
Em 1982, com quarenta anos, num sábado, dia 16 de outubro, morreu em Avintes, nos braços da mãe, vitimado por uma hemorragia esofágica.